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terça-feira, novembro 29, 2011

Como Trazer Vinhos na Mala



Hoje o Moda Gourmet vai lançar uma pergunta no ar. E você vai tentar adivinhar. Vamos lá? 3, 2, 1, já… Valendo! Olhando para a foto acima, você conseguiria dizer quantas garrafas de vinho tem em cada uma das malas? Hummm, uma pista. Em ordem decrescente o tamanho da mala é o segundo, ou seja, não é o tamanho gigantão não. Segunda pista: Cada garrafa pesa, aproximadamente, 1,5kg. E aí, já deu seu chute? No fim do post eu conto.

Decidi fazer esse post porque toda vez que eu digo quantos vinhos trago na mala, as pessoas sempre se surpreendem. E me perguntam como eu faço: Não quebra? Não estraga? Pode trazer?

Gente, lógico que pode trazer. E eu sou doida de arriscar? É permitido por lei trazer até 12 litros de bebida alcoólica por passageiro. Isso dá 16 garrafas de 750mL. E o porquê de trazer dentro da mala? Simples comodidade. Acho mais fácil na hora de transportar. E além disso já vi companhia aérea implicar em despachar caixa de vinho fechada. Isso varia de companhia para companhia. Para não correr o risco de ter que sair desesperadamente para comprar uma mala no aeroporto e ainda ter que arrumar as garrafas na nova mala, prefiro seguir o meu procedimento habitual. Já faço isso há alguns anos e tem dado super certo.

Mas vou dar uma dica. Faça isso para vinhos especiais. Não vale a pena o trabalho, o peso, nem a perda de tempo pra trazer um vinho de 5 Euros, né? Se você tem programada uma viagem àquela vinícola maravilhosa, ou se bebeu uma vinho magnífico que lhe traz boas lembranças, vale muito. Sabe aquele vinho que você aprecia e aqui no Brasil custa uma fortuna? Vale demais trazer. Aproveite para pesquisar lojas especializadas em vinho conhecidas nas cidades por onde você vai passar. Faça a compra on line, mande entregar no hotel e delicie-se com uma adega cheia de preciosidades para oferecer à família e amigos.

“Vista” a garrafa com meias grossas


Coloque uma proteção extra que normalmente você encontra nas lojas de vinho. É só pedir que eles fornecem sem custo algum
Depois desses dois passos eu ainda embrulho cada garrafa em duas sacolas plásticas para o caso de vazar ou quebrar (Isso nunca aconteceu). Na hora de arrumar na mala, faça o “dever de casa” bem direitinho. Vá arrumando a mala como de costume. Quando você notar que as primeiras camadas de roupa já tiverem formado um “colchão”, coloque as garrafas, sempre na mesma direção. Tome o cuidado de colocar meias, blusas dobradas entre as garrafas para não gerar atrito entre elas. Nas extremidades (rolha e fundo), coloque mais meias e pequenas roupas para que as garrafas não fiquem “sambando”.

O ideal é deixar a mala bem compactada. Por cima das garrafas coloque as roupas restantes e amarre com as tiras internas que vêm dentro de toda mala. Se a sua mala tiver um lado só, pode fazer uma outra camada. A minha é dividida (o fecho é no meio). Então eu coloco as garrafas em cada uma das bandas.

Olha aí cinco garrafas em uma das partes da mala.

Amarre bem apertado para deixar bem compacto

Curioso pra saber a quantidade? Acertou quem disse 18. Nove garrafas em cada mala. Não esqueça de verificar com a companhia aérea o peso da bagagem permitido por pessoa. E lembre que cada garrafa pesa aproximadamente 1,5kg.

Boa viagem e muitos brindes para todos!
Moda Gourmet - por Ana Flávia Dodl

Os Vinhos e as Sobremesas

Tão digestivo quanto os licores, porém, mais eclético e suscetível à harmonização com os pratos que encerram uma refeição, os vinhos de sobremesas ainda não conquistaram de todo seu lugar ao Sol na mesa, mesmo entre os enófilos. Incompreendidos, estes vinhos doces são geralmente interpretados como enjoativos quando bebidos solo, e taxados erroneamente de vinhos suaves em razão da doçura, que diverge dos vinhos suaves por ser natural. A espinha dorsal de um vinho doce de sobremesa é o seu equilíbrio, que se notabiliza pela equação acidez x maciez, onde a acidez é aportada pelos ácidos que derivam das uvas (cítrico, tartárico, málico e láctico) e a maciez é aportada pelos açúcares (glicose e frutose) residuais (não fermentados) e pela glicerina, derivado do álcool que lubrifica a mucosa bucal, dando ao palato esta sensação de maciez. Os vinhos de sobremesa podem ser Espumantes, a exemplo do Asti e Moscatel; Botrytizados, a exemplo do Sauternes francês; Fortificados, a exemplo do Porto e Madeira portugueses; Late Harvest, (colheita tardia), elaborados com uvas sobre-maduras e passificadas, elaborados com uvas postas a secar depois de colhidas, a exemplo do Passito e Recioto, da Sicília e Veneto respectivamente.

