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domingo, novembro 21, 2010

A dieta mediterrânea

“Se tu vires um homem comer sozinho, sem companhia nenhuma, podes apostar que ele perdeu metade de sua vida” (Athenaios, gastrônomo grego do IIº séc. d.C.).

A recente inclusão da dieta (1) mediterrânea no Patrimônio Mundial Imaterial da Humanidade (2) ratifica uma prática alimentar e social que para muitos representa o “ideal” à mesa. O Mediterrâneo pode ser considerado o berço da civilização moderna. Este valor mitológico, fundador, foi percebido e explorado por Ancel Keys (3) o “inventor” ou “descobridor” da dieta mediterrânea, em 1952, após o surgimento de pesquisas feitas em Nápoles e desenvolvidas em sete países, que associavam riscos coronarianos e dietas. Ele desenhou esse mediterrâneo puramente europeu, greco-romano e ocidental, como detentor de uma cultura tradicional ao qual corresponderia uma “dieta” que, no seu modo de ver, seria responsável pela baixa taxa de doenças coronarianas na região. Essa associação que Ancel Keys estabeleceu ainda se valeu de pesquisas realizadas em Creta (Grécia), em 1948, por norte-americanos da Fundação Rockfeller.

O que, porém, efetivamente favoreceu a divulgação da dieta mediterrânea de Keys foram as pesquisas francesas dos anos 1980, que revelaram o famoso paradoxo francês: os franceses consomem muito mais gordura animal do que os anglo-saxões e, no entanto, apresentam uma taxa muito menor de doenças coronarianas. Uma das explicações ensaiadas para isso seria o maior consumo de vinho, associado ao consumo de gordura animal. A dieta mediterrânea, então, se converteu na utopia de uma “dieta prudente” universal, em que a vigilância de cada um é substituída pela prescrição de um grande universo de produtos de origem mediterrânea. Uma das conseqüências do confronto desse ideal de dieta com os hábitos dos povos de outras regiões tem sido, como se sabe, um ambiente altamente favorável ao maior consumo de azeite e de vinhos. Isso tem impulsionado a indústria do vinho como tem permitido o enorme desenvolvimento da produção de azeites por meio de varietais e de processamentos.

Como bem dizia o gastrônomo grego, o importante não é somente o que se come, mas como isso se faz: em sua nota a UNESCO reconhece que “...a dieta mediterrânea não compreende apenas a alimentação, já que é um elemento cultural que propicia a interação social”. A saúde e o convívio agradecem.

1- Dieta: vocábulo de origem grega que significa estilo de vida. Quando
ouvimos a palavra dieta imediatamente pensamos em privação, renúncia,
quando na verdade em sua origem, o termo dieta expressa a ligação entre o
homem e o ambiente ao seu redor.

2 - Depois de uma longa discussão a o comitê intergovernamental da
UNESCO proclamou na terça-feira 16 de novembro o macarrão com tomate,
azeite e manjericão, e o conjunto de práticas alimentares, sociais e
culturais que representam a dieta mediterrânea patrimônio cultural
imaterial da humanidade. A votação aconteceu em Nairóbi (Quênia) e
obteve a unanimidade entre os 166 representantes dos estados membros.

3 - Ao desembarcar em Salerno (no sudoeste italiano, próximo à Costa
Amalfitana), em 1945, Keys constatou que as doenças cardiovasculares,
tão comuns em seu país, ali eram muito reduzidas. Entre 1958 e 1964,
analisou alguns fatores de risco cardiovascular em 13.000 homens de 40 a
59 anos distribuídos em 16 regiões pertencentes a 7 países: Finlândia,
Estados Unidos, Japão, Holanda e três países mediterrâneos: Grécia,
Itália e Iugoslávia.

Salada grega com pão sírio

Rendimento: 4 pessoas

INGREDIENTES:

200g de queijo grego feta

100g de azeitona pretas, tipo azapa;

4 tomates maduros;

4 pães sírio;

1 cebola roxa;

1 pepino;

1 pimentão verde;

Orégano

Azeite de oliva extra virgem;

Alho

Sal

Pimenta do reino

MODO DE PREPARO:

Corte o pepino e os tomates em pedaços de 1-2 cm e coloque em uma
saladeira grande. Limpe os pimentões, corte em tiras finas e ponha na
saladeira. Corte a cebola em rodelas e junte às azeitonas. Tempere a
gosto com sal, orégano e pimenta-do-reino moída na hora. Regue a salada
com o azeite e mistures com cuidado. Esfregue 4 pães sírios com 1 dente
de alho descascado, besunte-os com azeite, tempere com sal e leve ao
forno pré-aquecido a 190ºC por 4-5 minutos, até ficarem crocantes.
Quebre os pães grosseiramente em pedaços. Disponha em tigelas
individuais, distribua um pouco de queijo feta cortado em cubinhos em
cada uma e sirva com o pão.
Publicação: 21 de Novembro de 2010 - Tribuna do Norte

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