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sexta-feira, dezembro 14, 2012

Robert Parker rende-se à Ásia

O que pode acontecer quando o mais influente crítico de vinhos se associa a capitalistas de Cingapura.

Robert Parker é “a” notícia da semana do mundo do vinho. Um dos mais – ou o mais – influente crítico de vinhos da atualidade, o norte-americano Parker anunciou mudanças em sua famosa newsletter, a Wine Advocate. A publicação, que consagrou a pontuação de vinhos pela escala de 100 pontos, agora terá sócios investidores de Cingapura. O próprio Parker deve reduzir sua participação na publicação. Ele será o chaiman da nova empresa e o responsável pelas avaliações de vinho de Bordeaux e de Rhône, as duas regiões francesas de sua predileção (vale sempre lembrar que foi a safra de 1982 de Bordeaux a primeira a dar fama ao crítico).

Com as mudanças, a edição da Wine Advocate, que hoje conta com 50 mil assinantes, passará a ser feita por Lisa Perrotti-Brown, atualmente editora da publicação para a Ásia. Os novos sócios – que, em entrevista ao Wall Street Journal, foram chamados apenas de visionários por Parker, que não revelou seus nomes – têm planos ambiciosos. Vindos da área de tecnologia da informação e do mercado financeiro, eles devem incrementar sensivelmente a versão digital da publicação. Há a ideia até de terminar com a versão em papel da Wine Advocate até o final de 2013, migrando seus assinantes para o online. Também está previsto a comercialização de anúncios, o que sempre foi vetado por Parker.

A mudança mostra, do lado pessoal, que Parker, aos 65 anos, quer reduzir o seu ritmo de trabalho e, quem sabe, até pense em se aposentar. E, do lado comercial, indica, claramente, para onde está indo os investimentos de vinhos. “O mercado asiático está amadurecendo na última década e seria irrealista não fazer parte dele”, afirmou Parker ao Wall Street Journal. A Decanter, publicação inglesa de vinhos, por exemplo, conta com um colunista também em Cingapura, o Publisher do The Singapure Wine Review, Ch´ng Poh Tiong. E são os chineses quem estão inflacionando os preços dos vinhos nos últimos anos.

A novidade traz também um grande desafio para a publicação, que sempre pregou pela sua independência. Parker nunca aceitou anúncios em suas páginas, por exemplo. Mas o fato é que a saudável separação entre informação e negócios foi arranhada no passado recente, quando se descobriu que o responsável por avaliar os vinhos espanhóis para Parker, Jay Miller, estava negociando para visitar vinícolas e provar vinhos naquele país.

ESTILO por Suzana Barelli

Tem 12 mil euros sobrando?...Participe da maior degustação de vinhos de todos os tempos!

Antes que o mundo "acabe" no próximo dia 21 de dezembro, você poderá participar da mais exclusiva e luxuosa degustação de vinhos do mundo! Essa é a promessa do "The White Club", que promete oferecer a "um seleto grupo de amantes dos vinhos de luxo", uma degustação inesquecível e que irá durar todo o fim de semana próximo (de 14 a 16 de dezembro) no Château de Mercurey (Borgonha), por um custo de €12.000 por pessoa, algo em torno de R$32.400.


A seleção de vinhos inclui safras históricas do Domaine de la Romanée-Conti, do mítico produtor Henri Jayer, de Premiers Grands Crus Classés de Bordeaux, Pétrus, Penfolds Grange e Vega Sicilia. Tudo isso, acompanhado por pratos elaborados por um chef de classe mundial.

"Este fim de semana vai ser uma uma experiência de vida que inclui um roteiro completo pelos prazeres da culinária e do vinho que ninguém jamais testemunhou antes", comentou Malene Meisner, CEO do The White Club.

Os participantes irão começar o fim de semana, na manhã de sexta-feira, com uma degustação de vinhos do DRC de seis décadas, incluindo Romanées-Conti (1957, 1978, 1997), La Tâches (1928, 1947, 1963) e Richebourgs de 1963 e 1975.

O "The White Club" é um clube privado internacional criado pela sommelière e organizadora de eventos Melanie Meisner, focado na degustação dos vinhos mais finos e raros do mundo. O acesso ao clube é feito apenas por convite, e é limitado a apenas 50 membros de todo o mundo.

O clube organiza em torno de 10 a 12 degustações públicas por ano em todo o mundo e tem a sua própria adega com cerca de 10.000 vinhos finos.

Veja a incrível lista de vinhos que será degustada neste evento no Château de Mercurey:

Sexta (14 de dezembro) - Manhã - Domaine Romanée-Conti
Romanée-Conti 1957, 1978, 1997
La Tâche de 1928, 1947, 1963
Richebourg 1963, 1975

Jantar: Restaurante Levernois (Beaune) - Chef Philippe Augé - Domaine Romanée-Conti
Romanée-Conti 1922, 1923, 1929, 1935, 1942, 1954, 1969, 1973, 1974, 1975
La Tâche 1940 Magnum, 1973, 1975, 1976, 1990, 2002, 2003
Richebourg 1940 Magnum, 1945, 1999
Grands Echézeaux 1969, 2003

Sábado (15 de dezembro) - Manhã - Borgonhas
Romanée-Conti 2003, 1989
La Tache 1962, 1964, 1978
Echézeaux 1958, 2003
Grands Echézeaux 1957
Romanée-Saint-Vivant 2003
Richebourg 2003
Henri Jayer Echézeaux 1992
Henri Jayer Cros Parantoux 1979

Jantar adicional (€800): Chef privado do The White Club
Château Mouton Rothschild 1982
Château Lafite 1996
Château Margaux 1929
Epicurean 2007
Vilafonté M Series 2010
Château Latour 1990
Ornellaia 1984
Masseto 2006
Quintarelli Amarone 2003
Vega Sicilia Unico 1970
Château Pétrus 1998

Domingo (16 de dezembro) - Almoço adicional (€1200)
"O Mundo dos 1ers Crus de Bordeaux encontra os Borgonhas Grands Crus"
(além de outros grandes vinhos...)
Pingus
Penfolds Grange
Château Mouton Rothschild
Château Latour
Château Lafite
Château Pétrus
Château Margaux
Château La Mission Haut-Brion
Cheval Blanc
Château Haut-Brion
Vega Sicilia Unico
Château Ausone
Chambertin Clos de Beze
Charmes Chambertin
Clos de La Roche
Clos de Tart
Bonnes Mares
Musigny
Clos de Vougeot
Echézeaux
Grands Echézeaux
La Grande Rue
Richebourg
Romanée St. Vivant

Jantar de encerramento
Horizontal 1er Cru Classé 1988
(Lafite, Latour, Margaux, Haut-Brion e Mouton Rothschild)
Horizontal 1er Cru Classé 1998
Horizontal 1er Cru Classé 2008

Fonte: The Drinks Business
Vinhos e mais Vinhos

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Vandalismo inexplicável em Montalcino

Verdadeira tragédia aconteceu na noite do último domingo na região de Montalcino, na Itália. Todos os “botti” (termo que em italiano significa tonéis de carvalho utilizados para estagiar os vinhos) do renomado Gianfranco Soldera, dono da Azienda Agrícola Casse Basse di Soldera, foram abertos e esvaziados, na calada da noite. A totalidade da produção da vinícola foi literalmente para o ralo, desde a safra 2012 que começava seu ciclo de estágio em madeira, até os de 2007, que estavam em fase final de amadurecimento prestes a serem engarrafados. Ao todo 600 hectolitros de seus Brunellos foram perdidos, algo em torno de 80 mil garrafas. A produção era segurada, e o produtor deverá receber a indenização pelo acontecido, mas como toda a produção foi perdida, e os vinhos de Gianfranco estagiam de 5 a 6 anos em carvalho, a vinícola passará por um longo período sem comercializar seus tintos, logo, sem arrecadar dinheiro. Segundo a polícia, há indícios que os autores dessa barbárie pertencem ao crime organizado local.
CBN EXPRESS

sábado, novembro 24, 2012

Aficionado por astronomia e vinhos cria cabernet envelhecido com meteorito

A primeira versão do 'Cabernet sauvignon meteorito' foi elaborada com uma safra de 2010 e alcançou a produção de 15 mil garrafas

Enólogo diz ter encomendas da Espanha, Inglaterra, Canadá, República Tcheca e Irlanda

SAN VICENTE DE TAGUA TAGUA - Um enólogo britânico aficionado por astronomia criou, no Chile, uma variedade única de vinho, o 'Cabernet sauvignon meteorito', uma bebida que, segundo seu inventor, traz para a Terra o sabor do Universo.

Tentando dar um elemento diferenciador ao vinho que já produzia na pequena adega que possui no povoado de San Vicente de Tagua Tagua (120 km ao sul de Santiago) e unir duas de suas maiores paixões, a astronomia e a enologia, o empresário Ian Hutcheon tentou uma mistura nunca antes explorada.


O vinho de essência única passou por testes de laboratório

Um dia qualquer, escolheu um vinho elaborado com uvas da cepa cabernet sauvignon e introduziu no barril um meteorito milenar, deixando-o maturar por 12 meses.

O resultado da experiência o surpreendeu. Segundo ele, o meteorito mudou de cor e potencializou o sabor do vinho.

"Percebemos que, além de mudar um pouco a cor, o vinho também mudou, os sabores se ressaltaram. Foi uma grata surpresa", declarou à AFP Hutcheon, dono da adega Tremonte, onde desenvolveu o vinho, e de um pequeno observatório astronômico para turistas.

"Eu não queria mudar o sabor do vinho, só queria encontrar uma forma mais simbólica de unir astronomia e a enologia", acrescentou.

O meteorito ele ganhou de um amigo que coleciona estes corpos celestes e doou um encontrado no deserto do Atacama, no norte do Chile.

A pedra, de cor preta e muito mais pesada do que uma rocha de seu tamanho, "se formou com o nascimento do Sistema Solar, orbitou no cinturão de asteróides, entre Marte e Júpiter, e caiu na Terra", contou Hutcheon.

Por enquanto, não há estudos que sustentem a mudança física produzida no vinho, mas a bebida tem agradado aos turistas.

O resultado despertou também a curiosidade dos cientistas de Estados Unidos e México, que pediram amostras do vinho para analisar as reações químicas produzidas pelo meteorito, que Hutcheon sustenta com delicadas pinças e guarda cuidadosamente em uma maleta preta.

A primeira versão do 'Cabernet sauvignon meteorito' foi elaborada com uma safra de 2010 e alcançou a produção de 15.000 garrafas. Hoje, Hutcheon diz ter encomendas de Espanha, Inglaterra, Canadá, República Tcheca e Irlanda.
AFP - Agence France-Presse
em.com.br

Vinícola Dezem implanta vinhedo para proteger a safra e preservar espécie de macacos



Uma iniciativa da vinícola Dezem, empresa de Toledo/PR especializada em vinhos finos, tem conseguido aliar a preservação de uvas viníferas com o respeito à natureza. Para evitar que macaquinhos – da espécie popularmente conhecida como “prego” – invadissem as plantações para comer as frutas, foi implantado um vinhedo de uva de mesa próximo a uma das reservas. A intenção é atrair os macacos para este local, protegendo, desta forma, as uvas destinadas à produção dos vinhos.

Para a próxima safra da vinícola Dezem deve ser instalada uma câmera para monitorar a ação dos animais que, apesar de ter uma ampla reserva florestal à disposição na vinícola, têm o costume de se alimentar das uvas no início das manhãs.

“Nossa maior preocupação é conseguir preservar nossas plantações e também colaborar com a sustentabilidade. Não podemos impedir a alimentação dos macaquinhos, porém, nosso dever é oferecer uma alternativa para os animais que não prejudique a qualidade da safra”, afirma a proprietária da vinícola Dezem, Susan Russ Dezem.