Como e Quando Apreciar

Qualquer que seja o tipo e o estilo, o teor de açúcar (variável) é sempre elevado e claramente perceptível na boca, e sua harmonização mais adequada se dará em razão da cor, estrutura, nível de açúcar e tipo (fortificado ou não fortificado). Para pratos de sobremesa de sabor mais intenso a base de chocolate, café, menta ou oleaginosas (noz, castanha, amêndoas), convém recorrer a vinhos de maior estrutura (fortificados) como Porto, Moscatel de Setúbal, Madeira e outros. Para pratos de sobremesas mais leves a base de frutas tropicais ácidas com sorvetes, bolos confeitados e massas, convêm recorrer a vinhos de sobremesas não fortificados. Mas em qualquer dos casos o vinho terá que ser sempre mais doce do que o alimento, do contrário será percebido como amargo na boca. Duas outras considerações importantes são a ordem de serviço, sempre ao final com a sobremesa para encerrar a refeição e a temperatura de serviço, que variará entre 8ºC e 14ºC, ficando as mais baixas para os espumantes e brancos não fortificados e as mais altas para os tintos fortificados. Outro dado importante é que estes vinhos contam com um fôlego extra na garrafa, aportado pelo açúcar e acidez elevados, que os conserva por mais tempo que um vinho normal depois de abertos.
Fonte: Tribuna do Norte - Meditando na Adega

Rio Grande do Sul ganha nova rota de enoturismo

Lançada durante o Festival do Turismo de Gramado, a Rota dos Vinhos dos Altos Montes, a cerca de duas horas de Porto Alegre, é o mais novo destino de enoturismo do Estado do Rio Grande do Sul. Localizado na Serra Gaúcha, nas cidades de Flores da Cunha e Nova Pádua, o roteiro conta com 11 vinícolas: Casa Venturini, Fabian, Luiz Argenta, Mioranza, Nova Aliança, Oremus, Panizzon, Salvador, Terrasul, Valdemiz e Viapiana.

De acordo com o secretário de Turismo de Flores da Cunha, Floriano Molon, a cidade possui 4.500 hectares de vinhedos plantados e um total de 190 vinícolas: “Somos o maior produtor de vinho e uva do Brasil, com 100 milhões de litros de vinho produzidos por ano”, enfatiza. Segundo ele, Bento Gonçalves, um dos destinos de enoturismo mais conhecidos no estado, produz a metade. “Alcançamos essa produção por causa do vinho de mesa, mas eles lideram quando o assunto é vinho fino”, explica. De acordo com Molon, o município, no próximo ano, irá alcançar a liderança também na produção de uva.

Os Altos Montes, como a região é conhecida, possuem serras de 600 a 800 metros acima do nível do mar, sendo mais alta que o Vale dos Vinhedos, cuja altitude média é de 690 metros. Com alta amplitude térmica, o que significa baixas temperaturas no inverno, com incidência de neve nos picos mais altos e, no verão, altas temperaturas durante o dia e baixas temperaturas durante a noite, a área conta com excelentes características para a produção de vinhos: “Para os vinhedos, quanto maior a amplitude térmica, maior a coloração das uvas e, junto com a fertilidade do solo rico em nutrientes, temos como resultado vinhos de boa estrutura, aroma e acidez, de sabor inigualável”, afirma Paulo Tonet, presidente da Associação de Produtores dos Vinhos dos Altos Montes e sócio-proprietário da Terrasul Vinhos Finos.

As vinícolas pertencentes aos Altos Montes possuem alto padrão tecnológico para vinificação – como o processo por gravidade, por exemplo, da Luiz Argenta, com similar em apenas outras três vinícolas no país – originando vinhos e espumantes com diversas premiações nacionais e internacionais. Para completar o roteiro, Flores da Cunha oferece ainda enogastronomia de qualidade internacional.

Na cidade, fica localizada a Escola de Gastronomia UCS-ICIF, um centro de ensino em gastronomia italiana, enogastronomia e panificação que tem a chancela da Universidade de Caxias do Sul e do ICIF - Italian Culinary Institute for Foreigners, renomado órgão com sede no castelo medieval de Costiglione d'Asti, na região de Monferrato, no norte da Itália. A Escola possui um restaurante próprio, chamado Dolce Itália. Flores da Cunha possui 26 mil habitantes e cinco hotéis turísticos. Já a cidade de Nova Pádua, com 2.400 moradores, oferece apenas um hotel de categoria turística.
Folha do Turismo Por: Thais Hernandes

Estrela do basquete Yao Ming vira exportador de vinhos para a China

Yao Ming lembra que em sua infância em Xangai vinho era servido com cubos de gelo. Só depois que o astro chinês do basquete de 2,3 metros de altura passou algum tempo com o companheiro de equipe da NBA, a liga americana de basquete, Dikembe Mutombo, um jogador congolês de 2,1 metros, ele passou a apreciar vinho.

Yao Ming lança o primeiro vinho de sua vinícola em Xangai.

