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terça-feira, julho 29, 2008

Paris ensaia o renascimento de suas vinícolas

Quatro séculos depois de seu esplendor, plantações de uvas da região de Île de France produzem 40 mil garrafas por ano.

A região de Île de France, que compreende a cidade de Paris e o subúrbio, já foi a maior produtora de vinhos da França, no longínquo século 17. Passados os anos, a ascensão dos vinhos do sul e as pestes agrícolas, o cultivo nas vinícolas dos departamentos tem hoje mais caráter folclórico e turístico - mas não deixa a desejar aos viajantes leigos na cultura do vinho.

Seus roteiros são ideais para quem não dispõe de muitos dias no país, vai passar a maior parte do tempo na capital e deseja conhecer um pouco mais sobre o celebrado produto de exportação francês.

Existem atualmente 152 pequenos vinhedos em Île de France, com uma produção que chega a 40 mil garrafas por ano - a maioria delas preenchida por Chardonnay e Pinot Noir. As adegas e plantações podem ser facilmente visitadas pelos viajantes, que têm a comodidade de não precisarem se afastar dos arredores de Paris para conhecê-las.

A vinícola de Montmartre, precursora do renascimento da viticultura na região, é também a mais visitada. Se você estiver por lá em outubro, não perca a festa da colheita das uvas, as "fête de vendanges", que misturam os vinhos à música, cinema, e, claro, gastronomia. Além dos vinhedos em si, pode-se encontrar em Île de France o museu do Vinho, a poucos metros da torre Eiffel. Lá acontecem cursos, conferências e visitas com degustações abertas ao público.

Apesar de todo o investimento dos últimos anos, a qualidade dos vinhos da região mais rica da França ainda não acompanhou o compasso da produção do sul. O viticultor Eric Recchia, dono do vinhedo Les Grandes Vignes no famoso Val de Loire, explica que as plantações ainda são muito recentes, e a qualidade do produto, portanto, ainda tem que melhorar bastante até receber o selo de "Appellation d'Origine Contrôlée" (certificado de excelência dado pelo governo francês a queijos, vinhos e manteigas).

Por outro lado, se o viajante não se contentar com as propriedades do vinho dessas uvas tão urbanas, não há motivo para irritação: Paris também dispõe de um arsenal de restaurantes com qualidade suficiente para satisfazer os paladares dos enólogos e gastrônomos mais exigentes do mundo.
Grupo Viagem - 29/07/2008

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