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quarta-feira, março 26, 2008

Descobrindo os Brancos

Eles ganham espaço, impulsionados pela ascensão de cepas como a Riesling e a Viognier....

A cada dia aprecio mais os vinhos brancos, tanto as cepas francesas mais conhecidas, como a Chardonnay e a Sauvignin Blanc (que já conquistaram um lugar cativo nas taças dos consumidores por aqui e no exterior), como, e principalmente, aquelas cepas ainda não tão famosas no mercado brasileiro, como a alemã Riesling, a francesa Viognier, a italiana Pinot Gris e a portuguesa / espanhola Alvarinho / Albariño.

As uvas brancas produzem grandes vinhos, alguns mais leves e frescos (ideais para os nossos dias quentes e ensolarados) e outros com grande corpo e intensidade (que podem acompanhar as mais diversas refeições) e não são, de forma alguma, “vinhos menores” se comparados aos tintos.

A Riesling, a grande uva alemã, é a cepa branca cujo consumo mais cresce nos Estados Unidos e está conquistando uma fatia expressiva de adeptos em vários mercados internacionais. É uma das minhas uvas preferidas.

É uma cepa que vale ser descoberta e que possui uma enorme versatilidade. Ela é considerada por muitos especialistas até melhor que a Chardonnay (normalmente descrita como a rainha das castas brancas e que produz os brancos mais famosos do mundo, na região da Borgonha - França).
A Riesling pode gerar vinhos capazes de durar décadas com uma grande variedade de estilos: do mais seco possível, passando pelos meio-doces, até os doces de sobremesa. Também faz espumantes ótimos. Não lhe falta acidez e seus aromas costumam lembrar maçã, lima, mel, com notas minerais muito características. Um delicioso quê de petróleo ou querosene é uma de suas marcas registradas. Sua máxima expressão vem da Alemanha e Alsácia, mas produz excelentes vinhos na Nova Zelândia, Austrália e Chile.

A Viognier, uva de alta qualidade, gera vinhos secos bem estruturados, generosos e untuosos. Amplo de aromas, tais como flores brancas, amêndoa, pêssego, damasco e mel.Tem sua melhor expressão no norte do Rhône, em Condrieu, mas vem fazendo ótimos vinhos no sul da França, na Califórnia, no Chille e Austrália.

A Pinot Grigio é o nome italiano da variedade francesa Pinot Gris – às vezes chamada na Alsácia de Tokay Pinot Gris, onde rende vinhos secos e doces, de colheita tardia – com o qual essa uva se tornou relativamente conhecida pelos consumidores internacionais. Trata-se de uma mutação em branco da tinta Pinot Noir. De casca acinzentada (daí o seu nome), a casta é muito plantada no Nordeste da Itália, em especial no Friuli (de onde saem os melhores exemplares dessa cepa), Alto Adige, Vêneto e até na Lombardia. Produz vinhos de bom corpo, mas frescos, com notas esfumaçadas, de especiarias. Às vezes, podem apresentar certa oleosidade. Os vinhos Italianos são mais leves que os da Alsácia.
No Brasil, a Miolo produz bem uma versão interessante dessa uva na Campanha Gaúcha, na fazenda Fortaleza do Seival.

A Alvarinho de Portugal, chamada de Albariño na Espanha, é outra variedade que produz vinhos muito adequados ao clima brasileiro. No norte de Portugal, na região do Minho, produz os melhores vinhos da denominação Vinhos Verdes. São vinhos leves e refrescantes, com baixa graduação alcoólica, ideal como aperitivo e para acompanhar mariscos e frutos do mar.

Na Espanha, na região de Rias Baixas, a uva Albariño dá vinhos mais concentrados e com acidez mais equilibrada. Com aromas mais cítricos e florais, possuem um elegante toque mineral.

Não dá ainda para falar em um boom planetário na procura por brancos, mas pode-se dizer, sem medo de errar, bastando olhar para os catálogos das importadoras brasileiras e também para a lista de vinhos que algumas vinícolas nacionais estão produzindo que o brasileiro, a exemplo de outros povos, está se tornando cada vez mais infiel à dupla Chardonnay/Sauvignon Blanc e quer também experimentar novos sabores em matéria de brancos.