"Sempre ficava olhando para ele em nossos jantares e às vezes perguntava 'por que você está fazendo isso?'", conta Yao, girando um copo imaginário. "E eu só tentava copiá-lo."

Agora aposentado e de volta à sua cidade natal, o jogador se transformou em um inusitado perito e pioneiro do mercado chinês de vinho. Aos 31 anos, ele está lançando sua própria vinícola californiana, a Yao Family Wines, orientada exclusivamente para o mercado chinês.

Distribuídas pela gigante francesa de bebidas Pernod Ricard SA, as garrafas da primeira leva de 5000 caixas serão rotuladas apenas como Yao Ming e têm como meta o mercado de luxo.

O vinho, feito com uvas Cabernet Sauvignon colhidas em 2009 no Vale de Napa, na Califórnia, é vendido a 1775 yuans (US$ 289) por garrafa (o preço inclui uma taxa de importação de 27% e 17% de imposto sobre as vendas de varejo). Um Segundo vinho, chamado Yao Family Reserve, será lançado no final deste ano, e a pequena produção de 500 caixas será ainda mais cara.

"Eu realmente gosto do Vale de Napa", diz o ex-jogador. "A Califórnia representa férias, vida leve, sol — tudo relacionado a uma boa qualidade de vida."

A Califórnia não poderia ter melhor garoto-propaganda na China do que Yao. Ele é uma das maiores estrelas nacionais e é considerado responsável pelo aumento do interesse chinês pela NBA. Durante suas nove temporadas no Houston Rockets, as partidas eram transmitidas pela televisão nacional da China, e ele foi escolhido para carregar a bandeira chinesa durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim. Yao já foi estrelou comerciais de tudo, desde produtos da Apple até o restaurante chinês do seu pai em Houston.

A admiração de Yao por vinho cresceu em paralelo à aceitação da bebida em seu país — o consumo de vinho na China dobrou de 2005 a 2009. Porém, os vinhos importados pela China eram predominantemente da França, e ele viu uma oportunidade no mercado para os vinhos californianos.

Yao pediu à BDA Sports International, agência que o representa, para explorar a ideia de começar sua própria vinícola no Vale de Napa. Em 2009, com o apoio da BDA, ele encontrou um grupo de especialistas em vinho, entre eles o renomado produtor Tom Hinde, para ajudá-lo a realizar seu projeto. "Experimentamos diversos vinhos juntos e conseguimos conhecê-lo de uma maneira que pudemos expressar a personalidade dele no vinho", disse Hinde. "Ele é fisicamente imponente, mas também muito apresentável e gentil. Nós quisemos capturar isso no vinho."

Hinde afirma que a Yao Family Wines não é um negócio efêmero para tirar proveito da fase de crescimento da indústria chinesa de vinho e da fama da celebridade antes que qualquer uma das duas enfraqueça. Ele conta que o plano de negócios da empresa é baseado em um período de dez anos.

Hinde e outras quatro pessoas envolvidas com a vinícola são acionistas minoritários na empresa, enquanto Yao é o principal proprietário. Yao e sua equipe não informam quanto foi investido no negócio, mas especialistas no setor estimam que são necessários entre US$ 2 a US$ 5 milhões para colocar uma vinícola em produção total.

Enquanto quase todo vinho vendido na China provém de fontes domésticas, o mercado de importação cresceu substancialmente. As importações de vinhos engarrafados — ao contrário do vinho barato importado em grandes tanques para ser engarrafado na China — cresceu 240% de 2008 a 2010, de acordo com dados das autoridades alfandegárias da China.
Chad Ingraham for The Wall Street Journal

sexta-feira, novembro 25, 2011

Serra catarinense apresenta deliciosos vinhos com a Sauvignon Blanc

Os principais vinhos brancos do Brasil podem ser divididos em duas categorias bem distintas, quase opostas: são os Chardonnay com passagem em barrica, untuosos e, muitas vezes, pesados e demasiadamente amanteigados, e os Sauvignon Blanc, leves, frescos, minerais e cítricos, e que devem ser bebidos o mais jovem possível (evite, hoje, safras anteriores a 2010). Neste segundo time, com características perfeitas para serem apreciadas nos dias quentes do verão que vai chegando, os melhores exemplares brasileiros são produzidos na serra catarinense, nos chamados vinhedos de altitude. Nem todas as vinícolas da região, porém, perceberam o potencial desta uva. Mas as que apostaram nela estão colhendo ótimos frutos, caso da Villa Francioni, a mais famosa do pedaço, da Sanjo e da Santa Augusta.

Orgalindo Bettú, enólogo da Villa Francioni, diz que está satisfeito com os resultados já alcançados no município de São Joaquim.

— Acreditamos que variedades aromáticas como a Sauvignon Blanc apresentam um bom potencial acima dos 800 metros do nível do mar. Além de excelentes uvas, sãs e maduras, com acidez equilibrada, bom potencial alcoólico e aromas agradáveis e complexos, conseguimos colher da Sauvignon Blanc na safra de 2011 uvas botritizadas — diz ele, apresentando a novidade (uvas botritizadas, atacadas por um fungo, dão origem a vinhos doces, como os Sauternes). — Só as consideradas grandes regiões vinícolas ao redor do mundo conseguem este patamar qualitativo de uvas e seus consequentes vinhos secos e doces. Sem dúvidas, já temos resultados promissores.