UM POUCO SOBRE A VINÍCOLA DEZEM
Com vinhedos próprios e planejados para a elaboração de bebidas diferenciadas e originais, a vinícola Dezem, de Toledo/PR, apresenta produtos que preservam ao máximo as características da uva. Entre as uvas escolhidas estão as brancas Chardonnay, Sauvignon Blanc e Malvasia de Cândia, e as tintas Merlot, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Tempranillo e Pinot Noir.

A empresa paranaense representa o encontro entre a tradição familiar na elaboração dos vinhos com as mais modernas tecnologias no vinhedo e na adega. Um dos diferenciais da Dezem é oferecer em todos os rótulos elementos da natureza, como a terra, a água e o ar. Além disso, as plantações buscam a sustentabilidade e o equilíbrio com a natureza.

SERVIÇO
Vinícola Dezem
Local: Concórdia do Oeste – Toledo – PR
Telefone: (45) 3252-2121
www.dezemvinhosfinos.com.br



Trivento comemora o centenário do vinhedo de Eolo


A vinícola argentina Trivento, do grupo Concha y Toro, comemora em 2012 o centenário do vinhedo de seu rótulo ícone, o Eolo. O vinhedo, localizado na região de Luján de Cuyo, Mendonza é considerado como um dos melhores lugares do mundo para produção de Malbec.



Trivento significa três ventos: polar (vento frio do sul, que sopra no inverno) zonda (esporádicas rajadas de ar quente e seco que descem dos Andes durante todo o ano) e sudestada (vento fresco de verão associado às chuvas) sopram na ensolarada e árida terra mendocina deixando sua marca nos vinhos elaborados pela vinícola.

“A antiguidade do vinhedo concede equilíbrio natural à planta, com rendimentos muito baixos, aproximadamente 3,2 quilos de uvas por hectare. Isso nos permite ter uma maior concentração de açúcar e aromas nos grãos de uva,” explica Victoria Prandina, enóloga de Eolo.

O centenário de Eolo é testemunha dos minuciosos trabalhos realizados pela Trivento para obter o vinho ícone, que nos últimos anos recebeu altas pontuações nas mais importantes publicações especializadas em vinho: Trivento Eolo 2005, 93 pontos, Wine Spectator (2008); Trivento Eolo 2006, 92 pontos, Wine Spectator (2009); Trivento Eolo 2007, 93 pontos, Wine Spectator (2010); Trivento Eolo 2007, Wine Advocate (2010) e Trivento Eolo 2008, 92 pontos, Wine Enthusiast (2011).

“Eolo expressa a maturidade do vinhedo. É um vermelho violeta com tons pretos, que os amantes do vinho considerarão muito atraente e denso na taça. No nariz é explosivo, com marcas de frutas vermelhas, como cereja e geleia de cereja. Possui no final um gosto temperado de canela, frescor de laranja e tabaco. O paladar é bastante doce no início, dando uma sensação de maciez prolongada,” completa Victoria.

A Trivento Bodegas y Viñedos é resultado da expansão do Grupo Concha y Toro para a Argentina, em 1996, e é comercializado nacionalmente pela VCT Brasil desde 2009.

Sobre EOLO:

Eolo, na Grécia antiga foi agraciado por Zeus como Guardião dos Ventos. A Trivento, como forma de homenagear o principal elemento de sua essência, entregou a seu vinho ícone o nome e o espírito de seu guardião. A fruta de Eolo nasce em um lugar privilegiado em Luján de Cuyo a 983 metros de altitude, disposto de leste a oeste, seguindo a inclinação natural do terreno. Esta posição permite maior captação solar e proteção contra o vento zonda. Além disso, sua localização sobre a ladeira do rio Mendoza alivia e minimiza o evento dos três ventos: polar, zonda e sudestada. A irrigação é feita com água de degelo do rio, através de pequenos canais e sulcos que irrigam as fileiras de Malbec. Estas águas puras e cristalinas ajudam a desenvolver corretamente os diferentes estados fenológicos da planta.

Sobre a VCT Brasil:

A VCT Brasil, filial e distribuidora do Grupo Concha y Toro, representa no País todos os produtos das vinícolas Concha y Toro e Trivento. Fundada em 1883, a Concha y Toro é a principal vinícola chilena e uma das maiores produtoras e exportadoras mundiais de vinho. Seus produtos são comercializados para mais de 135 países e está entre as 10 maiores companhias de vinho do mundo. Possui cerca de 9.300 hectares de vinhedos, o que permite à empresa garantir a qualidade na sua produção de vinho.

A Trivento Bodegas y Viñedos é resultado da expansão do Grupo Concha y Toro para a Argentina, em 1996. Com um crescimento superior ao da indústria transandina, a Trivento ocupa a segunda posição no ranking de exportações de vinho argentino.
(milena.furtado@approach.com.br)




quarta-feira, setembro 19, 2012

África com safari regado a vinhos com Paulo Nicolay !!!!

Embarque nessa viagem inesquecível à África do Sul e conheça algumas das vinícolas e paisagens mais belas do mundo.


São nove dias de viagem em um tour inesquecível que o levará dos pontos turísticos de Cape Town às vinícolas de Stellenbosch e incríveis vistas no Cabo da Boa Esperança, além de Safaris na famosa reserva do Parque Kruger.

Para conferir o roteiro completo e mais informações, cliquem no link abaixo e boa viagem!


Site: www.specialturismo.com.br

Grupo África/Vinho x Safári

Saída: 1º de novembro de 2012, com o consultor Paulo Nicolay.

Vagas limitadas !

Contato: Special Turismo. Telefones: (21) 2512-7860 ou (21) 2274-6960

quinta-feira, agosto 23, 2012

Quais serão os maiores consumidores de vinhos em 2014?

Em recente artigo, a revista The Drinks Business foi atrás desta resposta, afinal, nos últimos anos a direção do consumo de vinhos tem se deslocado para fora dos países consumidores (e produtores) tradicionais.

A estimativa é de que 3/4 do crescimento previsto no consumo de vinhos no mundo até 2014 esteja concentrado em três países: EUA, China e Rússia. Baseado nos números obtidos na última Vinexpo, em Bordeaux, enquanto o consumo vem caindo continuamente na Europa, ele crescerá cerca de 10% nos EUA até 2014. Estas constatações levam a crer que os maiores consumidores de vinho ao final deste período serão os seguintes:

1º - EUA
2º - Itália
3º - França
4º - Alemanha
5º - Reino Unido
6º - China
7º - Argentina
8º - Espanha
9º - Rússia
10º - Romênia

Degustar por Luíz Cola

quarta-feira, agosto 08, 2012

Quatro vinhos portugueses no TOP 100 da Wine Spectator

Três tintos do Douro e um do Dão figuram no TOP 100 da Wine Spectator, que anualmente é publicado pela revista norte-americana e tida por muitos como uma bíblia dos vinhos.

O mais bem classificado é o Quinta do Vallado Touriga Nacional 2008, que surge em sétimo lugar, com 95 pontos e no valor de 55 dólares. Segue-se, na 42ª posição, o Quinta de Cabriz 2008 (90 pontos, 9 dólares), no 62º lugar o Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2008 (90 pontos, 46 dólares) e, por fim, o Quinta do Vale Meão 2008, na 64ª posição (95 pontos, 70 dólares).
Publicado em Enonotas

Vinho é tão eficaz quanto remédios na prevenção da osteoporose em mulheres

Ingestão moderada de álcool após a menopausa ajuda a manter a força dos ossos e abstinência pode aumentar risco de doença óssea

Consumo moderado de vinho ajuda a manter a força dos ossos

O consumo de uma ou duas taças de vinho por dia pode funcionar tão bem quanto o uso de medicamentos na prevenção da osteoporose em mulheres mais velhas, de acordo com pesquisa realizada nos Estados Unidos.

O estudo sugere que a ingestão moderada de álcool após a menopausa ajuda a manter a força dos ossos e que a abstinência pode aumentar o risco de doença óssea.

A equipe liderada pela Universidade de Oregon avaliou 40 mulheres saudáveis na pós-menopausa. Eles mostraram que enquanto as mulheres bebiam 19g de álcool por dia, cerca de dois copos pequenos de vinho, elas tiveram uma redução na perda óssea que melhorou a manutenção da força. Quando as mulheres foram convidadas a parar de beber, sua perda óssea aumentou.

Segundo os pesquisadores, o álcool parece remediar o desequilíbrio entre a dissolução de osso velho e pobre e a produção de osso novo que pode levar à osteoporose em mulheres idosas.

Os dados da pesquisa revelaram que alterações a nível celular ligadas ao álcool ajudaram a explicar por que as consumidoras de álcool muitas vezes tinham maior resistência óssea.

Outros estudos recentes têm mostrado igualmente que o consumo moderado está associado a uma melhor densidade óssea.

Os resultados sugerem que o consumo moderado de álcool é semelhante ao uso de medicamentos bisfosfonatos na prevenção da osteoporose.

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores alertam que quantidades moderadas de álcool podem ser benéficas para os ossos, mas o consumo excessivo de álcool pode levar a fraturas, bem como aumentar o risco de quedas.
Fonte: i.saude.net

O inglês paciente

Steven Spurrier: aulas na Academie du Vin, em Paris.

Em meados dos anos 70, meu interesse por vinho chegara a um ponto em que beber um rótulo já não era suficiente – ao contrário, aumentava minha curiosidade. Como não havia cursos no Brasil, buscava respostas em livros, imaginando conseguir base suficiente para, um dia, me aventurar a ver de perto tudo que lia.

Meu plano era assistir às aulas da Academie du Vin de Paris, cujo mentor, o inglês Steven Spurrier, também tinha uma ótima loja de vinhos, a Caves de la Madeleine, com rótulos diferenciados de pequenos e ótimos produtores. Fiz vários cursos entre 1978 e 1979 – fui contemporâneo de Michel Bettane, hoje o crítico mais respeitado da França – e frequentei a loja. Ali troquei algumas palavras com aquele afável jovem senhor de modos britânicos e profundo conhecimento.

Minha admiração por Spurrier vem daquela época. Sua proposta sempre foi educar o consumidor, desmistificar o vinho e ao mesmo tempo valorizar sua identidade. Isso o levou a organizar inocentemente uma degustação às cegas de rótulos californianos e franceses, que criou celeuma: o resultado apontou vitória dos americanos. O fato de ter sido realizada em Paris dificultou contestações e colocou os vinhos americanos no mapa. A história foi relatada em livro pelo jornalista George Taber e gerou o filme “Battle Shock” (no Brasil, “O Julgamento de Paris”). O roteiro de Hollywood, no entanto, foi financiado pelos donos do Château Montelena, razão de o filme só falar deles. Spurrier ameaçou processá-los, mas acabou aceitando a menção “baseado em uma história verdadeira” – em vez de “historicamente verdadeiro”.

Desanimado com os negócios, voltou à Inglaterra em 1990. Passou a dar consultoria e a escrever livros e artigos, principalmente para a “Decanter”, a mais importante publicação do setor na Inglaterra, onde é consultor editor e “chairman” do Decanter World Wine Awards, concurso de prestígio internacional. Excelente degustador, também preside competições mundo afora. É uma das pessoas que mais respeito no mundo do vinho – e é com grande prazer que transcrevo esta entrevista exclusiva.

Como você começou a se interessar por vinhos?

Minha primeira recordação é de um jantar na véspera do Natal, quando eu tinha uns 14 anos, na casa do meu avô paterno. Quando chegou a hora de beber o vinho do Porto, ele pediu para me servirem uma pequena quantidade. Foi maravilhoso. Perguntei o que era e ele respondeu que era um Cockburn’s 1908. Eu tinha uma coleção de selos e, assim como os selos, o vinho do Porto tinha um país, uma região, um nome e uma data. Na adolescência, pude ler sobre países que produziam vinho, mas raramente o bebia. Até que fui com meus pais e meu irmão passar férias na França e na Itália. Fiquei fascinado com a vida nos cafés e bistrôs, com a convivência em torno do vinho. Minha mãe era boa cozinheira e, embora minha família gostasse de beber, a discussão era mais sobre comida e menos sobre vinho. Eu me aproximei do universo do vinho na London School of Economics (LSE), e aos 21 anos minha avó materna me colocou como membro da The Wine Society, uma espécie de clube de vinhos que também negociava. Comecei a comprar vinhos e a visitar lojas especializadas, o que me deu foco.

