Com o passar dos anos, o Brasil tem se destacado na produção de vinhos espumantes devido ao clima temperado e aos métodos de plantio adotados na Serra Gaúcha. Outras regiões do país também estão começando a produzir espumantes, mas é o Rio Grande do Sul que responde por cerca de 90% do cultivo das uvas destinadas aos espumantes, que possuem alta acidez.
O método de produção de vinho espumante tradicional é denominado champenoise que, basicamente, trabalha diversas formas da fermentação do líquido para garantir a formação de bolhas gaseificadas na garrafa.
Primeiramente, realiza-se uma fermentação alcoólica para que o açúcar da uva seja transformado em álcool, formando o vinho-base. Depois, esses vinhos-base passam por um processo de fermentação novamente, para formar as conhecidas bolhas do espumante com a adição de leveduras (espécie de fungos associados aos procedimentos fermentativos) e açúcar antes do engarrafamento. A pressão
na garrafa é tão grande que chega a ser cinco vezes maior que a de uma lata de refrigerante gelada. Por isso, é necessário utilizar recipientes com vidros mais espessos para que a garrafa não venha a estourar.
Após um período de 36 meses, as leveduras irão se romper e se decompor para dar início à autólise, que altera o sabor do vinho. A garrafa também é colocada de cabeça para baixo, nesse processo, em um ângulo de 45º e deve ter rotações periódicas por 30 dias, com o objetivo de acumular nas proximidades do gargalo as borras dessa decomposição.
Após essa fase, o gargalo da garrafa deve ser submetido a um material de congelamento rápido para que, depois de solidificadas, as borras sejam expelidas no momento em que a garrafa for novamente aberta, devido à pressão do dióxido de carbono. Com isso, apenas as borras são retiradas da garrafa e o líquido é mantido.
Em seguida, coloca-se o licor de expedição para determinar o grau de açúcar do vinho espumante. Então, a garrafa é fechada com a rolha definitiva e deve passar um tempo nas caves antes de ir para as lojas.
O Brasil tem apresentado bons números de consumo de vinhos espumantes. Só em 2009, mais de 2,2 milhões de litros foram comercializados, um grande aumento se comparado ao ano de 2001, que registrou uma venda total de 500 mil rótulos de espumantes. E esse número pode aumentar ainda mais com o crescimento do Brasil no mercado de vinhos.
POR CARLOS CABRAL
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