A Sanjo é uma moderna cooperativa de descendentes de japoneses que se destaca na produção de maçãs, também na cidade de São Joaquim, capital nacional desta fruta, e que vem chamando a atenção também na elaboração de vinhos, como o Núbio. Nos últimos anos, para diversificar os negócios e percebendo o enorme potencial que as montanhas catarinenses apresentam para a produção de vinhos finos, resolveram investir na viticultura. Há bons tintos e rosados sendo feitos por eles, mas o grande destaque é mesmo o Sauvignon Blanc, com aromas de frutas como abacaxi, maracujá e limão, fresco e agradável.
O Sauvignon Blanc é um vinho que deve ser apreciado bem frio, de preferência colocado em baldes com bastante gelo. Ótimo para se fazer um brinde entre amigos numa tarde quente, e também para a comida: pode acompanhar as ostras de Santa Catarina, e pratos com peixes e frutos do mar com receitas simples, valorizando o frescor dos pescados, podendo, inclusive, entrar no preparo dos pratos, como camarões salteados no alho e azeite, vieiras ao forno na manteiga de limão ou mexilhões à provençal. Também são uma ótima escolha para pratos com peixes crus, como carpaccios, tartares, sushis e sashimis, bem como os peixes cozidos a frio, como os ceviches, tão na moda ultimamente.
Por Bruno Agostini: Esta reportagem foi escrita para a Revista do O Globo do dia 20/11.

terça-feira, novembro 22, 2011

Alentejo – Entre o Tradicional e o Moderno

Acabo de chegar de Portugal, onde a convite da CVRA – Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, passei quatro dias visitando vinícolas em companhia de jornalistas do Rio de Janeiro e de Angola.
Tendo como anfitriões a simpática e competente Maria Amélia Vaz da Silva e Tiago Caravana, do departamento de marketing, visitei oito vinícolas, provei quase uma centena de vinhos e desfrutei da maravilhosa culinária alentejana. Dentre vinhos de elaboração em talhas de terracota, como eram feitos os vinhos na época dos romanos, até elaborações modernas, com a ajuda de robôs, tive a oportunidade de conhecer dois Alentejos, o tradicional e o moderno.

A CVRA foi criada em 1989 e tem como objetivo certificar os vinhos da região em “DOC Alentejo” e “Vinho Regional Alentejano”. É responsável pela promoção dos Vinhos do Alentejo no mercado português e em mercados internacionais. A sua atividade é financiada por meio da venda dos selos de certificação que integram os contrarrótulos dos Vinhos do Alentejo.
DOC - Denominação de Origem Controlada: Designação atribuída a vinhos de qualidade produzidos em regiões geograficamente limitadas, que cumprem um conjunto de regras que definem as características dos solos, castas autorizadas, práticas de vinificação, teor alcoólico, tempo de estágio, etc
Vinho Regional: Classificação dada a vinhos de mesa com indicação da região de origem. São vinhos produzidos na região específica cujo nome adotam, elaborados com um mínimo de 85% de uvas provenientes da mesma região, de castas autorizadas
Região produtora de elevada qualidade de vinhos, o plantio da vinha nesta região remonta ao período romano, como atestam vestígios datados dessa época, nomeadamente grainhas de uvas descobertas nas ruínas de São Cucufate, perto da Vidigueira, e alguns lagares romanos.

A utilização de talhas de terracota, destinadas à fermentação do mosto e ao armazenamento do vinho, ainda é encontrada em algumas das suas adegas.

Situado na zona sul do país, o Alentejo é uma região essencialmente plana, evidenciando alguns acidentes de relevo, não muito elevados, mas que o influenciam de forma marcante.

Caracteriza-se por condições climáticas acentuadamente mediterrânicas, apresentando, no entanto, várias zonas de microclima continental. As temperaturas médias do ano variam de 15 a 17,5º, observando-se igualmente a existência de grandes amplitudes térmicas e a ocorrência de Verões excessivamente quentes e secos. A precipitação média varia de 500 a 800mm.

Os solos caracterizam-se pela sua diversidade, variando entre os graníticos de "Portalegre", os derivados de calcários cristalinos de "Borba", os mediterrânicos pardos e vermelhos de "Évora", "Granja/Amareleja" e "Moura", e os xistosos de "Redondo", "Reguengos" e "Vidigueira". A DOC "Alentejo" compreende as oito Sub-Regiões mencionadas.
Presidida atualmente por Dora Simões, a CVRA tem feito um excelente trabalho de promoção e divulgação dos Vinhos do Alentejo. Angola e Brasil são hoje os países que lideram as importações de seus vinhos.