Quais foram seus primeiros passos no universo dos vinhos?

Quando saí da LSE, em 1963, consegui empregos temporários, mas decidi seguir o que realmente me interessava: o vinho. Comecei como estagiário na Christopher and Co, os negociantes de vinhos mais antigos de Londres, na função de “rato de adega”, em fevereiro de 1964. Durante a colheita de 1964, passei duas semanas na região de Champagne e outras duas na Borgonha. No ano seguinte, passei sete meses visitando as principais regiões produtoras de vinho da Europa, para experimentá–lo in loco. Se antes eu ainda não estava totalmente apaixonado por vinho, pelos lugares e pessoas, certamente ficaria quando retornei. A Christopher’s não tinha emprego para mim no escritório, então fui trabalhar num pequeno importador, onde fiquei até 1967.

E a ideia de ir para a França?

Enquanto trabalhava na importadora, comprei um pedaço de terra no sul da França. Queria morar lá e foi o que eu e minha mulher fizemos no dia do nosso casamento, em 1968. Passamos três anos ali, mas as coisas deram errado e partimos para Paris, onde fui procurar emprego na área de vinhos. Mas o comércio ali não era como em Londres: havia somente um monte de pequenas lojas de vinho. Acabei comprando uma delas, perto da Place de la Madeleine, chamada Les Caves de la Madeleine, em 1º de abril de 1971. No dia seguinte coloquei um anúncio no jornal “International Herald Tribune” que dizia: “Seu comerciante de vinho fala inglês”. Tinha como alvo os americanos, canadenses e britânicos em Paris. Funcionou, e logo virei um dos melhores “cavistes” da cidade.

Lembro que tinha vinhos diferenciados, de pequenos produtores. E a Academie du Vin?

Fora os clientes regulares, para quem eu vendia de tudo, desde “vin ordinaire” e água mineral até Bordeaux e Borgonhas, comecei a atrair gente realmente interessada em vinho. Passei a ir aos vinhedos à procura de novidades e a mostrar o que encontrava em degustações no fim do dia. Alguns advogados americanos que frequentavam essas degustações perguntaram se eu poderia ensiná-los. Ao mesmo tempo conheci John Winroth, um americano que escrevia sobre o assunto para o “Herald Tribune” e dava cursos nos porões de bares. Criamos aos poucos a proposta de juntar nossos clientes potenciais e demos sorte: a loja vizinha vagou. Aluguei e abrimos a Academie du Vin no fim de 1972.

Os franceses também frequentavam a escola, não?

No início, nossos clientes falavam exclusivamente inglês, mas depois a mídia começou a comentar sobre nós e, por volta de 1975, os cursos eram metade em inglês e metade em francês. Era a primeira escola particular de vinho na França e o único lugar para aprender sobre o assunto em Paris, uma espécie de Cordon Bleu de vinho. Naquela época começou também a “nouvelle cuisine”, e crescia muito o interesse por vinho. Fizemos muita coisa com Lucien Legrand, cuja loja era um paraíso para apreciadores da bebida, e ainda é. Era fácil estar na ponta para uma pessoa jovem e apaixonada como eu, mas ajudou muito a confiança que grandes cavistes, como Legrand, depositaram em mim. Em meados dos anos 70, “le jeune anglais” e sua equipe inglesa eram plenamente aceitos pela sociedade parisiense.

Quando e por que você teve a iniciativa de propor o “Julgamento de Paris”?

Tudo corria bem com a Academie du Vin e, para nós, era fácil organizar grandes degustações. Nós também éramos ponto de parada para produtores da Califórnia, que traziam seus vinhos para os degustarmos, e ficou claro para mim que seus cabernets e chardonnays eram excelentes. Decidimos realizar uma prova desses vinhos, escolhidos apenas entre pequenas vinícolas, para mostrar aos formadores de opinião o que estava acontecendo por lá. Nessa altura, Winroth já havia se afastado por problemas de saúde e minha sócia, Patricia Gallagher, foi à Califórnia para pesquisá-los melhor, voltando cheia de elogios. Ela já havia me dado a ideia de promover a degustação. Fui em abril de 1976 para fazer a seleção final.

A proposta inicial, então, não era confrontar vinhos americanos e franceses?

Não era. Estávamos acostumados a realizar eventos. Como éramos respeitados, não foi problema reunir nove degustadores, os melhores que existiam. O plano era apenas fazer o painel – convidamos a imprensa, mas ninguém apareceu –, provar os vinhos e comentá-los, mas depois percebi que só Aubert de Villaine, do Domaine de la Romanée-Conti, havia degustado um californiano antes. Os outros, apesar das boas intenções, poderiam muito bem dispensá-los com fracos elogios, como vindos de regiões vinícolas de clima quente. Então, decidi introduzir quatro brancos da Borgonha e quatro tintos de Bordeaux para compará-los com seis chardonnays e seis cabernets da Califórnia e servi-los às cegas, pedindo que todos fossem classificados numa escala até 20 pontos. Os juízes não esperavam isso, então eu disse a eles o que eu pretendia fazer antes de a degustação começar, e todos concordaram.

Você esperava aquele resultado?

Não, eu não esperava. Imaginava que os californianos poderiam alcançar, vamos dizer, segundo e quarto lugares, ou terceiro e quinto. Eu não esperava que um deles ficasse em primeiro lugar, e você pode supor isso pela qualidade dos vinhos franceses que incluí. O resultado foi de estupefação. Ninguém discordou que os californianos eram bons, mas o fato de terem derrotado o melhor do vinho francês era quase inacreditável. Tudo o que eu queria era o reconhecimento de que havia alguns vinhos muito bons feitos por vinícolas “boutique” na Califórnia. Isso eu consegui fazer. Mas não era o resultado que eu procurava. No entanto, testes subsequentes, particularmente dos tintos, têm provado que os vinhos da Califórnia não só eram dignos de seus rankings, mas que melhoraram em relação aos de Bordeaux com o passar do tempo. O Chateau Montelena Chardonnay 1973 provou ser consistentemente bom em degustações posteriores.

Você acha que o fato de os vinhos americanos serem produzidos para ser consumidos mais cedo influenciou o resultado?

Esta foi a reclamação contra o Julgamento de Paris. Para tirar a dúvida, realizei uma degustação com os mesmos tintos dez anos mais tarde, em Nova York, com nove grandes experts. Novamente, os californianos se saíram melhor, com o Clos du Val 1972 em primeiro lugar, o Stag’s Leap em segundo e, se não me engano, o Ridge Montebello 1971 em quarto. Houve a mesma prova em 1986, que eu não organizei. Mas fui convencido a supervisionar outra, depois de 30 anos, simultaneamente em Napa e em Londres. Nesta, os tintos da Califórnia levaram os cinco primeiros lugares, com Mouton-Rothschild em sexto e o Freemark Abbey em último. Isto provou que os tintos da Califórnia eram bons não apenas quando jovens, mas que tinham qualidades duradouras. Também provou, como subsequentemente se admitiu, que, no início dos anos 70, tanto Bordeaux quanto Borgonha estavam descansando sobre os louros – não existia concorrência para eles naquele momento – e havia pouca seleção nos vinhedos. Houve colheitas de alta produtividade e pouquíssimos “segundos” vinhos, enquanto as pequenas vinícolas da Califórnia tiveram de fazer enormes esforços para fazer o melhor possível. Nas degustações realizadas em 2006, quando fizemos uma comparação com tintos da colheita de 2000, e desta vez não às cegas, os Bordeaux colocaram abaixo os californianos, o que mostrou que o inverso estava acontecendo: naquele momento, era a Califórnia que estava descansando sobre seus louros.

Quais foram as principais mudanças em trinta anos?

O progresso nos anos 70 e início dos 80 estava nas adegas – Califórnia e Austrália foram os primeiros e principais exemplos disto – e, desde o fim dos anos 80, tem sido no vinhedo. A adega pode salvar um vinho ruim, mas não pode fazer um bom vinho. Do lado do consumo, as pessoas não são preparadas para gastar com vinhos bons, diferenciados. O consumidor insiste em pechinchas, e os vinhos que atendem a esse preço são produzidos de forma industrial – não podem ter individualidade nem ser identificados com sua origem.

O estilo também mudou. Os vinhos europeus correm perigo?

Se os vinhos europeus estão em perigo, e estão, é muito mais devido ao grande declínio no consumo local – na França, caiu pela metade em 20 anos – do que à qualidade, que nunca esteve melhor. Fora os grandes nomes e alguns pequenos com reputação internacional, os produtores muitas vezes não têm os meios para fazer e vender seus vinhos. Eles vão se dar conta de que não conseguem exportar, e isso vai ser uma má notícia. A maioria dos governos europeus está fazendo muito pouco para apoiar seus produtores.

Você acredita na globalização do gosto do vinho?

Acho que há, sim, uma globalização do gosto. Olhe para a Coca-Cola e para o McDonald’s. É a base da pirâmide. Mas essa base sempre existiu. Nos países produtores de vinho na Europa, até recentemente, ninguém bebia nada que não fosse o vinho de sua região – mas talvez isso acontecesse por falta de informação. Hoje, com tanto acesso e o desejo de experimentar coisas novas, a maior chance é de que as pessoas vão olhar para as diferenças ao consumir vinho. Elas só vão beber o que apreciam, mas há tantos estilos diferentes que, se não quiserem experimentar, a culpa será só de si mesmas. Por muitas razões, sou otimista quanto ao futuro do consumo de vinho.
Por Jorge Lucki | Valor


terça-feira, julho 24, 2012

Relíquia: garrafa de conhaque de 224 anos cai e quebra

A Garrafa de conhaque Clos du Griffier custava 64 mil euros, cerca de R$ 158 mil reais

A garrafa de conhaque Clos du Griffier, no valor de 64 mil euros, cerca de R$ 158 mil reais, não existe mais. De acordo com o site do L'express, a relíquia, que datava de 1788 e pertencia ao London's Playboy Club, caiu no chão e quebrou. Ainda segundo o site, a culpa teria sido de um cliente, que pediu para olhar a garrafa e acabou deixando-a escorregar.
Fonte:Terra

quinta-feira, julho 12, 2012

Vinho brasileiro recebe prêmio

A Vinícola Sanjo conquistou duas medalhas de ouro durante o Concurso Nacional de Vinhos Finos e Destilados do Brasil - Concurso Mundial de Bruxelas-Brasil (CMBB), cuja nona edição se deu no dia 4 deste mês, em cerimônia de premiação realizada no Costão do Santinho Resort em Florianópolis (SC).

O vinho branco Núbio Sauvignon Blanc 2011 e o vinho espumante Maestrale Rosé Brut 2008 receberam medalhas de ouro, um reconhecimento que reforça os atributos singulares dos vinhos finos de altitude catarinenses, em especial, do terroir da região vinícola de São Joaquim onde são produzidos, aliados à reconhecida qualidade dos produtos da Sanjo.

O concurso, que a cada ano se estabelece como uma importante vitrine para os produtores de vinhos e destilados nacionais, reuniu amostras vindas de países como Chile, Uruguai, Canadá, Suíça e Bélgica, num montante de 220 rótulos participantes. No total, o corpo de jurados composto por experts nacionais e internacionais, outorgou 11 medalhas Grande Ouro, 28 medalhas de Ouro e 30 de Prata, de acordo com as pontuações alcançadas.

Elaborado a partir de um corte de uvas Chardonnay, Merlot e Cabernet Sauvignon, o espumante Maestrale Rosé Brut é produzido a partir do tradicional método champenoise, uma técnica artesanal de fermentação na garrafa. Já o Núbio Sauvignon Blanc é um vinho branco de paladar marcante, com boa estrutura e persistência de sabor. Sua estrutura apresenta uma expressão aromática intensa de figos, frutas tropicais frescas como maracujá, manga e goiaba mescladas com notas de pimentas. Características que o tornam um vinho ideal para iniciar todo tipo de refeição, acompanhando saladas, peixes, frutos do mar, aves e queijo de cabra.

