A safra gaúcha de uva deve contabilizar prejuízos superiores a 30%, em função dos vendavais registrados nos últimos dias no Estado. Pelo menos 66 cidades gaúchas tiveram decreto de emergência homologado pelo governo federal em decorrência de danos causados pelas enchentes e chuvas de granizo, inclusive municípios da Serra, principal região produtora da fruta. Em 2015, a safra de uva foi estimada em 702 milhões de quilos.
No entanto, devido às adversidades climáticas, a produção de uva colhida entre janeiro e março do ano que vem, deve girar em torno de 491 milhões de quilos. Em entrevista ao programa Correio Rural, da Rádio Guaíba deste sábado, o diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, advertiu que o volume de chuva registro neste mês impactou diretamente nos parrareis gaúchos. “Como as geadas, granizo e as fortes chuvas impedem a floração das videiras, diminuindo volume de cachos, algumas lideranças sindicais já estimam perdas de 30% a 40%”, diz.
Entre as variedades de uva cultivadas no Rio Grande do Sul estão: Isabel, Bordô e Niágara para fabricação de sucos e vinhos de mesa. Já a produção de Chardonnay, Merlot, Moscato e Cabernet são direcionadas para vinhos finos e espumantes.
Carlos Paviani garantiu, porém que o revês da produção gaúcha não vai resultar na alta de preços de produtos como vinhos e sucos, uma vez, que as vinícolas e demais fábricas dispõem de grandes estoques.
Ibravin comemora novo projeto que altera ICMS
O diretor executivo do Ibravin, Carlos Paviani, também ressaltou a importância do projeto protocolado na Assembleia, que retira vinhos e derivados de uva da lista de produtos que terão aumento de 2% da aliquata de ICMS a partir de janeiro de 2016. O autor do texto, deputado Elton Weber (PSB) visa corrigir um equivoco do Executivo, para revisar a lei a fim de suspender o aumento de ICMS, que pode resultar na queda de arrecadação, em função da alta competitividade com produtos vindos do Mercosul. (Lucas Rivas/Rádio Guaíba)
Por Equipe do site - Felipe Vieira
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terça-feira, outubro 27, 2015
Vinho Madeira conquista norte-americanos
Vários dos mais influentes líderes de opinião norte-americanos marcaram presença nas provas anuais e master classes que o IVBAM – Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira promoveu na semana passada, nas cidades de Washington D.C., Filadéflia e Nova Iorque.
O circuito incluiu a realização de acções de sensibilização e formação sobre o Vinho Madeira nas mais conceituadas instituições de ensino vínico e hoteleiro das respetivas cidades visitadas: The Capital Wine School, Washington D.C.; Drexel University's Center for Hospitality and Sport Management, Filadélfia; e The International Culinary Center, Nova Iorque.
As sessões foram seguidas de provas com produtores de Vinho Madeira, em unidades hoteleiras conceituadas de cada uma das cidades, especialmente dirigidas a líderes de opinião, importadores, sommeliers e público convidado.
Incluídas na programação de cada prova decorreram master classes, que pormenorizaram as múltiplas características que tornam o Vinho da Madeira único no mundo. Sempre lotadas, as master classes registaram uma elevada participação de reputados especialistas, sobretudo Master of Wine e wine educators.
"Uma vez mais foi muito gratificante constatar o genuíno interesse que os especialistas norte-americanos demonstraram pelo Vinho da Madeira. Possuindo um conhecimento profundo de vinhos e realidades vínicas de várias partes do mundo, identificam e valorizam a realidade muito particular do Vinho da Madeira, comprovando o estatuto ímpar que esse vinho tem, muito especialmente no mercado norte-americano", realça a Presidente do IVBAM, Paula Cabaço.
No total, mais de 500 pessoas participaram neste conjunto de acções, protagonizadas por casas e produtores de Vinho da Madeira, pelo crítico de vinhos português Rui Falcão e pelos especialistas Andrew Bell, presidente da American Sommelier Association (Nova Iorque), Andrew Myers, Master Sommelier (Washington D.C.) e Justin Timsit, Advanced Sommelier (Filadélfia).
Nos EUA, um dos maiores mercados mundiais de vinho, os Madeira possuem um longo historial de prestígio, sendo encarados como uma tipologia de vinhos super premium. A exportação no ano transacto para os Estados Unidos representou um volume de 213.915,25 litros, equivalente a um valor de 1.902.982,67 euros.
Escrito por Rui Conceição
O circuito incluiu a realização de acções de sensibilização e formação sobre o Vinho Madeira nas mais conceituadas instituições de ensino vínico e hoteleiro das respetivas cidades visitadas: The Capital Wine School, Washington D.C.; Drexel University's Center for Hospitality and Sport Management, Filadélfia; e The International Culinary Center, Nova Iorque.
As sessões foram seguidas de provas com produtores de Vinho Madeira, em unidades hoteleiras conceituadas de cada uma das cidades, especialmente dirigidas a líderes de opinião, importadores, sommeliers e público convidado.
Incluídas na programação de cada prova decorreram master classes, que pormenorizaram as múltiplas características que tornam o Vinho da Madeira único no mundo. Sempre lotadas, as master classes registaram uma elevada participação de reputados especialistas, sobretudo Master of Wine e wine educators.
"Uma vez mais foi muito gratificante constatar o genuíno interesse que os especialistas norte-americanos demonstraram pelo Vinho da Madeira. Possuindo um conhecimento profundo de vinhos e realidades vínicas de várias partes do mundo, identificam e valorizam a realidade muito particular do Vinho da Madeira, comprovando o estatuto ímpar que esse vinho tem, muito especialmente no mercado norte-americano", realça a Presidente do IVBAM, Paula Cabaço.
