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sexta-feira, dezembro 15, 2006

Champagne, Prosecco, Espumante ... Quais as diferenças ?

A proximidade das festas de final de ano pede um vinho espumante.

O brasileiro ainda não é um grande consumidor de vinhos ditos “espumantes”. Mas, nos últimos anos, com a chegada do “prosecco“ ao Brasil, a demanda por estes produtos vem apresentando importante crescimento. Ao mesmo tempo, a produção brasileira vem se aprimorando e hoje o país já é respeitado internacionalmente pela qualidade dos seus espumantes.

No mesmo ritmo do aumento da oferta e do interesse por este tipo de bebida, dúvidas também vão surgindo. O que difere um Prosecco de um Champagne? Um espumante de uma Cava? Como o Champagne sempre esteve ligado às comemorações e com a proximidade das festas de final de ano vamos falar um pouco sobre estas diferenças.

Espumante - Chama-se de “vinho espumante” a todo vinho que, quando aberta a garrafa, gera espuma, isto é, possui gás carbônico. Ele pode ser branco, rosé ou tinto, e cada um deles poder ser seco, meio-seco ou doce. Pode ser elaborado com uma grande variedade de tipos de uvas.

O primeiro vinho espumante foi produzido na França, na região vinícola de Champagne, tendo como um dos mentores, um padre beneditino de nome Don Perignon. O sucesso que este vinho alcançou foi tanto que, atualmente, todo país produtor de vinho elabora os seus espumantes.

Pode ser feito por dois métodos: o Champenoise, método particular, onde se submete o vinho a uma segunda fermentação dentro da garrafa e o método Charmat, no qual a segunda fermentação se dá em um recipiente de aço inoxidável, hermeticamente fechado.

Na Espanha é chamado de Cava; na Alemanha, de Sekt; nos Estados Unidos, de Sparkling Wine e na França, fora da região de Champagne, de Mousseux ou Crémant.

Todo espumante deve ser tomado bem gelado (entre cinco e sete graus), devido à alta acidez e ao gás carbônico. É parceiro ideal para quase todos os tipos de pratos.

Champagne – Vinho espumante inteiramente produzido em terras da região de Champagne, apenas de uvas Pinot Noir, Pinot Meunier e/ou Chardonnay. Sempre produzido pelo método “Champenoise” , podendo ser branco ou rosé. Não existe champagne tinto. Festivo, refinado, elegante, espiritual ... é considerado o mais nobre de todos os espumantes.

Prosecco – Vinho espumante produzido na região do Veneto, na Itália, com uma uva chamada “prosecco”. Elaborado pelo método charmat, é sempre branco. Leve e delicado, é geralmente indicado como aperitivo ou para acompanhar pratos leves.

Diz-se que o vinho espumante, principalmente o champagne, não tem hora para ser tomado... Como dizia Napoleão Bonaparte, na vitória o merecemos e na derrota precisamos. Saúde !!

terça-feira, dezembro 05, 2006

Vinhos Uruguaios e a uva Tannat – as surpresas da semana!

Agora temos mais um motivo para apreciar os vinhos uruguaios e, em especial, a uva Tannat, ícone daquele país.

Nesses últimos dias, o dono e enólogo de uma das mais tradicionais vinícolas do Uruguai (Bodega Pizzorno), Carlos Pizzorno, esteve no Brasil (Rio, São Paulo e Porto Alegre), apresentando alguns de seus vinhos: Don Próspero Sauvignon Blanc 2005, Don Próspero Tannat 2003 e o Pizzorno Reserva tinto 2002.

A vinda do enólogo coincidiu com a divulgação do resultado de uma pesquisa realizada pelos britânicos (grupo de Roger Corder, da Queen Mary University) e publicada na “Nature”: a uva Tannat é a variedade que mais protege o coração.

Os cientistas, nesta recente pesquisa, ampliaram os estudos dos chamados polifenóis – componentes do vinho já sabidamente responsáveis pela proteção arterial. A pesquisa queria saber quais frações dos polifenóis mais inibem, em certas células das artérias coronárias, a produção da endotelina-1 (ET-1), um vasoconstritor. O composto capaz de reduzir sua quantidade deve facilitar o fluxo de sangue. A análise química indicou que os polifenóis mais ativos do vinho tinto são as procianidinas - taninos condensados presentes em alta concentração, até um grama por litro, em vinhos Tannat.