A Sanjo Cooperativa Agrícola de São Joaquim (SC) é uma das maiores produtoras de maçãs do Brasil.
Fonte : BRASILTURIS

terça-feira, julho 03, 2012

Vinho chinês surpreende e bate franceses em concurso internacional

Um vinho chinês surpreendeu e venceu um renomado concurso promovido pela revista britânica Decanter, batendo outros vinhos franceses na mesma categoria.

O Cabernet Dry Red 2009 (Jia Bei Lan) foi o primeiro vinho chinês da história a vencer o Decanter World Wine na categoria de vinhos na mais alta faixa de preços.

Os profissionais do vinhedo He Lan Qing Xue, na província Ningxia, no norte da China, comemoraram o recebimento do prêmio, em uma cerimônia em Londres.

O consultor de vinho Demei Li, que tem passagens por vinhedos na França e ajudou a criar o vinho chinês, diz que a China não possui um clima "adequado para produzir vinho".

Assim como a Europa, o país possui um clima continental, com verões de calor intenso e invernos muito frios. No entanto, as temperaturas são mais extremas. No inverno, as videiras precisam ser escondidas sob o solo para ficar protegidas do frio.

China x França?

O Jia Bei Lan é uma mescla das uvas bordalesas Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Gernicht – que especialistas acreditam ser uma parente da Cabernet Franc ou Carmenère.

Os jurados do concurso descreveram o vinho como "suculento, gracioso e com aromas de fruta madura, mas não carnudo" e elogiaram a sua "excelente persistência e seus taninos firmes".

Porém, o produtor chinês afirma que o vinho "não está tentando competir com os vinhos de Bordeaux, como os Grands Crus".

Demei diz que o vinho, com sabores de fruta e carvalho, é equilibrado e apropriado ao gosto chinês.

Com o triunfo, Demei espera oportunidades para venda em hotéis e restaurantes nos exterior. "O prêmio será muito útil para vender o vinho e desenvolver a marca", diz.

O próximo passo da vinícola será desenvolver vinho branco.

Produção local

Atualmente, o vinho só é vendido na China, em produção limitada, a um preço equivalente a R$ 35. Apenas 20 mil garrafas da safra 2009 foram produzidas.

Demei espera que o prêmio incentive outros produtores chineses a expandir sua atuação, inclusive por meio de parcerias com o vinhedo He Lan Qing Xue.

Um estudo feito pela Vinexpo, organizadora de uma das principais feiras de vinho do mundo, na França, afirma que a China (incluindo Hong Kong) deve se tornar o oitavo maior consumidor de vinho do mundo em 2012.

Para o consultor, fazer vinhos no norte da China é lutar contra o clima

Atualmente, os maiores consumidores são França e Itália (cada um com cerca de 12,7% do mercado total, de US$ 100 bilhões). Depois deles, vêm EUA (11,1%), Alemanha (10,3%) e Grã-Bretanha (5.4%).

Ao lado de Argentina, Espanha, Rússia e Romênia, a China consome 2,2% do mercado mundial.

Para Demei, entretanto, o consumidor chinês ainda consome pouco vinho nacional.

Na opinião dele, após o prêmio, "os consumidores de fora prestarão mais atenção aos vinhos chineses do que os próprios chineses".

Tradicionalmente, o vinho não é uma bebida popular na China. Contudo, segundo Demei, "a cada ano consumimos mais vinho em detrimento de bebidas alcoólicas locais", já que a nova geração tem mudado seus hábitos em relação ao consumo de bebidas.
Felicity Sylvester de Londres para a BBC Brasil



O vinho de 337 mil reais

Kalima 2004 Block 42 é raro por ser feito da vinha mais antiga do mundo.Engarrafado num recipiente futurista, a edição mais que especial do vinho da Penfolds tem apenas 12 unidades

Há certos prazeres que são para poucos. E põe pouco nisso. Produzidas numa garrafa com design futurista, que mais parece uma ampola gigante, apenas 12 unidades da 2004 Kalimna Block 42, vinho da famosa marca australiana Penfolds, serão comercializadas pela “irrisória” quantia de R$ 337 mil.

Mas o que faz essa bebida ser tão especial e custar os olhos da cara? Simples. Trata-se de uma safra raríssima da uva Cabernet Sauvignon, colhida do mais antigo vinhedo que se tem conhecimento no mundo, datado do século 19. O Bloco 10-acre 42, por isso o nome da edição limitada, foi plantado apenas 30 anos após a mítica classificação de “Bordeaux 1855”.

Para comemorar a proveniência do vinho, a Penfolds criou um recipiente em forma de ampola com 750 ml deste “líquido dos deuses”. Cada garrafa é acompanhada por um exclusivo livro em forma de 'making of' e Certificado de Propriedade e autenticidade assinado pelo enólogo Pedro Gago e por todas as pessoas que contribuíram com o projeto.

Daí o felizardo que comprar o vinho se pergunta: como faço para abrir essa garrafa sem ter que quebrá-la? Um profissional da Penfolds irá pessoalmente realizar a cerimônia de abertura especial para o proprietário.

O enólogo usará uma peça feita de prata e tungstênio para que o sortudo prove o vinho. E a primeira degustação é feita com o uso de uma tambuladeira de prata, similar a uma concha pequena, que era usada no passado pelos especialistas.
POR: Leandro Duarte

segunda-feira, julho 02, 2012

QUALIMPOR É A NOVA IMPORTADORA DAS CAVAS FREIXENET

A Qualimpor, empresa há 17 anos no mercado brasileiro, comandada pelo português João Roquette e reconhecida pela tradição familiar, é a nova importadora da espanhola Freixenet, a maior produtora de cavas do mundo. Com produção de mais de 100 milhões de garrafas/ano, a Freixenet estima com essa parceria um aumento de 20% nas vendas em 2012.


Sobre a Qualimpor

A Qualimpor é a importadora exclusiva dos vinhos e azeites das vinícolas portuguesas Quinta do Crasto, Herdade do Esporão e Quinta dos Murças no Brasil. A empresa foi criada em 1995 por João Roquette para importar e distribuir os vinhos e azeites da Herdade do Esporão, vinícola de seu irmão, localizada na região do Alentejo. Posteriormente, em 2002, a importadora passou a importar os vinhos da Quinta do Crasto, região do Douro, pertencente ao outro irmão de Roquette. No início de 2011 foi lançada a Quinta dos Murças, a nova vinícola do grupo Esporão localizada no Douro.

Sobre a Freixenet


Com faturamento global da ordem de 600 milhões de euros por ano, a Freixenet é uma das mais bem sucedidas empresas familiares do mundo, conduzida pela terceira geração. É a marca líder em espumantes importados no Brasil e exporta para cerca de 150 países, entre eles Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido. O mercado brasileiro dispõe da linha clássica de rótulos Freixenet: Cordon Negro, Carta Nevada e Cordon Rosado, além das linhas de cavas premium Vintage e Elyssia.

segunda-feira, maio 14, 2012

A decolagem de um enoturismo em larga escala

O Enoturismo é um ramo combinado das indústrias vitivinícola e turística que continua consolidando-se rapidamente no mundo. Em nosso país, Los Caminos del Vino -ATEU, a Associação de Turismo Enologico do Uruguai- está atingindo um alto nível e lança uma grande campanha para atrair turistas nos países vizinhos. Visitar vinícolas uruguaias se tornará cada vez menos um passeio de fim de semana quase exclusivo para os uruguaios.

Alto de la Ballena.

Com visitas ocasionais de turistas estrangeiros, principalmente da Argentina e do Brasil, o enoturismo nas adegas nacionais desde há vários anos tem evoluído como uma atividade crescente. Tendo alcançado mais ou menos um nível estável nos serviços, e alinhado as suas propostas organicamente com a realização de quatro festivais anuais (a Vindima, o Cordeiro e Tannat, a Poda, e o Vinho e as Artes), os que podem acrescentar também tendo em conta o Dia do Patrimônio, quando todas elas permanecer abertas aos visitantes, há vinícolas que adicionam propostas particulares com o objetivo de somar visitantes.

Isso significa que os produtores de vinho reconhecem o turismo do vinho como um negócio? Porque é assim em países de grande desenvolvimento vitivinícola como a Espanha, os Estados Unidos, Argentina e Chile. Aqui não é assim. Ou era, pelo menos, até muito recentemente. Los Caminos del Vino com grande esforço e magro orçamento vinha se mantendo à tona com um único propósito: levar os consumidores às instalações de processamento para promover seus produtos, ou seja, tentar manter um posicionamento comercial de marca diante a invasão de produtos estrangeiros.

Há mais por trás dessa atividade. A indústria do vinho em nosso país é um negócio de família, e cada família vive com grande orgulho o que ela faz. Abrir as portas da sua casa, mostrar seu trabalho, é um jeito de gratificação que recebem pelo trabalho duro, e quando alguém visita à sua loja pela primeira vez e sai com uma caixa de garrafas de vinho debaixo do braço, provavelmente prevalece a satisfação por acima do benefício econômico.

Algumas vinícolas têm uma estrutura mais corporativa, mais profissional, e se lançaram sobre o turismo enológico a partir de um ponto de vista um pouco diferente. Bouza Bodega Boutique implementou o modelo do restaurante na vinícola, aberto diariamente. Establecimiento Juanicó também possui um serviço de atendimento turístico permanente. Finca Narbona é pioneira no fornecimento de hospedaria e também tem um restaurante aberto todos os dias. Atrás deles se alinham outras vinícolas que compõem a Associação observando um padrão de exigências do Ministério do Turismo e Esportes para realizar essas atividades, mas não conseguem sequer sair do caráter ocasional ou da concertação da visita com antecedência. No entanto, elas têm planos que prometem desenvolver.

Viña Varela Zarranz.


Desde o INAVI está-se promovendo uma revolução muito esperada: o lançamento definitivo do Uruguai como um país vitivinícola. Novos ventos estão soprando, a partir de uma condução que analisa cada situação e segue de perto os resultados de cada ação levada a efeito, as que até agora têm dado resultados muito positivos tendo em conta os esforços realizados. Um dos últimos passos tem sido a aliança celebrada com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Pescas e o Ministério do Turismo e Esporte: inserir nos rótulos para as garrafas de vinho nacional o logotipo que é o lema distintivo do país: Uruguay Natural. Assim, a indústria do vinho uruguaio vai-se mostrar ao mundo e se identificar com o seu turismo.

No marco de tais esforços conjuntos também nasceu um primeiro Fam Press de jornalistas argentinos, que desde uma iniciativa de Bodegas del Uruguay apresentada no ano passado no Ministério do Turismo e Esporte, conseguiu unir os esforços dele com o Cluster de Turismo de Montevidéu e Los Caminos del Vino. Por quatro dias, as quatro entidades fomos anfitriões dos cinco jornalistas do país vizinho que visitaram quase a metade das adegas associadas na ATEU. Empresários privados aderiram ao evento, oferecendo seus serviços: os hotéis My Suites e Lafayette, e os restaurantes Corchos, Francis e Walrus abriram suas portas para acolher esta ilustre delegação.

Um mês depois da visita, continua a ter impacto na mídia argentina. O objetivo foi mais do que alcançado: um país como a Argentina, com um grande número de consumidores e amantes do vinho, de espírito turista (basta ver como se movem milhões de argentinos durante os feriadões apenas a partir da cidade de Buenos Aires para viajar até os pontos turísticos), e agora está alerta para esta nova convocação: Conhecer as vinícolas turísticas do Uruguai, experimentar os seus renovados produtos, andar pelas vinhas, deixar-se seduzir pelos sabores, tão diferentes dos próprios. Missão cumprida?

