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sábado, julho 25, 2009

Vinho nacional começa a disputar o mercado de luxo

Miolo, uma das maiores vinícolas do país, está vendendo 3 mil garrafas, a R$180 cada, pela internet.

Depois de anos de investimentos em melhorias dos parreirais e das tecnologias de vinificação, os vinhos brasileiros de luxo, conhecidos como "superpremium", começam pouco a pouco a ganhar espaço nesse restrito e sofisticado segmento de mercado dominado pelos rótulos importados. Algumas pequenas vinícolas como a gaúcha Lídio Carraro, de Bento Gonçalves, e a catarinense Villa Francioni, de São Joaquim, já nasceram com o foco voltado para esse nicho, mas agora a tendência é reforçada por uma nova aposta da Miolo, uma das maiores empresas do setor no país.

Inspirada no modelo usado pelas vinícolas francesas, a Miolo começou a receber ontem as reservas pela internet para a primeira safra do Sesmarias, um tinto elaborado em 2008 com seis variedades cultivadas na região de Candiota, no sul do Rio Grande do Sul.

As 3 mil garrafas custam R$ 180 cada uma e serão entregues a partir de março de 2010, limitadas a uma caixa por cliente. Outras mil unidades serão vendidas na loja própria em Bento Gonçalves, na serra gaúcha, no ano que vem, mas por cerca de R$ 250, disse o diretor técnico Adriano Miolo.

"Vinhos como esse são o resultado de 20 anos de trabalho das vinícolas nacionais", afirmou o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Henrique Benedetti. Segundo ele, os produtos superpremium saem por mais de R$ 60 no varejo e não passam de 3% da produção brasileira, mas estão avançando. Entre as vinícolas que atuam nessa faixa, com rótulos por até R$ 120, aparecem ainda empresas como as gaúchas Salton e Don Laurindo e a catarinense Quinta Santa Maria.

Na Miolo, as vendas no segmento, que até agora reunia onze marcas com preços até R$ 70 a R$ 80 na vinícola, cresceram dez vezes desde 2002, para 300 mil garrafas por ano, e já representam de 15% a 20% do faturamento, de R$ 70 milhões em 2008.

Ao mesmo tempo, o volume total comercializado triplicou e em 2008 a produção somou 7,5 milhões de litros de vinhos e espumantes em Candiota, Bento Gonçalves e Casa Nova (BA). "Embora sobre bases menores, é o segmento que mais cresce", afirmou Adriano.

Segundo o enólogo, o Sesmarias é parte de um investimento de R$ 40 milhões feito em Candiota desde 2001, incluindo a implantação dos parreirais e da unidade de vinificação.

Só na aquisição de barricas francesas de carvalho e de equipamentos como prensas manuais, além da separação de áreas de cultivo destinadas ao novo produto, a empresa gastou cerca de R$ 1,5 milhão.

Conforme Miolo, o novo vinho é produzido desde a fermentação das uvas dentro das barricas, onde depois repousa por 18 meses até o envase.

Os parreirais destinados à elaboração do Sesmarias têm produtividade de quatro toneladas por hectare, metade da média dos demais vinhedos da empresa, para garantir maior qualidade e concentração de elementos como cor e aroma.

A Miolo já preparou a safra de 2009, que será colocada no mercado em 2011 também com vendas pela internet e na loja própria. "Nossa ideia é que, assim como os franceses, o vinho adquira valor de mercado com o tempo", afirmou o diretor. Por enquanto, as vendas ficarão restritas ao mercado interno.

Com 40 hectares de vinhedos em Bento Gonçalves e Encruzilhada do Sul, no sul do Estado, a Lídio Carraro produz apenas vinhos premium (vendidos a partir de R$ 25 na vinícola) e superpremium desde que chegou ao mercado há cinco anos e meio, explicou a diretora de relações internacionais Patrícia Carraro. Os produtos de ponta chegam a custar, como no caso de um tannat 2005 e um nebbiolo 2006, perto de R$ 190 no varejo próprio ou na loja virtual na internet e a produção dos nove a dez rótulos que compõem o segmento oscila em torno de 50 mil garrafas por ano.

