Os franceses estão comprando menos vinho - em quantidade - mas aumenta o consumo dos produtos mais caros. Elodie Le Dréan, responsável pelo Departamento de Vinho de Sud de France, concorda que os mais abastados perderam menos com a crise econômica. Mas vê uma razão mais psicológica pela preferência pelo produto de maior valor. Em um momento de crise, as pessoas desejam manter o status, ou pelo menos afagar o próprio ego e consumir um vinho mais caro. Na França, nos últimos dez anos, o consumo de vinhos caiu quase pela metade.
Terra do sol
A especialista francesa em vinhos está no Brasil para promover a região do Sul da França, especialmente a localidade de Languedoc. Ela revelou a esta coluna que está nos planos a abertura de um escritório de promoção em nosso país até 2013, provavelmente em São Paulo. A Sud de France Export tem instalações em Londres, Nova York e Xangai.
Na China, a venda de vinhos de Languedoc cresceu 60% de 2009 para 2010. Se mantiver este ritmo, empata ainda em 2011 com o Canadá como principal destino dos vinhos da localidade fora da Europa e se aproxima do líder no continente, a Alemanha.
O crescimento das vendas no Brasil é ainda mais impressionante em termos percentuais (143% de 2009 para 2010), mas o valor - 309 mil euros - representa cerca de 3% do consumo chinês. Na Europa, as exportações de vinho de Languedoc vêm caindo - ou desabando, como no caso da Suécia, queda de 34%.
O objetivo da comitiva do Sul da França é divulgar a qualidade de seus vinhos a partir dos predicados da região, como as paisagens, o patrimônio histórico e a variada cozinha, explica Elodie Le Dréan.
Fonte: Monitor Mercantil Digital
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terça-feira, outubro 11, 2011
Safra de dólares irriga o vinho argentino
Região cercada por cadeias de montanhas cobertas de neve produz os melhores Malbecs do mundo
A crise global que estremece as relações comerciais de todo o mundo parece não ter chegado ao mundo do vinho argentino. O entusiasmo por lá é tanto, que os produtores pouco estão se importando com a redução do consumo interno, hoje em 30 litros per capita, quando há 20 anos alcançava a estratosférica marca de 90 litros per capita. A ordem é seguir exportando cada vez mais para mercados tradicionais como Estados Unidos e Brasil e, se possível, entrar em novos nichos.
A safra de dólares colhida com a exportação nos últimos anos é o néctar que alimenta a euforia. E não por acaso. Até julho de 2011, a exportação de vinhos em garrafa chegou a US$ 404 milhões, um crescimento de 11,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto o preço médio subiu 6%. Em volume físico, foram 107 milhões de litros. Para efeito de comparação, o Brasil faturou apenas US$ 2,3 milhões com a exportação de 1 milhão de litros em 2010. Em compensação, importou 75,3 milhões de litros, no período, sendo 26,5 milhões do Chile e 18 milhões da Argentina, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
Mendoza, uma província árida estacionada no meio-oeste do território argentino, responde por 80% da produção vitivinícola do país. Com altitudes e temperaturas ideais ao cultivo de videiras, a região é celebrada como uma das melhores do mundo à produção de vinhos. A baixa incidência de chuvas, de não mais do que 200 milímetros por ano, exige dos produtores um esforço extra de irrigação o ano inteiro. Mas é justamente esta característica que confere à uva condições excepcionais de desenvolvimento. O clima desértico evita o ataque de pragas e, consequentemente, a necessidade de pulverização com agroquímicos. Por essas condições favoráveis, cresce no território argentino também a produção de vinhos orgânicos certificados.
Falar de vinho argentino é falar de Malbec. Embora originária do Sudoeste da França, a variedade se adaptou melhor ao solo argentino do que a qualquer outro. Lá, encontrou as condições ecológicas ideais ao seu desenvolvimento, gerando vinhos excepcionais. O país é reconhecido como o produtor dos mais refinados Malbecs, e os de Mendoza são considerados os melhores do mundo. Caiu na preferência dos americanos, hoje o principal mercado, com importações totais - incluindo outras variedades - de US$ 154,8 milhões até julho deste ano. Embora a produção e a exportação se estendam aos tintos Cabernet Sauvignon e Bonarda, entre outros, e aos brancos Chardonnay, Sauvignon Blanc e Torrontés, o Malbec sintetiza a preferência do consumidor tanto nos EUA quanto no Brasil.
Brasil na mira de los hermanos
Terceiro destino dos vinhos argentinos, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá, o Brasil é visto pelos produtores e exportadores da Argentina como uma espécie de meca potencial de consumo. Afinal, o brasileiro consome menos de 2 litros de vinho per capita anualmente (só os argentinos consomem 30 litros), o que dá a ideia da possibilidade de ampliação do mercado não só para os vinhos produzidos na Argentina como também no Brasil. E os argentinos sabem disso. A Trapiche, uma das maiores vinícolas locais, encomendou recentemente a uma consultoria um estudo sobre os hábitos de consumo da nova classe média brasileira. Lá como aqui, quem produz e vende sabe que, nos últimos 10 anos, 40 milhões de brasileiros (o equivalente à população inteira da Argentina) foram alçados a uma condição de poder de compra que merece atenção especial. "Só nas categorias de vinhos entre R$ 20,00 e R$ 40,00 a garrafa estimamos crescimento de 5% no Brasil este ano", comemora o manager da Trapiche, Ramiro Barrios. "O Brasil desponta como um enorme mercado para vinhos", emenda o economista do Consejo Federal de Inversiones da Argentina Diego Javier Gomez.
Mendoza é quase um milagre no árido deserto do país
A cidade de Mendoza, capital da província de mesmo nome, é um dos tantos locais onde a capacidade de superação do homem se materializa plenamente. As mesmas mãos que fazem o vinho fizeram os imensos diques e canais que abastecem a cidade e os parreirais o ano todo. Mendoza é quase um milagre no meio do deserto. O índice pluviométrico de 200 milímetros anuais inviabilizaria a vida na cidade não fossem os projetos de irrigação que garantem reservas e distribuição de água por canais à população e aos vinhedos durante os 365 dias do ano. Toda a água consumida não só na cidade quanto no interior da província é originária do represamento no rio Mendoza e do derretimento das geleiras eternas do chamado Cordão do Prata, uma cadeia de montanhas rochosas que integra a Cordilheira dos Andes. É no verão que a água despenca de montanhas que podem atingir até 5 mil metros de altura para abastecer as barragens.
Torrontés faz a fama de Cafayate
Nem só de tinto Malbec vive a fama argentina de grande produtora de vinhos. Uma variedade de uva branca cultivada principalmente na província de Salta, a noroeste do território, é a nova mania dos apreciadores da bebida. Trata-se da variedade Torrontés. A Argentina é o único país do mundo que a produz. Seu reconhecimento veio dos vinhedos do Vale de Cafayate, em Salta. Graças ao microclima dessa região, a videira teve ali um desenvolvimento excepcional, dando como resultado vinhos frutados, saborosos e duradouros. O Torrontés é uma variedade adaptada ao solo argentino, que teria surgido do cruzamento natural entre as uvas Moscatel e Criolla Chica.
A cidade de Cafayate, um pequeno conglomerado urbano de não mais do que 15 mil habitantes, é a porta de entrada do vale coberto de videiras. A pequena cidade recebe milhares de turistas o ano todo em busca de sossego, clima de montanha, artesanato e, naturalmente, bons vinhos.
Luiz Guimarães, de Mendoza, Argentina
Jornal do Comércio
A crise global que estremece as relações comerciais de todo o mundo parece não ter chegado ao mundo do vinho argentino. O entusiasmo por lá é tanto, que os produtores pouco estão se importando com a redução do consumo interno, hoje em 30 litros per capita, quando há 20 anos alcançava a estratosférica marca de 90 litros per capita. A ordem é seguir exportando cada vez mais para mercados tradicionais como Estados Unidos e Brasil e, se possível, entrar em novos nichos.
