A Pinot Noir deve surpreender
Entusiasmados com a qualidade das uvas tintas que serão colhidas no final de fevereiro, os enólogos das regiões produtoras da Serra Gaúcha estão prevendo uma safra excelente de tintos, com muito destaque para a Pinot Noir.
A época da colheita é um momento decisivo, quando é necessário muito calor e pouca chuva para a concentração de açúcares naturais da fruta, o que reverterá em graduação alcoólica, mas não é o único fator para determinar uma bela safra.
Todos os ciclos de uma videira são fundamentais para que a colheita se transforme numa safra excepcional de vinhos: do plantio ao cuidado com a terra, as podas no momento certo, as variações térmicas, a dosagem da água (frio sol e chuva na graduação ideal); são fatores que influenciam a qualidade final das uvas.
Em média, o clima para este período de colheita se apresenta bom. Apesar de alguns picos, não está fazendo muito calor. O frio das noites e o calor dos dias proporcionam um gradiente de temperatura bem acentuado que favorece a maturação fenólica que resulta na melhor coloração e melhor estrutura para o vinho.
Segundo os enólogos da região, este comportamento climático os leva a crer em uma safra muito boa para os vinhos tintos. A uva Pinot Noir deve ser a vedete neste ano. Tudo colaborou para que o melhor desta variedade atinja a "perfeição”, comemoram. Já as brancas precoces (que já foram colhidas, vinificadas e estão fermentando) indicam brancos de excelente qualidade.
A qualidade dos espumantes já está garantida. As variedades Chardonnay e Riesling estão ótimas, mas a Pinot Noir deve ser a cepa que surpreenderá positivamente nesta safra, tanto para elaboração de espumantes quanto para elaboração dos tintos, apostam os enólogos.
Estou torcendo pelo sucesso desta safra e a espera dos excelentes vinhos que estão por chegar. Parabéns e todos os envolvidos neste complexo e apaixonante processo produtivo!!!!
Um pouco das regiões produtoras do Rio Grande do Sul:
Vale dos Vinhedos
Localizado na Serra Gaúcha, especificamente entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo, o Vale dos Vinhedos é uma área privilegiada pela tradição na produção de vinhos finos e por ser a primeira região do Brasil com indicação geográfica, certificada pelo Selo de Indicação de Procedência.
A indicação geográfica é como um Atestado de Qualidade. E quer dizer que o produto é produzido naquela região, segundo regras e padrões rigorosos de qualidade preestabelecidos.
Assim são as regiões conhecidas como Bordeaux, Borgonha, Champagne, Douro, Rioja, etc.
Novidade: há poucos dias, o vale dos Vinhedos teve a sua indicação geográfica reconhecida pela União Européia. É a primeira vez que europeus reconhecem uma denominação de origem de fora. A decisão inédita incluiu também o reconhecimento do Napa Valley, nos Estados Unidos.
Serra Gaúcha
Uma região que evoca beleza, vinhos e amor pela vinicultura. Composta pelas cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi, Farroupilha, Caxias, Flores da Cunha, Ipê, Vacaria, Gramado, Canela, Veranópolis, Cotiporã, entre outras, concentra as maiores produtoras de vinho do Brasil.
Campo de Cima da Serra
Região caracterizada por uma altitude de 1.000m e um dos climas mais frios do Brasil.
Campanha
Os vinhedos estão situados em um local histórico: foi nesta região, no começo do século passado, que surgia uma das primeiras vinícolas do Brasil: a Quinta do Seival.