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sexta-feira, dezembro 05, 2008

México vai reduzir importações de vinho

O México vai reduzir significativamente as importações de vinhos de mesa dos próximos trimestres devido à recessão económica e ao eminente aumento do preço ao cliente final na ordem dos 15%, segundo o diário “Financeiro”.


O aumento do preço do dólar e euro face ao peso mexicano provocou um aumento entre 10% e 15% dos custos nos últimos meses, apesar de ainda não se ter reflectido no cliente final para evitar uma queda nas vendas. No entanto, a sua repercussão é inevitável, segundo o diário.

No México, o vinho é considerado um produto básico, mas poderá ser considerado um produto de luxo. Actualmente o consumo per capita local é de 500 mililitros por ano, assim a penetração deste tipo de bebidas é inferior a 1%, representando um potencial de crescimento exponencial.

Fonte: Hipersuper

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Embrapa mostra os avanços na Indicação Geográfica de Vinhos na Serra Gaúcha

O Vale dos Vinhedos foi a primeira indicação geográfica (IG) do Brasil, já reconhecida até na União Européia. Agora a cadeia vitivinícola é novamente pioneira ao trazer integrantes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pelo reconhecimento da propriedade industrial conferida pela indicação geográfica, e da equipe das Indicações Geográficas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para conhecerem as associações e as vinícolas que estão se preparando para obter esta qualificação para seus vinhos e espumantes na Serra Gaúcha.

As visitas foram coordenadas pelo pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Jorge Tonietto, e ocorreram em duas etapas. Nos dias 18 e 19/11 com a equipe do INPI e nos dias 24 e 25/11 com a equipe do MAPA.

O principal objetivo das visitas técnicas foi apresentar aos representantes do INPI, Maria Alice Camargo Calliari, Lucia Regina Fernandes e Raul Bittencourt Pedreira, e do MAPA, Bivanilda Almeida Tapias, Ana Stepan e José Bonifácio dos Santos, os projetos em desenvolvimento relativos às indicações geográficas e enoturismo junto às associações de vitivinicultores. Também serviu para atualizar informações do INPI junto aos produtores.

Participam dos projetos de pesquisa e desenvolvimento que apóiam estas iniciativas pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Clima Temperado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade de Caxias do Sul (UCS). A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) confere recursos importantes para dar andamento aos projetos.

Atualmente, estão buscando o reconhecimento cinco projetos em diferentes estágios de evolução. Um dos mais recentes é o conduzido pela Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos Espumantes Sucos e Derivados (AFAVIN), que visa a IG de vinhos e espumantes moscatéis de Farroupilha, que já sensibilizou os vitivinicultores associados para aderirem ao projeto. Outros, como o Consórcio de Espumantes de Garibaldi, que busca uma certificação de produtos através de marca coletiva, a Associação dos Vitivinicultores de Monte Belo do Sul (Aprobelo) e a Apromontes (região dos Altos Montes), em Flores da Cunha e Nova Pádua, que buscam a qualificação de indicação geográfica já estão com os produtores engajados e trabalhando na adequação da estrutura produtiva visando atender aos requisitos necessárias para o oportuno encaminhamento da solicitação de reconhecimento ao INPI.

Em situação mais adiantada encontram-se a Aprovale, que busca transformar a Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos em Denominação de Origem, considerado um novo patamar organizacional e qualitativo na produção de vinhos, apresentando forte identidade com a área de produção; e a Associação dos Produtores de Pinto Bandeira (Asprovinho), que em outubro deste ano encaminhou a solicitação de reconhecimento da IG de vinhos finos e espumantes ao INPI.

Segundo o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Jorge Tonietto, o desenvolvimento de uma indicação geográfica de vinhos representa para os produtores a adoção de novos conceitos e valores. "O processo requer um período de mudanças, com foco na qualidade dos produtos locais, com base em uma região demarcada. É necessário a adoção de normativas de produção específicas e comuns por parte dos produtores e a valorização dos produtos de qualidade de origem controlada", afirmou.

Maria Alice Camargo Calliari, Coordenadora Geral de Outros Registros do INPI, ficou impressionada com o nivelamento existente entre os produtores. "Em cada associação de produtores, você percebe que todos têm a mesma qualidade, interesse e cuidados. Já perceberam que não é apenas uma questão de diferenciação comercial, com agregação de valor ao produto, e sim a promoção da região, das vinícolas, do enoturismo", comentou. Outros dois fatores que também chamaram a atenção da Coordenadora foram o grande nível de empreendedorismo do produtores e o acompanhamento e respaldo técnico da Embrapa.

A iniciativa de apresentar os projetos em andamento para a equipe do INPI foi considerada uma excelente oportunidade de conhecer a realidade das iniciativas. Segundo Maria Alice, essa oportunidade poderá contribuir na hora da avaliação dos processos de reconhecimento das IGs.

FONTE

Embrapa Uva e Vinho

Palácio do Correio Velho leva à praça vinhos míticos em leilão que é já uma referência

Já amanhã, pelas 21 horas, com continuação no dia 4 à mesma hora, terá lugar o Leilão de Vinhos, no Palácio do Correio Velho, que levará a praça, sem valor de reserva, vinhos raros e míticos.

Com uma enorme diversidade, poderá ser encontrada, neste excelente Leilão do Palácio do Correio Velho, uma vasta gama de vinhos, que vai de encontro aos mais diferentes e exigentes gostos e que conta com vinhos míticos internacionais, para além de grandes vinhos portugueses, todos eles sem valor de reserva, ou seja, sem valor mínimo de venda.

Nesta aposta do Palácio do Correio Velho, composta por 500 lotes de preços que podem ir dos 5 euros a mais de 2000 euros, os mais de 100 vinhos tintos portugueses são muitíssimo bem representados pelos "Barca Velha" e "Reserva Especial Ferreirinha" das colheitas de 1965,1966,1978,1980,1981,1983,1984, 1985, 1986, 1989 e 1991.
Dê-se, ainda, especial ênfase para um importante conjunto de vinhos do Porto Vintage e Colheita dos séculos XIX e XX (1840, 1863, 1868, 1887, 1893, 1900, 1912, 1920, 1931, 1933, 1934, 1937, 1938, 1940, 1944, 1947, 1948, 1950, 1952, 1955, 1958, 1960, 1963, 1964, 1966, 1967, 1970, 1974, 1977, 1978, 1985, 1987, 1990, 1991, 1994, 1997, 1998).
Destaque, também, para Madeiras dos séculos XVIII, XIX e XX (1795, 1797, 1826, 1834, 1845, 1862, 1875, 1880, 1890, 1898, 1901, 1907, 1915, 1916, 1920, 1930, 1941, 1954, 1964, 1979, 1980).
Na área dos vinhos internacionais, não podemos deixar de fazer sobressair alguns dos vinhos míticos que estarão ao alcance dos interessados neste leilão de referência:
-Dos brancos franceses distingam-se os Château Haut Brion, Domaine Leflaive Puligny Montrachet, Domaine Leflaive Bâtard Montrachet, Joseph Drouhin Marquis Laguiche Montrachet, Bouchard Pére & Fils Montrachet e Leroy Corton Charlemagne. No que se refere aos tintos há a destacar os vinhos Margaux, Haut Brion , Montrose, Mouton Rothschild, Lynch Bages, Latour , Lafite Rothschild, Cheval Blanc, La Mondotte, Ausone, Le Pin, Petrus, Chapoutier Ermitage, Guigal La Mouline e Romanée Conti (St.Vivant, La Tache, Échézeaux, Grand Echézeaux, Richebourg).
-Dos tintos Espanhóis salientem-se os Vega Sicília Unico e Único Reserva Especial, Pesquera e Álvaro Palácios L’Ermita.
-Dos tintos de Itália evidenciem-se os vinhos Solaia e Ornellaia
-Dos tintos do Novo Mundo especial atenção para os Opus One, Dominus, Alma Viva e Penfold’s Grange.
- A realçar ainda dois armários climatizadores para garrafas a fechar ambas as sessões.

Alguns lotes a destacar:
Lote 75
Barca Velha 1991 5 Gfas
V.Tinto Douro
€500/ €750
Lote 396
Château Le Pin 1985 1 Gfa
V.Tinto Pomerol
€1.500/€1.750
Lote 398
Château Pétrus 1990 1 Gfa
V.Tinto Pomerol
€2.000/€2.500
Lote 402
E.Guigal La Mouline 1983 1 Gfa
V.Tinto Côte-Rotie
€300/€400
Lote 154
Château Cheval Blanc 1990 1 Gfa
V.Tinto St. Emillion
€700/€800
Lote 153
Château Lafite Rothschild 1996 1 Gfa
V.Tinto Pauillac
€500/€600
Lote 193
Barbeito Terrantez 1795 1 Gfa
Madeira
€1.000/€1.500
Lusowine - Matosinhos,Porto,Portugal

Câmara discute selo fiscal para vinhos

A adoção de selo fiscal para vinhos nacionais e importados será discutida na 12ª reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e Derivados, nesta quarta-feira (3), às 14 horas, em Brasília. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apresentará o sistema de Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) abordará o plano de ações para esse programa.
Do Ministério da Agricultura

terça-feira, novembro 18, 2008

Brasil produz seu primeiro espumante branco 100% pinot noir

Uma boa dica para o Natal é o espumante Aurora 100% Pinot Noir que acaba de ser lançado. Ele é o primeiro espumante vinificado em branco do Brasil, produto inovador lançado pela vinícola Aurora. A uva tinta originária da Borganha, França, é muito delicada e tradicionalmente empregada na composição de espumantes finos, como o chardonnay.

A Aurora consegue excelentes resultados no cultivo dessa uva na serra Gaúcha. Essa qualidade tem sido observada nos vinho Aurora Varietal Pinot Noir, com grande performance em degustação técnicas e confirmadas pelos consumidores. Aurora 100% Pinot Noir é elaborado pelo método Chamart longo, apresenta uma bela coloração amarelo-cobre, com um perlage fino e persistente. Na boca tem estrutura, refrescante, com excelente acidez, bom equilíbrio e ótima cremosidade. Aurora 100% Pinor Noir começa a ser comercializado pela loja virtual e chegará ao mercado especializado em breve.
Fonte: Viticultura

sexta-feira, novembro 07, 2008

Herdade do Esporão aposta no Douro e adquire a Quinta das Murças

A empresa Herdade do Esporão adquiriu a Quinta das Murças, propriedade de 150 hectares localizada em Cima Corgo (3,2 km ao longo das margens norte do Rio Douro), informa a empresa alentejana em comunicado.