A safra de dólares colhida com a exportação nos últimos anos é o néctar que alimenta a euforia. E não por acaso. Até julho de 2011, a exportação de vinhos em garrafa chegou a US$ 404 milhões, um crescimento de 11,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto o preço médio subiu 6%. Em volume físico, foram 107 milhões de litros. Para efeito de comparação, o Brasil faturou apenas US$ 2,3 milhões com a exportação de 1 milhão de litros em 2010. Em compensação, importou 75,3 milhões de litros, no período, sendo 26,5 milhões do Chile e 18 milhões da Argentina, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
Mendoza, uma província árida estacionada no meio-oeste do território argentino, responde por 80% da produção vitivinícola do país. Com altitudes e temperaturas ideais ao cultivo de videiras, a região é celebrada como uma das melhores do mundo à produção de vinhos. A baixa incidência de chuvas, de não mais do que 200 milímetros por ano, exige dos produtores um esforço extra de irrigação o ano inteiro. Mas é justamente esta característica que confere à uva condições excepcionais de desenvolvimento. O clima desértico evita o ataque de pragas e, consequentemente, a necessidade de pulverização com agroquímicos. Por essas condições favoráveis, cresce no território argentino também a produção de vinhos orgânicos certificados.
Falar de vinho argentino é falar de Malbec. Embora originária do Sudoeste da França, a variedade se adaptou melhor ao solo argentino do que a qualquer outro. Lá, encontrou as condições ecológicas ideais ao seu desenvolvimento, gerando vinhos excepcionais. O país é reconhecido como o produtor dos mais refinados Malbecs, e os de Mendoza são considerados os melhores do mundo. Caiu na preferência dos americanos, hoje o principal mercado, com importações totais - incluindo outras variedades - de US$ 154,8 milhões até julho deste ano. Embora a produção e a exportação se estendam aos tintos Cabernet Sauvignon e Bonarda, entre outros, e aos brancos Chardonnay, Sauvignon Blanc e Torrontés, o Malbec sintetiza a preferência do consumidor tanto nos EUA quanto no Brasil.
Brasil na mira de los hermanos
Terceiro destino dos vinhos argentinos, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá, o Brasil é visto pelos produtores e exportadores da Argentina como uma espécie de meca potencial de consumo. Afinal, o brasileiro consome menos de 2 litros de vinho per capita anualmente (só os argentinos consomem 30 litros), o que dá a ideia da possibilidade de ampliação do mercado não só para os vinhos produzidos na Argentina como também no Brasil. E os argentinos sabem disso. A Trapiche, uma das maiores vinícolas locais, encomendou recentemente a uma consultoria um estudo sobre os hábitos de consumo da nova classe média brasileira. Lá como aqui, quem produz e vende sabe que, nos últimos 10 anos, 40 milhões de brasileiros (o equivalente à população inteira da Argentina) foram alçados a uma condição de poder de compra que merece atenção especial. "Só nas categorias de vinhos entre R$ 20,00 e R$ 40,00 a garrafa estimamos crescimento de 5% no Brasil este ano", comemora o manager da Trapiche, Ramiro Barrios. "O Brasil desponta como um enorme mercado para vinhos", emenda o economista do Consejo Federal de Inversiones da Argentina Diego Javier Gomez.
Mendoza é quase um milagre no árido deserto do país
A cidade de Mendoza, capital da província de mesmo nome, é um dos tantos locais onde a capacidade de superação do homem se materializa plenamente. As mesmas mãos que fazem o vinho fizeram os imensos diques e canais que abastecem a cidade e os parreirais o ano todo. Mendoza é quase um milagre no meio do deserto. O índice pluviométrico de 200 milímetros anuais inviabilizaria a vida na cidade não fossem os projetos de irrigação que garantem reservas e distribuição de água por canais à população e aos vinhedos durante os 365 dias do ano. Toda a água consumida não só na cidade quanto no interior da província é originária do represamento no rio Mendoza e do derretimento das geleiras eternas do chamado Cordão do Prata, uma cadeia de montanhas rochosas que integra a Cordilheira dos Andes. É no verão que a água despenca de montanhas que podem atingir até 5 mil metros de altura para abastecer as barragens.
Torrontés faz a fama de Cafayate
Nem só de tinto Malbec vive a fama argentina de grande produtora de vinhos. Uma variedade de uva branca cultivada principalmente na província de Salta, a noroeste do território, é a nova mania dos apreciadores da bebida. Trata-se da variedade Torrontés. A Argentina é o único país do mundo que a produz. Seu reconhecimento veio dos vinhedos do Vale de Cafayate, em Salta. Graças ao microclima dessa região, a videira teve ali um desenvolvimento excepcional, dando como resultado vinhos frutados, saborosos e duradouros. O Torrontés é uma variedade adaptada ao solo argentino, que teria surgido do cruzamento natural entre as uvas Moscatel e Criolla Chica.
A cidade de Cafayate, um pequeno conglomerado urbano de não mais do que 15 mil habitantes, é a porta de entrada do vale coberto de videiras. A pequena cidade recebe milhares de turistas o ano todo em busca de sossego, clima de montanha, artesanato e, naturalmente, bons vinhos.
Luiz Guimarães, de Mendoza, Argentina
Jornal do Comércio
Vinhos: Um do Alentejo e outro do Tejo eleitos os melhores da Vinipax em Beja
O tinto Herdade do Peso Ícone 2007, um regional alentejano, e o branco Marquesa de Alorna Reserva 2009, de Denominação de Origem Controlada (DOC) do Tejo, foram eleitos os melhores vinhos da feira Vinipax deste ano.
Nas categorias tinto e branco, os dois vinhos foram considerados, por um júri internacional de jornalistas e especialistas, os melhores entre os presentes na Vinipax e receberam o prémio “FIJEV-Vinipax 2011”.
O certame decorreu nos últimos três dias em Beja e reuniu cerca de 300 vinhos de produtores de referência das regiões do Alentejo, Algarve, Península de Setúbal e Tejo e o prémio foi atribuído pela Vinipax em parceria com a Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores de Vinho (FIJEV).
O tinto Herdade do Peso Ícone 2007 é produzido na Vidigueira pela Sogrape e o branco Marquesa de Alorna Reserva 2009 é produzido em Almeirim pela Quinta da Alorna.
Fonte: DiariOnline - Algarve
Nas categorias tinto e branco, os dois vinhos foram considerados, por um júri internacional de jornalistas e especialistas, os melhores entre os presentes na Vinipax e receberam o prémio “FIJEV-Vinipax 2011”.
O certame decorreu nos últimos três dias em Beja e reuniu cerca de 300 vinhos de produtores de referência das regiões do Alentejo, Algarve, Península de Setúbal e Tejo e o prémio foi atribuído pela Vinipax em parceria com a Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores de Vinho (FIJEV).
O tinto Herdade do Peso Ícone 2007 é produzido na Vidigueira pela Sogrape e o branco Marquesa de Alorna Reserva 2009 é produzido em Almeirim pela Quinta da Alorna.
Fonte: DiariOnline - Algarve
domingo, outubro 09, 2011
Vinho brasileiro. Além da Serra Gaúcha
Uma das agradáveis surpresas do tour pela Serra Gaúcha a convite do Ibravin foi conhecer produtores de outras regiões do Rio Grande do Sul que não Bento Gonçalves e adjacências. Ao menos três painéis trataram do assunto de um modo ou de outro.
As principais apostas estão no sul do estado, na região da Campanha, fronteiriça com o Uruguai. Mas a Serra do Sudeste, um pouco mais ao sul da Serra Gaúcha, os Campos de Cima da Serra, região de altitude um pouco mais ao norte, quase na fronteira de Santa Catarina e a região do Alto Uruguai, mais a oeste, também trazem surpresas.