A empresa também produz seus melhores vinhos a partir de parreirais com produtividade abaixo de quatro toneladas por hectare, mas trabalha apenas com tanques de aço inoxidável para evitar interferência da madeira no sabor e não faz qualquer tipo de correção enológica, como taninos e acidez, explicou Patrícia. Segundo ela, a propaganda "boca a boca" é uma das principais indutoras de vendas da empresa, que desde o ano passado começou ainda a exportar para a Europa e América do Norte. Hoje o mercado externo absorve 7% das vendas e até o fim do ano deve chegar a 10%, explicou a executiva.

A Villa Francioni estreou no mercado no fim de 2005 com o lançamento de dois brancos e um rosé e hoje tem como produto de ponta um corte tinto de uvas cabernet sauvignon, cabernet franc, merlot e malbec cultivadas em 50 hectares de vinhedos próprios, informou a presidente do conselho da empresa, Daniela Borges de Freitas. O produto é vendido por R$ 120 na loja virtual da vinícola, que também está preparando o lançamento de um sangiovese com cabernet sauvignon na faixa de R$ 200. "É um projeto de apenas 2 mil garrafas e a venda será limitada", revelou.

Conforme o presidente da Uvibra, a venda de vinhos finos gaúchos, que representam mais de 90% da produção brasileira, aumentou 1,1% nos cinco primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2008, para 5,5 milhões de litros, enquanto os importados tiveram alta de 0,8%, para 15,2 milhões de litros. A Miolo cresceu 5,5% no semestre e espera para o acumulado do ano uma expansão de pelo menos 10% sobre as vendas físicas e o faturamento de 2008, segundo o diretor técnico.
Sérgio Bueno, de Porto Alegre - 24/07/2009

domingo, julho 19, 2009

The Wine Opus - O Livro de 1 Milhão de Dólares

A Kraken Opus é uma editora inglesa especializada em livros de altíssimo luxo. Dentre os títulos já editados, encontram-se obras sobre a Fórmula 1, Maradona, a estilista Vivienne Westwood, a equipe de futebol Arsenal e muitos outros. As edições são caprichadíssimas, luxuosas, pesadas e - claro! - caríssimas.

Só para se ter idéia, o livro sobre a Fórmula 1 custa 3.180 euros e o do Arsenal, o mais caro, é vendido por astronômicos 4.500 euros! Com certeza, são produtos apenas para os happy few.

Pois mesmo com esses exorbitantes parâmetros, a editora agora extrapolou e anunciou a publicação do The Wine Opus, um livro que está sendo oferecido em pré-venda, por nada mais, nada menos do que 1 milhão de dólares!

A preciosa obra terá 850 páginas, pesará 30 quilos e terá uma tiragem de apenas 100 cópias. Basicamente, será a relação das 100 melhores vinícolas do mundo, que serão escolhidas da seguinte forma:

um painel de especialistas fará a seleção das 300 candidatas a fazerem parte do livro;
essas 300 serão, então, submetidas a um grupo de 40 sommeliers que escolherá as 100 melhores do mundo;
e ainda haverá uma terceira etapa que irá decidir, dessas 100, quais as 10 melhores.

Os componentes dos painéis ainda não foram revelados, mas espera-se que, com todo o dinheiro envolvido, sejam convidados os mais destacados profissionais do mundo.

Com certeza, um livro apenas, por mais luxuoso que fosse, não seria suficiente para justificar o ciclópico preço. A cerejinha é que, além dele, cada comprador receberá um caixa de 6 vinhos de cada uma das 100 vinícolas escolhidas! Serão, portanto, 600 garrafas dos mais exclusivos vinhos. Mas, faça as contas: desconsiderando o livro, o preço médio de cada garrafa será 1.667 dólares. Imaginem só se der a louca no painel e eles incluirem um Malbec argentino entre os melhores? É de sentar e chorar!

Se você estiver interessado, corra, porque dos 100 exemplares em pré-venda, 25 já foram adquiridos! (dizem as más línguas que um dos compradores mora no Maranhão). E aqueles que não forem vendidos antecipadamente, serão leiloados após o lançamento, previsto para o terceiro trimestre de 2010.

Fonte:Oscar Daudt - Site Enoeventos

Douro vai produzir menos 13 500 pipas de vinho do Porto

O quantitativo de produção de vinho do Porto para a vindima de 2009 foi fixado em 110 mil pipas.

