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sexta-feira, outubro 17, 2008

Vinho do Porto

O vinho do Porto é uma invenção portuguesa que os ingleses descobriram e fizeram o mundo todo conhecer. Foi nos séculos XVII e XVIII que este vinho, conhecido como “Néctar do Douro”, começou a ser consumido com regularidade pelos ingleses, que inicialmente o compravam na cidade do Porto, daí a origem do seu nome. Depois subiram o rio Douro em direção a sua nascente e promoveram o cultivo de uvas para a elaboração deste vinho.

Atualmente são os franceses os maiores consumidores de vinhos do Porto, mas os melhores exemplares ainda são consumidos pelos ingleses.

A região é reconhecida como uma das primeiras oficialmente demarcadas do mundo, pelo Marques de Pombal em 1756.

É produzido na região do Vale do Rio Douro, em solo xistoso e pouco fértil, tendo como uvas principais as tintas : Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Tinto Cão e Tinta Amarela, e as brancas: Gouveio, Viosinho, Rabigato, Malvasia Fina e Donzelinho

A principal diferença do Porto em relação aos demais vinhos é que sua fermentação é interrompida com a adição de aguardente vínica, preservando o açúcar natural da uva. É chamado de “Vinho Fortificado”, com alto teor alcoólico (20%) e predominantemente doce. Ideal como digestivo e para acompanhar sobremesas. Combina bem com chocolate e é um excelente parceiro para os charutos.

Estilos de Vinho do Porto:

• Ruby – Jovem e frutado. É um corte de diversas safras, envelhecido por 2 ou 3 anos antes de ser engarrafado. Quando feitos de uvas premium recebem a denominação “Reserva” e envelhecem de 3 a 5 anos;
• Tawny – Teoricamente, é envelhecido por mais tempo que o Ruby, porém os mais baratos têm a mesma idade dos Rubies. É o resultado da mistura de vários vinhos, de diversas idades, que estagiaram em tonéis de madeira de 525 litros. Tem aromas delicados de baunilha e frutas secas, como nozes e amêndoas. Os mais antigos podem receber nomes de Fine Tawny ou Superior Tawny;
• Tawny 10, 20, 30 e 40 anos – Mistura de vinhos cuja idade média represente estes anos de envelhecimento em tonéis. Ricos e aveludados;
• Colheita - Vinho de safra única, envelhecido em madeira por no mínimo 7 anos;
• Vintage – Vinho de safra única, declarado vintage pela Comissão do vinho do Porto. Envelhecido 2 anos em madeira antes do engarrafamento, sem filtragem. É o supra-sumo do Porto e envelhece maravilhosamente bem. É o companheiro perfeito para o queijo da Serra da Estrela;
• LBV – Late Bottlet Vintage - Vinho de safra única, não declarado vintage pela Comissão do vinho do Porto. Envelhecido por 4 a 6 anos em madeira, é filtrado antes do engarrafamento. Pronto para o consumo. É o que apresenta a melhor relação qualidade x preço;
• Crusted – Corte de vinhos de mais de uma colheita e engarrafado sem filtragem;
• Porto Branco – Seco, meio-seco ou doce, feitos de uvas brancas. O seco é muito bom como aperitivo e para a elaboração de drinques.

As principais marcas de vinhos do Porto estão presentes no mercado brasileiro. Aprecio muito os seguintes vinhos: Churchill’s Ruby Reserve – Churchill’s - (Expand Importadora), Tawny 20 anos e Quinta das Carvalhas Tawny Reserva – Real Cia. Velha ( Barrinhas Importadora), LBV 1998 – Burmester – (Adega Alentejana), Noval Colheita 1971 – Quinta do Noval – (Grand Cru Importadora), Ruby Six Grapes - Graham’s – (Mistral Importadora), Krohn Vintage 1982 e Tawny 30 anos – Wiese & Krohn – ( World Wine Importadora), LBV 2000 – Offley – (Zahil Importadora/Vitis Trade).

Vinhos nacionais ganham mais espaço na boa mesa brasileira

A alta do dólar já se reflete positivamente na venda dos vinhos nacionais, que ganham cada vez mais espaço na boa mesa. Vinícolas brasileiras aproveitam a oportunidade para aumentar a produção e se animam com as previsões para o fim do ano. A Dal Pizzol espera um aumento de 30% nas vendas dos vinhos nos próximos três meses, comparado ao mesmo período do ano passado.

Como o produto nacional já criou um público cativo, o volume da produção de determinados vinhos, como o Do Lugar Rosé, aumentou em mais de 100%, com relação ao ano passado. A Dal Pizzol vai disponibilizar para os apreciadores da bebida mais de seis mil garrafas, por R$ 28 cada. Em 2007, o mesmo vinho teve suas três mil garrafas comercializadas em menos de quatro meses.

O Rosé é um produto que foi vítima de um círculo vicioso, cheio de preconceitos, mas a qualidade dos produtos nacionais não passou despercebida pelo mercado. O Do Lugar Rose foi o único Rosé classificado entre os 16 vinhos representativos da Safra 2008, durante a XVI Avaliação Nacional de Vinhos, que aconteceu em Bento Gonçalves.