Hoje muita gente ignora que cerca de 40% dos vinhos tranqüilos do mundo são brancos. Em alguns mercados extremamente competitivos, como o Reino Unido e a Alemanha, eles são mais consumidos do que os tintos. Mesmo nos Estados Unidos, onde é enorme a influência do crítico Robert Parker, com seu gosto por tintos frutados e corpulentos, os brancos só perderam a liderança na taça do consumidor em 2004.

Disponíveis no mercado brasileiro, gosto muito dos seguintes:

Riesling - Riesling Herrenweg de Turckheim 2005 – Domaine Zind-Humbrecht – Alsácia ( Expand Importadora), Riesling Grand Cru Schlossberg 2004 – Domaine Paul Blanck – Alsácia ( Decanter Importadora),Casa Marin Riesling 2005 – Casa Marin – Chile ( Vinea Importadora), Gra Hacienda Riesling 2004 – Viña Santa Rita – Chile ( Grand Cru Importadora).

Viognier - Anakena Single Vineyard Viognier 2006 – Anakena – Chile ( Porto Leblon Distribuidora), Condrieu Invitare 2005 – Chapoutier – Rhône ( Mistral Importadora), Viognier 2004 – Escoriuhela Gascón – Argentina, Viognier Y Series 2005 - Yalumba ( KMM importadora).

Pinot Grigio – Pinot Grigio 2006 – Jermann – Itália ( Cellar Importadora), Pinot Grigio Colli Orientali 2005 – Livio Felluga – Itália (Mistral Importadora).

Alvarinho – Alvarinho Deu La Deu 2007 – Minho – Portugal ( Barrinhas Importadora), Alvarinho Dorado Superior 2004 – Quinta do Feital (Grand Cru Importadora), Alvarinho Portal do Fidalgo 2006 - Anselmo Mendes (Decanter Importadora).

Albariño – Albariño Pazo de Barrantes 2005 – Marqués de Murrieta – Espanha ( Expand Importadora), Albariño Lagar de Cervera - 2005 – La Rioja – Espanha ( Zahil Importadora), Albariño Dom Pedro de Soutomaior 2005 – ( Península Importadora ).

Vinhos Biodinâmicos

Os vinhos biodinâmicos não são apenas orgânicos, mas também vinhos produzidos dentro das normas da agricultura biodinâmica. Geralmente, no rótulo desses vinhos, lê-se a frase "uvas provenientes de agricultura biodinâmica".

Além do respeito ao solo (terroir) e às suas características originais, a técnica de cultivação biodinâmica segue normas específicas tanto em relação à vinicultura – não usam pesticidas nem aditivos químicos; a colheita é feita sem a utilização de máquinas e no momento em que a uva está "pronta", de acordo com a quantidade de chuva, Sol e umidade que receberam – como em relação à vinificação – só usam fermentos naturais; a quantidade máxima do uso de dióxido de enxofre é limitada – e ainda uma série de normas com relação à conservação, ao engarrafamento, às rolhas e até à limpeza da cantina.

Por tudo isso, o vinho não é padronizado, e cada safra carrega suas características específicas. Na França, os vins biô assumiram lugar de destaque nos últimos anos e são uma espécie de hype do momento. Na Itália, muitos produtores aderiram à onda da biodinâmica, mas por enquanto em quantidade bem menor do que na França. Sobretudo, esses produtores acreditam que um bom vinho deve vir de uma vinícola artesanal e não de uma indústria.

O que identifica um produto biodinâmico é o selo da associação de agricultura biodinâmica DEMETER. Ele está presente em alguns produtos orgânicos à venda nos supermercados brasileiros, como açúcares, cafés e sucos. Por enquanto, ainda não existe um padrão Demeter para vinho, apenas para o controle da uva, que deve ser cultivada segundo as técnicas da agricultura biodinâmica.

Publicado em 2403 pelo(a) wiki repórter Naty, POA-RS