No total, mais de 500 pessoas participaram neste conjunto de acções, protagonizadas por casas e produtores de Vinho da Madeira, pelo crítico de vinhos português Rui Falcão e pelos especialistas Andrew Bell, presidente da American Sommelier Association (Nova Iorque), Andrew Myers, Master Sommelier (Washington D.C.) e Justin Timsit, Advanced Sommelier (Filadélfia).
Nos EUA, um dos maiores mercados mundiais de vinho, os Madeira possuem um longo historial de prestígio, sendo encarados como uma tipologia de vinhos super premium. A exportação no ano transacto para os Estados Unidos representou um volume de 213.915,25 litros, equivalente a um valor de 1.902.982,67 euros.
Escrito por Rui Conceição
segunda-feira, outubro 19, 2015
Vinhos delicados não servem a 36 mil pés de altitude
Na última primavera do hemisfério norte, Joost Heymeijer chegou a Bordeaux com a equipe especializada em vinhos da empresa aérea Emirates para uma maratona de quatro dias de degustação de amostras diretamente dos barris.
Eles acabaram comprando quase 1 milhão de garrafas a futuro, enfocando em 60 famosos crus classés, como o Château Cheval Blanc.
Quando os vinhos estiverem prontos para o consumo, serão disponibilizados gratuitamente na primeira classe e na classe executiva da Emirates
“Uma viagem longa fica muito melhor com uma taça de Bordeaux ou champanhe fino”, diz Heymeijer, que comanda o serviço de bordo da empresa aérea. “É por isso que gastamos meio bilhão de dólares no programa de vinhos durante a última década”.
Dois milhões de garrafas estão envelhecendo em um depósito na Borgonha; o restante está armazenado em Dubai.
A Emirates é uma das várias empresas aéreas que estão acrescentando vinhos de elite à lista de regalias de luxo, como camas massageadoras e serviço culinário com estrelas Michelin.
Trata-se de uma estratégia de longo prazo para conquistar a fidelidade dos viajantes ricos.
As empresas aéreas escolhem a maior parte dos vinhos por meio de testes cegos usando especialistas como James Cluer, que criou o programa da Qatar Airways há uma década.
A equipe da Singapore Airways, formada por três pessoas, inclui dois Mestres do Vinho; sommeliers da australiana Rockpool Restaurant Group fazem as escolhas da Qantas Airways.
As seleções variam bastante entre as empresas aéreas e os voos, mas os champanhes de primeira linha são uma constante.
Nas listas, há uma preferência pelos vinhos ricos e frutados, em detrimento dos complexos e delicados, porque a pressão da cabine e a baixa umidade diminuem os sentidos do olfato e do paladar. (Nem todas as escolhas são qualificadas como garrafas de luxo; o sauvignon blanc da suíte de três quartos da Etihad Airways custa modestos US$ 15 no varejo).
As empresas aéreas estão investindo pesadamente em serviços.
A Etihad utiliza taças de cristal criadas especialmente para a companhia, assim como a Singapore. E a Qatar ofereceu treinamentos sobre vinhos para todos os seus 9.000 comissários de bordo.
O que vem a seguir? Eu prevejo sommeliers a bordo realizando degustações privadas de vinhos no ar.
Fonte : Exame.com
Eles acabaram comprando quase 1 milhão de garrafas a futuro, enfocando em 60 famosos crus classés, como o Château Cheval Blanc.
Quando os vinhos estiverem prontos para o consumo, serão disponibilizados gratuitamente na primeira classe e na classe executiva da Emirates
“Uma viagem longa fica muito melhor com uma taça de Bordeaux ou champanhe fino”, diz Heymeijer, que comanda o serviço de bordo da empresa aérea. “É por isso que gastamos meio bilhão de dólares no programa de vinhos durante a última década”.
Dois milhões de garrafas estão envelhecendo em um depósito na Borgonha; o restante está armazenado em Dubai.
A Emirates é uma das várias empresas aéreas que estão acrescentando vinhos de elite à lista de regalias de luxo, como camas massageadoras e serviço culinário com estrelas Michelin.
Trata-se de uma estratégia de longo prazo para conquistar a fidelidade dos viajantes ricos.
As empresas aéreas escolhem a maior parte dos vinhos por meio de testes cegos usando especialistas como James Cluer, que criou o programa da Qatar Airways há uma década.
A equipe da Singapore Airways, formada por três pessoas, inclui dois Mestres do Vinho; sommeliers da australiana Rockpool Restaurant Group fazem as escolhas da Qantas Airways.
As seleções variam bastante entre as empresas aéreas e os voos, mas os champanhes de primeira linha são uma constante.
Nas listas, há uma preferência pelos vinhos ricos e frutados, em detrimento dos complexos e delicados, porque a pressão da cabine e a baixa umidade diminuem os sentidos do olfato e do paladar. (Nem todas as escolhas são qualificadas como garrafas de luxo; o sauvignon blanc da suíte de três quartos da Etihad Airways custa modestos US$ 15 no varejo).
As empresas aéreas estão investindo pesadamente em serviços.
A Etihad utiliza taças de cristal criadas especialmente para a companhia, assim como a Singapore. E a Qatar ofereceu treinamentos sobre vinhos para todos os seus 9.000 comissários de bordo.
O que vem a seguir? Eu prevejo sommeliers a bordo realizando degustações privadas de vinhos no ar.