Assim como a Miolo investe na Campanha, a Valduga aposta na Serra do Sudeste ou, como preferem chamar, Encruzilhada da Serra. Mas destes gigantes teremos outras chances de falar. Quero focar nos produtores menores ou mais novos.
A primeira vinícola instalada na Encruzilhada da Serra é a Coppeti, de quem tomei um excelente espumante charmat feito com 70% de chardonnay e o restante de cabernet sauvignon e merlot, vinificados em branco. Passa três meses em contato com as leveduras, o que lhe dá aroma de miolo de pão sutil, frutas cítricas, ótima perlage, leveza, frescor, acidez delicada. Deve chegar ao consumidor por R$ 30.
A Lidio Carraro traz da mesma região o excelente Dádivas Chardonnay 2010. Com 13% de álcool, não passa por madeira. Tem aroma lácteo, floral, acidez delicada, muita untuosidade, mineralidade e belo corpo. Sua elegância é rara em se tratando de brancos do novo mundo. R$ 45 para o consumidor final é pechincha.
Da região dos Campos de Cima da Serra, mais especificamente do município de Muitos Capões, situado entre 800 e 1.000m de altitude, a simpática Aracuri, um projeto jovem, iniciado em 2005, traz um corte de cabernet sauvignon e merlot na proporção 60/40, safra 2009, com 13,4% de álcool, sem madeira, de cor vermelho-rubi translúcida, aroma de especiarias, frutas vermelhas, equilibrado, elegante, sem nenhum defeito. Um vinho direto e honesto por R$ 38.
Da vizinha Caxias do Sul, mas com vinhedos plantados no ano de 2000 em Santa Lúcia e São Francisco, a Quinta Don Bonifácio, única a produzir vinhos finos na cidade, e com uma gama enorme de produtos que inclui suco, vinhos brancos e tintos, em garrafas e em bag-in-box, apresentou um ótimo espumante charmat rosado brut, feito com um interessante corte de merlot, sangiovese e chardonnay, safra 2010, 12% de álcool, com perlage correta, cor rosa pálido, aroma de frutas vermelhas e banana, acidez agradável, sem traço de amargor, muito equilibrado.
Já citada nesta coluna, o Antonio Dias Tannat 2008, produzido na região de Alto Uruguai, Três Palmeiras, Rio Grande do Sul, vale ser lembrado. Com produtividade de apenas 1,33 garrafas de 750 ml por planta, 14% de álcool, amadurece por dez meses em barris de carvalho francês. De cor vermelho-rubi intenso, nariz ótimo, com aromas de frutas vermelhas maduras, chocolate e café. Na boca é bem estruturado, potente, com bom corpo, taninos macios, boa acidez e um retrogosto prolongado. R$ 48,90.
A Campanha parece ser, realmente, um novo Eldorado para o vinho brasileiro. O Quinta do Seival Castas Portuguesas já o demonstrava e sua versão na casta tannat foi uma das grandes estrelas da Avaliação Nacional de Vinhos 2011.
No painel sobre a região, encontramos nosso conhecido Cordilheira de Santana Chardonnay 2005 Reserva Especial, 14% de álcool. Com 30% de passagem em madeira, tem aroma delicioso, ótima acidez, na boca é potente, untuoso e de ótima persistência. Um branco brasileiro de seis anos ainda inteiro. Completamente íntegro. Para calar a boca dos descrentes. R$ 50 a R$ 60.
A jovem Dunamis, que aposta em vinhos diretos, descomplicados e, principalmente, no seu espumante charmat, trouxe da Campanha um ótimo corte de sauvignon blanc e chardonnay, batizado com o filosófico nome Ser. Safra 2010, leve e elegante, tem 11,5% de álcool, aromas tostados, cítrico delicado e final muito agradável. Ser simples neste caso é uma qualidade. R$ 29,90 em todo o Brasil.
E, por fim, a vinícola Província de São Pedro traz uma das histórias e um dos vinhos mais sui generis da região. Parceria da família Darricarrère, franco-argelina, com dez gerações de experiência no mundo do vinho e espalhada hoje entre França, Califórnia, Uruguai e agora Brasil, com o fruticultor canadense Michel Routhier, o projeto se iniciou em 2002.
Adeptos do slow food, apresentaram um interessante cabernet sauvignon cuveé feito com 20% da safra de 2008, 14% de álcool e 80% da safra de 2009, com 12% de álcool, que resultou num vinho de 12,5%. De cor vermelho rubi translúcido, aroma de frutas vermelhas, compota, café, na boca tem paladar macio e toques de especiarias.
Ninguém pode dizer que não seja a mais francesa das jovens vinícolas brasileiras. E isto, com certeza, é sua grande contribuição ao vinho brasileiro, tão embasado na cultura do imigrante italiano. Infelizmente, o consumidor de fora de Porto Alegre terá de se esforçar para encontrar uma das 5 mil garrafas produzidas deste ótimo tinto que custa, por lá, em torno de R$ 40. Nada é perfeito.
Fonte: Maurício Tagliari
As principais apostas estão no sul do estado, na região da Campanha, fronteiriça com o Uruguai. Mas a Serra do Sudeste, um pouco mais ao sul da Serra Gaúcha, os Campos de Cima da Serra, região de altitude um pouco mais ao norte, quase na fronteira de Santa Catarina e a região do Alto Uruguai, mais a oeste, também trazem surpresas.
Assim como a Miolo investe na Campanha, a Valduga aposta na Serra do Sudeste ou, como preferem chamar, Encruzilhada da Serra. Mas destes gigantes teremos outras chances de falar. Quero focar nos produtores menores ou mais novos.
A primeira vinícola instalada na Encruzilhada da Serra é a Coppeti, de quem tomei um excelente espumante charmat feito com 70% de chardonnay e o restante de cabernet sauvignon e merlot, vinificados em branco. Passa três meses em contato com as leveduras, o que lhe dá aroma de miolo de pão sutil, frutas cítricas, ótima perlage, leveza, frescor, acidez delicada. Deve chegar ao consumidor por R$ 30.
A Lidio Carraro traz da mesma região o excelente Dádivas Chardonnay 2010. Com 13% de álcool, não passa por madeira. Tem aroma lácteo, floral, acidez delicada, muita untuosidade, mineralidade e belo corpo. Sua elegância é rara em se tratando de brancos do novo mundo. R$ 45 para o consumidor final é pechincha.
Da região dos Campos de Cima da Serra, mais especificamente do município de Muitos Capões, situado entre 800 e 1.000m de altitude, a simpática Aracuri, um projeto jovem, iniciado em 2005, traz um corte de cabernet sauvignon e merlot na proporção 60/40, safra 2009, com 13,4% de álcool, sem madeira, de cor vermelho-rubi translúcida, aroma de especiarias, frutas vermelhas, equilibrado, elegante, sem nenhum defeito. Um vinho direto e honesto por R$ 38.
Da vizinha Caxias do Sul, mas com vinhedos plantados no ano de 2000 em Santa Lúcia e São Francisco, a Quinta Don Bonifácio, única a produzir vinhos finos na cidade, e com uma gama enorme de produtos que inclui suco, vinhos brancos e tintos, em garrafas e em bag-in-box, apresentou um ótimo espumante charmat rosado brut, feito com um interessante corte de merlot, sangiovese e chardonnay, safra 2010, 12% de álcool, com perlage correta, cor rosa pálido, aroma de frutas vermelhas e banana, acidez agradável, sem traço de amargor, muito equilibrado.
Já citada nesta coluna, o Antonio Dias Tannat 2008, produzido na região de Alto Uruguai, Três Palmeiras, Rio Grande do Sul, vale ser lembrado. Com produtividade de apenas 1,33 garrafas de 750 ml por planta, 14% de álcool, amadurece por dez meses em barris de carvalho francês. De cor vermelho-rubi intenso, nariz ótimo, com aromas de frutas vermelhas maduras, chocolate e café. Na boca é bem estruturado, potente, com bom corpo, taninos macios, boa acidez e um retrogosto prolongado. R$ 48,90.
