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quarta-feira, outubro 14, 2015

Terroir feminino: presidente da Villa Francioni, Daniela de Freitas comemora os 10 anos da vinícola

Daniela

Está cada vez mais distante a associação exclusiva do vinho com o universo masculino. E Daniela Borges de Freitas, presidente da Vinícola Villa Francioni há sete anos, ajuda a comprovar que transitar com propriedade e sucesso nesse encantador universo independe de gênero. Premiada em pelos menos 10 distinções brasileiras, a vinícola boutique de São Joaquim que, sob a batuta de Daniela se tornou referência entre os vinhos finos nacionais, está prestes a completar 10 anos de produção – um tempo curto considerando o segmento da vitivinicultura. Mas nem sempre foi fácil. Logo que assumiu a presidência da vinícola, em 2008, ela enfrentou a surpresa de um cliente quando, ao receber sua visita, afirmou que vinho era, sim, negócio de homem.

- Eu não acreditei que estava escutando aquilo. Acho que está na hora de fazer uma outra visita para ele – diz, no tom doce mas firme que caracteriza sua maneira de gerir o negócio idealizado pelo pai, Dilor, falecido logo depois da audaciosa construção.

Mesmo com o sucesso comprovado, a combinação mulheres e vinho ainda não é comum: entre as 35 vinícolas associadas à Vinho de Altitude – Produtores e Associados, apenas três delas (Villa Francioni, Monte Agudo e Santo Emilio) têm mulheres à frente. Mas que a doçura de Daniela não engane. A filha número 3 de Dilor e Therezinha Freitas é determinada, dinâmica e dedicada aos estudos: depois da graduação em Direito na Universidade Mackenzie, em São Paulo, seguiu para uma série invejável de pós-graduações: Economia na USP, Direito Empresarial na Mackenzie, Direito Econômico e Empresarial na FGV, e Direito Comparado em Harvard. A mudança de rumo dos escritórios e conselhos administrativos das outras empresas da família (que vão do segmento cerâmico ao imobiliário) para o mundo do vinho agradou: diferente do que se pode imaginar, ela não toca a vinícola apenas em nome do pai, mas tomou gosto pelo mundo dos vinhos.

- Eu aprecio vinho. Mas o que mais me atrai é o negócio em si, a administração, o envolvimento social que isso traz e o que a vinícola representa aqui para a região. Desde a época do pai, ele queria que a Villa fosse um referencial para o desenvolvimento de um polo de vitivinicultura de alta qualidade. Nosso foco hoje não é o crescimento da produção em si, mas o aprimoramento do vinho e do caráter turístico da vinícola – destaca a empresária de 51 anos.

É pensando justamente no turismo e em receber ainda melhor o visitante que Daniela contou à coluna que em breve inaugura três novas operações dentro dos domínios da Francioni: um wine bar, um restaurante e uma pousada.

Parece que quando Dilor batizou a vinícola em homenagem a mãe, a imigrante italiana Agripina Francioni, já intuia o destino do negócio, fadado a florescer sob o comando feminino.
Foto: Fabricio Flores Nunes, divulgação
Postado por Laura Coutinho, What's Up

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