Na verdade, parte da missão está cumprida. Uruguai precisa de continuar a investir no seu próprio turismo enológico para manter essa vertente turística. As entidades que trabalharam nestes quatro dias deverão continuar a apoiar com ações concretas. As vinícolas deverão continuar trabalhando para melhorar e acrescentar as atrações. E Bodegas del Uruguay deverá seguir, como faz desde há mais de três anos, com a comunicação de tudo o que acontece neste país, falando em vinho.

Das ações executadas, o enoturismo no Uruguai deixará de ser errático para ser levado muito a sério. Mais vinícolas vão-se associar no Los Caminos del Vino, e cada uma delas vai desenvolver o seu produto turístico de acordo com a sua capacidade. Mas vamos estar em um caminho de crescimento, que não terá como voltar atrás.
Fonte:Vinículas do Uruguai - Newsletter # 51

terça-feira, maio 08, 2012

Os 10 países que mais consumirão vinho em 2014

Enquanto no Brasil só se fala nos preparativos para a Copa do Mundo de 2014, no mundo do vinho o panorama e as expectativas são outros! Surgem, desde já, as primeiras previsões sobre o consumo de vinho e as estimativas sobre os maiores consumidores de vinho no mundo, de agora até o tão esperado (não por mim) ano de 2014.

Apesar de se esperar, de forma geral, a mesma continuidade na ascensão do consumo mundial de vinho até 2014, será que serão os mesmos países tradicionais liderando este consumo daqui a 2 anos? E quais os novos países despontando na lista?
Todas as predições têm um único objetivo: ter um sólido indicador das tendências futuras, que pode ser um fator-chave para este segmento do mercado.

Segundo a pesquisa proposta Vinexpo, as primeiras observações mostraram que a supremacia da Itália até 2010 já começou a ter variações a partir do ano passado, sendo que o panorama pode mudar em 2012. A pesquisa ainda ressalta alguns países emergentes e em ascensão quando o assunto é vinho: EUA, China e Rússia.

As quedas mais claras serão observadas na Europa, enquanto nas outras regiões, a previsão é o mesmo consumo, ou uma elevação. E uma conclusão do que já estamos vendo agora poderá ser realmente evidenciada: EUA serão os maiores consumidores de vinho, a frente da Itália e França, quando considerado o consumo TOTAL de vinho, por volume. As previsões indicam que o consumo americano deverá continuar crescendo em 10% nos próximos 2 anos, sendo que em 2011 foram 3.735 bilhões de garrafas, ou o equivalente a 311 milhões de caixas de 9L (ou 12 garrafas de 750 mL).

Outra futura potência: China. Em 2010, o mercado já havia crescido em mais de 33% (comparado a 2009), enquanto em 2011 chegou a um consumo de 156,19 milhões de caixas de 9L (ou 12 garrafas de 750 mL), que colocou o país em quinto lugar entre as cinco maiores nações consumidoras de vinho, a frente, por exemplo, do Reino Unido.

Na sequência, a lista dos países “TOP 10” consumidores de vinhos, seguindo as previsões e dados coletados pela Vinexpo. Vale ressaltar que a pesquisa não inclui o consumo de espumantes. Todos os créditos são da Vinexpo e pesquisa foi feita em parceria com a organização “IWSR”, no período de 2009 a 2014, publicada pela revista The Drinks Business, considerando 28 países produtores de vinho e 114 mercados onde o vinho é consumido.
Vamos ao TOP10 de 2014:

1. Estados Unidos:
Na liderança futura e encabeçando a tabela classificativa estão os EUA, guiado pelo maior interesse dos jovens pela cultura do vinho. A pesquisa mostrou que em 2011, as variedades que mais chamaram a atenção do consumidor foram Pinot Noir, Riesling e Sauvignon Blanc, enquanto o mercado importador aumentou em 24%, abrindo suas portas e prateleiras, em sua maioria, para os novos favoritos vindos da Argentina e Nova Zelândia.
Aumento esperado até 2014: 9,3%, equivalente a 315 milhões de caixas de 9L (ou 12 garrafas de 750 mL).

2. Itália
A ligação direta com a perda do posto pode estar relacionada a uma nova estatística, que mostra que, enquanto 69% dos italianos de mais de 65 anos bebem vinho todos os dias, esse número despenca para apenas 13% para os italianos menores de 35 anos. Exatamente por isso eu confirmo: As crianças e adolescentes são o futuro do Brasil!!! O fato é que esta queda está relacionada ao aumento no preço dos vinhos ou quanto estão dispostos a gastar, sendo que para 50% dos italianos essa quantia não passa da bagatela de 3 euros.

3. França
Mesmo que um mercado tradicional e forte, a Vinexpo prevê um decaimento de 4% no consumo de vinhos até 2014. Esta tendência já tem sido esperada e observada, ainda que discretamente, desde 2008, quando o consumo dos adultos passou a ser de apenas um copo por dia (ou 43 L de vinho).
Será mesmo que a famosa “La crise viticole” é realmente válida para um país que ainda está entre as grandes nações do vinho em 2011?

4. Alemanha
Os alemães aparecem na quarta colocação para 2014, com um total projetado para ser de 241 milhões. Um aumento de 0,38% do seu total em 2010.
Segundo a pesquisa, a Riesling ainda será a preferida, seguida de Pinot Noir, Pinot Gris, Pinot Blanc e Sylvaner.

5. Reino Unido
As cifras coletadas para o Reino Unido nos próximos anos prevêem um declínio no consumo de 4,13% e uma queda per capita de 26 para 24 litros/ano, seguindo a tendência já instaurada do “beber menos e melhor”. Ainda assim, ai estão eles de volta aos 5 países que mais consomem vinho (volume consumido).

6. China
Segundo a própria pesquisa destaca: Esta é uma posição que poderá estar facilmente deslocada em 2014. Cá pra nós, tendo em vista o crescimento do mercado e aumento exponencial do consumo de vinho neste país de dimensões tão grandes quanto sua própria sede, não é de se duvidar.
Para 2014, a Vinexpo espera que o consumo atinja a casa de 127 milhões de caixas de 9 L e engolindo a sexta posição da lista. No espaço de 4 anos, de 2005 a 2009, o mercado cresceu nada menos que 104%. Qual será a diferença entre 2010 e 2014?
Ainda não se sabe, mas quando se compara o consumo per capita de outros países com alto consumo, percebe-se o potencial do mercado chinês.

7. Argentina
O consenso dos especialistas é unânime: Se a argentina quer passar os desenfreados chineses, deve consumir mais para diminuir o decaimento de 5% observado atualmente.
As exportações em alta, mas fica a dica: Argentina, concentre-se mais em seus brancos...

8. Espanha
Ainda com previsões de decréscimo no consumo (5% já em 2012), a Espanha aparece na oitava posição.
A luta do país com a economia e o alto índice de desemprego estão fazendo a nova geração descobrir que pode comer sem ter o velho vinho como acompanhante. E isso não é novo, pois há muito tempo o consumo que já foi da espantosa marca de 70 litros/pessoa/ano, agora não é mais que um “modesto” 20 litros/pessoa/ano.
O ponto positivo é que as importações do Reino Unido, que já são altas, também tendem a aumentar e dar um novo berço aos vinhos de Ribera Del Duero e tantos outros.

9. Rússia
Até 2014, espera-se um aumento de 9% no consumo de vinho (entre 2005 e 2009 foi de 50%).
Mercado investidor também para os vinhos?

10. Romênia
A previsão é otimista para este país, mas não mais que seu consumo de vinho, sendo esperado um aumento de 2,81% (2010-2014) para se aproximar dos 2,82% observados entre 2005 e 2009.
A população de 21,4 milhões de habitantes deve abrir uma boa quantidade de rolhas, sendo ainda considerado um bom mercado investidos para os vinhos caros. Ainda que o consumo per capita de vinho seja modesto frente ao gigantesco consumo de cerveja, ai vão eles.

E o Brasil em 2014?
Ah é, teremos a Copa do Mundo: Salva e guarda esta previsão pra você ver...
Fonte : Histórias e Vinhos

Paul Symington: 'Está a fazer-se cada asneira no Douro!


O maior produtor de vinho do Porto não esconde o desencanto pela forma pouco planeada como tem sido gerida a região duriense. E avisa que ganhar prémios não garante a sustentabilidade do Douro, nem a das empresas. Uma entrevista para ler aqui





É o "Homem do ano 2012" para uma das mais credenciadas revistas de vinhos do mundo: a Decanter. Paul Symington assegura - ao lado dos seus primos Johny, Rupert, Dominic e Charles - a continuidade da quinta geração à frente da Symington Family Estates, a mais antiga das famílias inglesas presentes no Douro. Nasceu em Massarelos, mas diz-se "uma mistura de escocês, português e inglês". Estudou economia na universidade londrina de Westminster e acabou produtor de vinho do Porto. É no Douro que gosta de estar, na Quinta das Netas, em Provesende, onde tem o seu barco e a sua mota. A Malvedos ou ao Vesúvio, costuma levar chefes de Estado. O da Polónia, esteve lá na semana passada, depois da visita oficial a Portugal.

Paul receia pelo Douro. Encontrámos um homem preocupado, agarrado ao telefone, em desabafos com o presidente do Instituto de Vinho do Douro e Porto (IVDP). Desliga e atira: "Problemas, só problemas."

Quais os problemas de um produtor de vinho do Porto?

O caso que tratava é o das grandes cadeias europeias a vender vinho do Porto abaixo do custo. É muito grave. Estão a utilizar Porto da região demarcada e com selo de garantia para atrair clientes e conquistar quota de mercado. É dramático e tem uma influência muitíssimo negativa na imagem do produto. Um Porto a 3,24 euros, como é o caso, é um desastre.

Devia custar pelo menos quanto?

Cinco euros! Para ficar uma margem mínima para o produtor. É dramático. O consumidor pensará que 3,24 euros, com IVA a 21% e imposto de álcool a 77 cêntimos, o produto não valerá muito. Marcas a preços superiores ficam sem comprador e reduzem as vendas.

Também se queixa das cadeias de distribuição portuguesas?

Não. Só chamo a atenção para o facto de o grande poder negocial estar nas mãos das grandes cadeias. Sei que estão a fazer o seu trabalho, têm acionistas, seguem a sua estratégia. Somos nós todos que, fazendo compras nessas cadeias, lhes damos o poder negocial. Todo o setor agrícola sofre muito com isso. É a realidade em toda a Europa.

Desse poder decorre um esmagamento do preço no produtor?

Sobretudo se há excesso de produção, como é o caso. Temos lutado, sistematicamente, perante as autoridades, para que não se produza mais. Se a produção continuar a aumentar, não há volta a dar. Se há vinho do Porto a mais, o preço baixa, desvalorizamos o vinho e sofre toda a gente. Mas ninguém quer saber disso.

O motivo está no excesso de produção?

Se há stock a mais, as cadeias aproveitam. Há sempre empresas com stoks a mais e com a banca a dizer para pagarem os empréstimos. Qual é a solução? Vender mais vinho. Mas o mercado não está em crescimento e com esta crise... Vamos lá ver, estou farto de ouvir que tem de haver mais promoção. O meu irmão está no Brasil, um primo meu está em Inglaterra, o nosso diretor de vendas está na Holanda. Estamos constantemente nos mercados. A Symington abre um escritório em Hong Kong, em junho. Um dos nossos vendedores está quatro meses por ano na Ásia e passará a viver lá a partir de junho. Em São Paulo, Moscovo, Vancouver, Nova Iorque, Tóquio estamos a fazer provas. E vêm supostos peritos dizer que tem de haver mais promoção! Então, venham fazê-la. Venham. Se têm ideias melhores do que as nossas...

Não há falta de promoção?

Não. Há é novos desafios, no mercado mundial. A maneira de viver alterou-se. O vinho do Porto está muito associado à formalidade. Quem é que hoje come numa sala de jantar formal? Não é um vinho que seja bebido pelos jovens. Alterar estes hábitos implica enormes investimentos, de muitos milhões de euros. Os mais jovens querem aperitivos com gelo, Coca-Cola, água tónica ou vodka. Temos de tornar os nossos vinhos relevantes no dia a dia. O formalismo de decantar um vintage é lindo. Mas um casal jovem que vive num apartamento sem cave, onde vai guardar um vintage?