Fonte : Exame.com
Ana Amélia critica MP que aumenta IPI sobre a produção de vinhos
Na tribuna do Senado, a senadora Ana Amélia (PP-RS) cobrou alterações na MP 690/2015, que aumenta o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre a produção de vinhos e espumantes brasileiros. A MP propõe cobrança de 10% sobre o valor do produto na saída da indústria.
Uma garrada de vinho de R$ 40, por exemplo, passará a ser taxada em R$ 4. Antes, era cobrado R$ 0,73 por garrafa. A parlamentar gaúcha pediu ao relator da MP, senador Humberto Costa (PT-PE), que altere o texto para evitar a elevação do tributo à produção nacional de vinhos e espumantes.
Ana Amélia teme que o aumento do preço ao consumidor aprofunde as dificuldades da vitivinicultura nacional. A senadora ressaltou a importância da produção do vinho para o estado do Rio Grande do Sul. Contou que há dez anos, 90% do espumante consumido no Brasil eram importados. Hoje, 95% têm origem no país.
Não podemos sacrificar esse setor, que é extremamente importante para a economia do Rio Grande do Sul e do país, com alto valor agregado. São milhares de famílias que trabalham e dependem dessa atividade — ressaltou.
A parlamentar destacou reunião que teve nesta terça-feira (13) com o diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, o diretor-executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Helio Luiz Marchioro, o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Dirceu Scottá, e a presidente-executiva da Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba), Raquel de Almeida Salgado. Na ocasião, foi apresentado o quadro preocupante do setor, caso o aumento na tributação realmente entre em vigor a partir de 1º de dezembro.
Essa medida retira a competitividade do setor. Em vez de estimular a cadeia produtiva nacional, a MP vai na mão contrária — declarou Ana Amélia.
Fonte : RPI
Uma garrada de vinho de R$ 40, por exemplo, passará a ser taxada em R$ 4. Antes, era cobrado R$ 0,73 por garrafa. A parlamentar gaúcha pediu ao relator da MP, senador Humberto Costa (PT-PE), que altere o texto para evitar a elevação do tributo à produção nacional de vinhos e espumantes.
Ana Amélia teme que o aumento do preço ao consumidor aprofunde as dificuldades da vitivinicultura nacional. A senadora ressaltou a importância da produção do vinho para o estado do Rio Grande do Sul. Contou que há dez anos, 90% do espumante consumido no Brasil eram importados. Hoje, 95% têm origem no país.
Não podemos sacrificar esse setor, que é extremamente importante para a economia do Rio Grande do Sul e do país, com alto valor agregado. São milhares de famílias que trabalham e dependem dessa atividade — ressaltou.
A parlamentar destacou reunião que teve nesta terça-feira (13) com o diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, o diretor-executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Helio Luiz Marchioro, o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Dirceu Scottá, e a presidente-executiva da Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba), Raquel de Almeida Salgado. Na ocasião, foi apresentado o quadro preocupante do setor, caso o aumento na tributação realmente entre em vigor a partir de 1º de dezembro.
Essa medida retira a competitividade do setor. Em vez de estimular a cadeia produtiva nacional, a MP vai na mão contrária — declarou Ana Amélia.
Fonte : RPI
quarta-feira, outubro 14, 2015
Terroir feminino: presidente da Villa Francioni, Daniela de Freitas comemora os 10 anos da vinícola
Daniela
Está cada vez mais distante a associação exclusiva do vinho com o universo masculino. E Daniela Borges de Freitas, presidente da Vinícola Villa Francioni há sete anos, ajuda a comprovar que transitar com propriedade e sucesso nesse encantador universo independe de gênero. Premiada em pelos menos 10 distinções brasileiras, a vinícola boutique de São Joaquim que, sob a batuta de Daniela se tornou referência entre os vinhos finos nacionais, está prestes a completar 10 anos de produção – um tempo curto considerando o segmento da vitivinicultura. Mas nem sempre foi fácil. Logo que assumiu a presidência da vinícola, em 2008, ela enfrentou a surpresa de um cliente quando, ao receber sua visita, afirmou que vinho era, sim, negócio de homem.
- Eu não acreditei que estava escutando aquilo. Acho que está na hora de fazer uma outra visita para ele – diz, no tom doce mas firme que caracteriza sua maneira de gerir o negócio idealizado pelo pai, Dilor, falecido logo depois da audaciosa construção.
Mesmo com o sucesso comprovado, a combinação mulheres e vinho ainda não é comum: entre as 35 vinícolas associadas à Vinho de Altitude – Produtores e Associados, apenas três delas (Villa Francioni, Monte Agudo e Santo Emilio) têm mulheres à frente. Mas que a doçura de Daniela não engane. A filha número 3 de Dilor e Therezinha Freitas é determinada, dinâmica e dedicada aos estudos: depois da graduação em Direito na Universidade Mackenzie, em São Paulo, seguiu para uma série invejável de pós-graduações: Economia na USP, Direito Empresarial na Mackenzie, Direito Econômico e Empresarial na FGV, e Direito Comparado em Harvard. A mudança de rumo dos escritórios e conselhos administrativos das outras empresas da família (que vão do segmento cerâmico ao imobiliário) para o mundo do vinho agradou: diferente do que se pode imaginar, ela não toca a vinícola apenas em nome do pai, mas tomou gosto pelo mundo dos vinhos.
- Eu aprecio vinho. Mas o que mais me atrai é o negócio em si, a administração, o envolvimento social que isso traz e o que a vinícola representa aqui para a região. Desde a época do pai, ele queria que a Villa fosse um referencial para o desenvolvimento de um polo de vitivinicultura de alta qualidade. Nosso foco hoje não é o crescimento da produção em si, mas o aprimoramento do vinho e do caráter turístico da vinícola – destaca a empresária de 51 anos.