Com esta operação, a Finagra prossegue a sua estratégia de alargamento e diversificação regional do portefólio. De acordo com o Diário Económico, que cita João Roquette, CEO da Herdade, a nova unidade de produção deverá representar 20% da facturação e 50% dos lucros em 2016, resultado do incremento na capacidade produtiva até um milhão de litros. Nos próximos anos, o grupo deverá investir 1,5 milhões de euros na reestruturação da vinha e plantação de novos vinhedos, e um milhão de euros na construção de uma nova adega, escreve o diário. O modelo de negócio pressupõe a produção premium (tanto de vinhos de mesa como de Vinho do Porto), a venda do azeite produzido, e a aposta no enoturismo.

João Roquette revela que se pretende “replicar, no Douro, toda a experiência e know-how adquiridos no Alentejo”, rentabilizando o “enorme potencial vitivinícola” de uma marca (Vinho do Porto) eminentemente exportadora. Escusa-se a revelar o valor do negócio ou a confirmar uma eventual vontade de expansão para outras Denominações de Origem. Mas assegura que a marca “Esporão” não será estendida à produção vinícola da Quinta das Murças.

A área da Quinta reparte-se entre vinhas de diferentes idades e exposições (60 hectares), 6000 pés de oliveiras orgânicas, um laranjal e 30 hectares de mata. O espaço compreende ainda um lagar tradicional de azeite, outros lagares de granito destinados à pisa a pé e à fermentação, uma adega, cubas de armazenagem, tonéis reservados para o Vinho do Porto, barricas de carvalho para os vinhos DOC, uma cave de estágio subterrânea e um laboratório.

Os vinhos Herdade do Esporão são vendidos em mais de 50 países, incluindo Portugal. Representam 90% da facturação do grupo, contra os 8% do azeite e os 2% do turismo. Prevê-se que as exportações representem um terço do volume de negócios (40 milhões de euros) no actual exercício.

Fonte: Hipersuper

segunda-feira, novembro 03, 2008

Entre os vinhos europeus no Brasil o português é o mais vendido

São Paulo concentra boa parte das importações brasileiras de vinhos lusos.
São Paulo - A crise financeira que começou nos Estados Unidos (EUA) e se espalhou pelo mundo pode chegar até à mesa do brasileiro, especialmente dos apreciadores de um bom vinho. A subida do dólar em quase R$ 0,70 em um mês vai encarecer as importações e como conseqüência o preço do produto. É o que acredita Manuel Luz, consultor de vinhos portugueses de São Paulo, afirmando que a bebida poderá sofrer um acréscimo de 20% a 30%.

As importadoras poderão optar por trazer menos vinho, porém, a situação poderá se agravar no próximo ano. Manuel Luz diz que as compras para as festas de fim de ano já devem ter sido feitas e o mercado será bem abastecido, porém, os preços deverão sofrer majoração, pois as aquisições posteriores já estarão com aumento. "Quem já comprou terá que aumentar os preços para poder arcar com novas compras", diz.

Dos vinhos portugueses, Manuel Luz ressalta que a grande região exportadora para o Brasil é o Alentejo, Sul de Portugal, à frente da mais tradicional até então, a do Douro, ao Norte. Segundo ele, dos vinhos europeus, os portugueses têm a preferência do brasileiro, desde que chegaram ao país, trazidos pela Coroa Portuguesa, momento histórico que comemora 200 anos.

As vendas são influenciadas, muito fortemente, pelo fator preço, bem mais em conta do que de outras regiões de Portugal e da Europa, como Itália e França. Portugal consegue oferecer um vinho de boa qualidade a um preço bem mais barato. "Um vinho francês ou italiano de R$ 60,00 no Brasil dificilmente tem a mesma qualidade do português neste mesmo valor", assegura Manuel Luz.

Segundo informações da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), as exportações portuguesas de vinhos para o Brasil estão em ritmo crescente. Em 2007, elas aumentaram 24,69% em valor e de 12,94% em volume frente a 2006. Em valores absolutos Portugal exportou US$ 23,49 milhões e 6,6 milhões de litros. Este crescimento garantiu, mais uma vez, o terceiro lugar de maior exportador, em valor, de vinhos para o Brasil, atrás do Chile, que ocupa o primeiro lugar, e da Argentina.

O período de janeiro a setembro deste ano apresenta, também, um crescimento nas importações comparado com a mesma data de 2007. Elas aumentaram 17,61% em valor e 77,31% em volume. Em valores absolutos, o Brasil comprou US$ 18,14 milhões e 4,5 milhões de litros no período até setembro. O desempenho deste mercado brasileiro com Portugal não pode deixar de ser considerado notável, pois cresceu, nos últimos cinco anos, 145% em valor e 105% em volume.

A Adega Alentejana (uma das maiores importadoras de vinhos de portugueses), localizada em São Paulo, destaca que as marcas mais vendidas no mercado nacional são Fundação Eugénio de Almeida tinto, Cartuxa Colheita tinto, Convento da Vila tinto, Terras de Xisto tinto, Chaminé tinto e Paulo Laureano Clássico tinto. Os mercados de maior consumo são Rio de Janeiro e São Paulo (empatados), depois Brasília, Pernambuco e Minas Gerais.

Investimento

O Douro continua em destaque na produção e exportação, mas o Alentejo ganhou evidência e se transformou na maior exportadora de vinhos para o Brasil, com qualidade e preços bem melhores para o consumidor. Essa região, segundo Manuel Luz, recebeu pesados investimentos, principalmente ingleses, depois da formação do bloco da União Européia (UE), assumindo papel de destaque na mesa do brasileiro, pela qualidade e preço mais popular.

Os investimentos passam, também, pela contratação de grandes enólogos australianos e franceses. Manuel Luz diz que no Alentejo encontram-se, ainda, dois dos principais enólogos portugueses, Luiz Duarte e Paulo Laureano - este último eleito o melhor enólogo do país – o que tem contribuído para que a região se transforme na maior exportadora de vinhos portugueses para o Brasil.

Nas décadas de 60, 70 e 80, o grande vinho da mesa dos brasileiros era o verde, muito bem aceito em função do clima quente do país. Da região do Minho, a bebida é, ainda, facilmente encontrada no mercado nacional. Porém, com a abertura do mercado, no início da década de 90, surgiram novos vinhos que têm também grande aceitação no Brasil, como os chilenos e argentinos.
Portugal Digital - 31/10/2008

sexta-feira, outubro 17, 2008

Vinho do Porto

O vinho do Porto é uma invenção portuguesa que os ingleses descobriram e fizeram o mundo todo conhecer. Foi nos séculos XVII e XVIII que este vinho, conhecido como “Néctar do Douro”, começou a ser consumido com regularidade pelos ingleses, que inicialmente o compravam na cidade do Porto, daí a origem do seu nome. Depois subiram o rio Douro em direção a sua nascente e promoveram o cultivo de uvas para a elaboração deste vinho.

Atualmente são os franceses os maiores consumidores de vinhos do Porto, mas os melhores exemplares ainda são consumidos pelos ingleses.

A região é reconhecida como uma das primeiras oficialmente demarcadas do mundo, pelo Marques de Pombal em 1756.

É produzido na região do Vale do Rio Douro, em solo xistoso e pouco fértil, tendo como uvas principais as tintas : Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Tinto Cão e Tinta Amarela, e as brancas: Gouveio, Viosinho, Rabigato, Malvasia Fina e Donzelinho

A principal diferença do Porto em relação aos demais vinhos é que sua fermentação é interrompida com a adição de aguardente vínica, preservando o açúcar natural da uva. É chamado de “Vinho Fortificado”, com alto teor alcoólico (20%) e predominantemente doce. Ideal como digestivo e para acompanhar sobremesas. Combina bem com chocolate e é um excelente parceiro para os charutos.

Estilos de Vinho do Porto:

• Ruby – Jovem e frutado. É um corte de diversas safras, envelhecido por 2 ou 3 anos antes de ser engarrafado. Quando feitos de uvas premium recebem a denominação “Reserva” e envelhecem de 3 a 5 anos;
• Tawny – Teoricamente, é envelhecido por mais tempo que o Ruby, porém os mais baratos têm a mesma idade dos Rubies. É o resultado da mistura de vários vinhos, de diversas idades, que estagiaram em tonéis de madeira de 525 litros. Tem aromas delicados de baunilha e frutas secas, como nozes e amêndoas. Os mais antigos podem receber nomes de Fine Tawny ou Superior Tawny;
• Tawny 10, 20, 30 e 40 anos – Mistura de vinhos cuja idade média represente estes anos de envelhecimento em tonéis. Ricos e aveludados;
• Colheita - Vinho de safra única, envelhecido em madeira por no mínimo 7 anos;
• Vintage – Vinho de safra única, declarado vintage pela Comissão do vinho do Porto. Envelhecido 2 anos em madeira antes do engarrafamento, sem filtragem. É o supra-sumo do Porto e envelhece maravilhosamente bem. É o companheiro perfeito para o queijo da Serra da Estrela;
• LBV – Late Bottlet Vintage - Vinho de safra única, não declarado vintage pela Comissão do vinho do Porto. Envelhecido por 4 a 6 anos em madeira, é filtrado antes do engarrafamento. Pronto para o consumo. É o que apresenta a melhor relação qualidade x preço;
• Crusted – Corte de vinhos de mais de uma colheita e engarrafado sem filtragem;
• Porto Branco – Seco, meio-seco ou doce, feitos de uvas brancas. O seco é muito bom como aperitivo e para a elaboração de drinques.

As principais marcas de vinhos do Porto estão presentes no mercado brasileiro. Aprecio muito os seguintes vinhos: Churchill’s Ruby Reserve – Churchill’s - (Expand Importadora), Tawny 20 anos e Quinta das Carvalhas Tawny Reserva – Real Cia. Velha ( Barrinhas Importadora), LBV 1998 – Burmester – (Adega Alentejana), Noval Colheita 1971 – Quinta do Noval – (Grand Cru Importadora), Ruby Six Grapes - Graham’s – (Mistral Importadora), Krohn Vintage 1982 e Tawny 30 anos – Wiese & Krohn – ( World Wine Importadora), LBV 2000 – Offley – (Zahil Importadora/Vitis Trade).

Vinhos nacionais ganham mais espaço na boa mesa brasileira

A alta do dólar já se reflete positivamente na venda dos vinhos nacionais, que ganham cada vez mais espaço na boa mesa. Vinícolas brasileiras aproveitam a oportunidade para aumentar a produção e se animam com as previsões para o fim do ano. A Dal Pizzol espera um aumento de 30% nas vendas dos vinhos nos próximos três meses, comparado ao mesmo período do ano passado.