HERDADE DO MOUCHÃO
Adquirida no final do século XIX pelo inglês John Reynolds, a propriedade de 900ha , denominada Herdade do Mouchão, dando seguimento à atividade corticeira iniciada pelo seu avô, adicionou a produção de vinhos. Plantaram-se várias vinhas e, em 1901, construiu-se uma adega tradicional, de grossas e brancas paredes de adobe e um elevado pé direito, coberto por um magnífico telhado de telhas portuguesas. Foi também por iniciativa de John que as primeiras plantas da casta Alicante Bouschet foram trazidas da França e introduzidas na região. Atualmente são 38ha de vinhas, sendo que as mais antigas são aquelas onde estão as Alicante Bouschet.


Atualmente tendo como enólogo o competente Paulo Laureano, produz os seguintes vinhos: Dom Rafael Tinto e Branco, Ponte das Canas Tinto, Mouchão, Mouchão Colheitas Antigas, Mouchão Tonel 3-4 e um licoroso. Produz também um excelente azeite de Oliva. São trazidos para o Brasil pela importadora Adega Alentejana.
O Mouchão é um clássico entre os clássicos, vinhos intemporais que, ano após ano, expressam de forma direta e transparente o terroir. O Mouchão Tonel 3-4, elaborado apenas em anos especiais, é, para mim, um dos melhores vinhos tintos de Portugal e do mundo.


Vinhos degustados:
Dom Rafael Branco 2010 – Castas: Antão Vaz, Arinto e Perrum. Vinificação em inox, sem madeira. Verdeal, com notas de fruta tropical fresca, alguma mineralidade e ligero floral. Leve fresco e elegante.
Dom Rafael Tinto 2009 – Castas: Alicante Bouschet, Trincadeira e Aragonez. Vinificação em Lagar, estágio de 12 meses em barricas de 225l e seis meses em garrafa. Cor granada com aromas de frutas silvestres, alguma menta e especiarias. Bom corpo, fresco e com taninos densos.
Ponte Das Canas 2008 – Castas: Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Toriga Franca e Shiraz. Vinificação em Lagar, estágio de 18 meses em barricas novas de 225l de carvalho francês e americano e doze meses em garrafa. Cor granada intenso, com aromas florais e frutas silvestres, alguma menta, especiarias e tostados. Encorpado, elegante e persistente.
Mouchão 2006 – Castas: Alicante Bouschet e Trincadeira. Vinificação em Lagar, estagio de 24 meses em tonéis grandes de carvalho português, macacauba e mogno e 24 meses em garrafa. Cor granada intenso, com aromas de eucalipto, menta, frutas silvestres em compota e especiarias. Encorpado, elegante complexo e persistente, tudo que se espera de um grande vinho.



Mouchão Vinho Licoroso 2006 – Castas: Alicante Bouschet e Trincadeira. Vinificação em Lagar, estágio de 48 meses em tonéis de 1000l de carvalho português e dois meses em garrafas. Elaborado pelo mesmo processo dos vinhos do Porto, possui cor granada intenso, com aromas de ameixa e frutas silvestres maduras. Estilo Porto LBV, não me empolgou.

HERDADE DAS SERVAS
A família Serrano Mira zela por um património vinícola de 200 hectares em Estremoz, dividido em três vinhas: Azinhal , Judia e Servas . As idades das vinhas estão compreendidas entre os 20 e 60 anos, exceto a Vinha das Servas, plantada em Janeiro de 2007.



Plantam atualmente: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Merlot, Petit Verdot, Sangiovese, Syrah, Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira e Vinhão, nas tintas e Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Encruzado, Rabo de Ovelha, Roupeiro, Semillon, Verdelho e Viognier, nas brancas.
As vinhas são seguidas por uma equipe de viticultura, liderada por Carlos Mira e assessorado pelo Prof. Yvon Bugaret, especialista em doenças na vinha e professor na Universidade de Bordeaux, que faz um acompanhamento permanente através da estação meteorológica. A vinificação fica por conta dos enólogos Tiago Garcia e Luís Mira. Vinhos modernos, homogêneos, consistentes e fáceis de beber, mesmo jovens.
Elaboram três linhas de vinhos: Herdade das Servas, Monte das Servas e Vinha das Servas.
Vinhos degustados:
Monte das Servas Escolha Branco 2010 – Castas: Roupeiro (70%), Antão Vaz (30%). Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, com notas de maracujá e limão. Toques de mel. Bom corpo, boa acidez, fácil de beber.
Herdade das Servas Branco 2010 – Castas: Roupeiro (50%), Viognier (25%), Verdelho (25%). Vinificado em inox, com estágio parcial em madeira. Frutado. Toques de abacaxi. Boca fresca, untuoso e persistente. Muito Bom!


