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segunda-feira, junho 18, 2007

CARMENÈRE: FRANCESA DE ORIGEM, MAS CHILENA DE CORAÇÃO.

A história da cepa Carmenère, assim como da vitivinicultura chilena atual, tem suas raízes na França, país de grande conhecimento e desenvolvimento da indústria vinícola. Durante muitos anos as cepas predominantes (e que caíram no gosto popular e se impuseram mundo afora) foram as francesas. Mais recentemente, entretanto, algumas cepas antes esquecidas começaram o seu “revivel”.

É o caso da Malbec na Argentina, uma mera coadjuvante na sua Bordeaux natal, que se tornou a grande estrela da vitivinicultura mendocina; a Tannat, que encontra hoje no Uruguai o seu principal reduto; e a Cermenère, que, de todas estas cepas, é a que tem a história mais curiosa. Vamos a ela!

Nos vinhedos bordaleses do século XIX, a Carmenère convivia com outras uvas locais como a Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, produzindo os famosos vinhos do Médoc.
Em 1860, uma praga devastadora chamada “filoxera” destruiu quase a totalidade dos vinhedos franceses. Bordeaux teria que começar tudo de novo. O processo de replantio se deu enxertando as videiras francesas em videiras norte-americanas, que eram resistentes a diversas pragas e em particular a filoxera. Mas a Carmenère não foi bem sucedida, tendo sido praticamente extinta da França.

Mas bem antes da Filoxera, visionários empreendedores chilenos, convencidos do grande potencial do seu país para a produção de vinhos, levaram mudas de diversas uvas francesas para o lá e dentre elas a Carmenère.

Condições favoráveis de clima e solo acolheram muitas bem estas uvas, mas a Carmenère ficou durante muitos anos, erroneamente confundida com a uva Merlot, até que em 1994, o Francês Jean Michel Boursiquot apresentou um estudo no Sexto Congresso Latino-americano de Viticultura e Enologia, realizado no Chile, identificando a Carmenère. Testes de DNA vieram a comprovar definitivamente a sua verdadeira natureza.

A partir desse momento, a Carmenère ganhou seu nome verdadeiro e reapareceu no cenário vitivinícola mundial e no Chile o seu plantio só fez crescer.

Excelente para misturas ou “assemblage”, a Carmenère dá vinhos bem estruturados, com aromas doces, ligeiros toques vegetais e com bastantes especiarias. É ideal para acompanhar carnes fortes, como cordeiro e caças, massas com molhos condimentados e queijos tipo parmesão.

A proporção da Carmenère na mistura dos grandes vinhos chilenos vem crescendo nos últimos anos. Vinhos como o Almaviva, por exemplo, cada vez mais vem usando a Carmenère nas suas misturas. Com os seus taninos bem maduros, proporcionam vinhos mais redondos e elegantes, menos rústicos.

Embora acredite que sua verdadeira vocação seja para produzir vinhos de corte, o Chile produz hoje excelentes vinhos cem por cento Carmenère.

Temos ótimos Carmenère disponíveis no mercado, com bons preços. Gosto muito dos seguintes: Reserva 1865 Carmenère – Viña San Pedro ( World Wine La Pastina ), Portal Del Alto Carmenère Gran Reserva ( Terramater Importadora), Winemaker Lot Carmenère – Concha y Toro ( Expand Importadora ), Carmenère Reserva – Casa Silva ( Vinhos do Mundo Importadora), Mirador Selection Carmenère – Viña William Cole ( Ana Import ), Arboleda Carmenère – Concha y Toro ( Expand Importadora ), Santa Digna – Vinã Miguel Torres – ( Relocco Importadora ), Carmenère Reserva – Vinã Tabali – ( Grand Cru Importadora ), Carmenère Reserva – Vinã Von Siebenthal - ( Terramater Importadora).

Poderia listar muitos outros, mas deixo esta descoberta para vocês. Saúde!