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quinta-feira, agosto 30, 2007

MALBEC: Coadjuvante no Sudeste da França, mas estrela na vitivinicultura Argentina

Dando continuidade ao tema das uvas francesas que encontraram o seu lugar ao sol fora da sua terra de origem, vamos falar desta vez da uva Malbec, que vem nos presenteando com vinhos deliciosos produzidos na nossa vizinha Argentina.

Proveniente do Sudeste da França, a Malbec sempre foi utilizada para a elaboração de vinhos para corte, em Cahors e Bordeaux. Com muita cor e taninos, era utilizada para dar corpo e cor aos vinhos de Bordeaux, em safras que as tradicionais Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc não tinham boa estrutura. Lá, nunca produziu vinhos elegantes, e sim vinhos pesados e tânicos.

Levada para a Argentina durante o século XIX e instalada na província de Mendoza, parece ter encontrado o seu lugar no mundo. Abundância de sol e grande amplitude térmica (variação de temperatura da noite para o dia ), solos profundos, permeáveis e pobres de material orgânico, aliados a irrigação através da água de degelo da cordilheira dos Andes, favoreceram um bom amadurecimento e concentração de aromas e cor nos grãos, se tornando decisivos para a elaboração de grandes vinhos.

Nos últimos 10 anos, os avanços tecnológicos, os investimentos estrangeiros e a visão de exportação de muitos empresários, têm feito com que os vinhos malbec argentinos sejam reconhecidos internacionalmente e premiados com medalhas em concursos de vinhos importantes.

De cor vermelho púrpura, aromas de violeta, ameixa e toques de chocolate, dando uma sensação doce ao nariz e boca macia, com boa fruta e acidez, os vinhos Malbec vêm agradando em cheio.

Prefiro os que não passam muito tempo em madeira, preservando o seu caráter frutado.

Ótima combinação com as carnes grelhadas, principalmente com os churrascos brasileiros.

Dos Malbec varietais, gosto muito dos seguintes: Punto Final Malbec Reserva 2004 – Bodega Renacer (Terramatter Importadora), Norton Malbec Reserva 2003 – Bodega Norton ( Expand Importadora ), Angelica Zapata Malbec 2002 – Catena Zapata ( Mistral Importadora ), Pulenta Estate Malbec 2005 – ( Grand Cru Importadora ), Afincado Malbec 2003 – Terrazas de Los Andes ( Grupo Chandon ), Cobos Malbec 2003 - ( Grand Cru Importadora ).
Como a Malbec se presta muito bem ao corte, isto é, a misturas com outras uvas, principalmente com a cabernet sauvignon e a merlot, temos excelentes blends de Malbec hoje sendo produzidos.

Dos topes de linha, gosto muito dos seguintes: Poesia Malbec / Cabernet Sauvignon 2002 – Bodega Poesia ( World Wine Importadora ), Nicolás Catena Zapata 2003 – Catena Zapata ( Mistral Importadora ), Cheval Des Andes 2002 – Château Cheval Blanc e Terrazas de Los Andes ( Grupo Chandon ), Caro 2003 – Catena Zapata e Château Lafite Rothschild ( Mistral Importadora ), Zeta 2002 – Família Zuccardi ( Expand Importadora ).

Como a Argentina faz parte do Mercosul, privilegiando-a em termos de tarifas de importação, têm chegado muitos vinhos Malbec baratos ao mercado. Tome cuidado com os de preços muito baixos (inferiores a R$ 15,00 / R$ 18,00 ), pois normalmente decepcionam.

Acima disso, vocês vão encontrar belas surpresas. Até a próxima !!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Salve Paulo, excelente matéria, assim como toda exposição na terça harmonizada em Niterói. É muito gratificante saber de quem tanto conhece e regozija despretensiosamente deste tema que desperta paixões como o vinho.

SAÚDE!

Ricardo Bruno e Elisa Crispino

Anselmo Carneiro disse...

Grande Nicolay,
Fantástico seu blog... matérias excelente com conteudo de grande importancia para nós que tanto amamos o mundo do vinho.
Faz tempo que participo discretamente do seu blog, pois, sempre que ia me cadastar acontecia algum contra tempo, em fim, faz parte.
Grande abraço, sucesso e saúde!
Anselmo Carneiro