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terça-feira, janeiro 17, 2012

Os 12 vinhos lendários de 2011 (Decanter Magazine)

A cada mês, a Decanter Magazine celebra um vinho diferente que merece ser reconhecido como um vinho lendário (Wine Legend). Em 2011, entre os 12 vinhos selecionados, encontramos preciosidades como o Champagne Dom Pérignon 1961, o Château Cheval Blanc 1947 e o Graham's Porto Vintage 1945.
Conheça um pouco melhor cada um destes vinhos sublimes e que já são uma lenda que percorre a mente de todos os enófilos mais apaixonados:
Château d'Yquem 1921, Sauternes, França

Existem muitas safras marcantes deste magnífico vinho branco de sobremesa, mas nenhuma no século 20 é mais celebrada do que a de 1921. Michael Broadbent no livro Vintage Wine, descreve a safra de 1921 como "Sem dúvida a melhor de Sauternes no século 20, e o d'Yquem em particular, como sendo lendária." A grande riqueza desse vinho reflete as condições perfeitas da safra neste ano.

Domaine de la Romanée-Conti Richebourg 1959, Borgonha, França

Depois de algumas safras complicadas, o Domaine de la Romanée-Conti elevou magnificamente sua qualidade em 1959, produzindo um conjunto de vinhos notáveis em suas vinhas. O Romanée-Conti foi um grande vinho em 1959, mas assim também foi seu vizinho Richebourg. Indiscutivelmente, a proporção relativamente alta de argila no solo de Richebourg foi particularmente benéfica neste ano quente, tornando o vinho ainda mais soberbo nesta safra.


Domaine Huet, Le Haut Lieu 1947 Vouvray, Loire, France

Ele tem fascinado muitos degustadores ao longo dos anos. "É o vinho que me fez se apaixonar por Vouvray, Chenin Blanc e pelo Loire", diz a especialista na região Jacqueline Friedrich. Vouvray tem vários estilos, mas seus melhores, com maior expressão e longa vida são do estilo doce conhecido como "moelleux". Devido ao clima no norte do Vale do Loire, safras verdadeiramente grandes de moelleux são raras. Tanto que, entre 1976 e 1985, não foram produzidos vinhos doces em Domaine Huet. O 1947 foi excepcional, facilmente a melhor safra desde a mítica 1928.


Château Lafite-Rothschild 1982, Pauillac, Bordeaux, França

Esta safra foi manchete pela excelente qualidade em toda região de Bordeaux, com níveis de maturação que não se viam há muitos anos. O estilo dos vinhos provou ser um terrível "tiro de misericórida" nos claretes, especialmente no mercado dos EUA. De fato, alguns criticaram a safra na ocasião por ter a opulência típica dos vinhos de Napa Valley, prevendo que teriam uma vida curta. Tais críticas revelaram-se amplamente infundadas e os vinhos de 1982 ainda estão evoluindo, cosntituindo se na safra mais célebre dos últimos 50 anos (desde 1961). O Lafite em particular, tem mantido um caráter jovem, desenvolvendo harmonia à medida que envelhece.


Sassicaia, Toscana, Itália

O Sassicaia já era bem conhecido na década de 1980, mas foi uma sensação quando Robert Parker atribuiu 100 pontos ao vinho de 1985, dizendo que muitas vezes confundiu-o com o Mouton-Rothschild 1986. A excelência desse vinho tem sido confirmada em degustações desde então.
Esta não foi a primeira vez que o Sassicaia impressionou os críticos. Em 1978, realizou uma degustação de Cabernets de todo o mundo na Decanter em que o Sassicaia 1975 triunfou. Mas sua reputação foi eclipsada pela qualidade superior do 1985, que agora alcança preços muito mais elevados do que qualquer outro Sassicaia.


Penfolds Grange "Hermitage", South Australia, Austrália

Desde a sua primeira safra experimental em 1951, o Grange sempre foi destinado pelo seu criador Max Schubert (1915-1994) para ser um ícone, um vinho que resumisse tudo de melhor da shiraz australiana. Foi feito para ser capaz de envelhecer por décadas, e em muitas safras, incluindo esta, tem cumprido essa promessa. O Grange 1955 é listado como um "vinho de herança" pelo Australian National Trust, e ganhou mais medalhas (12 ouros e 52 troféus) do que qualquer outra safra de Grange. Em 2000, a revista Wine Spectator premiou a safra de 1955 como um dos 12 melhores vinhos do século


Château Mouton-Rothschild 1945, Pauillac, Bordeaux, França

Todos os 1ers Grands Crus Classés se destacaram em 1945, no entanto, é amplamente reconhecido que o Mouton, na época, um "humilde" 2eme Cru Classé, foi o vinho da safra. Além disso, durante muitos anos, o 1945 alcançou preços mais altos em leilões do que todos os quatro 1er Crus. Isso alimentou ainda mais a campanha do Barão Philippe de Rothschild para promover o Mouton ao posto de 1er Cru, algo que só conseguiu em 1973.
A safra de 1945 foi produzida logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Como judeu, o Barão Philippe de Rothschild fugiu para a Grã-Bretanha depois de escapar da prisão, mas uma vez que a guerra acabou, voltou para supervisionar pessoalmente a colheita do Mouton. Apesar do fato de que ele tinha sido incapaz de gerir a propriedade por alguns anos, ele produziu algo bastante extraordinário.


