Petição junta EUA e Europa na protecção do nome local dos vinhos
Os EUA, que a Europa tanto criticou por usurpar nomes locais dos vinhos, como o do Porto, estão agora unidos aos europeus na defesa das denominações de origem, através de uma petição já com sete mil assinaturas.
Está disponível na Internet uma petição destinada a proteger o local e origem do vinho, para evitar o uso indevido das denominações associadas a um espaço geográfico em vinhos que nada têm a ver as origens exibidas nos rótulos (www.protectplace.com).
Doze regiões - seis europeias (uma portuguesa), cinco norte-americanas e uma australiana - uniram-se e desafiam a população em geral a subscrever e a defender as originalidades locais dos seus vinhos. A ambição é chegar às 10 mil assinaturas.
No caso de Portugal, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) aliou-se à campanha, tal como fez a região francesa de Champagne, a espanhola de Jerez ou a italiana de Chianti.
Novidade são as regiões norte-americanas, como a de Napa Valley, que "começa a sentir os efeitos de utilizações abusivas do seu nome geográfico", explicou ao JN Luciano Vilhena Pereira, presidente do IVDP.
Um "California Port" ou um "California Champagne" arrepia qualquer europeu, mas é um recurso legal nos EUA, apesar de induzir em erro o consumidor, "levando-o a comprar um produto que não é original, contribuindo para a sua confusão e degradação, ou diluição da imagem de marca colectiva em causa", explica Vilhena Pereira.
Com a actual petição, os seus promotores querem que os consumidores norte-americanos tenham acesso a uma informação fidedigna nos rótulos dos seus vinhos e sensibilizá-los para a "veracidade" dos nomes que estão nos rótulo, bem como alertar o legislador americano para o problema, até que os nomes dos vinhos europeus sejam, um dia, usados apenas em vinhos provenientes das respectivas regiões europeias.
O conceito de denominação de origem é europeu e demorou três séculos a ser construído. Em Portugal, há 29 denominações. Vinho do Porto, por exemplo, só o é aquele que é produzido na Região Demarcada do Douro e que tenha as características determinadas pelo IVDP, atestadas com um selo de garantia.
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