Pesquisar este blog

sábado, agosto 07, 2010

Rota dos vinhos no Vale dos Vinhedos

Aproveite as vinícolas da Serra Gaúcha para fazer uma viagem pelos sabores dos tintos, brancos e espumantes brasileiros
Camila Sayuri, especial para o iG

Um dos destinos mais visitados do Brasil, a Serra Gaúcha atrai milhares de turistas não apenas pelas charmosas cidades de Gramado e Canela. Há quem procure no friozinho das montanhas o cheiro das uvas, a paisagem dos parrerais, o sotaque italiano dos moradores e os sabores dos bons vinhos.

Localizado a 120 quilômetros de Porto Alegre, o Vale dos Vinhedos fica entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul. A região que recebeu os primeiros imigrantes italianos, em 1985, é a principal produtora de vinhos e espumantes do Brasil.

São mais de 30 vinícolas na região, que produzem bebidas de qualidade internacionalmente reconhecida. Assim como em Bordeaux e Napa Valley, os vinhos e espumantes do Vale dos Vinhedos recebem o selo de Indicação de Procedência.

Várias das vinícolas da região têm visitas guiadas por enólogos, com degustação de vinhos e lojas de produtos. Algumas delas possuem ainda restaurantes e pousada em suas dependências. As visitas podem ser realizadas o ano todo. Entre dezembro e março, porém, ocorre a colheita e os parreirais estão cheios de uva.

A viagem pelo Vale dos Vinhedos pode ter início na cidade de Bento Gonçalves, conhecida como a capital brasileira do vinho. Lá, a bebida se faz presente até longe dos parreirais. A igreja São Bento e o pórtico da cidade têm o curioso formato de pipa (uma espécie de barril) de vinho. Tem até um spa do vinho da rede francesa Caudalie.

Garibaldi, por sua vez, é uma das principais produtoras de espumante do mundo, concentrando 80% da produção nacional. Lá, estão empresas famosas como a Chandon e a Pelegrino.

Como as vinícolas são próximas umas das outras, é possível, de carro pelas estradinhas sinuosas, circular por várias delas num único dia. Uma opção para quem não quiser pegar no volante, principalmente depois de ter degustado goles e goles de vinho, é contratar um passeio com as agências de turismo local. Elas oferecem pacotes que combinam diferentes vinícolas, restaurantes e lojas. Para os mais aventureiros, é uma boa pedida conhecer a região de bicicleta.
Selecionamos algumas vinícolas imperdiveís no Vale dos Vinhedos


EM BENTO GONÇALVES...

Casa Valduga - Linha Leopoldina, s/nº

A Casa Valduga oferece, além das visitas guiadas, degustação e venda de produtos, a opção de hospedagem em suas quatro pousadas. O local possui ainda uma osteria e uma cantina italiana. É também proprietária da Casa da Madeira, que produz geléias, doces, suco de uva e vinagre. Para quem ainda sim quiser saber mais sobre vinhos, são ministrados cursos rápidos de degustação. Tel. (54) 2105-3154.
Horário da visita: De segunda a sábado, das 9h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30, com intervalos de uma hora. Aos domingos e feriados até 15h30.
Preço: Com a aquisição de um vale de R$20, o visitante recebe uma taça com o logotipo da casa e pode visitar a vinícola, os vinhedos e degustar seus vinhos.

Aurora - Rua Olavo Bilac, 500

A cooperativa vinícola Aurora possui alguns vinhos premiados internacionalmente. A visita guiada leva o visitante por corredores até pipas, tanques de inox e barris de carvalho, mostrando os processos de fabricação do vinho. Na Cave di Bacco, são feitas as degustações de alguns dos vinhos da empresa. Tel. (54) 3455-2000.

Horário: De segunda a sábado, das 8h15min às 17h15min, domingos das 8h30min às 11h30min.
Preço: Visita e degustação gratuitas.

Miolo - RS-444, km 21

Na vinícola Miolo, uma das maiores do País, são realizadas visitas guiadas por enólogos e degustação. Em frente aos seus parreirais está o Hotel & Spa do Vinho Caudalie, do qual a empresa é sócia. A Miolo possui também uma Escola do Vinho, que oferece cursos de degustação. Para comer, há o restaurante Osteria Mamma. Tel. (54) 2102-1500/1233.
Horário da visita: De segunda a sábado, das 8h30 às 17h, com intervalos de meia hora. Aos domingos até as 16h.
Preço: São três tipos de degustação, de R$5, R$10 e R$20. O valor pode ser reembolsado na compra de vinhos.

Don Laurindo - Estrada do Vinho - 8 da Graciema

A vinícola Don Laurindo, com belas caves de pedra, produz vinhos, espumantes, grappa, vinho licoroso e vinagre. Os visitantes que passam por lá são recebidos pelos familiares do fundador da vinícola, Laurindo Brandelli. Oferece visitação, degustação e vendas na loja. Tel. (54) 3459-1600.

Horário das visitas: De segunda à sexta, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 12h e das 14h às 17h.
Preço: O vale custa R$15, mas pode ser revertido em compras.

Vinícola Cordelier - RS-470 p/ Porto Alegre, km 219,5

A vinícola Cordelier oferece visitação e degustação. No segundo piso está o restaurante Don Ziero, cuja especialidade é o cordeiro. A empresa, que produz vinhos e espumantes Cordelier e Granja União, está localizada logo na entrada do Vale dos Vinhedos. Tel. (54) 2102-2333.