Como o produto nacional já criou um público cativo, o volume da produção de determinados vinhos, como o Do Lugar Rosé, aumentou em mais de 100%, com relação ao ano passado. A Dal Pizzol vai disponibilizar para os apreciadores da bebida mais de seis mil garrafas, por R$ 28 cada. Em 2007, o mesmo vinho teve suas três mil garrafas comercializadas em menos de quatro meses.

O Rosé é um produto que foi vítima de um círculo vicioso, cheio de preconceitos, mas a qualidade dos produtos nacionais não passou despercebida pelo mercado. O Do Lugar Rose foi o único Rosé classificado entre os 16 vinhos representativos da Safra 2008, durante a XVI Avaliação Nacional de Vinhos, que aconteceu em Bento Gonçalves.

Outra vinícola que expressou grande expectativa para este ano é a Miolo, que prevê alta de 20% no volume de vendas de espumantes brasileiros, para 2,1 milhões de garrafas.

terça-feira, outubro 14, 2008

Bahia lança Enoturismo como novo produto no Vale do São Francisco

O consumo de vinhos entre os brasileiros tem crescido expressivamente nos últimos anos, e a concentração das viniculturas já não se restringe ao Sul do país. A Bahia desponta como um mercado promissor tanto para consumo quanto para produção, agregando, inclusive, mais um serviço na rota do vinho no Vale do São Francisco - o Enoturismo - com a inauguração no dia 11/10, de mais este produto turístico no estado.

É isso mesmo, se até pouco tempo o vinho era uma bebida consumida por poucos brasileiros, imagine conhecer todo o seu processo de produção, desde a preparação do solo, passando pelo cultivo da uva até presenciar o líquido sair engarrafado, pronto para as prateleiras dos supermercados.

Com a inauguração do roteiro do Enoturismo, todos esses passos estão à disposição dos turistas que visitarem Bahia e Pernambuco, uma vez que o roteiro contempla quatro municípios em cada estado.

A aposta neste segmento é grande por parte do governo baiano. O governador Jaques Wagner, aproveitou a inauguração do roteiro turístico para anunciar a reforma completa do aeroporto de Juazeiro, o que facilitará o acesso, atualmente feito por via terrestre, uma vez que de avião só é possível chegar por Petrolina.

Investimentos - As empresas Miolo e Lovara, provenientes do Rio Grande do Sul, investiram cerca de R$ 30 milhões, trouxeram tecnologia de ponta e acabam de firmar parceria com a espanhola Osborne, com previsão de produzir cerca de três milhões de litros de vinho por ano, incluindo vinhos finos, espumantes e brandies.

Se os investidores já estavam confiantes nos bons resultados, com o aumento do dólar frente à moeda nacional, esta confiança cresceu ainda mais, tanto para as vendas internas, quanto para as exportações, como explicou Henrique Benedetti, do grupo Miolo.

Segundo ele, os vinhos chegam ao consumidor final com preços entre R$ 9,90 e R$ 27, e os espumantes variam entre R$ 14,90 e R$ 23. "E é um produto de boa qualidade, bem aceito no mercado nacional e internacional". Ele acrescentou que, em relação à produção do vale do São Francisco, a Bahia representa 30% do consumo, e frente ao mercado nacional, o índice é de 17%.

O governo baiano pretende investir na formação e especialização da mão-de-obra para atender à demanda desta nova oportunidade para a economia baiana. O secretário de turismo, Domingos Leonelli, anunciou a parceria com o Sebrae de Juazeiro para capacitação de pessoal, e também um curso superior de Turismo, que será implantado através da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), alinhado com as necessidades do trade turístico.

"Vamos discutir com o trade turístico para que o estudante tenha uma formação que o permita sair da universidade diretamente para o mercado de trabalho", ressalta Leonelli.

Roteiro – A visita começa pelas vinícolas, onde os turistas terão uma verdadeira "aula", desde o cultivo da uva até à fabricação do vinho, seu armazenamento, além da oportunidade de degustar os diversos sabores produzidos na vinícola.

E o roteiro também é gastronômico, uma vez que os produtores resolveram inovar, e servir como acompanhamento a culinária local, como a carne de bode e o beiju.

Para o presidente do conselho executivo da Osborne, Ignácio Osborne, está na hora de deixar de lado a idéia de que cada vinho tem uma culinária específica, como ainda hoje é indicado que a carne deve ser acompanhada por tinto, ou peixe ser servido com vinho branco. "A combinação deve ficar a critério de cada um e, o melhor vinho é aquele que você gosta", enfatiza o espanhol, que acaba de se integrar ao grupo Miolo.

Ele ainda ressalta que os vinhos devem ser produzidos de acordo com a cultura local. "Aqui, temos que fazer um vinho com a cara dos brasileiros, leve, alegre, pois é assim que vejo este povo. E não um vinho muito encorpado, pesado", conclui Osborne.

E o passeio não pára por aí, os visitantes ainda podem fazer passeio de barco pelo "Velho Chico" para curtir o pôr-do-sol e esticar em um dos bares da orla de Petrolina ou de Juazeiro. Para a presidente da Bahiatursa, Emília Silva, o roteiro está inaugurado e o momento é de se trabalhar para trazer o turista. Para isso, ela convocou os operadores de turismo que estavam presentes para "comprar" a idéia e incluir este destino nos seus catálogos para venda.

Inauguração – A inauguração contou com a presença de políticos da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul (região de origem da Miolo), secretários de estado, o cônsul da Espanha e de Portugal, representantes do turismo nacional e outros interessados na comercialização de vinhos.

terça-feira, setembro 16, 2008

O melhor Vinho do Porto e Sherry no Decanter World Wine Awards

Um Troféu Internacional é o mais alto galardão do concurso internacional Decanter World Wine Awards. Apenas 0,25% dos vinhos inscritos conseguiram esta distinção de topo. Julgados não apenas como os melhores da sua categoria e região, os vencedores do Troféu Internacional expressam o melhor exemplo de um determinado estilo de vinho. Mais de 9.000 vinhos de todo o mundo participaram no concurso, mas apenas 26 foram premiados com troféus internacionais. A Sandeman conquistou 2!

Melhor vinho fortificado doce acima de 10£ e melhor vinho fortificado seco acima de 10£ foram os troféus internacionais conquistados pela Sandeman no concurso internacional Decanter World Wine Awards, realizado em Londres, Inglaterra. A concorrer com vinhos de todo mundo, nomeadamente os famosos da Sicília e de Tokay, os vinhos da Sandeman foram eleitos os melhores em concurso.

Descrito pela organização como o "cume da perfeição", Sandeman Porto Tawny 30 Anos destaca-se pelo paladar a damascos secos, avelãs e baunilha, bem como pelo aroma a mel e especiarias.

Sandeman Sherry Royal Esmeralda, um vinho Amontillado, bateu um Bual da Madeira de 1920 para se sagrar vencedor do segundo troféu internacional atribuído à marca. "Uma obra-prima" é como este vinho se caracteriza aos olhos do júri de um dos mais importantes concursos de vinhos no mundo. Sandeman Sherry Royal Esmeralda prima pela complexidade do seu aroma, por um picante macio, um paladar limpo e umas notas a nozes que o tornam num vinho muito intenso.

Os prémios atribuídos a Sandeman são o reflexo do investimento feito pela marca que, desde 1790, aposta na inovação e qualidade dos seus vinhos. Estes resultados, entre outros, reforçam a posição líder da Sogrape na comercialização das suas marcas de Vinho do Porto e Sherry.
AgroNotícias.

sexta-feira, setembro 12, 2008

Vinho do Porto, chocolate e charutos

A estratégia de reposicionamento internacional do vinho do Porto envolve também o mercado belga. Numa aposta clara de promoção das categorias especiais, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) estabeleceu uma parceria com as empresas Cubacigar e Galler, que junta o Vinho do Porto, aos Charutos e Chocolates.

No total serão realizadas 21 ações dirigidas a someliers, escolas de hotelaria e clubes de apreciadores de charutos. Esta iniciativa insere-se no plano de atividades do IVDP e conta com o apoio da AICEP em Bruxelas. Hoje e nos dias 18 e 25 de Setembro e 2 de Outubro são as datas das primeiras provas desta parceria. Chocolates de gosto refinado e um charuto numa conjugação perfeita com Vinho do Porto.

É o que se pretende dar a conhecer a um mercado que já é consumidor habitual (ocupa o 3º lugar na lista de exportações, com 14,6% do volume) mas que também tem que ser ensinado a apreciar a combinação de sabores e texturas e a usufruir dos Vinhos do Porto em diferentes momentos de consumo.

Com esta parceria, o Vinho do Porto vai marcar presença nos Clubes de Charutos de Bruges (11 Setembro), Anvers (18 Setembro), Dendermonde (25 Setembro) e Louvain (2 Outubro). Em 2008, o IVDP continua a sua estratégia promocional que assenta no reposicionamento do Vinho do Porto, passando pela ligação à gastronomia, focando a comunicação nos momentos de consumo, promovendo as categorias especiais de Vinho do Porto. O IVDP pretende que o Vinho do Porto tenha uma imagem mais moderna apelando a novos consumidores.

domingo, setembro 07, 2008

Comissão aprova medida para expandir mercado de vinho

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio aprovou na quarta-feira (3) o Projeto de Lei 5743/05, do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que dá ao vinho o status de alimento natural. O objetivo é estimular a expansão do setor vitivinícola nos mercados nacional e internacional a partir da redução de tributos da bebida, o que ocorreria se ela deixasse de ser considerada um produto industrializado.

O relator da proposta, deputado Renato Molling (PP-RS), considera que ela traz um forte estímulo para o desenvolvimento do setor, "não apenas pelo lado da oferta, ao reduzir os custos de produção, como também pelo lado da demanda, visto que a classificação do vinho como alimento deve estimular seu consumo". Hoje se ingere no Brasil cerca de dois litros de vinho per capita por ano. "Em países como Espanha, Itália, França e Portugal o consumo é de cerca de 60 litros per capita, e na Argentina e no Chile, entre 30 e 40 litros" compara o deputado.

Molling destaca que, com a aprovação do projeto, o Brasil estaria seguindo o exemplo da Espanha, que, em 2003, passou a considerar o vinho como alimento funcional, o que produziu impacto profundamente positivo sobre o setor vitivinícola.