Monte das Servas Escolha Tinto 2010 – Castas: Aragonez, Touriga Nacional, Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet. Vinificado em inox, sem madeira. Frutas vermelhas frescas. Macio, boa acidez, fácil de beber.
Monte das Servas Colheita Selecionada Tinto 2009 - Castas: Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Trincadeira, Aragonez. Vinificado em inox, 50% do vinho passa em madeira. Frutas de bosque frescas, toques de ameixa. Madeira bem equilibrada, taninos macios, bom corpo e acidez.
Herdade das Servas Tinto 2009 - Castas: Aragonez, Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Syrah. Vinificado em inox. Afinamento durante 8 meses em barricas usadas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 6 meses em garrafa. Cor ruby escuro, aroma de frutos vermelhos maduros, bem integrados com a madeira, na boca é redondo, concentrado, com um final agradável e persistente.
Herdade das Servas Touriga Nacional 2008 - Castas: 100% Touriga Nacional. Vinificado em inox. Afinamento durante 8 meses em barricas usadas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 6 meses em garrafa. Cor violeta escuro, aromas florais sugerindo violetas e flor de laranjeira, integrados com frutos pretos bem maduros, madeira no ponto, sabor intenso, macio, bastante elegante, com taninos robustos que lhe garante uma boa longevidade.
Herdade das Servas Syrah /Touriga Nacional 2008 - Castas: Syrah (70%), Touriga Nacional (30%). Após maceração pré-fermentativa a 8-10º, a fermentação alcoólica ocorre em lagares de inox à temperatura de 26-28º, com remontagens mecânicas do robot pisador/imersor. Afinamento durante 8 meses em barricas usadas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 6 meses em garrafa. Cor violeta escuro, aromas florais sugerindo violetas integrados com frutos vermelhos bem maduros e algumas notas de especiarias e menta. Complexo e aveludado, bastante elegante, com taninos robustos e redondos que lhe garante uma boa longevidade.
Herdade das Servas Reserva 2008 - Castas: Alicante Bouschet (50%), Touriga Nacional (25%), Syrah (25%). Após maceração pré-fermentativa a 8-10º, a fermentação alcoólica ocorre em lagares de inox à temperatura de 26-28º, com remontagens mecânicas do robot pisador/imersor. Afinamento durante 14 meses em barricas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 16 meses em garrafa. Cor ruby escuro, aroma de frutos de bosque bem maduros, sugerindo compotas, integrados com algumas especiarias, complexo e aveludado, com taninos redondos e robustos.
Herdade das Servas Reserva 2006 – Idêntico ao anterior. Mais complexo e evoluído que o 2008. Muito bom!..é este que encontra-se à venda no Brasil atualmente.

ADEGA COOPERATIVA DE REDONDO

No século XIX, devido ao aparecimento catastrófico do oído, míldio e filoxera, os viticultores viram-se obrigados a realizar consorciações para sobreviver. Mas no século XX, a criação de adegas cooperativas veio-lhes dar novo ânimo e fazer renascer a cultura da vinha e do vinho. É neste contexto que a AcR é fundada, em 1956, por um grupo de 14 viticultores.

O potencial vínico do Alentejo foi cabalmente confirmado na década de 80, época em que a AcR iniciou uma franca expansão, visível no aumento da produção e estruturas a ela associadas. De acordo com essa filosofia de mudança, foram investidos várias centenas de milhar de euros nos setores de recepção de uva, sua transformação e armazenamento, bem como enologia, que vieram dar novo alento à Adega.



Atualmente, a produção dos vinhos Real Lavrador, Terra d'Ossa, Porta da Ravessa, Anta da Serra, Monte Ferra, Chardonnay AcR e Reserva AcR é feita em modernas instalações, permitindo a produção de 12 mil garrafas por hora.

A concessão sem limite de licenças de plantio de vinha, que tem levado a uma expansão desmesurada da vinha no Alentejo, sem haver garantia de colocação da produção no mercado, preocupa a AcR. Teme-se que a enorme quantidade de vinhos produzidos afete a qualidade reconhecida dos vinhos do Alentejo.

Esta é apenas uma das razões que leva a direção da AcR a procurar novos desafios. Tendo já conquistado o mercado nacional, há que estudar novos horizontes no mercado internacional e embora o Brasil continue a ser o país que mais consome vinhos produzidos no Alentejo, a Adega quer explorar as possibilidades abertas pelo mercado comunitário do Velho Continente, diversificando assim a origem da clientela.
Além desta aposta, a AcR tem já na manga a reformulação do vinho topo de gama, a introdução no mercado de novos produtos, bem como o reforço das vendas da generalidade das marcas. Todas estas mudanças inserem-se já na filosofia de perpetuação do bom nome da AcR, com quase 50 anos de história.

Hoje, a Adega é um dos maiores produtores de vinho da Região do Alentejo, congregando cerca de duas centenas de viticultores, cerca de 98% da sub-região do Redondo. O enólogo responsável é o competente Pedro Hipólito.
Alguns de seus vinhos encontram-se no Brasil através da Importadora Barrinhas, do Rio de Janeiro.
Vinhos degustados:
Real Lavrador Branco 2010 – Castas: Roupeiro e Rabo de Ovelha. Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, leve de corpo, boa acidez, fácil de beber.
Porta da Ravessa Branco 2010 – Castas: Roupeiro, Arinto e Fernão Pires. Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, toques de mel, leve de corpo, boa acidez, cítrico na boca.