Dom Pérignon 1961, Champagne , França

Ninguém conhece melhor o Dom Pérignon do que seu experiente enólogo Richard Geoffroy, cuja atual avaliação deste vinho é "uma safra superlativa, das mais procuradas - um vinho clássico que é a quintessência do estilo de Dom Pérignon". O vinho também adquiriu uma fama secundária como o vinho escolhido para o brinde no almoço de casamento do Príncipe de Gales e Lady Diana Spencer, que nasceu em 1961. Cerca de 600 magnums foram enviadas para Londres na ocasião.


Este foi o vinho que derrubou vários vinhos de Bordeaux no "Julgamento de Paris" realizado em 1976 por Steven Spurrier. Além do prejuízo para o orgulho gaulês, o resultado surpreendeu os observadores porque as vinhas tinham sido plantadas apenas em 1970. Quando o evento foi replicado em Londres e em Napa, em 2006, este vinho ficou em segundo lugar, atrás do Ridge Monte Bello 1971.
Ironicamente, em uma revanche em Nova York, em 1986, também organizada por Spurrier, uma garrafa de Monte Bello também foi considerada a melhor. De fato, em 2006 os cinco primeiros lugares foram ocupados por vinhos californianos. Em 2011, Warren Winiarski, o proprietário, disse que "o 1973 ainda incorpora uma bela lembrança, vivendo da fruta colhida com tanta esperança e alegria há 35 anos. A garrafa está no Museu Smithsonian de História Americana .


Château Cheval Blanc 1947, Saint-Emilion, Bordeaux, França

Degustadores experientes, muitas vezes afirmam que este não é apenas o melhor Cheval Blanc do século 20, mas um dos melhores claretes daquele século. No entanto, é um vinho que não se comporta com o modelo clássico de Bordeaux: ele é muito rico, quase um Porto, com alto teor alcoólico e acidez volátil. Este peso e opulência podem ter sido atípico no Cheval Blanc, mas poucos degustadores foram capazes de resistir a sua textura e sabores exuberantemente voluptuosos. No entanto, seu sucesso teve um sentido bizarro, já que nenhum enólogo moderno ousaria produzir um vinho neste estilo. Como disse o escritor de vinho francês Michel Dovaz: "O Cheval Blanc 1947 desafia as leis da enologia moderna".


Graham's Vintage Porto 1945, Douro, Portugal

Apesar de vários engarrafadores terem produzido finos Portos Vintage em 1945, o Graham's foi excepcional. O veterano colunista da Decanter Michael Broadbent declarou em 1989 que ele era o "mais excepcionalmente belo" do Porto Vintage 1945. Voltando no tempo, na primeira metade do século 20, era costume enviar o Porto Vintage para ser engarrafado na Grã-Bretanha e lançado diretamente por seus importadores. Mas o 1945 teve de ser totalmente engarrafado em Portugal, já que havia uma grave escassez de vidro na Inglaterra, rescaldo da 2ª Guerra Mundial. Ele foi enviado em 1948, mas um sistema de quotas rígidas impostas pelo governo britânico significava que apenas quantidades limitadas de Porto poderiam ser enviadas a cada ano. Isso foi conseqüência da quase falência do Reino Unido depois da guerra.


Paul Jaboulet Aîné Hermitage La Chapelle 1961, Rhône, França
Paul Jaboulet e Gérard Chave são facilmente os produtores mais prestigiados dos 134 hectares da apelação Hermitage, e nenhum outro vinho tem tido a maior aclamação que o La Chapelle 1961. Seu poder e harmonia eram evidentes desde o início, e durante décadas esse vinho foi uma estrela em leilões.
No século 19, os vinhos de Hermitage eram rotineiramente usados para reforçar safras fracas de Bordeaux, mas no século 20 muitas vinhas foram negligenciadas. O reconhecimento dado ao La Chapelle 1961 ajudou a renovar o interesse nas vinhas graníticas e em seus vinhos. O crítico Robert Parker o descreveu como um "um dos três ou quatro melhores vinhos tintos que eu já provei".
Fonte: traduzido e adaptado de Decanter.com por Vinhos e Mais Vinhos

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