Serão menos 13 500 pipas relativamente ao ano passado. A decisão foi tomada, ontem, em reunião do Conselho Interprofissional da Região Demarcada do Douro. A Produção contesta, o Comércio aplaude.

O presidente da Casa do Douro, Manuel António Santos, considera a redução da produção "inconcebível" e nota que já estava à espera que tal pudesse acontecer. O responsável desconfia que se venha a dar ainda um passo "mais prejudicial" para quem vive da vitivinicultura: "A redução dos preços". Daí que alerte os intervenientes no sector para a situação problemática dos viticultores que "já estão com a língua de fora e, de caminho, perfeitamente asfixiados!"

Manuel António Santos entende que este até seria um ano para se considerar a constituição de "uma reserva de vinho generoso no Douro, para colocar no mercado em momento mais adequado". Para a concretizar poderiam ser canalizados "alguns dos muitos dos milhões de euros que andam a ser espalhados por aí".

A directora executiva da Associação de Empresas de Vinho do Porto, Isabel Marrana, considera "adequado" o quantitativo fixado, pois vai "evitar que sobre vinho na vindima e permitir a manutenção dos preços". Um objectivo que vê como "essencial e estratégico" para o sector.

A redução era, de resto, esperada, tanto mais que, em 2008, a comercialização de vinho do Porto caiu 5,3% e, no primeiro semestre deste ano, a quebra foi de 3,7% sobre os números do ano anterior. "Não havia outra solução se não ter um benefício mais baixo", frisou Isabel Marrana.
Fonte: EDUARDO PINTO

domingo, julho 12, 2009

Crítico inglês elogia vinhos brasileiros

Jamie Goode, do site Wineanorak, aprova Merlot Grande Vindima da Lidio Carraro e sobretudo o RAR 2004 da Miolo
Em seu blog, o crítico inglês de vinhos Jamie Goode, que mantém o ótimo site Wineanorak e escreve para jornais e publicações impressas de seu país, fez num breve relato publicado no dia 22 de junho uma pequena – mas positiva – avaliação de dois vinhos nacionais: o RAR 2004, da Miolo, e o Merlot Grande Vindima 2004, da Lidio Carraro. Goode disse que o RAR, cuja imagem aparece no site, é um vinho de “classe mundial” e que o Grande Vindima é “bastante bom”. Goode afirmou que a indústria de vinhos no Brasil é séria, apesar de desconhecida no Reino Unido. E disse que vai ficar de olho nos vinhos daqui.

Veja o que o crítico britânico escreveu dos dois vinhos que selecionou (numa tradução livre de seus comentários):

RAR 2004: De uma das regiões mais frias do Brasil (Campos de Cima da Serra), a mais de 1000 metros de altitude. Refinado, nariz sofisticado mostrando frutas frescas, vermelhas e negras, com algum carvalho de classe. Maduro, mas com uma atraente ponta de mineralidade. O palato é bem focado em frutas negras com uma adorável estrutura apimentada. Surpreendentemente parecido com um Bordeaux, apesar de mais próximo do estilo de vinhos do Novo Mundo de clima frio. Realmente bem equilibrado e um esfoço sério. Nota 90/100

Merlot Grande Vindima 2004: Este vinho tem um nariz quente, apimentado, terroso que não é desagradável, mas com um estilo bem antigo. O palato tem alguma fruta madura, mas é fundamentalmente dominado por notas apimentadas quentes, junto com um sutil caráter medicinal/terroso. Seu final é bem seco. Um vinho atraente ainda que levemente rústico. Nota: 85/100
Marcos Pivetta/www.jornaldovinho.com.br
05/07/2008

quinta-feira, julho 09, 2009

João Portugal Ramos lança novo vinho branco

O enólogo e produtor João Portugal Ramos surpreende, mais uma vez, o mercado com o lançamento de um novo vinho branco com a sua marca mais antiga, Vila Santa.

Esta marca já se afirmou no mercado com vinhos tintos de excelência, tendo integrado recentemente as monocastas deste produtor. Junta-se agora o Vila Santa Branco para completar o portfólio.