Porta da Ravessa Reserva Branco 2010 – Castas: Roupeiro, Arinto e Fernão Pires. Vinificado em inox, sem madeira. Frutado, toques de mel, médio corpo, boa acidez, mais untuoso e elegante que o anterior.
Porta da Ravessa Rosé 2011 – Castas: 100% Aragonez. Vinificado em inox, sem madeira. Cor Cereja. Bem aromático. Frutado, tutti-frutti, leve de corpo, boa acidez.
Real Lavrador Tinto 2010 – Castas: Basicamente Castelão. Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, leve de corpo, boa acidez, fácil de beber.
Porta da Ravessa Tinto 2010 – Castas: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet. Vinificado em inox, sem madeira. Frutado, bom corpo, boa acidez, taninos macios.
Porta da Ravessa Reserva Tinto 2008 – Castas: Castas: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet. Vinificado em inox, pequena passagem por madeira. Nariz elegante, fruta boa, toques de madeira, bom corpo, boa acidez, taninos macios.
• Vinificado em inox, pequena passagem por madeira. Nariz elegante, fruta boa, toques de madeira, bom corpo, boa acidez, taninos macios.


Reserva ACR 2009 - Castas: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet. Vinificado em inox. Estagia 12 meses em barricas de carvalho francês e americano e 6 meses em garrafa. Nariz elegante, fruta madura, toques de madeira, chocolate, bom corpo, boa acidez, taninos macios.


100% Touriga Nacional 2009 – Vai ser lançado em breve, ainda não tem nome. Estagio em barricas francesas. Elegante, floral, caixa de chá preto, mineral. Bom corpo e taninos finos. Bom vinho!
Premium 2009 – Vai ser lançado em breve. Base de Touriga Nacional. Estagio em barricas francesas. Ruby profundo, bem concentrado. Elegante, floral, toques de ameixa e especiariasl. Bom corpo e taninos finos. Bom vinho!


HERDADE DA MINGORRA
Nas terras quentes do Baixo Alentejo, a poucos quilómetros da cidade de Beja, existe uma das mais antigas culturas vitícolas da região. São vinhas com décadas de história que Henrique Uva preserva e rentabiliza há anos e as quais sempre quis valorizar como produtor independente.


Em 2004 concretizou-se o sonho, com o projeto Henrique Uva / Herdade da Mingorra. A Adega está devidamente enquadrada nos 1.400 ha de uma paisagem que chega a ser exuberante, tal é a diversidade de culturas e fauna, com várias bacias hidrográficas que funcionam como autênticos oásis. Um espaço onde a modernidade e a funcionalidade convivem, de forma indelével, com as técnicas mais tradicionais.



O resultado só podia ser vinhos de grande qualidade, consistentes, alguns deles até inovadores e com uma excelente relação qualidade / preço.
Recentemente lançaram a nova linha "M" Mingorra Gourmet, que consite em um vinho branco doce, elaborado a partir de uvas sobreamaduras da casta Semillon - Talhão 5, vindimadas à mão, no final de outubro e afetadas pela Botrytis Cinérea. Produzem também um excelente azeite de oliva.
No total são 1.400 ha de área, referentes às três propriedades: Herdade da Mingorra, Sociedade Agrícola do Barrinho e Herdade dos Pelados. Além dos 135 ha relativos à vinha, 325 ha são de oliveiras e os restantes de cultura tradicional e floresta. A exploração cinegética é, também, uma atividade com grande dinâmica, a caça de salto às perdizes, e está sendo estudada a construção de uma unidade de turismo rural.
Exteriormente surpreende pela forma como se enquadra na imensa planície e interiormente pela modernidade e funcionalidade. Aliás, estes foram os princípios fundamentais que nortearam o desenvolvimento do projeto por parte do arquiteto Vítor Vaz, com a indispensável colaboração do enólogo Pedro Hipólito.

Situada em plena Herdade da Mingorra, a Adega tem uma área de 2.000 m2, apenas vinifica uvas próprias e trabalha com processos de vinificação de vários níveis. No total, o investimento foi superior a dois milhões e meio de euros, sendo estudado de modo a preservar as técnicas tradicionais, com perfeita consonância com a mais alta tecnologia.


Vinhos degustados:
Espumante Bruto Método Clássico 2009 – Castas: Antão Vaz, Arinto , Verdelho. Pouco aromático, perlage fina, boa acidez, bom corpo, média persistência.
Terras d’Uva Branco 2010 – Castas: Antão Vaz, Arinto , Verdelho. Vinificado em inox, sem madeira. Verdeal, frutado, , médio corpo, boa acidez e persistência. Bom!
Alfaraz Colheita Selecionada Branco 2010 - Castas: Antão Vaz, Verdelho. Fermentação em barricas novas de carvalho francês, em câmara frigorifica, seguida de batonnage durante 3 meses. Frutado, toques de mel, untuoso bom corpo, boa acidez e persistência. Muito Bom!
Terras d’Uva Rosé 2010 – Castas: Aragonez. Ligeira maceração pré-fermentativa, seguida de fermentação a baixa temperatura. Cor cereja, frutado, groselha, médio corpo, boa acidez e persistência, sem amargor. Bom!
Alfaraz Reserva Branco 2010 - Castas: Antão Vaz. Ligeira fermentação em barricas novas de carvalho francês, em câmara frigorífica, seguida de batonnage durante 6 meses. Nariz muito elegante, frutas secas, toques de mel. Untuoso, bom corpo, mineral, boa acidez e persistência. Excelente!
Terras d’Uva Tinto 2010 – Castas: Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet. Vinificado em inox, sem madeira. Ligeira maceração a frio; fermentação tradicional a 26ºC; maceração prolongada durante 15 a 20 dias. Frutas vermelhas maduras, médio corpo, fresco e macio, boa persistência. Bom!
Alfaraz Reserva Tinto 2008 - Castas: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Syrah, Touriga Nacional. Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 12 meses em carvalho francês. Ruby profundo. Frutas maduras, chocolate, tabaco. Untuoso e macio. Muito bom!

