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quinta-feira, junho 18, 2009

Amarone della Valpolicella – O grande vinho tinto do Veneto

Proveniente da região do Veneto, nordeste da Itália, tem como cidades de referência, Veneza (a leste), Verona (a oeste), Rovido (ao sul) e Belluno (ao norte). Começou a ganhar fama há menos de duas décadas. Praticamente não existia antes da 2a Grande Guerra.

Antigamente chamado de Reciotto della Valpolicella Amarone, hoje mais conhecido somente como Amarone, é um dos mais encorpados, alcoólicos e extraordinários vinhos da Itália. O Recioto della Valpolicella (sem o nome Amarone) ou, simplesmente, Recioto, é um vinho tinto doce com menor teor alcoólico (12 a 13%), feito do mesmo modo do Amarone, mas a fermentação não se completa, permanecendo açúcar residual (por volta de 30 g de açúcar por litro). Existe também uma versão espumante pouco conhecida, o Recioto della Valpolicella Spumante.

É produzido de forma muito peculiar. O nome recioto vem de recie que no dialeto da região significa orelha (orecchie) que é a parte de cima da uva, mais rica em açúcar. Amarone vem de amaro, amargo, e significa muito amargo ou amargo muito bom. O processo do incomum Amarone se inicia logo após a colheita nos vinhedos das colinas de Valpolicella , os melhores cachos são colhidos e as uvas são colocadas para secar em esteiras dentro de locais bem ventilados durante cerca de três meses. As uvas sofrem desidratação e concentram a glicose e algumas sofrem a ação do fungo Botrytis cinérea, como as uvas de Sauternes. A fermentação alcoólica dura cerca de quarenta dias e é seguida da fermentação secundária, a malolática, que "amacia" o vinho.

O Amarone possui grande estrutura e concentração de aromas, podendo atingir facilmente 15% de álcool. Em boas safras exibe uma variedade de sabores que lembram geléias, doce de ameixa, uva passa, pétalas de rosas e especiarias. Podem ser apreciados jovens ou depois de muitos anos. Além da força e vigor, oferecem também riqueza e sedosidade, sendo capaz de complementar uma variedade de pratos, principalmente caça, como também massas e a maioria dos queijos, especialmente Gorgonzola, Roquefort e Parmigiano-Regiano.

O Amarone também é único porque não existe nenhum igual no mundo. Suas uvas, Corvina, Rondiinella e Molinara são variedades nativas e nunca foram transplantadas para outros lugares, ao contrário das principais cepas francesas.
As palavras classico e superiore também podem ser encontradas nos rótulos de Amarone. Classico refere-se à zona original de produção para o Valpolicella, que é considerada a melhor área de vinhedos da região e Superiore é uma palavra que se aplica a vinhos com teor de álcool natural superior a 12%.

Hoje existem diferentes estilos de Amarone, refletindo técnicas mais modernas de alguns produtores versus métodos tradicionais de outros. De qualquer maneira, independente do estilo, o Amarone é certamente sem igual e exótico. Já ganhou seu merecido lugar entre os mais nobres vinhos tintos da Itália.


Disponíveis no mercado brasileiro, gosto muito dos seguintes: Amarone Clássico Acinatico 2004 – Stefano Accordini (Zahil Importadora), Costasera Amarone della Valpolicella Clássico 2003 – Masi - (Mistral Importadora); Amarone della Valpolicella Clássico 2004 – Allegrini e Amarone della Valpolicella Campo Dei Gigli 2003 – Tenuta Sant’Antonio - (Grand Cru Importadora); Amarone della Valpolicella Riserva Del Fondatore 2005 – Montresor (Expand Importadora); Amarone della Valpolicella Clássico I Castei 2003 – Michele Castellani (Decanter Importadora. Não disponíveis atualmente no mercado brasileiro, mas considerados por muitos os melhores amarones temos: Amarone della Valpolicella 1999 – Dal Forno Romano; Amarone della Valpolicella 1995 – Giuseppe Quintarelli e Amarone della Valpolicella Capitel Monti Olmi 1999 – Tedeschi.

2 comentários:

Celso disse...

Olá, caso alguém tenha interesse possuo algumas garrafas de Costasera Amarone Classico (2006) disponíveis. Obrigado.

Celso disse...

celso_linhares@hotmail.com