Importados
O parlamentar ressalta que, em 2005, os importados participaram com quase 60% do mercado brasileiro de vinhos finos. Segundo ele, essa situação pode ser explicada pela carga tributária incidente sobre o setor. Os impostos sobre uma garrafa de vinho de mesa, em 2005, estavam entre 36,5% e 47,2% do preço ao consumidor. Para os vinhos finos, a proporção seria de 38,1% a 47,9%, enquanto para os espumantes ficaria entre 38,1% e 49,2%.

Dados apresentados por Molling dão conta de que o setor vinícola responde pela geração de cerca de 140 mil empregos no Brasil e detém PIB da ordem de 3 bilhões de dólares (cerca de R$ 5,02 bilhões). "Esses números mostram a relevância econômica do setor, que possui enorme potencial para crescer e ocupar o mercado interno", destaca.

Bebida saudável
Na opinião de Renato Molling, "o vinho é a bebida mais favorável à saúde" e sua nova classificação, além de contribuir para a economia brasileira, vai aumentar o bem-estar da população.

De acordo com ele, estudos recentes mostram que os polifenóis contidos no vinho combatem os radicais livres, reduzindo a incidência de mais de 60 problemas clínicos - de cânceres e reumatismos a cataratas e envelhecimento. Na pele, conforme o deputado, os polifenóis bloqueiam a ação da colagenase e da elastase (que atacam o colágeno), deixando a pele mais elástica e consistente. "Além disso, eles melhoram a microcircualação e a vascularização", afirma.

Molling acrescenta que, "como são potentes varredores de radicais livres", essas substâncias melhoram a circulação. Com isso, pessoas com hábito de beber vinho moderadamente teriam 20% menos cegueira. O vinho também reduz em entre 40% e 60% os riscos de aparecimento de doenças cardíacas e respiratórias, segundo o parlamentar.

Paradoxo francês
Molling relata que os benefícios do vinho começaram a ser conhecidos no início da década de 90, a partir da observação do "paradoxo francês". Conforme lembra, sabe-se que comer gorduras saturadas, fumar e ser sedentário aumentam os riscos para doenças cardiovasculares. "Os franceses, comparados a outros povos do mesmo nível socioeconômico-cultural, são mais sedentários, fumam mais e comem mais gorduras saturadas. No entanto, têm a metade dos problemas caridiocirculatórios", diz Molling. Intrigado, o pesquisador Serge Renaud concluiu, em 1991, que o desempenho francês deve-se à ingestão moderada de vinho.

Tramitação
O projeto perdeu o caráter conclusivo porque foi rejeitado na Comissão de Seguridade Social e Família. Ele segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e deverá ser votado pelo Plenário.
Agência Câmara

terça-feira, setembro 02, 2008

Guias ensinam a escolher vinhos e harmonizar a bebida com refeições

A "Série Top 10 Vinhos", da Publifolha, apresenta os melhores vinhos e vinícolas dos Estados Unidos e Canadá, França e Itália. Esta coleção é de autoria do Master Sommelier Vincent Gasnier e traz sugestões para comprar e armazenar os vinhos, combiná-los com diversos tipos de refeição, além de mostrar as melhores maneiras de degustá-los. Conheça abaixo um pouco sobre cada volume.

Estados Unidos e Canadá

O título mostra formas de ler um rótulo de um vinho norte-americano, detalha regiões vinícolas famosas do país, como a costa norte da Califórnia, vale do Napa, Sonoma, Mendocino, Oregon e Lake Country. Também elenca os grandes Cabernet Sauvignons, vinhos para o dia-a-dia e os rótulos mais indicados para celebrar. Saiba mais sobre as uvas dos Estados Unidos.

França

O livro traz informações acessíveis e concisas, porém completas, a respeito dos melhores vinhos tintos, os brancos mais indicados, os champanhes, deliciosos orgânicos e os segredos mais bem guardados pelos vinicultores. O título detalha ainda a região de Bordeaux, referência mundial em tintos. Leia trecho a respeito da classificação dos tintos de Bordeaux

Itália

O título apresenta em detalhes os melhores vinhos de várias regiões da Itália, a forma correta de se ler um rótulo de um vinho italiano, apresenta listas com os dez melhores tintos, brancos, os dez mais destacados vinhos de sobremesa e os amarones, um dos melhores e mais encorpados tintos do mundo. Veja quais são os melhores produtores de vinhos do noroeste da Itália

A Publifolha conta ainda com o " Guia Vinhedos e Vinhos da França", da série de "Guias Passo a Passo". O guia contém oito grandes mapas desdobráveis que mostram como aproveitar os melhores roteiros para degustar os vinhos franceses. Os mapas ajudam o leitor a explorar ao máximo as principais regiões vinícolas da França, como o Vale do Loire, Bordeaux, Borgonha, entre outras. São mais de 200 endereços de vinhedos, adegas, restaurantes e hotéis, além de uma seleção de 80 locais e museus obrigatórios.

Cientistas criam método para autenticar vinhos com acelerador de partículas

Um grupo de físicos nucleares franceses desenvolveu uma técnica para autenticar os grandes vinhos introduzindo nas garrafas um feixe de íons de um acelerador de partículas, anunciou nesta segunda-feira o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS).

"A análise dos feixes de íons fornece informações sobre a idade do vinho de acordo com a data de engarrafamento, superando os limites da técnica de medição por radioatividade do césio 137, que não permitia a autenticação das garrafas de vinho com data anterior a 1950", explica o comunicado do CNRS.

O novo processo permite verificar tanto a idade do vinho como sua procedência, tornando a autenticação mais segura. Seria "um pouco como a assinatura de um pintor em seu quadro, tudo isso sem a necessidade de abrir a garrafa e sem afetar seu conteúdo", afirmam os físicos.

As pesquisas foram desenvolvidas como parte de um contrato assinado pela Arcane, célula de transferência tecnológica do Centro de Estudos Nucleares de Bordeaux Gradignan, e por uma sociedade londrina especializada no comércio internacional de grandes vinhos, a The Antique Wine Company.

O contrato prevê a análise de aproximadamente 160 garrafas, que seriam incluídas, em novembro, em um serviço comercial de especialistas, através da criação de uma sociedade independente francesa chamada "Vincert SARL", informa o comunicado.
PARIS (AFP)

terça-feira, agosto 19, 2008

Os Douro Boys - Uma revolução no Douro

Os Douro Boys estão celebrando seis anos de sucesso. Juntaram-se em 2002 com o objetivo de colocar o Douro, tradicional produtor de vinhos do Porto, no mapa dos vinhos não fortificados. E, de fato, esse objetivo foi alcançado! Provavelmente é hoje a região mais inebriante de Portugal e, quem sabe, do mundo: é aquela de onde surgem novidades a cada momento, de todos os tipos e preços.

Mas quem são os Douro Boys? Pois bem, é um grupo de pessoas essencialmente bem-dispostas com uma enorme capacidade de trabalho e, sobretudo com uma visão inovadora para com o vinho da região do Douro. É deste grupo que saem vinhos tintos badalados, como C.V., Batuta, Vale Meão, Charme, Vinha da Ponte, Vinha Maria Teresa, Vallado Reserva e os brancos Tiara, Redoma Reserva, Quinta do Vallado Reserva, VZ, etc.

À frente destes vinhos estão Francisco Olazabal (Quinta do Vale Meão) Francisco Ferreira (Quinta do Vallado), Tomás Roquette (Quinta do Crasto), Dirk Niepoort (Niepoort) e Cristiano Van Zeller (Quinta do Vale D. Maria). Todos eles com quintas espalhadas pelo Douro.

E para comemorar a união do grupo, lançaram um vinho, o Douro Boys Cuvée 2005, com uma produção de apenas 712 garrafas em tamanho Magnum (1,5 litros), onde o vinho é feito com uma mistura das melhores barricas de cada produtor. Este vinho foi vendido apenas em leilão.

Quinta do Vale Meão

É uma das mais famosas Quintas do Douro, tendo sido o berço do famoso vinho Barca Velha. Situada no Alto Douro, em Vila Nova de Foz Côa, a Quinta iniciou a sua produção vinícola em 1887 pelas mãos da lendária D. Antônia Adelaide Ferreira (historicamente conhecida como a Ferreirinha), fazendo parte do seu enorme patrimônio no Douro. Hoje a propriedade é gerida por Francisco Olazabal (descendente de Dona Antônia), que iniciou o atual projeto em 1999.

Atualmente são produzidos três vinhos: o Meandro, o maravilhoso Quinta do Vale Meão (considerado o Barca Nova, uma vez que é produzido com uvas dos mesmos vinhedos onde eram produzidos os Barca Velhas), e o Quinta do Vale Meão Vintage. Importados para o Brasil pela Mistral.

Quinta do Vallado

Em pleno coração do Douro, perto de Peso da Régua, a Quinta do Vallado tem referências que datam de 1716. Também pertenceu à lendária Dona Antonia Adelaide Ferreira, empresária que dedicou a sua vida à produção de vinho, no Douro. A propriedade tem se mantido na família até hoje, estando já na sua sexta geração, sendo gerida por Francisco Ferreira (gestão agrícola e administrativa), com o apoio do enólogo Francisco Olazabal. Com eles, a Quinta alcançou um patamar de elevada qualidade, reconhecida pelos excelentes vinhos produzidos. Importados para o Brasil pela Expand.

Quinta do Crasto

As primeiras referências conhecidas referindo-se à Quinta do Crasto datam de 1615, tendo sido posteriormente incluída na primeira Feitoria juntamente com as Quintas mais importantes do Douro. Um marco de Marques de Pompal, datado de 1758, pode ser visto na Quinta. Hoje, o Douro Boy Miguel Roquette produz maravilhas, como os tintos Vinha da Ponte, Vinha Maria Teresa e Quinta do Crasto Touriga Nacional. Importados para o Brasil pela Qualimpor.

Niepoort

Casa de Vinho do Porto que continua em família desde sua fundação em 1842. O enólogo, o talentoso Dirk Niepoort, representante da 5ª geração, mudou os rumos da empresa, produzindo alguns dos melhores tintos e brancos de Portugal, tais como o Vertente, o Redoma Branco, considerado por muitos como o melhor branco de Portugal, o cultuado e raro Batuta e o extraordinário Charme. Importados para o Brasil pela Mistral.

Quinta do Vale Dona Maria

Quinta muito antiga, com vinhas velhas com mais de 50 anos, está situada no coração da Região Demarcada do Douro. Documentos oficiais mencionam que, em 1868, foi registrada no nome do trisavô da atual proprietária, José António Teixeira de Carvalho Vaz e Sousa. Hoje, das mãos do competente Cristiano van Zeller, saem maravilhas como os tintos CV e o ícone Quinta do Vale D Maria. Importados para o Brasil pela Expand.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Olimpíadas do Vinho

O pódio da produção vinícola mundial sofrerá alterações num futuro próximo. Tudo indica que a França será superada pela Espanha em volume de litros fabricados em 2015, em função de uma contínua queda no consumo interno na terra dos Bordeaux, além de uma redução nas exportações francesas.