A Campanha parece ser, realmente, um novo Eldorado para o vinho brasileiro. O Quinta do Seival Castas Portuguesas já o demonstrava e sua versão na casta tannat foi uma das grandes estrelas da Avaliação Nacional de Vinhos 2011.
No painel sobre a região, encontramos nosso conhecido Cordilheira de Santana Chardonnay 2005 Reserva Especial, 14% de álcool. Com 30% de passagem em madeira, tem aroma delicioso, ótima acidez, na boca é potente, untuoso e de ótima persistência. Um branco brasileiro de seis anos ainda inteiro. Completamente íntegro. Para calar a boca dos descrentes. R$ 50 a R$ 60.
A jovem Dunamis, que aposta em vinhos diretos, descomplicados e, principalmente, no seu espumante charmat, trouxe da Campanha um ótimo corte de sauvignon blanc e chardonnay, batizado com o filosófico nome Ser. Safra 2010, leve e elegante, tem 11,5% de álcool, aromas tostados, cítrico delicado e final muito agradável. Ser simples neste caso é uma qualidade. R$ 29,90 em todo o Brasil.
E, por fim, a vinícola Província de São Pedro traz uma das histórias e um dos vinhos mais sui generis da região. Parceria da família Darricarrère, franco-argelina, com dez gerações de experiência no mundo do vinho e espalhada hoje entre França, Califórnia, Uruguai e agora Brasil, com o fruticultor canadense Michel Routhier, o projeto se iniciou em 2002.
Adeptos do slow food, apresentaram um interessante cabernet sauvignon cuveé feito com 20% da safra de 2008, 14% de álcool e 80% da safra de 2009, com 12% de álcool, que resultou num vinho de 12,5%. De cor vermelho rubi translúcido, aroma de frutas vermelhas, compota, café, na boca tem paladar macio e toques de especiarias.
Ninguém pode dizer que não seja a mais francesa das jovens vinícolas brasileiras. E isto, com certeza, é sua grande contribuição ao vinho brasileiro, tão embasado na cultura do imigrante italiano. Infelizmente, o consumidor de fora de Porto Alegre terá de se esforçar para encontrar uma das 5 mil garrafas produzidas deste ótimo tinto que custa, por lá, em torno de R$ 40. Nada é perfeito.
Fonte: Maurício Tagliari
sexta-feira, outubro 07, 2011
Você sabia que existem catorze tamanhos oficiais de garrafas de vinho!
E quanto maior é a garrafa de vinho melhor é o produto!
Desde a invenção das garrafas de vidro para envasar o vinho, surgiram muitas formas e tamanhos adotados pelos produtores, até os moldes atuais nos padrões bordaleses e borgonheses. Existiu tempo em que na Inglaterra era proibida a venda em garrafas por proteção ao consumidor, vez que os fiscais duvidavam da real quantidade envasada. Naquela época (iníco séc.XX) o próprio cliente levava seu vasilhame para encher de vinho. Que doideira, hein... A garrafa na foto é do famoso champanhe Drappier, de 30 Lt (40 grfs.), medindo 1,21 metros, que é produzida apenas 20 por ano!
Mas hoje usamos as garrafas de vidro com os formatos abaixo, cuja lista me foi apresentada por Raquel Alves, da confraria Amigas do Vinho e minha professora da cadeira de Vinhos, da Faculdade. Vamos a elas - anotem aí no caderninho mais esta CURIOSIDADE:
•Standard – 750ml
•Magnum – 1,5 Lt (equivalente a 2 garrafas standard)
•Double Magnum – 3,0 Lt (equivalente a 4 garrafas, apenas Bordeaux)
•Jeroboam – 3,0 a 4,5 Lt (4 garrafas – Champagne e Burgundy, 6 garrafas – Bordeaux)
•Rehoboam – 4,5 Lt (6 garrafas – Champagne e Burgundy)
•Imperial – 6,0 Lt (8 garrafas, apenas Bordeaux)
•Methuselah – 6,0 Lt (8 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Salmanazar – 9,0 Lt (12 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Balthazar – 12,0 Lt (16 garrafas)
•Nebuchadnezzar – 12,0 a 15,0 Lt (16 a 20 garrafas, dependendo do país de origem)
•Melchior – 18,0 Lt (24 garrafas)
•Solomon – 20,0 Lt (28 garrafas, apenas Champagne)
•Sovereign – 25,0 Lt (33,3 garrafas, apenas Champagne)
•Maximus – 130,0 Lt (173,3 garrafas – apenas 1 foi fabricada - no formato Bordeaux)
Interessante notar que a maioria dos nomes são em alusão a personagens bíblicos.
Quão santos eram estes bebedores de vinho. Amém!!
Fonte: Decantando a Vida
Desde a invenção das garrafas de vidro para envasar o vinho, surgiram muitas formas e tamanhos adotados pelos produtores, até os moldes atuais nos padrões bordaleses e borgonheses. Existiu tempo em que na Inglaterra era proibida a venda em garrafas por proteção ao consumidor, vez que os fiscais duvidavam da real quantidade envasada. Naquela época (iníco séc.XX) o próprio cliente levava seu vasilhame para encher de vinho. Que doideira, hein... A garrafa na foto é do famoso champanhe Drappier, de 30 Lt (40 grfs.), medindo 1,21 metros, que é produzida apenas 20 por ano!
Mas hoje usamos as garrafas de vidro com os formatos abaixo, cuja lista me foi apresentada por Raquel Alves, da confraria Amigas do Vinho e minha professora da cadeira de Vinhos, da Faculdade. Vamos a elas - anotem aí no caderninho mais esta CURIOSIDADE:
•Standard – 750ml
•Magnum – 1,5 Lt (equivalente a 2 garrafas standard)
•Double Magnum – 3,0 Lt (equivalente a 4 garrafas, apenas Bordeaux)
•Jeroboam – 3,0 a 4,5 Lt (4 garrafas – Champagne e Burgundy, 6 garrafas – Bordeaux)
•Rehoboam – 4,5 Lt (6 garrafas – Champagne e Burgundy)
•Imperial – 6,0 Lt (8 garrafas, apenas Bordeaux)
•Methuselah – 6,0 Lt (8 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Salmanazar – 9,0 Lt (12 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Balthazar – 12,0 Lt (16 garrafas)
•Nebuchadnezzar – 12,0 a 15,0 Lt (16 a 20 garrafas, dependendo do país de origem)
•Melchior – 18,0 Lt (24 garrafas)
•Solomon – 20,0 Lt (28 garrafas, apenas Champagne)
•Sovereign – 25,0 Lt (33,3 garrafas, apenas Champagne)
•Maximus – 130,0 Lt (173,3 garrafas – apenas 1 foi fabricada - no formato Bordeaux)
Interessante notar que a maioria dos nomes são em alusão a personagens bíblicos.
Quão santos eram estes bebedores de vinho. Amém!!
Fonte: Decantando a Vida
Na Califórnia, Napa e Wine Country têm rico enoturismo
Saudando o renascimento da cidade de Napa, na região vitivinícola homônima, em NorCal, a edição de junho da revista "Wine Spectator'' (www.winespectator.com) atribui ao vale do Napa (www.legendarynapavalley.com) o título de primeiro destino nos EUA para beber vinhos finos e comer.
Entre as mais de 280 vinícolas desse vale, há produtores e métodos tradicionais e, também, vinhos que inovam.
Mas, embora a região do Napa se jacte de ter "mais restaurantes estrelados pelo guia 'Michelin' per capita do que qualquer outra", mais ao sul na Califórnia, o enoturismo também tem seu lugar.
Nos arredores de Paso Robles, a meio caminho entre San Francisco e Los Angeles, na Costa Central, o Wine Country (www.pasowine.com) tem 200 vinícolas e planta 40 tipos de varietal.
Perto de San Luis Obispo, degustações na L'Aventure Winery (www.aventurewine.com), em Live Oak Road, 2.815, revelam bons vinhos estagiados em barris franceses.