Horário: As visitas são das 9h30 às 11h e das 13h às 16h, com intervalos de meia hora.
Preço: São dois tipos de visitas guiadas com degustação. O vale de R$5 dá direito à degustação dos vinhos Granja União e um moscatel. Já o vale de R$10 permite provar todos os vinhos Reserva e os espumantes. Este valor pode ser revertido em compras.

Vinícola Salton - Rua Mário Salton, 300, em Bento Gonçalves

Completando 100 anos de existência, a Salton é uma das marcas mais conhecidas no País. Ela fica em Bento Gonçalves, mas não pertence ao Vale dos Vinhedos. No entanto, suas instalações merecem uma visita. Na entrada, um belo relógio solar recebe os turistas. Com 30 mil metros quatros de área construída, possui tanques de inox gigantes, onde pode-se conhecer mais sobre o processo de fabricação. A cave dos espumantes fica a oito metros abaixo do nível da rua e mantém milhares de garrafas de cabeça para baixo Tel. (54) 2105-1000.

Horário de visitação: De segunda à sexta, das 8h30 às 16h30. Sábados, domingos e feriados das 9h30 às 17h30. As visitas ocorrem em intervalos de meia hora.
Preço: A degustação tradicional é gratuita. Um segundo tipo de degustação pode ser feito, na qual são provados quase todos os vinhos da casa, ao custo de R$15.

Marco Luigi - Linha 6 da Leopoldina, Vale dos Vinhedos, s/nº

Localizada em um dos pontos mais altos do Vale dos Vinhedos, a vinícola Marco Luigi foi fundada em 1946 por imigrantes italianos. Ela oferece uma visita completa às instalações, onde o turista conhecerá todo o processo de elaboração das bebidas e as caves. Tel. (54) 3453-2695.

Horário das visitas: Diariamente, das 9h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30
Preço: A visita guiada, com direito à degustação, é gratuita.

Vinícola Geisse (Cave de Amadeu) - Linha Jansen, s/nº, distrito de Pinto Bandeira

A vinícola Geisse, antiga Cave de Amadeu, não fica no Vale dos Vinhedos, mas na microrregião vizinha dos Vinhos de Montanha. Por estar pertinho das demais empresas, vale a pena fazer uma visita. Ela produz um dos melhores espumantes do Brasil, o Cave Geisse Brut. Tem visita guiada e degustação e compras no varejo. Tel. (54) 3455-7461/62/63

Horário das visitas: De segunda à sexta, das 9h às 11h30 e das 13h às 17h. Sábados e domingos das 10h15 às 16h15.
Preço: A visita guiada, com direito à degustação, é gratuita.

EM GARIBALDI...

Chandon - RS-470 para Bento Gonçalves, km 224

A Chandon do Brasil, líder em vinhos espumantes de luxo, instalou-se na Serra Gaúcha em 1973. É uma das quatro subsidiárias do grupo francês LVMH (Möet Hennessy Louis Vuitton), que controla empresas produtoras e Champanhe, como Moët et Chandon e Veuve Clicquot. Oferece visita guiada e degustação. Tel: (54) 3455-7461.

Horário das visitas: De segunda à sexta, das 8h15 às 11h30 e das 13h às 16h45. Aos sábados das 9h30 às 14h30
Preço: a confirmar

Peterlongo - Rua Manoel Peterlongo, 216

A vinícola Peterlongo, pioneira na produção de espumante no Brasil, ganhou legalmente o direito de usar o termo “champagne” em seus produtos. Durante a visitação pode-se aprender as diferenças entre os três métodos de elaboração da bebida (Charmat, Champenoise e Asti) e conferir como eram as primeiras máquinas utilizadas na fabricação. Tel. (54) 3462-1355.

Horário: Às visitas são realizadas das 9h30 às 16h, com intervalos de meia hora. O agendamento pode ser feito pelo telefone (54) 3462.1356.
Preço: A visita é gratuita para grupos acompanhados por uma agente de turismo. Para particulares, é cobrado um vale de R$10, que pode ser revertido na compra de produtos.

segunda-feira, agosto 02, 2010

Importação de vinhos no Brasil cresce 28% no semestre

O ritmo de entrada de vinhos importados no mercado nacional acelerou. No primeiro semestre, a estimativa é que o crescimento médio tenha ficado em 28% em relação ao mesmo período do ano passado. As razões que impulsionam esse cenário são, de um lado, a retração do mercado consumidor europeu, que faz do Brasil um destino para os produtores desovarem estoques, de outro, um movimento de antecipação de compras pelos importadores para evitar gastos com a entrada em vigor, em novembro, do novo selo fiscal de controle.

Entre janeiro e maio, segundo os dados consolidados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), com base em informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a importação de vinho italiano aumentou 58,57%. A alta nas importações de vinho português foi de 24,8%, quase similar à compra de vinhos espanhóis, que cresceu 22,32%. Já a de vinhos franceses aumentou 11,76%.

Como a demanda não experimenta uma explosão de consumo, a tendência é que o preço do vinho caia, já que a oferta vai se expandir e o produto é perecível. "O mercado europeu está realmente muito ruim", diz o dono da Mistral, Ciro Lilla. Ele alerta: "Há muito vinho ruim nessa oferta, produtores de pouca tradição e adegas pequenas sem produto de qualidade."

A implantação do selo fiscal para garantir maior fiscalização sobre o contrabando e diminuir a informalidade era uma reivindicação antiga do setor vitivinícola do País. Os produtores acreditam que o selo servirá para estimular a competitividade do vinho nacional.


Fonte: Agência Estado