Nos próximos sete anos, a produção vinícola da França alcançará 4,39 bilhões de litros, o que significa uma diminuição de 20% em comparação à média de 5,28 bilhões de litros do período 2000-2004. Os dados foram divulgados pela associação Vignerons Indépendants (Viticultores Independientes) al Centre de Recherche pour l'Étude et l'Observation des Conditions de Vie (Credoc).

Atualmente, a medalha de ouro entre os produtores mundiais é da Itália, com 6 bilhões de litros por ano. A Espanha ocupa a terceira posição do ranking, com 4,5 bilhões de litros.
Enoblog - 17/08/2008

terça-feira, julho 29, 2008

Paris ensaia o renascimento de suas vinícolas

Quatro séculos depois de seu esplendor, plantações de uvas da região de Île de France produzem 40 mil garrafas por ano.

A região de Île de France, que compreende a cidade de Paris e o subúrbio, já foi a maior produtora de vinhos da França, no longínquo século 17. Passados os anos, a ascensão dos vinhos do sul e as pestes agrícolas, o cultivo nas vinícolas dos departamentos tem hoje mais caráter folclórico e turístico - mas não deixa a desejar aos viajantes leigos na cultura do vinho.

Seus roteiros são ideais para quem não dispõe de muitos dias no país, vai passar a maior parte do tempo na capital e deseja conhecer um pouco mais sobre o celebrado produto de exportação francês.

Existem atualmente 152 pequenos vinhedos em Île de France, com uma produção que chega a 40 mil garrafas por ano - a maioria delas preenchida por Chardonnay e Pinot Noir. As adegas e plantações podem ser facilmente visitadas pelos viajantes, que têm a comodidade de não precisarem se afastar dos arredores de Paris para conhecê-las.

A vinícola de Montmartre, precursora do renascimento da viticultura na região, é também a mais visitada. Se você estiver por lá em outubro, não perca a festa da colheita das uvas, as "fête de vendanges", que misturam os vinhos à música, cinema, e, claro, gastronomia. Além dos vinhedos em si, pode-se encontrar em Île de France o museu do Vinho, a poucos metros da torre Eiffel. Lá acontecem cursos, conferências e visitas com degustações abertas ao público.

Apesar de todo o investimento dos últimos anos, a qualidade dos vinhos da região mais rica da França ainda não acompanhou o compasso da produção do sul. O viticultor Eric Recchia, dono do vinhedo Les Grandes Vignes no famoso Val de Loire, explica que as plantações ainda são muito recentes, e a qualidade do produto, portanto, ainda tem que melhorar bastante até receber o selo de "Appellation d'Origine Contrôlée" (certificado de excelência dado pelo governo francês a queijos, vinhos e manteigas).

Por outro lado, se o viajante não se contentar com as propriedades do vinho dessas uvas tão urbanas, não há motivo para irritação: Paris também dispõe de um arsenal de restaurantes com qualidade suficiente para satisfazer os paladares dos enólogos e gastrônomos mais exigentes do mundo.
Grupo Viagem - 29/07/2008

segunda-feira, julho 28, 2008

Classificação Vinícola Alemã

Os vinhos alemãs são oficialmente classificados por categorias de qualidade, que envolvem distintos fatores, como região de origem, eventual adição de açúcar e amadurecimento.

As principais zonas de produção são: Ahr, Baden, Franken, Hessische Bergstrasse, Mittelrhein, Mosel-Saar-Ruwer, Nahe, Palatinate, Rheingau, Rheinhessen, Saale-Unstrut, Sächsische Weinstrasse e Württemberg.

Estas 13 regiões subdividem-se em 39 distritos, e estes, por sua vez, subdividem-se em vinícolas coletivas. Os níveis de qualidade da produção obedecem a uma classificação, nomeando as diferentes espécies.

Deutscher Tafelwein: equivalente ao vinho de mesa em outros países.
Deutscher Landwein: é o vinho do país e não desempenha papel importante no mercado exportador.
Qualitätswein bestimmter Anbaugebiete (QbA): é o vinho de uma região específica com elevado nível de qualidade.
Qualitätswein mit Prädikat (QmP): o nível mais alto e pode ser subdividido de acordo com o amadurecimento das uvas em Kabinett (vinhos leves completamente amadurecidos), Spätlese (de colheita tardia, podem ou não ser mais doces que Kabinett), Auslese (produzidos a partir de uvas amadurecidas, geralmente doces), Beerenauslese (produzidos com uvas selecionadas individualmente e superamadurecidas, que geram um vinho de sobremesa muito doce), Trockenbeerenauslese (uvas selecionadas superamadurecidas e murchas, atacadas pela podridão nobre, que produzem um vinho extremamente rico em açúcar) e Eiswein (uvas naturalmente resfriadas na vinha ( praticamente congeladas), produzindo um vinho muito doce e concentrado).

Para saber mais sobre a extensa e mundialmente apreciada produção vinícola alemãs, consulte: http://www.germany-tourism.de/ENG/destination_germany/master_tlfstrasse-id20.htm(DRF)




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segunda-feira, julho 21, 2008

Vinho Tinto retarda o envelhecimento do Coração

A resposta para o chamado “paradoxo francês” pode ser encontrada no vinho tinto, e, mais especificamente, em pequenas doses de resveratrol, um componente natural das uvas, vinho tinto e outros alimentos, de acordo com um novo estudo de nutrição levado a cabo por uma equipa internacional de investigadores.

Os investigadores colocaram as suas descobertas online no dia 3 de Junho, no jornal de livre acesso “Public Library of Science One”, onde expuseram que pequenas doses de resveratrol incluídas na alimentação de ratos de meia idade tiveram uma grande e positiva influência sobre as alavancas genéticas para o envelhecimento, chegando a proteger de forma especial o coração.

Como conseguem os franceses manter uma excelente saúde cardíaca, e em simultâneo a sua alimentação ser tão rica em gorduras saturadas, perguntam os cientistas?A resposta para o chamado “paradoxo francês” pode ser encontrada no vinho tinto, e, mais especificamente, em pequenas doses de resveratrol, um componente natural das uvas, vinho tinto e outros alimentos, de acordo com um novo estudo de nutrição levado a cabo por uma equipa internacional de investigadores.

Estas descobertas também explicam o “paradoxo francês” e a inexplicável boa saúde cardíaca das pessoas que vivem em certas zonas de França onde se bebe vinho tinto, apesar da dieta ser muito rica em gorduras saturadas. Em França, e também em Portugal, as refeições são geralmente acompanhadas com um copo de vinho tinto. As provas sugerem fortemente que o resveratrol pode melhorar a qualidade de vida devido á sua influência e capacidade de retardar o envelhecimento cardíaco, contudo, será necessário um estudo mais aprofundado que o comprove com 100% de certeza cientifica.Fonte: ScienceDaily

quinta-feira, julho 10, 2008

As Inconstitucionalidades da Lei Seca

Alguns assuntos são, em especial, delicados para serem abordados com racionalidade, entre os quais, no momento, as questões relativas à lei n.º 11.705/2008 (lei seca), pois estabeleceu-se um discurso que divide a sociedade entre o bem e o mal, em que no primeiro grupo estariam os exemplares defensores da lei e no outro estariam os infratores de trânsito insensíveis, e muitas vezes assassinos, a combatê-la, quando a verdade é que este forçado maniqueísmo é uma brutal mentira.

Na realidade, a lei seca é uma monstruosidade, calcada na idéia de um excessivo intervencionismo estatal sobre as liberdades, ampliando perigosamente, em um País infelizmente refém da corrupção e dos abusos, os campos de ação imotivada dos agentes públicos.

A verdade é que a lei em questão nasceu morta, ante as suas gritantes inconstitucionalidades. Fere os princípios da lesividade; da ultima ratio; do in dubio pro reo; da não incriminação; da proporcionalidade; da adequação social; enfim, agride o próprio bom senso.

Somente pode haver intervenção punitiva na hipótese do trânsito de veículos, se o motorista colocar em risco a segurança viária (lesividade), constatação somente possível pela anormalidade na direção e não pela presunção em seu desfavor por haver ingerido determinada quantidade de álcool (in dubio pro reo), que a bem da verdade pode em nada agravar o risco de que provoque algum acidente, se a despeito da ingestão de álcool e de tudo que se possa dizer em defesa da lei seca, mantém-se dirigindo em quadro de normalidade. A anormalidade precisa ser demonstrada por atos externos concretos do condutor do veículo, não é decorrência de presunção pelo consumo de determinada substância.

A lei seca tornou mais grave beber, sem qualquer efetiva lesão a quem quer que seja, que grande parte dos crimes existentes no Brasil, inclusive os que importem em violência à pessoa (proporcionalidade), tornando a medida inaceitável. Utiliza-se das medidas coercitivas penais como primeira alternativa do sistema jurídico, o que agride a idéia de que o sistema punitivo é a derradeira hipótese de ação estatal (ultima ratio).

Ademais, é absolutamente em acordo ao senso do homem médio brasileiro que o consumo não exagerado de substância alcoólica é meio de salutar integração social, não podendo a lei, pela sua irracionalidade e exagero, a pretexto de proibir o álcool na direção, em verdade, tendo em conta a importância do veículo na vida normal dos cidadãos brasileiros, impedir o próprio consumo de bebidas alcoólicas.

A lei seca, retirado o manto de cinismo que tem recoberto o discurso de sua defesa, não passa de uma das piores legislações já editadas, excessivamente ampliadora da intervenção do Estado, que pode até obrigar uma pessoa a produzir prova contra si mesma. A idéia não é nova, durante a Inquisição a pessoa acusada de bruxaria ou confessava e era queimada ou era detida até que confessasse para, então, ser queimada. Nas leis de segurança das ditaduras militares latino-americanas o modelo também foi o mesmo, como segue sendo para os acusados de terrorismo nos Estados Unidos de Bush.

O “politicamente correto” seria defender a lei seca como se defendendo que as pessoas não mais se matem no trânsito, ocorre, porém, que a lei seca mantém no trânsito o participante de racha, o motorista que não respeita a faixa de pedestres, os que excedem o limite de velocidade continuamente; somente retira do trânsito quem gosta de um bom sagu ou de mignon ao vinho ou, no final de semana, almoça ou janta com os amigos e toma uma taça de vinho ou um copo de cerveja.