Outra vinícola que expressou grande expectativa para este ano é a Miolo, que prevê alta de 20% no volume de vendas de espumantes brasileiros, para 2,1 milhões de garrafas.

terça-feira, outubro 14, 2008

Bahia lança Enoturismo como novo produto no Vale do São Francisco

O consumo de vinhos entre os brasileiros tem crescido expressivamente nos últimos anos, e a concentração das viniculturas já não se restringe ao Sul do país. A Bahia desponta como um mercado promissor tanto para consumo quanto para produção, agregando, inclusive, mais um serviço na rota do vinho no Vale do São Francisco - o Enoturismo - com a inauguração no dia 11/10, de mais este produto turístico no estado.

É isso mesmo, se até pouco tempo o vinho era uma bebida consumida por poucos brasileiros, imagine conhecer todo o seu processo de produção, desde a preparação do solo, passando pelo cultivo da uva até presenciar o líquido sair engarrafado, pronto para as prateleiras dos supermercados.

Com a inauguração do roteiro do Enoturismo, todos esses passos estão à disposição dos turistas que visitarem Bahia e Pernambuco, uma vez que o roteiro contempla quatro municípios em cada estado.

A aposta neste segmento é grande por parte do governo baiano. O governador Jaques Wagner, aproveitou a inauguração do roteiro turístico para anunciar a reforma completa do aeroporto de Juazeiro, o que facilitará o acesso, atualmente feito por via terrestre, uma vez que de avião só é possível chegar por Petrolina.

Investimentos - As empresas Miolo e Lovara, provenientes do Rio Grande do Sul, investiram cerca de R$ 30 milhões, trouxeram tecnologia de ponta e acabam de firmar parceria com a espanhola Osborne, com previsão de produzir cerca de três milhões de litros de vinho por ano, incluindo vinhos finos, espumantes e brandies.

Se os investidores já estavam confiantes nos bons resultados, com o aumento do dólar frente à moeda nacional, esta confiança cresceu ainda mais, tanto para as vendas internas, quanto para as exportações, como explicou Henrique Benedetti, do grupo Miolo.

Segundo ele, os vinhos chegam ao consumidor final com preços entre R$ 9,90 e R$ 27, e os espumantes variam entre R$ 14,90 e R$ 23. "E é um produto de boa qualidade, bem aceito no mercado nacional e internacional". Ele acrescentou que, em relação à produção do vale do São Francisco, a Bahia representa 30% do consumo, e frente ao mercado nacional, o índice é de 17%.

O governo baiano pretende investir na formação e especialização da mão-de-obra para atender à demanda desta nova oportunidade para a economia baiana. O secretário de turismo, Domingos Leonelli, anunciou a parceria com o Sebrae de Juazeiro para capacitação de pessoal, e também um curso superior de Turismo, que será implantado através da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), alinhado com as necessidades do trade turístico.

"Vamos discutir com o trade turístico para que o estudante tenha uma formação que o permita sair da universidade diretamente para o mercado de trabalho", ressalta Leonelli.

Roteiro – A visita começa pelas vinícolas, onde os turistas terão uma verdadeira "aula", desde o cultivo da uva até à fabricação do vinho, seu armazenamento, além da oportunidade de degustar os diversos sabores produzidos na vinícola.

E o roteiro também é gastronômico, uma vez que os produtores resolveram inovar, e servir como acompanhamento a culinária local, como a carne de bode e o beiju.

Para o presidente do conselho executivo da Osborne, Ignácio Osborne, está na hora de deixar de lado a idéia de que cada vinho tem uma culinária específica, como ainda hoje é indicado que a carne deve ser acompanhada por tinto, ou peixe ser servido com vinho branco. "A combinação deve ficar a critério de cada um e, o melhor vinho é aquele que você gosta", enfatiza o espanhol, que acaba de se integrar ao grupo Miolo.

Ele ainda ressalta que os vinhos devem ser produzidos de acordo com a cultura local. "Aqui, temos que fazer um vinho com a cara dos brasileiros, leve, alegre, pois é assim que vejo este povo. E não um vinho muito encorpado, pesado", conclui Osborne.

E o passeio não pára por aí, os visitantes ainda podem fazer passeio de barco pelo "Velho Chico" para curtir o pôr-do-sol e esticar em um dos bares da orla de Petrolina ou de Juazeiro. Para a presidente da Bahiatursa, Emília Silva, o roteiro está inaugurado e o momento é de se trabalhar para trazer o turista. Para isso, ela convocou os operadores de turismo que estavam presentes para "comprar" a idéia e incluir este destino nos seus catálogos para venda.

Inauguração – A inauguração contou com a presença de políticos da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul (região de origem da Miolo), secretários de estado, o cônsul da Espanha e de Portugal, representantes do turismo nacional e outros interessados na comercialização de vinhos.