É pensando justamente no turismo e em receber ainda melhor o visitante que Daniela contou à coluna que em breve inaugura três novas operações dentro dos domínios da Francioni: um wine bar, um restaurante e uma pousada.
Parece que quando Dilor batizou a vinícola em homenagem a mãe, a imigrante italiana Agripina Francioni, já intuia o destino do negócio, fadado a florescer sob o comando feminino.
Foto: Fabricio Flores Nunes, divulgação
Postado por Laura Coutinho, What's Up
Está cada vez mais distante a associação exclusiva do vinho com o universo masculino. E Daniela Borges de Freitas, presidente da Vinícola Villa Francioni há sete anos, ajuda a comprovar que transitar com propriedade e sucesso nesse encantador universo independe de gênero. Premiada em pelos menos 10 distinções brasileiras, a vinícola boutique de São Joaquim que, sob a batuta de Daniela se tornou referência entre os vinhos finos nacionais, está prestes a completar 10 anos de produção – um tempo curto considerando o segmento da vitivinicultura. Mas nem sempre foi fácil. Logo que assumiu a presidência da vinícola, em 2008, ela enfrentou a surpresa de um cliente quando, ao receber sua visita, afirmou que vinho era, sim, negócio de homem.
- Eu não acreditei que estava escutando aquilo. Acho que está na hora de fazer uma outra visita para ele – diz, no tom doce mas firme que caracteriza sua maneira de gerir o negócio idealizado pelo pai, Dilor, falecido logo depois da audaciosa construção.
Mesmo com o sucesso comprovado, a combinação mulheres e vinho ainda não é comum: entre as 35 vinícolas associadas à Vinho de Altitude – Produtores e Associados, apenas três delas (Villa Francioni, Monte Agudo e Santo Emilio) têm mulheres à frente. Mas que a doçura de Daniela não engane. A filha número 3 de Dilor e Therezinha Freitas é determinada, dinâmica e dedicada aos estudos: depois da graduação em Direito na Universidade Mackenzie, em São Paulo, seguiu para uma série invejável de pós-graduações: Economia na USP, Direito Empresarial na Mackenzie, Direito Econômico e Empresarial na FGV, e Direito Comparado em Harvard. A mudança de rumo dos escritórios e conselhos administrativos das outras empresas da família (que vão do segmento cerâmico ao imobiliário) para o mundo do vinho agradou: diferente do que se pode imaginar, ela não toca a vinícola apenas em nome do pai, mas tomou gosto pelo mundo dos vinhos.
- Eu aprecio vinho. Mas o que mais me atrai é o negócio em si, a administração, o envolvimento social que isso traz e o que a vinícola representa aqui para a região. Desde a época do pai, ele queria que a Villa fosse um referencial para o desenvolvimento de um polo de vitivinicultura de alta qualidade. Nosso foco hoje não é o crescimento da produção em si, mas o aprimoramento do vinho e do caráter turístico da vinícola – destaca a empresária de 51 anos.
É pensando justamente no turismo e em receber ainda melhor o visitante que Daniela contou à coluna que em breve inaugura três novas operações dentro dos domínios da Francioni: um wine bar, um restaurante e uma pousada.
Parece que quando Dilor batizou a vinícola em homenagem a mãe, a imigrante italiana Agripina Francioni, já intuia o destino do negócio, fadado a florescer sob o comando feminino.
Foto: Fabricio Flores Nunes, divulgação
Postado por Laura Coutinho, What's Up
Brasileiro muda jeito de consumir vinho, diz Ibravin
Para os vinhos finos nacionais, a estimativa é de uma expansão de 7% a 8% nas vendas
O repasse da alta do dólar ainda não chegou ao preço dos vinhos importados, mas tem deixado os consumidores brasileiros em alerta. Com a moeda cotada acima de R$ 4, nas últimas semanas, a escolha por rótulos estrangeiros mais baratos já começou. A notícia é boa para o mercado interno, que ganha mais possibilidades de competitividade no novo cenário.
Em entrevista, o diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, afirmou que o impacto mais forte nos preços dos importados deve ocorrer perto do fim do ano e no início de 2016, em função dos estoques dos importadores e grandes redes de supermercados, que giram em torno de seis meses. Mesmo assim, o executivo acredita que a importação deve estagnar este ano, após ter crescido 13% em 2014, para 76,9 milhões de litros.
Para os vinhos finos nacionais, a estimativa é de uma expansão de 7% a 8% nas vendas, ante os 19,3 milhões de litros do ano passado, o que significaria uma boa recuperação depois da queda de 4% frente a 2013. Se confirmada, a alta ainda puxará um crescimento de 1,3% a 1,6% no mercado total e elevará a fatia dos rótulos brasileiros de 20% para até 21,3%.
Fonte : Paraíba Total
O repasse da alta do dólar ainda não chegou ao preço dos vinhos importados, mas tem deixado os consumidores brasileiros em alerta. Com a moeda cotada acima de R$ 4, nas últimas semanas, a escolha por rótulos estrangeiros mais baratos já começou. A notícia é boa para o mercado interno, que ganha mais possibilidades de competitividade no novo cenário.
Em entrevista, o diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, afirmou que o impacto mais forte nos preços dos importados deve ocorrer perto do fim do ano e no início de 2016, em função dos estoques dos importadores e grandes redes de supermercados, que giram em torno de seis meses. Mesmo assim, o executivo acredita que a importação deve estagnar este ano, após ter crescido 13% em 2014, para 76,9 milhões de litros.