Esses milhões de investimento seriam aplicados em quê?

Publicidade. A experiência diz-me que alterar hábitos de consumo precisa de milhões e milhões investidos sustentadamente entre três e quatro anos. Mas não temos margens para campanhas de publicidade. Resta-nos trabalhar o mercado de nicho, de qualidade.

O esmagamento das margens também motivou, no ano passado, revoltas dos pequenos viticultores, por causa do baixo preço a que os grandes produtores lhes compravam as uvas. Os grandes produtores concentram, também, cada vez mais quintas e terras e compram cada vez mais barato. Como recebeu esses protestos?

Entendo-os perfeitamente. Sou lavrador, também tenho uma pequena quinta, vendo as uvas à empresa e esta ainda compra a terceiros. Sei o preço a que compramos. Mas é preciso ver o assunto na globalidade. A sobrevivência das empresas passa por terem uma dimensão suficientemente grande para aguentar as pressões do mercado.

O pequeno viticultor está na base dessa cadeia de pressão?

Claramente. Não podia ser de outra maneira. Uma negociação muito difícil com uma cadeia tem um impacto muito grande e imediato sobre o lavrador. Se sou pressionado aí, como é que posso pagar mais ao lavrador? Ou a empresa desaparece. Isto não são palavras vãs. Quem estava neste setor há 30 anos? Quantas famílias? Mais de metade das empresas de vinho do Porto mudou de mãos, nos últimos 25 anos. Mais de metade! Havia muitas empresas familiares que desapareceram completamente!

Foram compradas por empresas como a vossa.

E porque é que venderam? Se isto fosse fácil e desse ótimas margens, os donos ainda estavam aqui.

E porque é que vocês compraram? Porque é que uns aguentam e outros não?

Porque há uma mão familiar. Nesta família, nunca calculamos o valor das vinhas, dos armazéns, dos stocks para saber qual o retorno do capital investido. Se fosse o caso, também abandonávamos isto.

Mas empresas que venderam também eram familiares.

Tivemos mais coragem. Quando comprámos a Cockburn's fomos à banca pedir empréstimos enormes. Fizemos isto porque a sobrevivência e a sustentabilidade passa por termos dimensão suficiente.

Caso contrário, seriam "espremidos pelo mercado", como justificou?

Sem tirar nem pôr. Foi um trabalhão medonho absorver a Cokburn's. Despedimos na nossa empresa e na deles, para integrar. No futuro, o vinho do Porto vai passar por três, quatro, cinco grandes empresas e muitos pequenos produtores de nicho de grande qualidade. As médias têm um problema grande.

E os pequenos viticultores?

Têm mais possibilidades de sobreviver do que o médio. A grande maioria, tem uma tasca, restaurante, oficina... tem outro emprego. Quem está realmente com grandes dificuldades é o que tem de contratar pessoal, ter tratores e equipamento para gerir uma quinta de 10 a 20 hectares. Dependemos desses e queremos que tenham viabilidade. A Symington é a que tem mais vinha no Douro e, no entanto, isso corresponde apenas a 20% das nossas necessidades.

Tenho um enorme problema com a falta de planeamento por parte das autoridades. Ninguém planeou nada, foram emitidas demasiadas licenças de plantação...

A Casa do Douro e os benefícios atribuídos já não fazem sentido?

Não. As vendas de vinho do Porto cresceram nas décadas de 70, 80 e 90 de uma maneira sustentada. O crescimento parou em 2000. Daí para cá, estabilizou ou diminuiu ligeiramente. Mas nunca nenhuma autoridade veio às empresas pedir estatísticas. O IVV, o IVDP, o Ministério da Agricultura deviam ter o bom senso de pedir uma previsão das vendas nos próximos anos. Era o mínimo.

Isso nunca foi feito?

Nunca. Tem sido feito um trabalho fantástico nos vinhos doc, nos últimos dez anos. Mas, em Lisboa, parece que se limitam a ler no jornal que marcas como Vale Meão, Quinta de Vesúvio ou Quinta do Crasto têm boas notas na Wine Spectator! Porque não perguntar quanto vinho será necessário, nos próximos cinco anos? Nunca se fez isso. Portanto, passamos de 40 para 45 mil hectares. Porque é que nunca houve um planeamento? É um escândalo.

Isso não aconteceu porquê?

O controlo da região passa por várias entidades: IVV, IVDP, Casa do Douro. É demasiado. Mesmo entre elas observa-se uma confusão de responsabilidades. Ninguém sabe quem é o dono do cadastro, se a Casa do Douro, se o IVDP, se o Estado. Isto não ajuda nada.

O turismo é uma alternativa para o Douro?

O Douro estava no limiar de uma grande mudança para o turismo. Mas esta recessão parou muita coisa. Há um boom de turismo no Porto e, quando a A4 estiver pronta, o turismo terá sucesso. Neste momento, não tem grande peso na economia da região. Há vários hotéis, mas com enormes dificuldades no inverno. O Aquapura fecha no inverno, o Solar da Rede fechou completamente. O Vintage House Hotel, que a Taylor's construiu e abriu em 2000, está agora nas mãos da banca - o quarto dono, em dez anos!

Mas depois temos a Quinta Nova ou a Quinta do Valado, que têm apostado no turismo.

Esse modelo é o adequado para a região. Não os hotéis com golfe, isso é uma asneira grande. Ninguém vai para o Douro duas semanas. O turista vai lá passar três a quatro dias. Os grandes hotéis não terão sustentabilidade. Só hotéis de charme ou palacetes que fazem parte da história da região.

No turismo, também é preciso planeamento?

É. Está a fazer-se cada asneira no Douro! Toda a câmara ou junta de freguesia, para ser eleita, avisa que vai pôr postos de iluminação nas ruas. E cada ano há mais luz no Douro, à noite. Os senhores do turismo deviam avisar que não é aconselhável pôr luz em caminhos onde não passa nenhum carro. Mas o povo elege o presidente da junta que põe luz. É um custo enorme, sem benefícios para as pessoas.

Se for num povoamento...

Não é o caso. Em frente dos Malvedos, onde o primeiro-ministro britânico passa as suas férias, há um sítio lindíssimo. E apareceram lá, num caminho de terra batida, postos de iluminação! Ligámos para a Câmara e disseram: "aaah, havia fundos". "Ninguém vai lá!", respondemos. E eles: "Depois da inspeção dos fundos, vamos desligar." Assim foi. Portanto, temos à nossa frente postos de iluminação porque havia fundos e estão desligados! Bem... é melhor não continuar.

O prémio Decanter era o que esperava há muito tempo?

É um prémio de toda a equipa. Não só meu. No dia 17, tenho o jantar em Londres para receber o prémio. Vão o embaixador de Portugal, muitos dos meus amigos, os meus filhos... até o meu pai que não vai a Inglaterra há cinco anos e disse que não voltava. Vou servir um vinho do Porto Graham's de 1945, um dos melhores da história do vinho do Porto. Dá notoriedade ao Douro, fiz questão que as fotos fossem tiradas lá. Se isso ajudar o Douro e o vinho do Porto, fico contente.
Visão :Cesaltina Pinto

segunda-feira, maio 07, 2012

4 características de vinhos tintos que envelhecem bem

Determinar se um vinho vai durar não é uma ciência exata. A maioria dos especialistas de vinho utiliza um raciocínio dedutivo baseado em suas experiências passadas para determinar como os vinhos envelhecem bem. Há 4 características que tornaram-se “consensuais” para os entendidos que resultam num bom vinho de guarda. Vamos a elas!

Acidez

Os vinhos com maior acidez tendem a durar mais tempo. O vinho que envelhece lentamente perde seus ácidos, enquanto que um vinho que começa sua existência com menor acidez, provavelmente, não consegue se manter ao longo do tempo.Basicamente, um vinho com maior ácido fica melhor à medida que envelhece.

Tanino

O tanino é um componente estrutural e vinhos tintos com taninos mais elevados tendem a envelhecer melhor do que os vinhos de menor tanino. O aparecimento dos taninos vêm do contato das sementes e peles das uvas durante a vinificação e também do envelhecimento em carvalho. Um vinho com taninos bem equilibrados (onde há um equilíbrio entre o “tanino de uva ‘e’ tanino de madeira ‘) vai lentamente “suavizar” ao longo do tempo como a quebra dos taninos. Se o vinho não é bem equilibrado para começar, nunca vai melhorar ao longo do tempo.

Nível de álcool

O álcool é volátil e sua presença em vinhos não-fortificados faz com que este torne-se vinagre mais rapidamente. De um modo geral, quanto menor o nível de álcool no vinho não fortificados, mais tempo ela irá durar. Claro que temos que considerar algumas exceções à regra, mas como estamos falando de um modo geral, como é o universo do vinho, não entraremos neste caso agora. Quando procurar um vinho para envelhecer, verifique o nível de álcool e de esperança para um ABV abaixo de 13,5%.

Açúcar Residual

Este componente de um vinho é muitas vezes esquecido por causa da popularidade de envelhecimento dos vinhos secos. Como se vê, os mais longos vividos vinhos tendem a ser os vinhos doces, incluindo porto, xerez, Sauternes e riesling.
Publicado por 9emeia em 03/05/2012 em Casa Pisani, Curiosidades, Ideias

Guardar ou beber?

Uma pergunta que frequentemente me fazem por e-mail ou mesmo pessoalmente é a respeito do tempo de guarda de um vinho, ou se é melhor beber agora ou guardar aquela garrafa que está na adega.

A resposta é simples: depende do vinho. Isso porque aquela regra antiga de que o vinho sempre melhora com o passar do tempo nem sempre é verdadeira, porque é aplicável apenas aos chamados “vinhos de guarda”.

Esses vinhos são aqueles elaborados com matéria prima de excelente qualidade, com uvas de maturação ideal que permitirão ao vinho envelhecer bem. Para isso é importante que um vinho tinto, por exemplo, tenha uma boa estrutura de taninos, acidez e álcool. Esses elementos com o passar do tempo podem se equilibrar de tal maneira que o vinho melhore efetivamente dentro da garrafa. Mas nem sempre é assim.

Alguns vinhos não possuem essa estrutura porque não é uma característica da uva ou não é o objetivo da vinícola. Um Gamay brasileiro, um Vinho Verde ou um Pinot Noir argentino sem passagem por madeira não devem ser guardados. Os dois primeiros devem ser consumidos na mesma safra ou no máximo em um ano. O segundo já suportará 2 ou 3 anos na garrafa, mas provavelmente não estará melhor ao final desse período do que estava após 1 ano de engarrafamento.

Um Cabernet Sauvignon ou um Tannat são uvas que dão muito corpo aos vinhos, mas algumas vinícolas optam por elaborar produtos fáceis de beber, para serem consumidos jovens. Essa já é uma opção da vinícola e não uma característica natural das variedades.

Podemos entender essa questão da capacidade de guarda imaginando uma curva que simboliza o ciclo de vida do vinho. Após o engarrafamento o vinho tende a evoluir, a equilibrar seus elementos, tanto que algumas vinícolas deixam o vinho repousando nas caves antes de coloca-lo no mercado. Após determinado período ele chega ao ápice de suas características. Depois desse auge ele tende a perder intensidade até tornar-se um produto pouco interessante para o consumidor padrão, porque existem os apaixonados por vinhos antigos que vão gostar de vinhos ditos “evoluídos”.

Infelizmente para nós, consumidores, um indicativo importante é o fator preço. Os vinhos mais baratos são feitos para consumo rápido e os vinhos de guarda normalmente custam mais caro. Embora essa regra não seja exata é uma constatação que podemos fazer com o passar do tempo, com a experiência que vamos adquirindo ao experimentarmos mais e mais vinhos.

Tim-tim!
Érika Mesquita - Correio de Uberlãndia

quarta-feira, maio 02, 2012

Garrafa de vinho de 238 anos será leiloada no próximo mês

Uma garrafa de vinho Vin Jaune, do século 18, será leiloada em Genebra, pela casa de leilões Christie's no próximo mês.