Não é desenvolvida fiscalização em relação a quem dirige com excesso de velocidade, ataca os pedestres ou dirige de forma agressiva, pois os agentes policiais estão todos ocupados demais vendo quem bebe ou deixa de beber. Em resumo: mantêm-se intocados os assassinos do trânsito, mas agride-se o cidadão comum.

Alguém aí já ouviu falar em Estado Autoritário?
Adel El Tasse é advogado, procurador federal, professor de Direito Penal em cursos de graduação e pós-graduação, professor nas escolas da Magistratura Federal e Estadual do Estado do Paraná, mestre e doutorando em Direito Penal e integrante da coordenadoria do Paraná da Associação Brasileira dos Professores de Ciências Penais.

ESTADO DO PARANÁ - Opinião - 09/07/2008

quarta-feira, julho 09, 2008

Crítico inglês elogia vinhos brasileiros

Jamie Goode, do site Wineanorak, aprova Merlot Grande Vindima da Lidio Carraro e sobretudo o RAR 2004 da Miolo.

Marcos Pivetta/www.jornaldovinho.com.br
Publicado em 05/07/2008

Em seu blog, o crítico inglês de vinhos Jamie Goode, que mantém o ótimo site Wineanorak e escreve para jornais e publicações impressas de seu país, fez num breve relato publicado no dia 22 de junho uma pequena – mas positiva – avaliação de dois vinhos nacionais: o RAR 2004, da Miolo, e o Merlot Grande Vindima 2004, da Lidio Carraro.

Goode disse que o RAR, cuja imagem aparece no site, é um vinho de “classe mundial” e que o Grande Vindima é “bastante bom”. Goode afirmou que a indústria de vinhos no Brasil é séria, apesar de desconhecida no Reino Unido. E disse que vai ficar de olho nos vinhos daqui.

Veja o que o crítico britânico escreveu dos dois vinhos que selecionou (numa tradução livre de seus comentários):

RAR 2004: De uma das regiões mais frias do Brasil (Campos de Cima da Serra), a mais de 1000 metros de altitude. Refinado, nariz sofisticado mostrando frutas frescas, vermelhas e negras, com algum carvalho de classe. Maduro, mas com uma atraente ponta de mineralidade. O palato é bem focado em frutas negras com uma adorável estrutura apimentada. Surpreendentemente parecido com um Bordeaux, apesar de mais próximo do estilo de vinhos do Novo Mundo de clima frio. Realmente bem equilibrado e um esforço sério. Nota 90/100.

Merlot Grande Vindima 2004: Este vinho tem um nariz quente, apimentado, terroso que não é desagradável, mas com um estilo bem antigo. O palato tem alguma fruta madura, mas é fundamentalmente dominado por notas apimentadas quentes, junto com um sutil caráter medicinal/terroso. Seu final é bem seco. Um vinho atraente ainda que levemente rústico. Nota: 85/100

segunda-feira, julho 07, 2008

APROVALE destaca diminuição do Consumo de Vinhos após nova Lei

A APROVALE (Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos) está se mostrando preocupada com a nova Lei de Tolerância Zero do álcool.

Alguns produtores e associados da entidade estão reivindicando a diminuição da procura pelo produto depois da aprovação da nova Lei.

"Estamos realmente preocupados, porque o setor vive realmente uma crise. A diminuição do consumo é em função desta Lei. Achamos que é algo de impacto, com o passar do tempo as coisas devem voltar como eram", disse, Luiz Henrique Zanini, Presidente da entidade.

Ele entende que é necessário separar as coisas. "Esta mudança de hábito cultural é mais díficil. É muito difícil receber a visita de um Turista e não mostrar o trabalho, sem poder mostrar ele.

Não podemos colocar junto com este polêmica", encerrou.A APROVALE está apoiando também o Movimento em Defesa da Uva e dos Vinhos do Brasil, que fará protesto nesta quinta-feira em Porto Alegre.

Viva RS News

sábado, junho 28, 2008

Vinhos brasileiros conquistam mais 21 prêmios na Inglaterra e na França

Londres.: Dez vinícolas brasileiras tiveram seus vinhos e espumantes premiados no 25º The International Wine Challenge 2008, realizado de 14 a 30 de abril em Londres, na Inglaterra, onde os degustadores avaliaram amostras provenientes de 39 países.

O grande diferencial deste concurso é o número de vezes que cada vinho é avaliado, o que destaca o evento perante aos demais. Nesta edição, os vinhos premiados foram degustados, pelo menos, três vezes.

Premiações: Medalha de Prata Miolo Terroir Merlot 2005 - Vinícola Miolo Medalha de Bronze Oremus Espumante Moscatel - Fante Indústria Vinícola Rio Sol Syrah 2006 – Vinibrasil Salton Desejo Merlot 2005 - Vinícola Salton Salton Talento 2004 - Vinícola Salton.

Medalha de Recomendação - Menção Honrosa: Aurora Reserva Cabernet Sauvignon 2005 - Cooperativa Vinícola Aurora Aurora Reserva Chardonnay 2007 - Cooperativa Vinícola Aurora Marcus James Espumante Brut - Cooperativa Vinícola Aurora Baccio Cabernet Sauvignon 2006- Vinícola Campo Largo Boscato Reserva Merlot 2005 - Boscato Indústria Vinícola Monarca Espumante Brut - União de Vinhos do Rio Grande Monarca Espumante Moscatel - União de Vinhos do Rio Grande Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005 - Vinícola Miolo Rio Sol Reserva Cabernet Sauvignon 2005- Vinibrasil Terrasul Espumante Moscatel - Terrasul Vinhos Finos Terrasul Espumante Brut - Terrasul Vinhos Finos Ltda Viapiana Espumante Brut - Vinícola Viapiana.

Bordeaux: Já na França foram quatro premiações. O Concurso Internacional Les Citadelles du Vin 2008, realizado entre os dias 17 e 19 maio em Bordeaux, na França, avaliou 1.107 vinhos oriundos de 30 países. A degustação, que seguiu as normas da Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV), contou com um grupo de 70 degustadores de 25 nacionalidades.

Neste Concurso os vinhos são classificados em três categorias de premiação: Troféu Citadelles (equivale a Medalha de Ouro); Troféu Excellence (Medalha de Prata) e Troféu Prestige (Medalha de Bronze). O enólogo e conselheiro da Associação Brasileira de Enologia (ABE), Firmino Splendor, esteve representando o Brasil no evento.

Premiações.: Troféu Citadelles Salton Desejo 2005 - Vinícola Salton: Troféu Excellence Salton Talento 2004 - Vinícola Salton Peterlongo Espumante Moscatel 2007 - Vinícola Peterlongo. Troféu Prestige: Conde de Foucauld Espumante Brut - Cooperativa Vinícola Aurora.
Fonte: Portal Fato - ABE.

quinta-feira, abril 24, 2008

Jornalista americano critica rolhas de rosca e defende as de cortiça

O jornalista americano Paul White criticou ontem, em Vila Real, a utilização das rolhas de rosca (screw cap) no engarrafamento dos vinhos, defendendo a tradicional rolha de cortiça para a manutenção da qualidade deste produto.

Paul White foi um dos oradores do "Infowine Fórum", congresso organizado pela Vinideias e que decorre entre ontem e quarta-feira, em Vila Real, contando com a participação de cerca 400 pessoas, onde se destacam alguns especialistas mundiais em Viticultura e Enologia.

O jornalista é americano, editor e crítico de vinhos, reside actualmente na Nova Zelândia, colabora com algumas das mais prestigiadas publicações internacionais e pertence ao júri de prova de concursos mundiais como o "Concours Mondial de Bruxelles" ou o "London's International Wine Challengue".

O tema abordado pelo americano, "o efeito anti-terroir da baixa permeabilidade da 'screw cap' em vinho, suscita grande controvérsia desde há alguns anos, quando a introdução destas rolhas de rosca, na Austrália e Nova Zelândia, entraram em competição com as rolhas de cortiça.

Desde a sua introdução no final dos anos 90, os vinhos engarrafados com 'screw cap' aumentaram em cerca de 90 por cento na produção da Nova Zelândia e 70 por cento na Austrália.
Paul White foi bastante crítico à utilização da rolha de rosca, salientando o impacto dos fenómenos de redução provocados por este vedante no pós-engarrafamento, em condições próximas da anaerobiose (relacionada com a ocorrência de reacções químicas na ausência de oxigénio que desenvolvem aromas estranhos nos vinhos).

Referiu que, naqueles países, para tornar os vinhos seguros para o engarrafamento com rolhas de rosca, colocou-se uma "enorme confiança" no sulfato de cobre como tratamento preventivo antes do engarramento e como tratamento curativo no pós-engarrafamento.

O jornalista salientou ainda que um 'pinot noir', originário da Nova Zelândia e vedado com 'screw cap', foi recentemente rejeitado pela União Europeia por causa de um teor de sulfato de cobre de 2.6 miligramas por litro, "corroborando as suspeitas de que níveis ilegais de resíduos são regra, em vez de excepção".

Na Europa, o máximo permitido é de um miligrama por litro.
Paul White considera que o vedante sintético altera o vinho, não preservando a "sua alma nem as suas características genéticas".

Para o enólogo Mário Andrade, os níveis excessivos de cobre encontrados no vinho neozelandês, estão relacionados com "más práticas enológicas".
O enólogo, que trabalha nas regiões do Ribatejo, Alentejo e Algarve, referiu que uma empresa italiana está a desenvolver um 'screw cap' que permite uma "maior permeabilidade do oxigénio", que poderá inibir os problemas de redução que provocam os odores estranhos nos vinhos.

Mário Andrade diz que a tónica principal a colocar nesta questão é "qual é o melhor vedante que podemos utilizar nos diferentes vinhos".
O especialista está a utilizar nos seus vinhos topo de gama, para envelhecer a muitos anos, rolhas de cortiça natural.

"Não estou satisfeito com nenhum dos estudos até agora em termos de vedantes alternativos, pelo que optei por uma rolha de cortiça natural", salientou à Lusa.

Já para os vinhos tintos, que consomem mais oxigénio, são de gama média e duram cerca de dois a três anos, elegeu as rolhas técnicas, as quais salienta que não levantam problemas de TCA (gosto da rolha) e que permitem uma boa vedação e permeabilidade do oxigénio.

"Em vinhos brancos e rosés, para consumo de um ano ou dois anos e de maneira a conservar a frescura, estou a utilizar 'screw cap'", salientou.

Para utilizar a rolha de rosca, Mário Andrade diz que teve que mudar as "práticas enológicas".
"A principal mudança está a nível dos antioxidantes. Não posso proteger tanto o vinho da oxidação", explicou.