Proeveniente das castas Antão Vaz, Arinto e Verdelho e fermentado em barrica, o Vila Santa Branco 2008 apresenta uma cor com ligeiros tons esverdeados, aroma a frutos exóticos, elegantes notas de especiarias, resultando um vinho com grande complexidade.

É um vinho fresco e elegante ideal para acompanhar todo o tipo de peixe, pastas e carnes brancas.

Os vinhos de João Portugal Ramos são encontrados no Brasil na Importadora Casa Flora.

terça-feira, julho 07, 2009

Miolo apresenta vinho de US$ 100

Projeto 100 chega ao fim com o lançamento do Sesmarias. Para o enólogo francês Michel Rolland, consultor do projeto, trata-se do “melhor vinho do Brasil”

Foram quase oito anos de decantação. Agora, a Miolo tira oficialmente de sua adega o vinho que custará US$ 100. O anúncio foi feito sábado na sede da vinícola, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS), em evento que teve a presença do renomado enólogo francês Michel Rolland. O especialista deu suporte técnico à produção do novo varietal, intitulado Sesmarias. Trata-se de um vinho feito a partir do corte de diferentes variedades de uvas viníferas, concebido no projeto Fortaleza do Seival, na Campanha Gaúcha. A bebida será a mais cara da Miolo, caracterizando-se como um novo ícone da empresa. Até agora, o vinho mais caro feito pela vinícola era o Lote 43, cujo preço está na casa dos R$ 80.

Cercado de mistério durante todo este tempo, o Sesmarias guarda ainda alguns segredos, como o nome das uvas usadas e sua proporcionalidade. Sabe-se, por exemplo, que a Miolo escolheu seis das 14 variedades que planta em Candiota para conceber o vinho fino. Entre aquelas produzidas na propriedade estão a Touriga Nacional, Petit Verdot, Tempranillo e Cabernet Sauvignon. No entanto, isso não quer dizer que a composição do Sesmarias será sempre a mesma. É possível, ainda, que seja inserida uma sétima variedade no corte já na próxima safra.

O preço, nada modesto para os padrões brasileiros, se justifica pelo modo de produção, que é rico em detalhes - como, por exemplo, o cuidado para colher apenas cachos com menos de um quilo de uva. Assim como o seleto processo, o número de garrafas será limitado a apenas 4044 unidades - o equivalente a um pouco mais de 3 mil litros. Para os próximos lotes, o objetivo é não ultrapassar cinco mil garrafas. Apenas uma vez a Miolo havia feito tão poucas garrafas de um vinho. Foi em 1992, quando lançou seu primeiro produto, o Merlot Reserva. A venda do Sesmarias começará a ser feita em agosto pelo site da empresa. Quem comprar terá que esperar, já que a entrega será feita somente em março do ano que vem. Deste modo, a Miolo inova até mesmo no processo de comercialização. Será a primeira vinícola brasileira a adotar o modelo francês de venda de vinhos conhecido como "Vente de Vins en Primeur" - denominação que significa a reserva dos produtos antes mesmo de chegarem ao mercado.

"Será um grande vinho e arrisco a dizer que será o melhor já feito no Brasil", orgulha-se o enólogo Michel Rolland. Segundo ele, o Sesmarias será reconhecido como um divisor de águas para a vitivinicultura brasileira. Também pudera: o sonho da família Miolo é consequência de grandes investimentos. A vinícola guarda a sete chaves o custo do "Projeto 100", que deu origem ao Sesmarias - que, para Rolland, atingirá seu auge dentro de cinco a dez anos.

Sabe-se que de 2001, quando foram plantadas as primeiras videiras em Candiota, até este ano, já foram investidos aproximadamente R$ 40 milhões. Cerca de R$ 20 milhões tiveram como destino a área de viticultura. O empreendimento da Miolo faz parte de um plano para encorpar a empresa até 2012, transformando-a em uma multinacional do vinho. Para entrar no rol dos grandes players, a Miolo pretende aumentar sua área plantada de 600 para mil hectares. "Nosso objetivo é ter escala para competir globalmente", afirmou Adriano Miolo, diretor técnico da vinícola. No ano passado, a companhia faturou R$ 71,5 milhões. O objetivo, em 2009, é superar a marca em 20%, superando os R$ 85 milhões.
Por: Marcos Graciani / Redação de AMANHÃ