Nessa região vitivinícola, a gastronomia, menos esnobe que no Napa, tem em Paso Robles, San Luis Obispo e Santa Cruz bons fornecedores de hortaliças, frutas e frutos do mar.
VIDEIRA NA CALIFÓRNIA
Embora houvessem videiras nativas, na América do Norte, as uvas viníferas europeias foram introduzidas por padres católicos. Esses missionários espanhóis plantaram as primeiras parreiras em terras californianas em 1769.
Só após a Corrida do Ouro, em 1849, que viticultores se tornaram proprietários. Com a chegada de imigrantes alemães, italianos e suíços, a indústria do vinho cresceu.
Ao húngaro Agoston Haraszhy, que plantou videiras em Sonoma em 1857, se atribuiu melhoras na produção. Só que, até a Califórnia virar referência em vinhos finos, nos anos 1970, muita zurrapa saiu de vinícolas familiares.
VIRADA À CALIFORNIANA
A produção foi estagnada pela Lei Seca (1920-1933). E o reconhecimento não veio até 1973, quando, em prova cega realizada em Paris, um tinto cabernet sauvignon da Stag's Leap Wine Cellars (www.cask23.com), de Silverado Trail, venceu sinalizando que o seletivo mundo do vinho tinha na Califórnia um sócio de peso.
Entre Napa e Calistoga, o Silverado Trail (www.silveradotrail.com), há dezenas de vinícolas.
NAPA, CAMINHO 'SOAVE'
O vinhedo de Robert Mondavi (www.robertmondaviwinery.com), empresário de origem suíça, é referência.
Mondavi chegou ao Napa aos 23 anos, fundou sua vinícola, em Oakville, aos 53, em 1966, e produziu vinhos até morrer, aos 96. Sua empresa é uma gigante que tem rótulos excelentes (e caros), mas que produz ainda vinhos populares. Desde 1968, o Vineyard Room, no número 7.801 da St. Helena Highway, em Oakville, funciona como salão enogastronômico.
Outro produtor é o cineasta Francis Ford Coppola (www.franciscoppolawinery.com), que adquiriu a Rubicon Estate e também faz vinhos de qualidade variável que podem ser provados no seu Café Zoetrope (www.cafecoppola.com), em San Francisco.
Mais um, o produtor Cakebread Cellars, na St. Helena Highway, 8.300, em Rutherford, é conhecido pela qualidade.
DRIBLANDO O "SNAPA"
A uns 50 minutos de carro desde San Francisco pela rodovia I-80, o vale do Napa se extende por 56 km e é atravessado pelo rio homônimo.
Soma 45 mil acres de vinhedos, e atrai pelos chefs que são personalidades e dirigem restaurantes chiques.
Os vinhedos remontam à propriedade de George Yount, em Yountville e foram introduzidos em 1856.
Tem restaurantes como o festejado French Laundry (www.frenchlaudry.com), do chef Thomas Keller, cujas reservas são quase impossíveis, e o Hurley's (www.hurleysrestaurant.com), que prioriza ingredientes locais.
E, para evitar o "snapa'', a vontade de tirar uma soneca, e para não guiar e beber (que dá prisão nos EUA), convém reservar um dos 3.500 quartos de hotel na região. Outra hipótese é fazer o trajeto no Napa Valley Train (www.winetrain.com), um trem dos anos 1950 onde se aprecia a paisagem dos vinhedos num vagão com poltronas voltadas para a janela.
Se tiver tempo antes de embarcar na estação de McKinstry St., 1.275, vale passar, na cidade de Napa, no Oxbow Market, mercado gourmet onde, além de vinhos e apetrechos, é possível comer ou comprar queijos e comidinhas para levar.
Agência de Notícias Jornal Floripa
Entre as mais de 280 vinícolas desse vale, há produtores e métodos tradicionais e, também, vinhos que inovam.
Mas, embora a região do Napa se jacte de ter "mais restaurantes estrelados pelo guia 'Michelin' per capita do que qualquer outra", mais ao sul na Califórnia, o enoturismo também tem seu lugar.
Nos arredores de Paso Robles, a meio caminho entre San Francisco e Los Angeles, na Costa Central, o Wine Country (www.pasowine.com) tem 200 vinícolas e planta 40 tipos de varietal.
Perto de San Luis Obispo, degustações na L'Aventure Winery (www.aventurewine.com), em Live Oak Road, 2.815, revelam bons vinhos estagiados em barris franceses.
Nessa região vitivinícola, a gastronomia, menos esnobe que no Napa, tem em Paso Robles, San Luis Obispo e Santa Cruz bons fornecedores de hortaliças, frutas e frutos do mar.
VIDEIRA NA CALIFÓRNIA
Embora houvessem videiras nativas, na América do Norte, as uvas viníferas europeias foram introduzidas por padres católicos. Esses missionários espanhóis plantaram as primeiras parreiras em terras californianas em 1769.
Só após a Corrida do Ouro, em 1849, que viticultores se tornaram proprietários. Com a chegada de imigrantes alemães, italianos e suíços, a indústria do vinho cresceu.
Ao húngaro Agoston Haraszhy, que plantou videiras em Sonoma em 1857, se atribuiu melhoras na produção. Só que, até a Califórnia virar referência em vinhos finos, nos anos 1970, muita zurrapa saiu de vinícolas familiares.
VIRADA À CALIFORNIANA
A produção foi estagnada pela Lei Seca (1920-1933). E o reconhecimento não veio até 1973, quando, em prova cega realizada em Paris, um tinto cabernet sauvignon da Stag's Leap Wine Cellars (www.cask23.com), de Silverado Trail, venceu sinalizando que o seletivo mundo do vinho tinha na Califórnia um sócio de peso.
Entre Napa e Calistoga, o Silverado Trail (www.silveradotrail.com), há dezenas de vinícolas.
NAPA, CAMINHO 'SOAVE'
O vinhedo de Robert Mondavi (www.robertmondaviwinery.com), empresário de origem suíça, é referência.
Mondavi chegou ao Napa aos 23 anos, fundou sua vinícola, em Oakville, aos 53, em 1966, e produziu vinhos até morrer, aos 96. Sua empresa é uma gigante que tem rótulos excelentes (e caros), mas que produz ainda vinhos populares. Desde 1968, o Vineyard Room, no número 7.801 da St. Helena Highway, em Oakville, funciona como salão enogastronômico.
Outro produtor é o cineasta Francis Ford Coppola (www.franciscoppolawinery.com), que adquiriu a Rubicon Estate e também faz vinhos de qualidade variável que podem ser provados no seu Café Zoetrope (www.cafecoppola.com), em San Francisco.
Mais um, o produtor Cakebread Cellars, na St. Helena Highway, 8.300, em Rutherford, é conhecido pela qualidade.
DRIBLANDO O "SNAPA"
A uns 50 minutos de carro desde San Francisco pela rodovia I-80, o vale do Napa se extende por 56 km e é atravessado pelo rio homônimo.
Soma 45 mil acres de vinhedos, e atrai pelos chefs que são personalidades e dirigem restaurantes chiques.
Os vinhedos remontam à propriedade de George Yount, em Yountville e foram introduzidos em 1856.
Tem restaurantes como o festejado French Laundry (www.frenchlaudry.com), do chef Thomas Keller, cujas reservas são quase impossíveis, e o Hurley's (www.hurleysrestaurant.com), que prioriza ingredientes locais.
E, para evitar o "snapa'', a vontade de tirar uma soneca, e para não guiar e beber (que dá prisão nos EUA), convém reservar um dos 3.500 quartos de hotel na região. Outra hipótese é fazer o trajeto no Napa Valley Train (www.winetrain.com), um trem dos anos 1950 onde se aprecia a paisagem dos vinhedos num vagão com poltronas voltadas para a janela.
