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segunda-feira, maio 09, 2011

Expansão da classe C puxa alta do consumo de vinhos

O consumidor baiano tem bebido cada vez mais vinho, seja tinto, branco, rosé ou espumante. A constatação é das vinícolas nacionais ouvidas pela reportagem de A TARDE no Rio Grande do Sul (RS), de onde saem quase 100% dos vinhos nacionais que chegam às prateleiras de mercados, restaurantes e lojas especializadas no Estado. Num cálculo simples dos índices de crescimento dessas vinícolas no Estado, na média, baianos bebedores de vinho têm consumido 40% a mais por ano.

As explicações apontadas pelos produtores são, basicamente, o maior poder aquisitivo da classe C, foco em eventos e festas, mais informação entre a população sobre os vinhos (o consumidor de cerveja migrando para o vinho), a cultura de que o vinho é bebida que empresta status a quem o degusta. Eventos de turismo e de carnaval permitem também a penetração dos vinhos. Por esse motivo, os produtores do Rio Grande do Sul, maior polo de vinhos do País, apostam no mercado da Bahia, que começa a aparecer timidamente mas de forma progressiva nas estatísticas. Somente em 2010, movimentou no País cerca de R$ 2 bilhões, segundo dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).

Índices - Os donos de vinhedos e vinícolas, quase todos filhos ou netos de italianos, não costumam responder quando questionados sobre o faturamento de seus negócios com o vinho, preferindo fazer piada ou mudando de assunto. Nem o Ibravin soube dizer de quanto é a fatia baiana, em valores. Mas o crescimento apontado pelas vinícolas pode dar uma ideia disso.

Uma das grandes desse segmento no País, a Cooperativa Vinícola Garibaldi, que completa 80 anos em 2011, registrou nos últimos dois anos o crescimento de 35% ao ano na venda de espumantes no Estado. A projeção para 2011 é um crescimento de 30% nesse tipo de bebida. “O mercado da Bahia está crescendo, está em franca expansão. Estamos procurando novos mercados que antes não estavam sendo explorados, como casas de eventos, lojas especializadas e outros pontos de venda, o nosso sempre foi o varejo, os supermercados e o atacado. Isso tem dado resultado”, diz a gerência da vinícola.

Outras vinícolas também apontam crescimento similar ou superior. A gigante vinícola Aurora afirma que, entre 2005 e 2010, houve um crescimento de 54% na venda de vinhos para o mercado baiano, com perspectiva de crescimento de 10% em 2011. Outro exemplo é a vinícola Perini, que registrou um crescimento de 300% de 2005 para 2010, tanto em vinhos quanto em espumantes e sucos. Para completar o quadro, os espumantes da Casa Valduga tiveram crescimento de 75% por aqui entre 2008 e 2010. Os chamados vinhos tranquilos desta vinícola (vinhos que não contêm gás carbônico) cresceram 30%.

A gigante e bem-estruturada Miolo aposta numa perspectiva de venda para a Bahia em 2011 de aproximadamente 25 mil litros de vinhos e espumantes, o que representa um crescimento de 10% em relação a 2010. “O consumo de vinhos na Bahia está crescendo de forma consistente e empolgante. É um mercado de grandes oportunidades. Ainda há muito a ser feito por parte da indústria brasileira, mas o consumidor baiano já está valorizando e reconhecendo a qualidade dos nacionais”, diz Marcos Vitale, gerente regional da Miolo Wine Group.
Por Regina Bochicchio

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