O enólogo aderiu à 'screw cap' há três anos, sendo o vedante utilizado numa empresa ribatejana que já exporta 80 por cento da produção.

A enológa Bárbara Sistelo, que conjuntamente com a engenheira agrícola Leonor Santos, organizou o "Infowine Forúm", referiu que lhe custa a imaginar "os vinhos de topo do Douro com uma rolha que não seja de cortiça".
No entanto, se o mercado exigir uma solução alternativa diz que aceita outro tipo de vedantes.
"No futuro, vai haver uma grande mudança tanto a nível de vedantes como da embalagem em si. Eu acho que os novos consumidores são abertos a modas e mudanças, precisam de ser alimentados com novos produtos. Vai acontecer a nível de bebidas e no vinho isso não é excepção", salientou.

Bárbara Sistelo considerou "surpreendente" a visão de Paul White sobre esta matéria, já que, segundo frisou, trata-se de alguém que vem directamente do Novo Mundo e que demonstra ser "anti 'screw cap' e pró cortiça".

Quanto ao congresso, a responsável referiu que se tenta fazer, nestes dois dias, "o encontro entre a investigação e as fileiras da produção e da comercialização".
No teatro de Vila Real, foi montada uma zona de 'stands' onde se está a promover uma bolsa de contactos entre as empresas do sector, e onde estão também os representantes em Portugal de vinhos estrangeiros que estão no top de vendas a nível internacional.

O objectivo fundamental da Vinideas, sediada no ninho de empresas de Vila Real, é "divulgar junto dos técnicos e empresas do sector, a investigação que é feita nas universidades".

A Vinideas está ligada ao grupo internacional Vinideanet, que publica uma revista de Viticultura e Enologia, difundida através da Internet (infowine.com), que tem desenvolvido várias acções de informação/formação para o sector.

Agroportal - Lisboa,Portugal.

terça-feira, abril 22, 2008

Chinês gasta U$ 500 mil em 27 garrafas de vinho

da Reuters, em Londres

Enquanto a crise provocada pela inflação no mundo força muitos consumidores a diminuir as despesas, um bilionário anônimo em Pequim bateu recorde ao desembolsar U$ 500 mil (o equivalente a mais de R$ 800 mil) para comprar 27 garrafas de vinho tinto, informou a companhia londrina Antique Wine.

O empresário chinês adquiriu amostras do vinho francês Romanée Conti, produzido na Borgonha e considerado um dos mais exclusivos do mundo, com apenas 450 caixas produzidas por ano.

"É o maior preço que alguém já pagou por um único lote", afirmou um dos diretores da Antique Wine, Stephen Williams. "Não acho que ele comprou como um investimento, ele comprou para beber", complementa.

A compra anterior do bilionário chinês foi uma caixa de Château Petrus, um dos vinhos mais caros do mundo, pela qual pagou cerca de U$ 60 mil (mais de R$ 100 mil).

O diretor da Antique Wine afirma que o mercado de vinhos finos é "completamente imune aos efeitos da inflação global" e que a China refinou o gosto pelos "mais complexos vinhos da Borgonha".

quarta-feira, abril 16, 2008

Percepção e realidade: a ilusão do preço alto


Estudo com aficionados de vinhos revela: quanto mais caros os rótulos, mais os consumidores gostam deles. (Álvaro Oppermann).


Uma das disputas mais encarniçadas entre os enólogos é se fatores psicológicos influem ou não na avaliação de vinhos. Bem, talvez o estudo recente da escola de negócios da Universidade de Stanford e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech) não sirva para descrever um Robert Parker, mas deve ter aguçado os sentidos de pelo menos alguns responsáveis pelo marketing do mais nobre dos líquidos aos mortais comuns.



A pesquisa descobriu que o preço da etiqueta na garrafa de vinho influi na sensação de prazer advinda da degustação da bebida.
"Nós descobrimos que o preço não é apenas uma inferência de qualidade, mas sim um elemento que afeta de forma real a experiência da degustação", diz o indiano Baba Shiv, professor de marketing de Stanford e coordenador da pesquisa (também apreciador de bons rótulos, hábito adquirido ao se mudar para a Califórnia).


O preço afeta de maneira real o gosto da bebida, aponta estudo de Stanford
Na pesquisa, foi monitorada nos participantes a área do cérebro que experimenta o prazer, nos córtices medial e frontal. Foi-lhes dado o mesmo vinho para beber, porém com etiquetas de preço diferentes, de US$ 5 e de US$ 45. Na hora e na vez do cálice supostamente mais caro, essa parte do cérebro tornou-se mais ativa nos pesquisados. Segundo Shiv, a experiência prazerosa advém não apenas de dados concretos (como o sabor), mas também da expectativa formada a priori sobre a experiência (algo que um preço superior indicaria). Não por coincidência, numa pesquisa anterior de Shiv, feita com drinques energéticos, os participantes que pagaram o preço integral da bebida tiveram mais facilidade de resolver testes do tipo quebra-cabeça do que os participantes que compraram os drinques com desconto.



Alguns anos atrás, o professor de psicologia cognitiva Frédéric Brochet, da Universidade de Bordeaux, conseguiu confundir a avaliação de 54 especialistas franceses entre vinhos brancos e tintos, ao utilizar corantes inodoros nos brancos. "O cérebro é supereficiente", diz Shiv. "Existe uma sincronia perfeita - e uma sobreposição - entre a sensação em tempo real e a antecipação da sensação no cérebro, que age como um sistema de navegação, um GPS", observa Baba Shiv.
Foram recrutados 11 voluntários para a pesquisa - todos do sexo masculino, além de entusiastas de vinhos tintos -, que receberam a missão de degustar as bebidas, feitas de uvas Cabernet Sauvignon. Apesar de apenas três vinhos serem distribuídos na degustação - cujos preços reais eram US$ 5, US$ 35 e US$ 90 - os pesquisadores introduziram duas etiquetas falsas na pesquisa, fazendo com que o suposto número de bebidas crescesse para cinco. Dois exemplares do vinho mais barato foram servidos, com etiquetas de US$ 5 e de US$ 45. O procedimento inverso foi adotado com a bebida mais cara, que recebeu também uma etiqueta de US$ 10. Os rótulos permaneceram ocultos aos participantes. Entre as degustações - feitas em ordem aleatória -, foi servida água mineral.


O resultado da pesquisa talvez entre para o anedotário da enologia. Todos os participantes puderam sentir diferenças entre os cinco cálices servidos, classificando como melhor o vinho de US$ 90 e, em segundo lugar, o de US$ 45 (na verdade, uma garrafa de US$ 5). Todos os participantes tiveram um aumento de atividade cerebral diante das etiquetas maiores.
Qual o impacto dessa pesquisa para a indústria vinícola? Shiv sorri: "Não dá para saber se essa experiência pode ser reproduzida com experts, mas o meu palpite é que sim. Espero que eles tomem parte".



Negocios Edição 14 - Abril de 2008

quarta-feira, março 26, 2008

Descobrindo os Brancos

Eles ganham espaço, impulsionados pela ascensão de cepas como a Riesling e a Viognier....

A cada dia aprecio mais os vinhos brancos, tanto as cepas francesas mais conhecidas, como a Chardonnay e a Sauvignin Blanc (que já conquistaram um lugar cativo nas taças dos consumidores por aqui e no exterior), como, e principalmente, aquelas cepas ainda não tão famosas no mercado brasileiro, como a alemã Riesling, a francesa Viognier, a italiana Pinot Gris e a portuguesa / espanhola Alvarinho / Albariño.

As uvas brancas produzem grandes vinhos, alguns mais leves e frescos (ideais para os nossos dias quentes e ensolarados) e outros com grande corpo e intensidade (que podem acompanhar as mais diversas refeições) e não são, de forma alguma, “vinhos menores” se comparados aos tintos.

A Riesling, a grande uva alemã, é a cepa branca cujo consumo mais cresce nos Estados Unidos e está conquistando uma fatia expressiva de adeptos em vários mercados internacionais. É uma das minhas uvas preferidas.

É uma cepa que vale ser descoberta e que possui uma enorme versatilidade. Ela é considerada por muitos especialistas até melhor que a Chardonnay (normalmente descrita como a rainha das castas brancas e que produz os brancos mais famosos do mundo, na região da Borgonha - França).
A Riesling pode gerar vinhos capazes de durar décadas com uma grande variedade de estilos: do mais seco possível, passando pelos meio-doces, até os doces de sobremesa. Também faz espumantes ótimos. Não lhe falta acidez e seus aromas costumam lembrar maçã, lima, mel, com notas minerais muito características. Um delicioso quê de petróleo ou querosene é uma de suas marcas registradas. Sua máxima expressão vem da Alemanha e Alsácia, mas produz excelentes vinhos na Nova Zelândia, Austrália e Chile.

A Viognier, uva de alta qualidade, gera vinhos secos bem estruturados, generosos e untuosos. Amplo de aromas, tais como flores brancas, amêndoa, pêssego, damasco e mel.Tem sua melhor expressão no norte do Rhône, em Condrieu, mas vem fazendo ótimos vinhos no sul da França, na Califórnia, no Chille e Austrália.

A Pinot Grigio é o nome italiano da variedade francesa Pinot Gris – às vezes chamada na Alsácia de Tokay Pinot Gris, onde rende vinhos secos e doces, de colheita tardia – com o qual essa uva se tornou relativamente conhecida pelos consumidores internacionais. Trata-se de uma mutação em branco da tinta Pinot Noir. De casca acinzentada (daí o seu nome), a casta é muito plantada no Nordeste da Itália, em especial no Friuli (de onde saem os melhores exemplares dessa cepa), Alto Adige, Vêneto e até na Lombardia. Produz vinhos de bom corpo, mas frescos, com notas esfumaçadas, de especiarias. Às vezes, podem apresentar certa oleosidade. Os vinhos Italianos são mais leves que os da Alsácia.
No Brasil, a Miolo produz bem uma versão interessante dessa uva na Campanha Gaúcha, na fazenda Fortaleza do Seival.

A Alvarinho de Portugal, chamada de Albariño na Espanha, é outra variedade que produz vinhos muito adequados ao clima brasileiro. No norte de Portugal, na região do Minho, produz os melhores vinhos da denominação Vinhos Verdes. São vinhos leves e refrescantes, com baixa graduação alcoólica, ideal como aperitivo e para acompanhar mariscos e frutos do mar.

Na Espanha, na região de Rias Baixas, a uva Albariño dá vinhos mais concentrados e com acidez mais equilibrada. Com aromas mais cítricos e florais, possuem um elegante toque mineral.