Se tiver tempo antes de embarcar na estação de McKinstry St., 1.275, vale passar, na cidade de Napa, no Oxbow Market, mercado gourmet onde, além de vinhos e apetrechos, é possível comer ou comprar queijos e comidinhas para levar.
Agência de Notícias Jornal Floripa
segunda-feira, outubro 03, 2011
Aprecie bebidas alcoolicas com moderação
O álcool pode acarretar dilatação dos vasos e aumentar o chamado colesterol "bom", o HDL, melhorando a função vascular, com vasos dilatados mais flexíveis e resistentes
Apesar de a bebida alcoólica, com moderação, proporcionar benefícios para a saúde, ela não é indicada para todas as pessoas
São Paulo - O consumo de álcool, ao longo da história, sempre foi associado à saúde. Embora o alcoolismo seja um problema gravíssimo de saúde pública, consumido moderadamente, o álcool pode ser um aliado no combate a diversas doenças. Nos últimos anos, várias pesquisas observaram os benefícios que um consumo moderado de bebida alcoólica pode trazer. A redução de risco de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, artrite e asma são alguns deles, junto com a melhora do quadro de diabetes e o aumento do nível de HDL, ou "colesterol bom", no sangue.
É importante ressaltar, porém, que nenhum estudo relacionou esses benefícios à ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica — pelo contrário, o consumo em excesso só oferece prejuízos à saúde. As vantagens vêm somente com uma ingestão moderada. Para o cardiologista e professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Protásio Lemos da Luz, essa quantidade corresponde a cerca de 30 gramas de álcool por dia, o mesmo que uma ou duas taças de vinho. Também é importante lembrar que muitas dessas pesquisas são de observação, ou seja, analisaram os benefícios em pessoas que consumiram determinada quantidade de álcool, mas não explicam os mecanismos do organismo que levaram a tal.
Existem, contudo, pistas de como o álcool atua no organismo. O que já se sabe é que ele acarreta dilatação dos vasos e aumento do chamado colesterol "bom", o HDL. Essas ações melhoram a função vascular, já que os vasos dilatados se tornam mais flexíveis e resistentes. Além disso, o HDL não deixa as plaquetas se acumularem no sangue, evitando infartos. Esses fatores podem explicar estudos que associam redução do risco de doenças cardiovasculares, melhora do colesterol e de problemas inflamatórios ao consumo de bebida alcoólica.
Curva em J — O vinho tinto é uma das bebidas mais associadas, se não a mais, a tais benefícios. Isso não acontece é à toa. Além do teor alcoólico, possui um componente químico chamado resveratrol, que vem da casca de determinados tipos de uva, mas também pode ser encontrado no mate, em chás, na cebola e na maçã. Além de, como o álcool, melhorar a função vascular, tem função antioxidante (combate o envelhecimento das células) e ajuda a manter o organismo mais saudável. “Com a idade, o metabolismo das pessoas se desacelera, se oxida. As substâncias antioxidantes atrasam esse processo”, explica o mastologista chefe do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, José Roberto Filassi.
O cardiologista Protásio Luz explica que os estudos sobre álcool obedecem a uma "curva em J": quem bebe muito morre mais; mas os abstêmios apresentam, geralmente, maior mortalidade do que aqueles que bebem pouco. Ele, junto a um grupo do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), realizou um estudo com ratos no começo do ano, dividindo os animais em três grupos. O primeiro grupo recebeu vinho tinto, o segundo recebeu uma baixa quantidade de resveratrol e o terceiro uma grande quantidade da substância.
Não é para você
Apesar de a bebida alcoólica, com moderação, proporcionar benefícios para a saúde, ela não é indicada para todos. Existem pessoas que não devem ingerir quantidade alguma de álcool, já que os prejuízos são muito maiores do que as vantagens. Sinal vermelho para quem tem os seguintes problemas:
Doença hepática alcoólica: é a inflamação no fígado causada pelo uso crônico do álcool. Principal metabolizador do álcool no organismo, o fígado é lesionado com a ingestão de bebidas alcoólicas.
Cirrose hepática: o álcool destrói as células do fígado e é o responsável por causar cirrose, quadro de destruição avançada do órgão. Pessoas com esse problema já têm o fígado prejudicado e a ingestão só induziria a piora dele.
Triglicérides aumentado: o triglicérides é uma gordura tão prejudicial quanto o colesterol, já que forma placas que entopem as artérias, podendo causar infarto e derrame cerebral. O álcool aumenta essa taxa. Portanto, quem já tiver a condição deve manter-se longe das bebidas alcoólicas.
Pancreatite: a doença é um processo inflamatório do pâncreas, que é o órgão responsável por produzir insulina e também enzimas necessárias para a digestão. O consumo exagerado de álcool é uma das causas dessa doença, e sua ingestão pode provocar muita dor, danificar o processo de digestão e os níveis de insulina, principal problema do diabetes.
Úlcera: é uma ferida no estômago. Portanto, qualquer irritante gástrico, como o álcool, irá piorar o problema e aumentar a dor.
Insuficiência cardíaca: por ser tóxico, o álcool piora a atividade do músculo cardíaco. Quem já sofre desse problema deve evitar bebidas alcoólicas para que a atividade de circulação do sangue não piore.
Arritmia cardíaca: de modo geral, ele afeta o ritmo dos batimentos cardíacos. A bebida alcoólica induz e piora a arritmia.
Redobre a atenção
Há também aqueles que devem ter muito cuidado ao beber, mesmo que pouco.Tudo depende do grau da doença, do tipo de remédio e do organismo de cada um.
Problemas psiquiátricos: o álcool muda o comportamento das pessoas e pode alterar o efeito da medicação. É arriscada, portanto, a ingestão de bebida alcoólica por aqueles que já têm esse tipo de problema.
Gastrite: é uma fase anterior à úlcera e quem sofre desse problema deve tomar cuidado com a quantidade de bebida alcoólica ingerida. Como pode ser curada e controlada, é permitido o consumo álcool moderado, mas sempre com autorização de um médico.
Diabetes: Todos os diabéticos devem ficar atentos ao consumo de álcool. A quantidade permitida dessa ingestão depende do grau do problema, dos remédios e do organismo da pessoa. Recomenda-se, se for beber, optar por fazê-lo antes ou durante as refeições para evitar a hipoglicemia.
Fonte: EXAME.com
Apesar de a bebida alcoólica, com moderação, proporcionar benefícios para a saúde, ela não é indicada para todas as pessoas
São Paulo - O consumo de álcool, ao longo da história, sempre foi associado à saúde. Embora o alcoolismo seja um problema gravíssimo de saúde pública, consumido moderadamente, o álcool pode ser um aliado no combate a diversas doenças. Nos últimos anos, várias pesquisas observaram os benefícios que um consumo moderado de bebida alcoólica pode trazer. A redução de risco de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, artrite e asma são alguns deles, junto com a melhora do quadro de diabetes e o aumento do nível de HDL, ou "colesterol bom", no sangue.
É importante ressaltar, porém, que nenhum estudo relacionou esses benefícios à ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica — pelo contrário, o consumo em excesso só oferece prejuízos à saúde. As vantagens vêm somente com uma ingestão moderada. Para o cardiologista e professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Protásio Lemos da Luz, essa quantidade corresponde a cerca de 30 gramas de álcool por dia, o mesmo que uma ou duas taças de vinho. Também é importante lembrar que muitas dessas pesquisas são de observação, ou seja, analisaram os benefícios em pessoas que consumiram determinada quantidade de álcool, mas não explicam os mecanismos do organismo que levaram a tal.
Existem, contudo, pistas de como o álcool atua no organismo. O que já se sabe é que ele acarreta dilatação dos vasos e aumento do chamado colesterol "bom", o HDL. Essas ações melhoram a função vascular, já que os vasos dilatados se tornam mais flexíveis e resistentes. Além disso, o HDL não deixa as plaquetas se acumularem no sangue, evitando infartos. Esses fatores podem explicar estudos que associam redução do risco de doenças cardiovasculares, melhora do colesterol e de problemas inflamatórios ao consumo de bebida alcoólica.