Para os vinhos finos nacionais, a estimativa é de uma expansão de 7% a 8% nas vendas, ante os 19,3 milhões de litros do ano passado, o que significaria uma boa recuperação depois da queda de 4% frente a 2013. Se confirmada, a alta ainda puxará um crescimento de 1,3% a 1,6% no mercado total e elevará a fatia dos rótulos brasileiros de 20% para até 21,3%.
Fonte : Paraíba Total
quarta-feira, outubro 07, 2015
Complexo Narbona - Uruguai
A convite da Gerente de Exportações Fabiana Bracco, estive dias atrás visitando o "Wine Lodge" Narbona, na cidade de Carmelo, no Uruguai. O complexo é formado por vinícola, pousada, restaurante, produção de azeite de oliva, queijos finos, massas e compotas.
Fabiana no evento Tannat Tasting Rio de Janeiro
Vinhedos prórios
Recepcionado pela jovem e simpática enóloga Valeria Chiola, tive a oportunidade de conhecer a vinícola e todo o processo de produção dos seus vinhos, além de degustar vários deles.
A enóloga Valeria Chiola
Antiga Cave
Nova Adega
A adega tem uma extensão de 50ha e está localizada em uma fazenda de 1909. Em 1998 começou a plantação dos vinhedos e em 2010 a construção de uma nova adega para produção de vinhos exclusivos. Hoje possuem aproximadamente 15 hectares exclusivos de Tannat, mas também Pinot Noir, Petit Verdot, Viognier e Syrah.
Nova Cave
A colheita se faz manualmente e a vendimia começa ao inicio de fevereiro e vai até metade de março. A uva é transportada da adega em caixas de 16 kgs e se realiza uma primeira seleção manual na cinta de seleção onde se escolhem aqueles cachos que estão em ótimas condições de sanidade e maturidade. Uma segunda seleção desta vez dos grãos é realizada na cinta que vibra para ter certeza da qualidade máxima procurada.
Finalizado este processo os grãos são depositados nos tanques de aço inoxidável ou barris de carvalho francês, com camisa de refrigeração para controlar a temperatura do mosto que vai fermentar durante 10 a 15 dias.
Tonéis de carvalho francês
Depois da fermentação alcoólica, separa-se as partes sólidas (bagaço) e se depositam diretamente nos barris para amadurecer, mínimo 18 meses, para depois engarrafar (o tempo em barris se decide através de degustação e análises do vinho).
Restaurante onde se come maravilhosamente bem
Queijos finos de produção própria
Azeite 0.2 de acidez
Alguns vinhos degustados :
Puerto Carmelo Sauvignon Blanc 2015
Leve, fresco e frutado, com toques ligeiramente herbáceos. Ótima acidez e final limpo.
Puerto Carmelo Tannat 2013
Sem passagem por madeira, apresenta um belo aroma de frutas vermelhas maduras e uvas passas. Médio corpo, taninos macios e boa acidez.
Narbona Tannat Rosé2014
Cor vermelho cereja brilhante. Aromas de frutas vermelhas e ligeiro toque de baunilha, uma vez que passou por quatro meses em barricas de carvalho francês novas. Médio corpo, boa acidez, equilibrado e persistente.
Narbona Pinot Noir 2013
Com 8 meses em barricas de carvalho americano e francês, apresenta aromas frescos de frutas de bosque e toques de baunilha e cedro. Bom corpo, taninos macios, ótima acidez e boa persistência.
Narnona Tannat Roble 2012
Com 12 meses em barris novos de carvalho francês, apresenta aromas intensos de chocolate, uvas verdes e passas, um toque picante, com bom corpo e estrutura.
Narbona Blend 001 2103
Com 10 meses em barrica de roble francês, apresenta aromas de frutas, especiarias e ligeira baunilha. Bom corpo, macio e equilibrado.
Narbona Luz de Luña Tannat 2011
Com envelhecimento de 5 meses em barricas de carvalho francês de tosta média, apresenta aromas complexos de frutas maduras, especiarias e carvalho. Encorpado e macio, com ótima persistência e final longo.
Os vinhos da Narbona são trazidos para o Brasil pela Importadora DeVinum ( www.devinum.com.br ) - tel. 11 2532-7201 e Rio de Janeiro 21 97825-4595
Fabiana no evento Tannat Tasting Rio de Janeiro
Vinhedos prórios
Recepcionado pela jovem e simpática enóloga Valeria Chiola, tive a oportunidade de conhecer a vinícola e todo o processo de produção dos seus vinhos, além de degustar vários deles.
A enóloga Valeria Chiola
Antiga Cave
Nova Adega
A adega tem uma extensão de 50ha e está localizada em uma fazenda de 1909. Em 1998 começou a plantação dos vinhedos e em 2010 a construção de uma nova adega para produção de vinhos exclusivos. Hoje possuem aproximadamente 15 hectares exclusivos de Tannat, mas também Pinot Noir, Petit Verdot, Viognier e Syrah.
Nova Cave
A colheita se faz manualmente e a vendimia começa ao inicio de fevereiro e vai até metade de março. A uva é transportada da adega em caixas de 16 kgs e se realiza uma primeira seleção manual na cinta de seleção onde se escolhem aqueles cachos que estão em ótimas condições de sanidade e maturidade. Uma segunda seleção desta vez dos grãos é realizada na cinta que vibra para ter certeza da qualidade máxima procurada.
Finalizado este processo os grãos são depositados nos tanques de aço inoxidável ou barris de carvalho francês, com camisa de refrigeração para controlar a temperatura do mosto que vai fermentar durante 10 a 15 dias.
Tonéis de carvalho francês
Depois da fermentação alcoólica, separa-se as partes sólidas (bagaço) e se depositam diretamente nos barris para amadurecer, mínimo 18 meses, para depois engarrafar (o tempo em barris se decide através de degustação e análises do vinho).