A garrafa datada de 1774 é de uma adega em Arbois e é um dos lotes de um leilão de vinhos raros como uma seleção de Mouton Rothschild 1945 e uma caixa de Domaine de la Romanée-Conti La Tâche 1959; o lance inicial é de 43.835 mil dólares.

"Feito para durar séculos com boa qualidade e apelidado de "O vinho do rei dos reis", essa extraordinária garrafa de vin Jaune é provavelmente o exemplo mais antigo do que é ser um vinho incrível e uma verdadeira raridade para amantes e conhecedores de vinhos", comentou Michael Ganne, chefe da Christie's em Genebra.

O evento também leiloará uma coleção de 338 garrafas e 43 magnuns de Latour de vários vintages, incluindo a magnum de 1905, duas garrafas de 1918 e uma garrafa de cada dos anos de 1920, 1928, 1929, 1959 e 1961.
Fonte: Revista Adega

terça-feira, maio 01, 2012

A Miolo fala


Desde as primeiras notícias sobre a salvaguarda, no início de março, que tento entrevistar Adriano Miolo sobre a medida que, se aprovada, vai restringir a entrada de vinhos importados no Brasil. Adriano é, na minha opinião, um dos melhores enólogos do Brasil, e a Vinícola Miolo é vista pelo setor do vinho como uma das empresas por trás da ideia da salvaguarda. Assim, o silêncio da vinícola me incomodava. Ontem, no último dia da Expovinis, Adriano falou. Defendeu a salvaguarda, deu detalhes da crise em que vive o setor – em seus cálculos, sobram 40 milhões de vinhos finos por ano nos estoques das vinícolas nacionais – e afirmou que está otimista com a repercussão da salvaguarda. A seguir, os principais pontos da entrevista editada, acompanhada pelo Lote 43 da safra de 2009, um dos primeiros tintos a mostrar que há vinhos brasileiros de qualidade.

Por que a Miolo demorou a se pronunciar?

Assim que saiu a notícia da salvaguarda, começou o tiroteiro. Decidimos deixar as coisas acontecerem antes de nos pronunciarmos na imprensa. Mas temos falado com nossos clientes desde o primeiro dia, explicado nossa situação. Só não dá para dizer que foi a Miolo que pediu a salvaguarda. A Miolo não é sócia do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho). Foi o Ibravin que apresentou a proposta da salvaguarda e não as empresas. O Ibravin fez isso a partir de seus sócios, que são 52 associações. As associações de produtores são os sócios do Ibravin. A Apex-Brasil é sócia do Ibravin. A Abrabe é sócia do Ibravin. Não são as vinícolas que são sócias. E o setor tem fóruns legítimos para estas discussões, que é a Câmara Setorial da Uva e do Vinho.

Mas a salvaguarda não foi discutida nesta câmara. O Ibravin e mais três entidades do setor apresentaram a proposta diretamente para o Ministério da Indústria.

Não entendo porque a salvaguarda não foi discutida neste fórum. Mas não adianta atacar as empresas. Temos de fazer a discussão de como resolver a crise do vinho brasileiro. E nós, da Miolo, somos pelo entendimento, não pelo enfrentamento, como algumas empresas, alguns importadores e alguns jornalistas.

A Ibravin diz que a ideia da salvaguarda foi discutida antes com as vinícolas.

Nunca fomos convidados para discutir este tema com o Ibravin. Mas o importante é que o setor fez o pedido de salvaguarda. E isso leva ao que considero o segundo erro da repercussão da salvaguarda – o primeiro é esta difamação das nossas empresas. O segundo é que ninguém abordou, de verdade, o problema. As pessoas precisam ver a gravidade do tema e isso não está sendo discutido. Hoje, sobram por ano 40 milhões de litros de vinhos brasileiros por ano. O governo, pelo Ministério da Agricultura, compra este vinho, paga o preço mínimo. O governo já lançou programas, como o de escoamento da produção. Mas este estoque é grande e está crescendo. Os dados do primeiro trimestre de 2012 mostram que este ano será pior que 2011, com uma queda ainda maior da participação dos vinhos brasileiros no mercado de vinhos finos.

Mas você acha que a salvaguarda é a solução?

Se a salvaguarda é o ideal? Não sabemos dizer. Pode ter ações para achar a solução. Precisamos ouvir os produtores de uva, as vinícolas. Somos defensores da discussão. O que não dá é para entrar no enfrentamento. Desde o início da salvaguarda, já teve a ameaça de boicote ao nosso vinho. Boicote é uma medida autoritária. Mas é preciso fazer alguma coisa. Não podemos matar este setor. É o nosso vinho. O vinho brasileiro.

Mas quem atrapalha o vinho nacional, não é o vinho importado barato?

É, o vinho barato.

Mas a salvaguarda não vai combater o vinho barato, que entra de países como Argentina e Itália, por exemplo.

Há 5 anos, teve uma medida do governo, que gerou a MP 413. A medida iria taxar os importados pelo valor da garrafa e não em porcentagem. Mas isso nunca saiu do papel. Esta medida é uma forma de deixar mais caro os vinhos mais baratos, que entram no Brasil. Este é um tema que pode voltar à discussão, agora que estamos discutindo o setor.

Restaurantes tiraram os rótulos nacionais da carta, tem um abaixo-assinado na internet contra o vinho brasileiro. Você não acha que a salvaguarda trouxe um dano para a imagem do vinho brasileiro?

Eu acho que não. Agora tem mais gente defendendo o vinho nacional. Hoje, 89% do consumo de vinho fino é importado e 11% é nacional. Depois da abertura da nossa economia, a participação de vinhos nacionais e importados era de 50% a 50%, aproximadamente. Agora, a cada 10 vinhos importados, 1 é nacional. Se 25% das pessoas começarem a defender o vinho nacional, a se perguntarem da salvaguarda e a quererem beber o nosso vinho, teremos um aumento de consumo, de 11% para 25%, por exemplo. E temos recebido muita solidariedade. São pessoas com um posicionamento mais crítico. Além disso, o vinho brasileiro tem conquistado espaço lá fora, é considerado pelos críticos internacionais.

Você falou que vê um lado positivo nesta discussão.

Sim, pela primeira vez estamos discutindo o setor, os problemas, o que fazer com o estoque de vinhos. Forçosamente vamos chegar a todas as questões do vinho, às práticas desleais, ao vinho muito barato que entra por aqui. As entidades terão de sentar, conversar e encontrar soluções.

Como está a Miolo hoje? A empresa tem excedente de produção?

Temos 1.200 hectares, 650 funcionários, investimos em vários terroirs do Brasil. E sim, temos excedente de vinho.
Por Suzana Barelli




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Dicas da Nova Zelândia

No último domingo falei um pouco sobre a Nova Zelândia, um dos jovens países vinícolas que têm produzido ótimos vinhos, especialmente seus intensos Sauvignon Blanc e os elegantes Pinot Noir. Pensando nessas duas uvas resolvi dar algumas dicas de produtores que conheço e que oferecem compras seguras. Os preços estão em faixas de R$ 68 a R$ 150.

Matariki Wines é uma vinícola fundada em 1981 pelo jogador de rugby John O’Connor e sua esposa. Está localizada na Ilha Norte, na região de Hawke’s Bay. O nome da vinícola vem da tradição Maori e refere-se a um grupo de estrelas que, quando vistas da terra, indicam uma temporada de fartura. A linha mais acessível é chamada de Aspire, que tem um Pinot Noir na faixa dos R$ 90 e um ótimo SB ainda mais barato, na faixa dos R$ 70.

Grey Wacke, vinícola de propriedade do enólogo Kevin Judd, que por 25 anos trabalhou para outras empresas. Fundou sua própria bodega na região de Marlborough, a mais importante na produção de Sauvignon Blanc, situada ao norte da Ilha Sul. O mais acessível é encontrado na casa dos R$ 79, mas o ótimo Pinot Noir deles já custa um pouco mais, perto de R$ 150.

A Sileni Estates está localizada na região de Hawke’s Bay e tem vinhos de bom custo x benefício. Seus Sauvignon Blanc estão na faixa dos R$ 68 a R$ 78. Seus Pinot Noir são muito elegantes e também com bons preços, de R$ 76 a R$ 95.

A Saint Clair é uma vinícola familiar fundada em 1994, na região de Marlborough. Atualmente exporta para 45 países e alguns críticos consideram seus SB como um dos melhores do mundo. Produz também ótimos Pinot Noir e também Gewürztraminer, uma uva de que gosto bastante. No site de seu importador para o Brasil, os vinhos são vendidos entre R$ 94 e R$ 122.

Allan Scott foi fundada em 1990, também na região de Marlborough, mas a família tem experiência no cultivo de vinhas desde 1975. Produz brancos intensos não só de SB, mas também de Pinot Gris, Gewürztraminer e Chardonnay, além de ótimos Pinot Noir. Esses vinhos podem ser encontrados a menos de R$ 90.
Minha última indicação é de uma vinícola com vinhedos nas duas ilhas do país, a Oyester Bay, que em 1991 teve seu Sauvignon Blanc eleito como o melhor vinho de um importante concurso em Londres. Daí em diante, sua fama se fortaleceu e hoje produz também bons exemplares de Chardonnay, Pinot Noir e Merlot. A faixa de preços está entre R$ 92 e R$ 110.

Não se assuste: a maioria desses vinhos tem tampa de rosca, uma prática muito comum na Nova Zelândia.
Tim-tim!
Érika Mesquita Nutricionista
Correio de Uberlândia

Vinhos: com qualidade, reservas que dispensam adega

Já é senso comum, nos dias de hoje, que a maior parte dos consumidores de vinho não tem dinheiro, espaço nem paciência para esperar por anos a fio até que suas garrafas amadureçam. Eles esperam que os vinhos estejam prontos, ou ao menos aproveitáveis, imediatamente após a compra.

Estamos a uma notável distância dos velhos tempos, quando nossos ancestrais amantes do vinho jamais imaginavam abrir, digamos, um Bordeaux decente antes que ele tivesse completado doze a quinze anos. Com isso, muitos produtores em todo o mundo mudaram seus métodos de produção, esforçando-se para fazer vinhos mais acessíveis enquanto ainda jovens.

Isso não quer dizer que não se encontrem ainda vinhos novos que amarram a boca com seus taninos adstringentes. Há muitos deles por aí, como os barolo. Embora as pessoas digam que eles estão menos hostis hoje em dia, não os aprecio quando novos. Na verdade, se você tiver dinheiro, adega e paciência, muitos vinhos de todo o mundo ainda ganham muito com um envelhecimento prolongado.

Nem por isso as pessoas querem se encarregar disso, mas, se alguns restaurantes tomam para si a tarefa de envelhecer os vinhos, eles o fazem em geral a preços proibitivos.

Evidentemente, esse estado de coisas deve deixar frustrados muitos amantes do vinho: quem de nós não gostaria da oportunidade de tomar vinhos envelhecidos sem ter de pagar uma fortuna, ou de esperar? Que tal hoje?

Ofereço, se permitem, uma boa solução: os reservas de Rioja.

Esses vinhos não são necessariamente muito envelhecidos antes de serem vendidos. Por lei, um rioja pode ser rotulado como reserva se tiver ao menos três anos (ao menos um deles em barris de carvalho) antes de ser comercializado. Na prática, você pode encontrar agora nas lojas muitos reservas de Rioja da safra de 2007 – em geral do tipo fresco, minimamente envelhecido.

Ainda assim, é estimulante que alguns produtores de Rioja não se dobrem aos padrões de envelhecimento mínimo para os reservas. Abençoados sejam esses que vão muito acima e além do que é exigido. Isso quer dizer, felizmente, que nas lojas também não é difícil encontrar reservas de mais de dez anos. Estes são lançamentos correntes e, considerados num panorama mais amplo, não custam tanto assim; em geral de trinta a quarenta dólares, metade do que você pagaria por um cabernet medíocre do vale do Napa.