Curva em J — O vinho tinto é uma das bebidas mais associadas, se não a mais, a tais benefícios. Isso não acontece é à toa. Além do teor alcoólico, possui um componente químico chamado resveratrol, que vem da casca de determinados tipos de uva, mas também pode ser encontrado no mate, em chás, na cebola e na maçã. Além de, como o álcool, melhorar a função vascular, tem função antioxidante (combate o envelhecimento das células) e ajuda a manter o organismo mais saudável. “Com a idade, o metabolismo das pessoas se desacelera, se oxida. As substâncias antioxidantes atrasam esse processo”, explica o mastologista chefe do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, José Roberto Filassi.
O cardiologista Protásio Luz explica que os estudos sobre álcool obedecem a uma "curva em J": quem bebe muito morre mais; mas os abstêmios apresentam, geralmente, maior mortalidade do que aqueles que bebem pouco. Ele, junto a um grupo do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), realizou um estudo com ratos no começo do ano, dividindo os animais em três grupos. O primeiro grupo recebeu vinho tinto, o segundo recebeu uma baixa quantidade de resveratrol e o terceiro uma grande quantidade da substância.
Não é para você
Apesar de a bebida alcoólica, com moderação, proporcionar benefícios para a saúde, ela não é indicada para todos. Existem pessoas que não devem ingerir quantidade alguma de álcool, já que os prejuízos são muito maiores do que as vantagens. Sinal vermelho para quem tem os seguintes problemas:
Doença hepática alcoólica: é a inflamação no fígado causada pelo uso crônico do álcool. Principal metabolizador do álcool no organismo, o fígado é lesionado com a ingestão de bebidas alcoólicas.
Cirrose hepática: o álcool destrói as células do fígado e é o responsável por causar cirrose, quadro de destruição avançada do órgão. Pessoas com esse problema já têm o fígado prejudicado e a ingestão só induziria a piora dele.
Triglicérides aumentado: o triglicérides é uma gordura tão prejudicial quanto o colesterol, já que forma placas que entopem as artérias, podendo causar infarto e derrame cerebral. O álcool aumenta essa taxa. Portanto, quem já tiver a condição deve manter-se longe das bebidas alcoólicas.
Pancreatite: a doença é um processo inflamatório do pâncreas, que é o órgão responsável por produzir insulina e também enzimas necessárias para a digestão. O consumo exagerado de álcool é uma das causas dessa doença, e sua ingestão pode provocar muita dor, danificar o processo de digestão e os níveis de insulina, principal problema do diabetes.
Úlcera: é uma ferida no estômago. Portanto, qualquer irritante gástrico, como o álcool, irá piorar o problema e aumentar a dor.
Insuficiência cardíaca: por ser tóxico, o álcool piora a atividade do músculo cardíaco. Quem já sofre desse problema deve evitar bebidas alcoólicas para que a atividade de circulação do sangue não piore.
Arritmia cardíaca: de modo geral, ele afeta o ritmo dos batimentos cardíacos. A bebida alcoólica induz e piora a arritmia.
Redobre a atenção
Há também aqueles que devem ter muito cuidado ao beber, mesmo que pouco.Tudo depende do grau da doença, do tipo de remédio e do organismo de cada um.
Problemas psiquiátricos: o álcool muda o comportamento das pessoas e pode alterar o efeito da medicação. É arriscada, portanto, a ingestão de bebida alcoólica por aqueles que já têm esse tipo de problema.
Gastrite: é uma fase anterior à úlcera e quem sofre desse problema deve tomar cuidado com a quantidade de bebida alcoólica ingerida. Como pode ser curada e controlada, é permitido o consumo álcool moderado, mas sempre com autorização de um médico.
Diabetes: Todos os diabéticos devem ficar atentos ao consumo de álcool. A quantidade permitida dessa ingestão depende do grau do problema, dos remédios e do organismo da pessoa. Recomenda-se, se for beber, optar por fazê-lo antes ou durante as refeições para evitar a hipoglicemia.
Fonte: EXAME.com
Enfim, o que são vinhos naturais?
As noções de viticultura e vinicultura se confundem e às vezes conflitam, mas, na taça, não restam muitas dúvidas sobre a superioridade dos vinhos naturais. Há vinhos que podem agradar mais ou menos um conhecedor, sejam eles orgânicos ou convencionais. Mas só os vinhos industriais padronizados, adocicados e construídos artificialmente, ou de uvas supermaturadas, podem agradar quem não conhece vinho. Ter consciência disto é fundamental para compreender a atitude de quem afirma que os vinhos que são ícones na Europa e no Novo Mundo, sejam eles orgânicos ou não. Para quem desconhece ou não aprecia o perfil dos vinhos franceses clássicos , por exemplo, seria inútil comparar o melhor exemplar da vinicultura orgânica francesa ao melhor exemplar de sua vinicultura convencional. Ambos pareciam ruins. Ocorre que a maioria dos vinhos naturais do mercado provêm da França, berço dos vinhos orgânicos e referência mundial em vinicultura. Portanto, ninguém melhor para atestar a superioridade dos vinhos naturais que um especialista em vinhos. É o caso de Jean-Christophe Estève, antigo comerciante de vinhos parisiense que provou 1.200 vinhos naturais para redigir um dos primeiros guias de vinhos do gênero:
"Comparados aos melhores não-orgânicos, sinto nos orgânicos uma diferença que tende a uma pureza de aromas e a uma expressão do terroir mais fortes. Isto devido ao enraizamento mais profundo da vinha, que vai buscar seus nutrientes além dos limites que se tomaram hábito".
VINHOS DA VINICULTURA CONVENCIONAIS: SAO COMO REFRIGERANTES...
Salvo algumas restrições locais, vale quase tudo para vinicultura convencional. Não há regras fixas que limitem a quantidade de aditivos empregados nos vinhos. Partindo invariavelmente de uvas de agricultura convencional, em geral deficientes em vários aspectos devido à produtividade excessiva, mais de 40 produtos químicos ditos "enológicos" são usados correntemente para corrigir ou melhorar matérias-primas quase sempre defeituosas. Cabe lembrar que um vinho bom se faz no vinhedo, e não na cantina, mas para isto é necessária uma matéria-prima forte e saudável - o que nem sempre é o caso nas produções intensivas. Devido ao uso de pesticidas, a flora de leveduras selvagens do vinhedo é reduzida, exigindo o emprego sistemático de fermento enológico comercial. Nos casos extremos a colheita é mecanizada, gerando uma considerável agressão ao vinhedo.
Para regenerar as plantas após os ferimentos, aplicam-se mais defensivos. As uvas, por sua vez, têm as cascas parcialmente dilaceradas pelas colheitadeiras, iniciando a fermentação antes de chegar à cantina. Para evitar que isto ocorra, empresas mais mecanizadas usam tratores munidos de tanques iniciam a aplicação de SO2(anidrido sulfuroso) ao mosto ainda no vinhedo, evitando a degradação prematura das uvas. Para a vinicultura convencional, o princípio norteador são as leis de mercado. Vende mais o que é mais barato e agradável à maioria, e esta é a pricipal regra seguida. Neste sentido, a vinicultura convencional às vezes se assemelha à indústria de refrigerantes. Os vinhos tendem a ser anônimos e impessoais, todos muito parecidos. Características legítimas e autênticas dos vinhos naturais são suprimidas ou remodeladas, de forma a proporcionar à população uma bebida mais "redonda" e fácil de ser compreendida.
O que é a agricultura biológica ou orgânica?