Restaurante onde se come maravilhosamente bem
Queijos finos de produção própria
Azeite 0.2 de acidez
Alguns vinhos degustados :
Puerto Carmelo Sauvignon Blanc 2015
Leve, fresco e frutado, com toques ligeiramente herbáceos. Ótima acidez e final limpo.
Puerto Carmelo Tannat 2013
Sem passagem por madeira, apresenta um belo aroma de frutas vermelhas maduras e uvas passas. Médio corpo, taninos macios e boa acidez.
Narbona Tannat Rosé2014
Cor vermelho cereja brilhante. Aromas de frutas vermelhas e ligeiro toque de baunilha, uma vez que passou por quatro meses em barricas de carvalho francês novas. Médio corpo, boa acidez, equilibrado e persistente.
Narbona Pinot Noir 2013
Com 8 meses em barricas de carvalho americano e francês, apresenta aromas frescos de frutas de bosque e toques de baunilha e cedro. Bom corpo, taninos macios, ótima acidez e boa persistência.
Narnona Tannat Roble 2012
Com 12 meses em barris novos de carvalho francês, apresenta aromas intensos de chocolate, uvas verdes e passas, um toque picante, com bom corpo e estrutura.
Narbona Blend 001 2103
Com 10 meses em barrica de roble francês, apresenta aromas de frutas, especiarias e ligeira baunilha. Bom corpo, macio e equilibrado.
Narbona Luz de Luña Tannat 2011
Com envelhecimento de 5 meses em barricas de carvalho francês de tosta média, apresenta aromas complexos de frutas maduras, especiarias e carvalho. Encorpado e macio, com ótima persistência e final longo.
Os vinhos da Narbona são trazidos para o Brasil pela Importadora DeVinum ( www.devinum.com.br ) - tel. 11 2532-7201 e Rio de Janeiro 21 97825-4595
Salton completa 105 anos com dois novos produtos no mercado
Vinícola se consolidou como uma das mais importantes do país ao aliar novas tecnologias com a busca constante pela excelência de seus produtos
25 de agosto marca o aniversário da Vinícola Salton, de Bento Gonçalves, que comemora 105 anos neste ano. Durante esse tempo, a empresa se consolidou como uma das mais importantes no ramo de vinhos e espumantes no país, além de conquistar espaço no exterior.
Em 1910, a empresa “Paulo Salton e Irmãos” foi fundada e logo destacou-se na elaboração de bebidas. Com o passar dos anos, essa atividade se tornou o foco principal da Vinícola Salton, que se tornou uma das grandes vinícolas do país. Após a abertura de mercado e o acesso às novas tecnologias, a busca pela qualidade e a profissionalização tornaram-se foco da empresa, elaborando produtos de maior valor agregado, passando a fazer parte do competitivo mercado mundial de vinhos. Já é possível encontrar seus produtos nos Estados Unidos, Canadá, Bélgica, Alemanha, China e Japão, entre outros.
Recentemente, com uma gestão estratégica buscando resultados à longo prazo, considerando sempre a qualidade de seus produtos, com desempenhos cada vez mais competitivos, passou a investir em projetos especiais. Uma nova unidade em Santana do Livramento (RS), aposta no potencial produtivo da região da Campanha Gaúcha, cujas uvas são propícias na elaboração de vinhos e espumantes. Em Jarinu (SP), desde 2014, trabalha com uma planta piloto que oportuniza o desenvolvimento de novos itens e aplicação de novas tecnologias em hard e soft drinks.
Novos produtos
Para comemorar os 105 anos, a Salton presenteia os consumidores com dois novos produtos: os vinhos Antônio “Nini” Salton e o Paradoxo Pinot Noir.
O Antônio “Nini” Salton, é o quarto a integrar o projeto de edições limitadas Salton Gerações. Numeradas e de produção limitada em 13 mil garrafas, o vinho, amadurecido durante 12 meses em barricas de carvalho, é um assemblage elaborado com as uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Cabernet Franc.
Já o tinto Paradoxo Pinot Noir, produzido com uvas cultivadas na Campanha gaúcha, tem coloração roxo claro com aromas de especiarias, tostado, framboesa, morango, amoras, nozes, café e chocolate.
25 de agosto marca o aniversário da Vinícola Salton, de Bento Gonçalves, que comemora 105 anos neste ano. Durante esse tempo, a empresa se consolidou como uma das mais importantes no ramo de vinhos e espumantes no país, além de conquistar espaço no exterior.
Em 1910, a empresa “Paulo Salton e Irmãos” foi fundada e logo destacou-se na elaboração de bebidas. Com o passar dos anos, essa atividade se tornou o foco principal da Vinícola Salton, que se tornou uma das grandes vinícolas do país. Após a abertura de mercado e o acesso às novas tecnologias, a busca pela qualidade e a profissionalização tornaram-se foco da empresa, elaborando produtos de maior valor agregado, passando a fazer parte do competitivo mercado mundial de vinhos. Já é possível encontrar seus produtos nos Estados Unidos, Canadá, Bélgica, Alemanha, China e Japão, entre outros.
Recentemente, com uma gestão estratégica buscando resultados à longo prazo, considerando sempre a qualidade de seus produtos, com desempenhos cada vez mais competitivos, passou a investir em projetos especiais. Uma nova unidade em Santana do Livramento (RS), aposta no potencial produtivo da região da Campanha Gaúcha, cujas uvas são propícias na elaboração de vinhos e espumantes. Em Jarinu (SP), desde 2014, trabalha com uma planta piloto que oportuniza o desenvolvimento de novos itens e aplicação de novas tecnologias em hard e soft drinks.