O painel de vinhos degustou recentemente vinte vinhos reserva de Rioja de uma gama de colheitas disponíveis nas lojas. Descobrimos que os melhores eram, de longe, aqueles já bem envelhecidos quando os compramos, em geral da safra de 2001.

Para a degustação, Florence Fabricant e eu fomos acompanhados por Ashley Santoro, a diretora de vinhos do restaurante Casa Mono, e Victoria Levin, gerente geral do bar de vinhos The Tangled Vine.

A Rioja, claro, não é a única região com exigências de envelhecimento mínimo. A região toscana de Montalcino, para ficar num exemplo, exige que os brunellos envelheçam quatro anos antes de serem vendidos, e cinco no caso dos riservas. Ainda assim, mesmo quando são vendidos, eles em geral demandam mais anos de envelhecimento antes que fiquem realmente apreciáveis.

Em Rioja é diferente. A velha tradição era que os produtores envelhecessem os vinhos até que estivessem prontos para ser abertos, muito além do tempo mínimo. Apenas algumas poucas vinícolas ainda oferecem esse serviço. Mas, a julgar pela nossa degustação, a diferença é bem clara. Nossas quatro melhores garrafas eram todas de reservas bem envelhecidos de produtores que continuam a seguir esta prática tradicional.

O primeiro lugar foi do La Rioja Alta Viña Ardanza de 2001, um vinho que está, hoje, absolutamente delicioso, mas também muito mais que isso. Com toques de fruta levemente apimentados, suavizados pelo longo envelhecimento em barris antigos de carvalho americano, foi um exemplo brilhante de rioja clássico, dotado de complexidade e finesse. A safra de 2001 é amplamente considerada como uma das grandes, e o produtor, La Rioja Alta, gostou tanto desse vinho que o chamou de Reserva Especial – e foi apenas a terceira vez que seus vinhos conquistaram essa designação, após os de 1964 e 1973.

O segundo lugar ficou com outro 2001, o Reserva Señorio de P. Pecina da Hermanos Pecina, um vinho pungente e puro, mais poderoso nas frutas que o Viña Ardanza, embora não fosse tão complexo.

Os seguintes colocados foram, ambos, da R. López de Heredia, o grande bastião do rioja feito segundo as regras tradicionais. Um deles, o Viña Tondonia 2001, em quarto lugar, era ainda jovial. Seus sabores de fruta muito diretos ainda têm anos de evolução pela frente. Hoje, esse vinho está terroso e suave, embora ainda não excessivamente complexo.

Em contraste, o terceiro colocado, o Viña Bosconia, era da safra de 2003, um ano estranho, marcado por calor excessivo em toda a Europa. Esse vinho não mostra, no entanto, nenhum sinal aparente da safra. É extremamente delicado, o que é incomum nos Bosconia, e muito amável agora, mas dificilmente envelhecerá tanto quanto o Tondonia.

O resto dos nossos dez mais era todo mais novo, com duas garrafas para cada um dos anos de 2004, 2005 e 2007 – todas elas luminosas.

Durante anos, os vinhos de Rioja demonstraram uma completa divisão entre o tradicional e o moderno, caracterizada por uma densidade e um poder retintos, e pelo evidente uso de pequenos barris de carvalho francês. Ainda é possível encontrar desses vinhos muito modernos, embora talvez seja apressado identificá-los como riojas. Mas mesmo os melhores entre os vinhos modernos na nossa degustação traziam os sabores e texturas característicos da região. É justo dizer que, hoje, em vez de uma lacuna entediante, há uma diversidade de estilos claramente identificáveis como rioja.

Como disse Victoria, "eu esperava muito branco e preto, e fiquei contente em encontrar tantos tons de cinza".

Entre estes havia reservas mais novos, como o Unica de 2007 da Sierra Cantabria, que trazia frutas ricas e maduras, sem ser muito denso ou pesado, e o Muga de 2007, que trazia frutas e carvalho, mas ainda precisava de alguns anos para atingir a sua harmonia.

Mesmo reservas envelhecidos são, de certo modo, vinhos de entrada que meramente sugerem a expressão última dos gran reservas tradicionais de Rioja. Esses vinhos precisam ser envelhecidos por seis anos após a colheita, e não desabrocham até que, como jovens adultos, cheguem aos vinte anos. Mas essa é outra história, e a espera vale a pena.
Eric Asimov
The New York Times News
24HorasNews

EXPOVINIS 2012: Os melhores vinhos da Feira

Amigos, Expovinis começou! E como sempre é esperado, foi divulgada a lista dos melhores vinhos da feira. Eleição esta que é realizada pela Revista Prazeres da Mesa e tem um juri de alto peso para escolher os vinhos! Então vamos ao resultado!

CATEGORIA : ROSÉ

NOME – Château de Pourcieux Côtes de Provence
SAFRA – 2011
PRODUTOR – Château de Pourcieux
PAÍS – França
REGIÃO – Provence
APRESENTADO POR: DIVINUM
IMPORTADO POR: DIVINUM

CATEGORIA : TINTO NOVO MUNDO

NOME – Bellingham – The Bernard Series Small Barrel S.m.v.
SAFRA – 2009
PRODUTOR – Bellingham
PAÍS – África do Sul
REGIÃO – Paarl
APRESENTADO POR: BELLINGHAM
SEM IMPORTADOR NO BRASIL

CATEGORIA: TINTO NACIONAL

NOME – Testardi Syrah
SAFRA – 2010
PRODUTOR – Miolo Wine Group
PAÍS – Brasil
REGIÃO – Vale do São Francisco
APRESENTADO POR: MIOLO WINE GROUP

CATEGORIA: TINTO VELHO MUNDO

NOME – Casa de Santa Vitória Touriga Nacional
SAFRA – 2008
PRODUTOR – Casa de Santa Vitória
PAÍS – Portugal
REGIÃO – Alentejo
APRESENTADO POR: CASA DE SANTA VITÓRIA/CVR ALENTEJO
SEM IMPORTADOR NO BRASIL

CATEGORIA: ESPUMANTE NACIONAL

NOME – Quinta Don Bonifácio Habitat Brut
PRODUTOR – Quinta Don Bonifácio
PAÍS – Brasil
REGIÃO – Serra Gaúcha
APRESENTADO AO CONCURSO POR: QUINTA DON BONIFÁCIO

CATEGORIA: ESPUMANTE IMPORTADO

NOME – Lanson Brut Rosé
PRODUTOR – Lanson
PAÍS – França
REGIÃO – Champagne
APRESENTADO POR: IMPORTADORA BARRINHAS
IMPORTADO POR: IMPORTADORA BARRINHAS

CATEGORIA: BRANCO VELHO MUNDO

NOME – Trimbach Riesling Cuvée Frederic Émile
SAFRA – 2004
PRODUTOR – Pierre Trimbach
PAÍS – França
REGIÃO – Alsácia
APRESENTADO POR: ZAHIL IMPORTADORA
IMPORTADO POR: ZAHIL IMPORTADORA

CATEGORIA: BRANCO NOVO MUNDO

NOME – Undurraga T.H. Sauvignon Blanc
SAFRA – 2011
PRODUTOR – Viña Undurraga
PAÍS – Chile
REGIÃO – San Antonio
APRESENTADO POR: ABFLUG
IMPORTADO POR: ABFLUG

CATEGORIA: BRANCO NACIONAL

NOME – Sanjo Maestrale Integrus
SAFRA – 2010
PRODUTOR – Sanjo
PAÍS – Brasil
REGIÃO – São Joaquim
APRESENTADO POR: ACAVITIS

CATEGORIA: DOCES E FORTIFICADOS

NOME – Medium Rich Single Harvest
SAFRA – 1998
PRODUTOR – Henriques & Henriques
PAÍS – Portugal
REGIÃO – Madeira
APRESENTADO POR: VINHOS DE PORTUGAL
IMPORTADO POR: ZAHIL IMPORTADORA

Sem dúvida algumas surpresas e novidades que valem a pena serem provadas! Quem passar por lá (A feira vai até 5a. Feira) vale provar os vinhos vencedores!!
Fonte: EnoDeco

domingo, abril 15, 2012

Europeus prometem reagir a barreiras ao vinho estrangeiro no Brasil

O governo pode aumentar impostos ou limitar entrada do vinho estrangeiro ; medida não afetaria Mercosul

Os produtores de vinhos europeus consideram que a eventual adoção, pelo governo brasileiro, de medidas de salvaguarda ao produto nacional seria "inaceitável" e afirmam que farão "tudo" para proteger os interesses comerciais das vinícolas do continente.

O governo brasileiro estuda a possibilidade de aumentar os impostos de importação de vinhos (que têm atualmente alíquota de 27%) ou limitar sua entrada no país por meio de cotas.

A possível adoção da medida "é totalmente injustificável", disse à BBC Brasil José Ramón Fernandez, secretário-geral do Comitê Europeu das Empresas de Vinho (CEEV), que diz representar 90% das exportações europeias da bebida.

"Estamos em contato com as autoridades europeias e faremos todo o necessário para impedir que o Brasil adote ações protecionistas", completa.

A Secretaria de Comércio Exterior abriu, em 15 de março, uma investigação para avaliar se o vinho brasileiro estaria ameaçado pela concorrência dos importados, que se tornaram mais competitivos com a valorização do real.

"O Brasil precisa ser sério e pensar duas vezes se deseja construir relações sérias com seus parceiros comerciais", diz o representante do CEEV, se referindo às negociações – que existem há anos - para a criação de uma área de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Mercosul

Caso aplicadas, as medidas de salvaguarda do setor não afetariam os países do Mercosul por conta de acordos firmados, afirma o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Segundo dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), o Chile continua na liderança no ranking dos maiores exportadores da bebida ao Brasil, com 26,7 milhões de litros vendidos em 2011.

O Chile e a Argentina (com 17,7 milhões de litros) representam sozinhos mais da metade do mercado de vinhos importados vendidos no Brasil em 2011, que foi de 77,6 milhões de litros.

Europa

Os produtores europeus, que também têm uma participação expressiva nas vendas de vinhos no Brasil, seriam os principais penalizados pela eventual medida.

Itália, Portugal, França e Espanha estão, respectivamente, no terceiro ao sexto lugar no ranking dos principais países exportadores de vinhos estrangeiros para o Brasil, segundo a Ibravin.

A Itália exportou 13,1 milhões de litros de vinho ao Brasil em 2011. Portugal totalizou 8,6 milhões de litros, com aumento de 6,2% no volume no ano passado.

Já a França e a Espanha tiveram um crescimento significativo em termos de volume em 2011: as vendas de vinhos franceses, que totalizaram 5,1 milhões de litros, aumentaram 20,4% e, a dos espanhóis (2,8 milhões de litros), subiram 31,7%, diz a Ibravin.

França

Os vinhos franceses, considerados mais prestigiosos, são os mais caros do mercado brasileiro, diz um estudo do Comitê Europeu do Vinho.

Em termos de faturamento, as vendas de vinhos franceses no Brasil, incluindo champanhes e outros espumantes, cresceram 161% entre 2002 e 2011, afirma Benoît Stenne, diretor-adjunto da Federação de Exportadores de Vinhos e Destilados (FEVS, na sigla em francês).

As vendas de vinhos franceses (incluindo champanhes) passaram de 14,2 milhões de euros em 2002 para 37,2 milhões de euros no ano passado, segundo a federação.

O mercado brasileiro ainda é minúsculo na comparação com as vendas globais de vinhos franceses (é apenas o 29° mercado do produto) mas "há um grande interesse das vinícolas da França em relação ao Brasil", afirma Stenne.

O porta-voz da entidade ressalta que o Brasil "é um dos países que registram maior crescimento nas vendas nos últimos anos".

As medidas em estudo pelo governo provocaram reações também no Brasil, com propostas de boicote ao vinho nacional para protestar contra as eventuais salvaguardas aos importados
Daniela Fernandes de Paris para a BBC Brasil