O Uruguai e a família Pizzorno
O Uruguai é hoje o principal reduto da uva Tannat, originária da França. Após a introdução da cepa em 1870, a Tannat responde pela maior parte dos 95 milhões de litros produzidos ali anualmente.

O país esta localizado entre 30º e 35º de latitude sul (similar a Chile, Austrália e África do Sul), sendo uma zona de grande aptidão vinícola, favorecida pela influencia marítima proveniente do Oceano Atlântico e pelo Rio de la Plata, que determina estações bem marcadas, verãos quentes e invernos bem frios. Estas condições favorecem a produção de vinhos de estilo mais europeu, com menor teor alcoólico e mais acidez do que os vinhos de seus vizinhos Argentina e Chile.

A história da família Pizzorno remonta a 1890 quando um imigrante das Ilhas canárias (Don Polônio García) chega ao Uruguai e adquire os primeiros hectares na região de Canelón Chico, departamento de Canelones, a 20 km de Montevidéu, bem perto do Rio de la Plata. Esta região tem uma importante amplitude térmica entre o dia e a noite no momento de amadurecimento das uvas, ideal para a produção de vinhos de qualidade, o que se reflete na intensidade e concentração de aromas e sabores dos vinhos.

Em 1910, a família constrói a primeira bodega e em 1987, o neto do Don Polônio, Carlos Pizzorno, inicia a reconversão dos vinhedos para uvas européias, as chamadas vitis viníferas, e em 1996 inicia a reconversão e modernização da Bodega.

Os vinhos apresentados no Brasil
No Rio, a degustação foi no Restaurante Zuca, do Leblon, com um menu elaborado pela chef Ludimila e harmonizado por mim. O encontro contou com a participação do presidente da Associação Brasileira de Sommeliers do Rio, Ricardo Farias; o importador dos vinhos da Pizzorno, Robert Phillips, da KMM; entre outras pessoas.

Dom Próspero Sauvignon Blan 2005
Este vinho apresenta um aroma ligeiramente floral, com notas de frutas tropicais. Na boca, um toque mineral com delicados sabores de pêssego e uma fresca acidez. Ideal para acompanhar peixes e frutos da mar em geral. Servir a 12 graus.

Dom Próspero Tannat 2003
Vinho de cor rubi bastante intensa, típico da uva Tannat, e taninos firmes (maduros e persistentes), o que marca a sua personalidade. No nariz, apresenta um aroma bem frutado (ameixas e figos secos). De bom corpo e ótima persistência, é ideal para acompanhar carnes vermelhas e pratos fortes.

Pizzorno Reserva Tinto 2002
Este vinho é o resultado das mais seletas parcelas de Tannat (60%) e Cabernet Sauvignon (30%) e de Merlot (10%) da Bodega Pizzorno. Cada variedade foi individualmente fermentada e logo após a fermentação alcoólica os vinhos foram deixados sobre as cascas para extrair os taninos mais doces.

As três variedades permaneceram em barricas de carvalho francês (de um ano de uso) para completar a fermentação malolática. Depois da realização da “batonage”os vinhos voltaram para as barricas para um período de 12 meses de envelhecimento.

Somente depois disso, é que o corte (mistura dos vinhos) é realizado, permanecendo por mais três meses em barrica e, posteriormente, outros 14 meses em garrafa – antes de sua distribuição ao mercado.

É um vinho de cor rubi intensa e de aroma complexo, sobressaindo a fruta em equilíbrio com a madeira. Bom corpo, taninos doces e redondos e um final de boca prolongado. Deve envelhecer bem nos próximos anos. Combinação perfeita para um cordeiro uruguaio e outras carnes nobres, devendo ser tomado a uma temperatura entre 18 e 20 graus.

Onde Encontrar:
Os vinhos da Pizzorno chegam ao Brasil com exclusividade através da Importadora KMM, que atende no Rio de Janeiro nos seguintes telefones (21) 2286-3873 / 9672-3280.