Novos produtos
Para comemorar os 105 anos, a Salton presenteia os consumidores com dois novos produtos: os vinhos Antônio “Nini” Salton e o Paradoxo Pinot Noir.
O Antônio “Nini” Salton, é o quarto a integrar o projeto de edições limitadas Salton Gerações. Numeradas e de produção limitada em 13 mil garrafas, o vinho, amadurecido durante 12 meses em barricas de carvalho, é um assemblage elaborado com as uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Cabernet Franc.
Já o tinto Paradoxo Pinot Noir, produzido com uvas cultivadas na Campanha gaúcha, tem coloração roxo claro com aromas de especiarias, tostado, framboesa, morango, amoras, nozes, café e chocolate.
segunda-feira, outubro 05, 2015
França elege 'Mestre do vinho do Porto' esta segunda-feira
A França elege esta segunda-feira o "Master of Port" ("Mestre do vinho do Porto"), num concurso apresentado como "o único evento que premeia a excelência dos escanções especialistas no vinho do Porto".
A França elege esta segunda-feira o ‘Master of Port’ (‘Mestre do vinho do Porto’), num concurso apresentado como "o único evento que premeia a excelência dos escanções especialistas no vinho do Porto".
A 16.ª edição do ‘Master of Port’ é promovida pela Union de La Sommellerie Française e pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, pretendendo consolidar a presença dos vinhos do Porto no mercado francês.
"A França é o maior mercado para o vinho do Porto no mundo. Os escanções são os especialistas naturais dos vinhos do Porto de qualidade porque em França conhecemos este vinho, mas nem sempre conhecemos todas as suas qualidades. Os escanções parecem-nos os melhores embaixadores para recomendar o vinho do Porto", disse à Lusa Jean-Jacques Vereecken, diretor da Fédération Française des Vins d'Apéritif.
Jean-Jacques Vereecken apontou ainda que o ‘sommelier’ (escanção) vencedor vê aberto "o caminho para os títulos de Melhor Escanção da Europa e Melhor Escanção do Mundo porque muitos ‘Master of Port’ foram consagrados com esses galardões.
Entre os onze finalistas que concorrem ao título de ‘Mestre do Vinho do Porto’, há um nome português. Trata-se de Micaël Morais, nascido em Paris, mas cuja paixão pelo vinho vem de São Pedro da Silva, no concelho português de Miranda do Douro, onde em criança vindimava com os pais e os avós.
"Este concurso também é uma homenagem à minha família. Meti toda a minha energia e paixão para ganhar. Há seis meses que estou no concurso e seria um sonho ganhar", disse à Lusa, em português, o escanção de 29 anos, que trabalha em um restaurante com uma estrela Michelin num hotel de luxo do 16° bairro de Paris.
Micaël Morais conseguiu dar nas vistas entre os 55 candidatos que participaram nas seleções regionais de Paris e Lyon. Para conquistar o seu sonho tem de conseguir destacar-se na meia-final que se realiza hoje e dar o seu melhor na final desta segunda-feira. A entrega dos prémios acontece, ao fim do dia de segunda, na Embaixada de Portugal em Paris.
Na sexta edição do concurso, em 1993, o vencedor foi o português Octávio Ferreira - 4º Melhor Escanção do Mundo em 1986 e 1989 e galardoado com o ‘Prix au Sommelier 2015’ pela Académie Internationale de la Gastronomie
Fonte : Notícias ao Minuto
A França elege esta segunda-feira o ‘Master of Port’ (‘Mestre do vinho do Porto’), num concurso apresentado como "o único evento que premeia a excelência dos escanções especialistas no vinho do Porto".
A 16.ª edição do ‘Master of Port’ é promovida pela Union de La Sommellerie Française e pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, pretendendo consolidar a presença dos vinhos do Porto no mercado francês.
"A França é o maior mercado para o vinho do Porto no mundo. Os escanções são os especialistas naturais dos vinhos do Porto de qualidade porque em França conhecemos este vinho, mas nem sempre conhecemos todas as suas qualidades. Os escanções parecem-nos os melhores embaixadores para recomendar o vinho do Porto", disse à Lusa Jean-Jacques Vereecken, diretor da Fédération Française des Vins d'Apéritif.
Jean-Jacques Vereecken apontou ainda que o ‘sommelier’ (escanção) vencedor vê aberto "o caminho para os títulos de Melhor Escanção da Europa e Melhor Escanção do Mundo porque muitos ‘Master of Port’ foram consagrados com esses galardões.
Entre os onze finalistas que concorrem ao título de ‘Mestre do Vinho do Porto’, há um nome português. Trata-se de Micaël Morais, nascido em Paris, mas cuja paixão pelo vinho vem de São Pedro da Silva, no concelho português de Miranda do Douro, onde em criança vindimava com os pais e os avós.
"Este concurso também é uma homenagem à minha família. Meti toda a minha energia e paixão para ganhar. Há seis meses que estou no concurso e seria um sonho ganhar", disse à Lusa, em português, o escanção de 29 anos, que trabalha em um restaurante com uma estrela Michelin num hotel de luxo do 16° bairro de Paris.
Micaël Morais conseguiu dar nas vistas entre os 55 candidatos que participaram nas seleções regionais de Paris e Lyon. Para conquistar o seu sonho tem de conseguir destacar-se na meia-final que se realiza hoje e dar o seu melhor na final desta segunda-feira. A entrega dos prémios acontece, ao fim do dia de segunda, na Embaixada de Portugal em Paris.