Alfaraz Touriga Nacional 2008 - Castas: 100% Touriga Nacional. Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 12 meses em carvalho francês. Ruby profundo. Frutas maduras, ameixa, ligeiro cedro, chocolate. Untuoso e macio. Muito bom!
Uvas Castas Tinto 2005 - Castas: 50% Alentejo (Aragonez, Alfrocheiro, Alicante Bouschet), 50% Douro (Tinta Barroca, Tinta Roriz). Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 18 meses em carvalho francês. Ruby profundo. Nariz de After-eight e frutas pretas. Muito intenso e untuoso. Muito interessante!


Vinhas da Ira 2006 - Castas: Talhão 25: (Alfrocheiro, Aragonez, Alicante Bouschet, Touriga Nacional). Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 18 meses em carvalho francês. Ruby profundo, frutas bem maduras. Muito intenso e untuoso, boa acidez e persistência. Muito Bom!
Amostra de Casco Fortificado – Castas: Touriga Nacional e Souzão. 12 meses de barrica. Lembra um Vintage. O melhor fortificado do Alentejo que já bebi!

Continuação em Breve.
Paulo Nicolay

Consumo de vinho branco supera tintos na Itália

No país do Barolo e Brunello, o consumo de Franciacorta, Pinot Grigio e DOCG Prosecco supera os grandes tintos de guarda

O consumo de vinhos brancos da Itália superou o de vinhos tintos e rosados: 55% versus 45% conforme dados divulgados pela Assoenologi. Os números foram mostrados durante conferência internacional "The Wine Advocate", em Gorizia. O crescimento de vinho branco também foi registrado em outros países, especialmente, nos Estados Unidos, um dos principais mercados importadores do setor do vinho do Friuli Venezia Giulia, onde o aumento do consumo de vinhos brancos é de 19,8%. Para o próximo ano Assoenologi preve um avanço de 10%.

Segundo o estudo, este ano a venda de espumantes italianos deve crescer 4,7%, enquanto o mercado do vinho tende a diminuir 11,6% na Itália. Neste contexto, digno de nota é o crescimento de garrafas vendidas da Franciacorta (16,7% em relação a 2010). A produção de Prosecco segue dominando com 200 milhões DOC.

Postado por Walter Schumacher

quinta-feira, novembro 17, 2011

Le Beaujolais Nouveau Est Arrivé!

Hoje é dia de festa! Mais de 150 países comemoram a chegada da nova safra do Beaujolais Nouveau. Um evento considerado o maior case de marketing de todos os tempos.

O Beaujolais Nouveau é um vinho leve, descontraído e frutado (sugere aromas de bananas e figos). Produzido na região da Borgonha (França) a partir da variedade Gammay, ele representa, na verdade, uma espécie de avant-première do que a última colheita poderá proporcionar. Suas uvas são colhidas e vinificadas através de um processo denominado maceração carbônica. O vinho deve ser degustado no mesmo ano de sua fabricação, a uma temperatura em torno de 14ºC.

Todos os anos, a terceira quinta-feira de novembro é reservada ao lançamento do Beaujolais Nouveau. E sempre que a data bate à minha porta me transformo em um cidadão do mundo, pois bebo este tinto, que apresenta nuances violáceas, ao mesmo tempo em que russos, chineses, americanos, japoneses, australianos e franceses.

Integrar esta grande “rede social” seria um bom motivo para brindar. Mas infelizmente, em terras brasileiras, a festa já teve melhores dias. Atualmente, por conta dos enochatos de plantão, perdeu seu glamour. Afirmam que o Beaujolais Nouveau é um “vinhozinho” sem grandes predicados. Penso que esta falta de “qualidade” é o que permite que a festa seja realizada em todos os cantos do planeta. Um vinho adequado, na medida, para ser bebido em pé nos bares das cidades, nas happy-hours, e sem os rigores que um grande vinho exigiria.

No Brasil, algumas vinícolas produzem boas versões, e a um custo bem mais em conta, do Beaujolais Nouveau. Mas se você não tiver nem o original nem seu similar brasileiro, não se faça de rogado. Abra uma garrafa de Merlot Cattacini e junte-se a rede mundial de enófilos que brinda a alegria de viver.

Saúde e paz!
Fonte: Canal Cattacini