Agricultura biológica e agricultura orgânica são sinônimos. É um método de cultivo que vê o solo como um ser vivo e cuja fertilidade se dá pelo ciclo de vida dos organismos e microorganismos da fauna que o compõe, preservada pela ausência de pesticidas. O homem ajuda neste processo pelo aporte de esterco e adubos orgânicos de compostação. As raízes da videira descem mais fundo em busca de nutrientes, seus frutos têm mais sabor, e a planta reforça suas defesas naturais contra os ataques do meio. A proteção ocorre por luta biológica. É proscrito o uso de adubos sintéticos e quaisquer defensivos químicos. A tração animal encontra um revival, e a colheita das uvas é feita manualmente para que os cachos chequem à cantina intactos.
O que é a agricultura biodinâmica?
Os fundamentos são os membros que regem a agricultura biológica, porém a escola segue os ensinamentos do filósofo Rudolf Steiner (1861-1925), pai da Antroposofia, doutrina filosófica metafísica que extende a compreensão do universo para além dos limites sensoriais. Sem adentrar muito na complexidade do tema, em termos práticos os métodos biodinâmicos complementam a agricultura orgânica sob a premissa de que cada planta tem defesas naturais contra doenças, sendo inúteis os tratamentos artificiais preventivos e curativos. Para tanto, a doutrina prescreve o estímulo aos ritmos naturais (cósmicos, lunares, biológicos, etc) através da aplicação de infusões e preparados específicos à base de elementos orgânicos ditos "dinamizantes", e segue um calendário estelar no objetivo de aproveitar as energias cósmicas. Muito antes de refletir sobre o fato de o vinho mais caro e mais famoso do mundo, o Romanée-Conti, ser proveniente de um vinhedo biodinâmico, os mais céticos costumam ater-se aos aspectos caricaturas e bizarros da biodinâmica, como o preceito de enterrar, em meio ao vinhedo, um chifre preenchido com esterco ou um úbere recheado com flores. Impossível compreender tais gestos sem considerar que a Antroposofia cultua o esoterismo ocidental como forma de livre manifestação de impulsos artísticos e poéticos definindo a realidade como ponto de convergência entre o físico e o espiritual. O significado mitológico da videira e do vinho encontram na abordagem cósmica desta escola a quintessência de sua simbologia.
O que é agricultura cósmica?
Também chamada de Cosmocultura é uma escola de cultivo natural que reúne os preceitos das agriculturas biodinâmica e biológica vislumbrando novos horizontes no resgate de "princípios ancestrais esquecidos". Para tanto vale-se de recursos da geobiologia, da radiônica, da balizagem planetária, da memória da água, etc. O Domaine Viret é um expoente em viticultura cósmica, com seu vinhedo cercado de formas piramidais energéticas e megálitos lembrando o Stonehenge e a Ilha de Páscoa. Mas o mais impressionante de tudo são seus deliciosos vinhos.
Fonte: http://saboresdovinho.blogspot.com/2009/01/enfim-o-que-so-vinhos-naturais.html
Jandir Passos(pelo repasse)
"Comparados aos melhores não-orgânicos, sinto nos orgânicos uma diferença que tende a uma pureza de aromas e a uma expressão do terroir mais fortes. Isto devido ao enraizamento mais profundo da vinha, que vai buscar seus nutrientes além dos limites que se tomaram hábito".
VINHOS DA VINICULTURA CONVENCIONAIS: SAO COMO REFRIGERANTES...
Salvo algumas restrições locais, vale quase tudo para vinicultura convencional. Não há regras fixas que limitem a quantidade de aditivos empregados nos vinhos. Partindo invariavelmente de uvas de agricultura convencional, em geral deficientes em vários aspectos devido à produtividade excessiva, mais de 40 produtos químicos ditos "enológicos" são usados correntemente para corrigir ou melhorar matérias-primas quase sempre defeituosas. Cabe lembrar que um vinho bom se faz no vinhedo, e não na cantina, mas para isto é necessária uma matéria-prima forte e saudável - o que nem sempre é o caso nas produções intensivas. Devido ao uso de pesticidas, a flora de leveduras selvagens do vinhedo é reduzida, exigindo o emprego sistemático de fermento enológico comercial. Nos casos extremos a colheita é mecanizada, gerando uma considerável agressão ao vinhedo.
Para regenerar as plantas após os ferimentos, aplicam-se mais defensivos. As uvas, por sua vez, têm as cascas parcialmente dilaceradas pelas colheitadeiras, iniciando a fermentação antes de chegar à cantina. Para evitar que isto ocorra, empresas mais mecanizadas usam tratores munidos de tanques iniciam a aplicação de SO2(anidrido sulfuroso) ao mosto ainda no vinhedo, evitando a degradação prematura das uvas. Para a vinicultura convencional, o princípio norteador são as leis de mercado. Vende mais o que é mais barato e agradável à maioria, e esta é a pricipal regra seguida. Neste sentido, a vinicultura convencional às vezes se assemelha à indústria de refrigerantes. Os vinhos tendem a ser anônimos e impessoais, todos muito parecidos. Características legítimas e autênticas dos vinhos naturais são suprimidas ou remodeladas, de forma a proporcionar à população uma bebida mais "redonda" e fácil de ser compreendida.
O que é a agricultura biológica ou orgânica?
Agricultura biológica e agricultura orgânica são sinônimos. É um método de cultivo que vê o solo como um ser vivo e cuja fertilidade se dá pelo ciclo de vida dos organismos e microorganismos da fauna que o compõe, preservada pela ausência de pesticidas. O homem ajuda neste processo pelo aporte de esterco e adubos orgânicos de compostação. As raízes da videira descem mais fundo em busca de nutrientes, seus frutos têm mais sabor, e a planta reforça suas defesas naturais contra os ataques do meio. A proteção ocorre por luta biológica. É proscrito o uso de adubos sintéticos e quaisquer defensivos químicos. A tração animal encontra um revival, e a colheita das uvas é feita manualmente para que os cachos chequem à cantina intactos.
O que é a agricultura biodinâmica?
Os fundamentos são os membros que regem a agricultura biológica, porém a escola segue os ensinamentos do filósofo Rudolf Steiner (1861-1925), pai da Antroposofia, doutrina filosófica metafísica que extende a compreensão do universo para além dos limites sensoriais. Sem adentrar muito na complexidade do tema, em termos práticos os métodos biodinâmicos complementam a agricultura orgânica sob a premissa de que cada planta tem defesas naturais contra doenças, sendo inúteis os tratamentos artificiais preventivos e curativos. Para tanto, a doutrina prescreve o estímulo aos ritmos naturais (cósmicos, lunares, biológicos, etc) através da aplicação de infusões e preparados específicos à base de elementos orgânicos ditos "dinamizantes", e segue um calendário estelar no objetivo de aproveitar as energias cósmicas. Muito antes de refletir sobre o fato de o vinho mais caro e mais famoso do mundo, o Romanée-Conti, ser proveniente de um vinhedo biodinâmico, os mais céticos costumam ater-se aos aspectos caricaturas e bizarros da biodinâmica, como o preceito de enterrar, em meio ao vinhedo, um chifre preenchido com esterco ou um úbere recheado com flores. Impossível compreender tais gestos sem considerar que a Antroposofia cultua o esoterismo ocidental como forma de livre manifestação de impulsos artísticos e poéticos definindo a realidade como ponto de convergência entre o físico e o espiritual. O significado mitológico da videira e do vinho encontram na abordagem cósmica desta escola a quintessência de sua simbologia.
O que é agricultura cósmica?
Também chamada de Cosmocultura é uma escola de cultivo natural que reúne os preceitos das agriculturas biodinâmica e biológica vislumbrando novos horizontes no resgate de "princípios ancestrais esquecidos". Para tanto vale-se de recursos da geobiologia, da radiônica, da balizagem planetária, da memória da água, etc. O Domaine Viret é um expoente em viticultura cósmica, com seu vinhedo cercado de formas piramidais energéticas e megálitos lembrando o Stonehenge e a Ilha de Páscoa. Mas o mais impressionante de tudo são seus deliciosos vinhos.
Fonte: http://saboresdovinho.blogspot.com/2009/01/enfim-o-que-so-vinhos-naturais.html
Jandir Passos(pelo repasse)
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