Na sexta edição do concurso, em 1993, o vencedor foi o português Octávio Ferreira - 4º Melhor Escanção do Mundo em 1986 e 1989 e galardoado com o ‘Prix au Sommelier 2015’ pela Académie Internationale de la Gastronomie
Fonte : Notícias ao Minuto
Avaliação Nacional de Vinhos consagra pluralidade de tintos e brancos brasileiros
BENTO GONÇALVES (RS) – Realizada no penúltimo sábado, no coração friozinho da Serra Gaúcha, a 23ª Avaliação Nacional de Vinhos diz muito sobre o paladar culturalmente ampliado do consumidor brasileiro. Num passado nada distante, ainda marcado pelo vinho de garrafão feito com as uvas de mesa trazidas pelos imigrante italianos, nós, blindados pela justificada inocência dos ignorantes, acreditávamos na divisão entre o seco e o suave como forma de distinguir os infantilmente docinhos dos terrivelmente adstringentes.
Agora, sabemos que um bom tinto vai bem além da outrora onipresente cabernet sauvignon. Dos 16 vinhos mais bem cotados pelo exército de avaliadores deste ano, nenhum, isso mesmo, nenhum tinto era feito com a uva símbolo da região francesa de Bordeaux e que deu segurança relativa à expansão da vinicultura pelos países do chamado Novo Mundo há mais de uma década.
Dos tintos destacados, havia amostras de vinhos feitos com as uvas ancelotta (Vinícola Garibaldi), teroldego (Vinícola Monte Rosário), tannat (Vinícola Aurora e outro da Dunamis) e cabernet franc (Vinícola Valmarino), além, claro, de três merlots (Salton, Perini e Miolo), a uva mais consagrada da Serra Gaúcha. Ou seja, o Brasil começa a consolidar um panorama produtivo além dos maniqueísmos mais fáceis do mercado.
“De certa forma, estamos refazendo a tradição de nossos ancestrais, dos nossos avôs imigrantes, experimentando, por exemplo, uvas italianas bem clássicas”, diz o jovem enólogo André Larentis, produtor na vinícola que leva o nome da família nesta parte do Brasil que se comporta como uma versão transatlântica da Borgonha, onde vinho é também questão de sobrenome e pertencimento nas pequenas propriedades familiares.
Esses vinhos desfilaram exuberância e caráter na última Avaliação Nacional de Vinhos, um evento criado em 1993 com o claro objetivo de emular os rituais de consagração típicos na Europa onde, mais que bebida, vinho é questão civilizatória. Aqui, o vinho já tem também seu grande teatro social.
De manhã, centenas de degustadores começavam a chegar, uns com seus melhores ternos, outros cuidadosamente desleixados como a sugerir que vinho precisa de informalidade, ao Pavilhão de Eventos de Bento Gonçalves, a capital não oficial da Serra Gaúcha, onde o Vale dos Vinhedos figura coma primeira região com Denominação de Origem do Brasil – a única, aliás, reconhecida pela União Europeia fora da Europa. À porta, as rainha e princesas do vinho, eleitas a cada vindima, numa festa que serve como espécie de carimbo de renovação para membro da sociedade local.
Para justificar o Instituto Nacional do Vinho e da Associação Nacional de Enologia ao afirmar que temos, ali, a maior degustação do mundo, nada menos que 850 degustadores estavam lá. Jornalistas, produtores e afins, para o ritual de mais de quatro horas de observa a cor + inala os aromas + degusta (e, sim, ninguém deve ficar de pileque antes do fim de uma degustação) e cuspa tudo o que provar para preencher as fichas. Num púlpito na frente do salão, 14 renomados degustadores tecem seus comentários para a audiência. E nem precisa se sentir inferior se não perceber notas aromáticas de “couro de cavalo molhado” num determinando tinto de guarda.
Imperceptível para a maioria, a paleta aromática dos vinhos se baseia, claro, em cheiros concretos, mas também em convenções olfativas do mundinho. Ao lado dos experts, havia também Caio Paduan, um ator iniciante que presta serviços a uma novela ambientada no Rio Grande do Sul dos primeiros vinhedos. Ainda que perceba pouco a diferença entre um tannat e um merlot, uma celebridade midiática sempre lembrará que o vinho também é pop.
Os merlots seguem exuberantes. São, afinal, a cepa que deram ao Vale dos Vinhedos sua D.O., ao lado dos chardonnays para os brancos. Na avaliação, ácidos e frescos, os vinhos base para espumantes comprovam porque o Brasil é pátria de boas borbulhas.
Dos brancos, além dos chardonnay frutados e elegantemente cremosos, aromáticos como os rieslings. Sem esconder a autoridade de quem faz parte de uma civilização com mais de mil anos de vinicultura, o professor da Universidade de Pádova, na Itália, gritava: “Tenham muito orgulho do seu vinho!”. Só faltava o resto do Brasil ouvir. “Agora é menos, mas até uns dois anos atrás, os lojistas nos expulasvam quando chegávamos para oferecer nosso vinho”, diz o vinhateiro José Venturinni, cuja vinícola batizada com seu sobrenome produz um tannat e um chardonnay capazes de refazer os conceitos de qualquer um.
Para driblar as barreiras e impostos, a maior parte dos vinicultores gaúchos encontrou o atalho. “Aceitamos encomendas pelos sites com o mesmo preço com que vendemos aqui”, diz o enólogo Andre Larentis. O frete, se cobrado, costuma sair mais barato que a substitutição tributária capaz de deixar os brasileiros menos acessíveis que os portugueses e chilenos de todo dia.
Fonte: Jornal do Comércio www.jconline.com.br
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