Importadoras e especialistas em vinho reagem às possíveis medidas de salvaguarda dos vinhos nacionais que podem ser adotadas pelo Brasil
A presidenta Dilma Rousseff ganhou mais alguns inimigos nas últimas semanas. Depois de ter anunciado que está estudando uma série de medidas para proteger o vinho nacional, diversos setores reagiram ao possível protecionismo no setor.
Em carta divulgada nesta tarde, o presidente das importadoras de vinho Mistral e Vinci, Ciro Lilla, contesta os estudos afirmando que as vendas de vinhos nacionais vão de vendo em popa, o que anularia a questionaria a real necessidade de medidas de proteção.
As medidas estudadas são o aumento dos impostos sob os vinhos importados de 27% para 55% e o limite de exportação, por meio de um sistema de cotas – onde apenas a Argentina e o Uruguai ficariam isentos.
Outra medida estudada pelo governo é condicionar a entrada de todo vinho importado no Brasil ao uso de um rótulo em português da frente da garrafa (hoje esse rótulo é obrigatório, porém apenas na parte de trás, e é fixado já no Brasil), o que significa que os produtores teriam de produzir um rótulo especialmente para os vinhos que viriam para o Brasil, dificultando mais ainda a relação com as importadoras brasileiras.
“Pedem salvaguardas para um setor que cresceu cerca de 7% em 2011! (o triplo do que cresceu o PIB do Brasil no mesmo ano) É preciso dizer mais alguma coisa?!” afirma Lilla.
Alguns setores já falam em boicote aos produtos nacionais. “Se a medida passar, vou propor um boicote aos vinhos nacionais”, avisa Mario Telles, vice-presidente da Associação Brasileira de Sommeliers. Para Lilla, as possíveis medidas são “um retrocesso em 20 anos”.
Por Marina Rossi - Isto é Dinheiro
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