Não dá ainda para falar em um boom planetário na procura por brancos, mas pode-se dizer, sem medo de errar, bastando olhar para os catálogos das importadoras brasileiras e também para a lista de vinhos que algumas vinícolas nacionais estão produzindo que o brasileiro, a exemplo de outros povos, está se tornando cada vez mais infiel à dupla Chardonnay/Sauvignon Blanc e quer também experimentar novos sabores em matéria de brancos.

Hoje muita gente ignora que cerca de 40% dos vinhos tranqüilos do mundo são brancos. Em alguns mercados extremamente competitivos, como o Reino Unido e a Alemanha, eles são mais consumidos do que os tintos. Mesmo nos Estados Unidos, onde é enorme a influência do crítico Robert Parker, com seu gosto por tintos frutados e corpulentos, os brancos só perderam a liderança na taça do consumidor em 2004.

Disponíveis no mercado brasileiro, gosto muito dos seguintes:

Riesling - Riesling Herrenweg de Turckheim 2005 – Domaine Zind-Humbrecht – Alsácia ( Expand Importadora), Riesling Grand Cru Schlossberg 2004 – Domaine Paul Blanck – Alsácia ( Decanter Importadora),Casa Marin Riesling 2005 – Casa Marin – Chile ( Vinea Importadora), Gra Hacienda Riesling 2004 – Viña Santa Rita – Chile ( Grand Cru Importadora).

Viognier - Anakena Single Vineyard Viognier 2006 – Anakena – Chile ( Porto Leblon Distribuidora), Condrieu Invitare 2005 – Chapoutier – Rhône ( Mistral Importadora), Viognier 2004 – Escoriuhela Gascón – Argentina, Viognier Y Series 2005 - Yalumba ( KMM importadora).

Pinot Grigio – Pinot Grigio 2006 – Jermann – Itália ( Cellar Importadora), Pinot Grigio Colli Orientali 2005 – Livio Felluga – Itália (Mistral Importadora).

Alvarinho – Alvarinho Deu La Deu 2007 – Minho – Portugal ( Barrinhas Importadora), Alvarinho Dorado Superior 2004 – Quinta do Feital (Grand Cru Importadora), Alvarinho Portal do Fidalgo 2006 - Anselmo Mendes (Decanter Importadora).

Albariño – Albariño Pazo de Barrantes 2005 – Marqués de Murrieta – Espanha ( Expand Importadora), Albariño Lagar de Cervera - 2005 – La Rioja – Espanha ( Zahil Importadora), Albariño Dom Pedro de Soutomaior 2005 – ( Península Importadora ).

Vinhos Biodinâmicos

Os vinhos biodinâmicos não são apenas orgânicos, mas também vinhos produzidos dentro das normas da agricultura biodinâmica. Geralmente, no rótulo desses vinhos, lê-se a frase "uvas provenientes de agricultura biodinâmica".

Além do respeito ao solo (terroir) e às suas características originais, a técnica de cultivação biodinâmica segue normas específicas tanto em relação à vinicultura – não usam pesticidas nem aditivos químicos; a colheita é feita sem a utilização de máquinas e no momento em que a uva está "pronta", de acordo com a quantidade de chuva, Sol e umidade que receberam – como em relação à vinificação – só usam fermentos naturais; a quantidade máxima do uso de dióxido de enxofre é limitada – e ainda uma série de normas com relação à conservação, ao engarrafamento, às rolhas e até à limpeza da cantina.

Por tudo isso, o vinho não é padronizado, e cada safra carrega suas características específicas. Na França, os vins biô assumiram lugar de destaque nos últimos anos e são uma espécie de hype do momento. Na Itália, muitos produtores aderiram à onda da biodinâmica, mas por enquanto em quantidade bem menor do que na França. Sobretudo, esses produtores acreditam que um bom vinho deve vir de uma vinícola artesanal e não de uma indústria.

O que identifica um produto biodinâmico é o selo da associação de agricultura biodinâmica DEMETER. Ele está presente em alguns produtos orgânicos à venda nos supermercados brasileiros, como açúcares, cafés e sucos. Por enquanto, ainda não existe um padrão Demeter para vinho, apenas para o controle da uva, que deve ser cultivada segundo as técnicas da agricultura biodinâmica.

Publicado em 2403 pelo(a) wiki repórter Naty, POA-RS

domingo, janeiro 13, 2008

A Borgonha e o mito “Romanée Conti”

Os vinhos da Borgonha fascinam tanto quanto sua terra de origem, adornada por abadias milenares, cidades ducais, castelos de telhados de cerâmica, com desenhos de mosaicos coloridos, charmosos vilarejos, florestas, rios, lagos, canais e, acima de tudo, os seus vinhedos, onde o tempo parece estar em estado de suspensão.

Todo este cenário nos contagia e cria uma atmosfera serena, quase encantada, o que faz da Borgonha uma região rica de história e patrimônio e também na gastronomia, com a Mostarda de Dijon, o pain d'épices, o escargot, os queijos époisse e citeaux e os clássicos Boeuf Bourguignon e Coq au vin.

Os vinhedos da Borgonha cobrem uma superfície de 25 mil hectares, o que corresponde a cinco grandes regiões produtoras: Chablis/Auxerrois, em Yonne; Côtes-de-Nuit e Côte de Beaune, na Côte d'Or; Côte Chalonnaise e Mâconnais em Saône-et-Loire, com quase 100 apelações de origem controlada.

Se, por um lado, as denominações borgonhesas são inúmeras, por outro as castas utilizadas são limitadas. Os vinhos da Borgonha são essencialmente monocastas. Os brancos são oriundos das castas chardonnay e aligotê, e os tintos das castas pinot noir e gamay. A exceção fica por conta dos vinhos bourgogne Passetoutgrain, onde os tintos são uma mescla de pinot noir e gamay.
A Borgonha, mais do que qualquer outra região da França deve ser descoberta através dos seus vinhedos, que se confundem com suas cidades: Chablis, Morey-Saint-Denis, Nuits-St-Georges, Vosne Romaneé, etc...

Cada um destes vinhedos conta e molda a história e a reputação da região (que não chega a 6% do território francês) e que tem no mítico vinhedo da Domaine de la Romanée-Conti o seu grande símbolo.

Um vinho emblemático
"Em Vosné-Romanée não existem vinhos comuns". Esta frase pode ser dita por especialistas e enófilos de qualquer parte do mundo, mas foi escrita ainda no século XVIII por Claude Courtépée, um historiador da Borgonha. E é justamente nesta pequena cidade que se encontram os vinhedos da Domaine de la Romanée-Conti, que representam o “diamante” deste abençoado trecho de terra.

Gerado por um vinhedo de apenas 1,8 hectares, delimitado no século XV pelos monges da abadia de Saint-Vivant, o Romanée-Conti é a quintessência da caprichosa uva pinot noir. Produzidas artesanalmente e seguindo os princípios da viticultura biodinâmica, as parcas seis mil garrafas de cada safra são disputadas ferozmente por apreciadores do mundo todo, levando seus preços a níveis estratosféricos.

Para o escritor de vinhos inglês Hugh Johnson, por exemplo, faltam sinônimos para definir a intensidade e o poder dos tintos engarrafados na propriedade. O polêmico crítico americano Robert Parker define a Domaine de la Romanée-Conti como a mais importante vinícola do mundo em seu livro, "The World’s Greatest Wine Estates".

É certo que nos melhores anos, não há vinho que se aproxime em termos de intensidade de aromas, elegância, longevidade e paladar como os rótulos produzidos nos vinhedos da Domaine de la Romanée-Conti. Eu, com mais de 30 anos degustando todos os tipos de vinhos do mundo inteiro tenho fixado na memória o Romanée-Conti 1980. Inesquecível!

Muitas são as explicações que tentam dar conta dos motivos que fazem dos vinhos da Domaine de la Romanée-Conti serem o que são. Segue uma explicação que chamou minha atenção: “Sua localização no território vinícola de Vosne é a mais adequada para a perfeita maturação das uvas; mais alta no lado oeste, recebe os primeiros raios de sol em todas as estações do ano, sendo impregnada pelo calor mais intenso do dia.(...) Não podemos negar que o vinho de La Romanée é o melhor de toda Cote D’Or, e até mesmo de todas as vinícolas da República Francesa: quando as condições climáticas permitem, este vinho se distingue dos de outros excelentes terroirs; sua cor esplêndida e aveludada, sua energia e seu buquê encantam todos os sentidos humanos. Bem guardado, torna-se muito melhor quando se aproxima de 8 a 10 anos; transforma-se então em um bálsamo para os idosos, os frágeis e os deficientes, e devolve a vida aos moribundos.” Este texto poderia ter sido escrito por qualquer especialista contemporâneo, mas trata-se de um fragmento de documento produzido durante a Revolução Francesa.

Mas existem muitos outros grandes vinhos na Borgonha, produzidos em vinhedos bastante fragmentados, o que dificulta a escolha. Diferentemente de Bordeaux, onde o nome do vinho normalmente define um proprietário, na Borgonha um vinho com um determinado nome pode ser produzido por vários proprietários, variando muito a qualidade do vinho. Assim sendo, na hora de se comprar um Borgonha, saber o nome de um bom produtor faz toda a diferença.

Alguns bons produtores de borgonhas, brancos ou tintos, disponíveis no mercado brasileiro:

Chablis – Domaine Willian Fèvre ( Grand Cru Importadora), La Chablisienne ( terroir Importadora), Joseph Drouhin ( Mistral Importadora), Domaine Laroche (World Wine Importadora), Long-Depaquit ( Expand Importadora).

Tintos e Brancos - Domaine De La Romanée-Conti tintos e branco, Domaine Dujac tintos e Domaine Leflaive brancos (Expand Importadora), Bernard Dugat-Py tintos e branco, Domaine Jacques Prieur tintos e brancos (World Wine Importadora), Domaine Conte Georges de Vogue tintos e Domaine Méo-Camuzet tintos (Mistral Importadora), Domaine des Lambrays tintos e Domaine Amiot Guy et Fils ( Grand Cru Importadora), Domaine Leroy tintos e brancos ( Zahil / Vitis Trade Importadora).

Poderia citar ainda muitos outros bons produtores disponíveis no mercado, mas deixo estas descobertas para vocês.

Até a próxima!!

Esclarecimento aos Leitores

Pessoal,
no último mês estive sem acesso a este Blog por problemas de configuração e senha, não conseguindo atualizá-lo. Problema resolvido hoje. Um abraço, Paulo.