Já somam pra lá de uma dúzia a quantidade de chineses que compraram châteaus em Bordeaux nos últimos anos. Mas nenhum deles chega perto do glamour da última nova feliz proprietária de uma vinícola na região. A atriz Zhao Wei (na foto), de 35 anos, e estrela de mega produções como Mulan e A Batalha de Red Cliff, comprou, por um valor não divulgado, o Château Monlot, propriedade de sete hectares em St Emilion. Agentes imobiliários da região especulam que a atriz tenha gasto algo entre €4 milhões e €5 milhões no negócio.
O número de chineses que buscam propriedades de médio prestígio na região de Bordeaux cresce em progressão geométrica. O mercado imobiliário na região está aquecido e há pelo menos 15 empresários chineses dos mais variados ramos interessados em comprar châteaus bordaleses. Por enquanto, os negócios giram em torno de propriedades de bom preço de custo, que produzem bons vinhos, mas longe da fama alcançada por marcas de maior prestígio. Até agora, a regra tem sido manter a equipe técnica e mudar o planejamento e o marketing, direcionando as vendas para o mercado chinês. No entanto, especialistas acreditam que em breve mesmo as grandes propriedades de maior prestígio se transformarão em alvo da sede dos chineses.
Alexandre Lalas - Wine Report
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segunda-feira, dezembro 12, 2011
quinta-feira, dezembro 08, 2011
Os Vinhos da Bacalhôa de Filipa Tomaz da Costa
Há 30 anos que Filipa Tomaz da Costa exerce a profissão de enóloga na Bacalhôa Vinhos de Portugal, antes designada por JP Vinhos, empresa onde iniciou a sua carreira em 1981. Desde 1993 que desempenha as funções de diretora de enologia da Bacalhôa, em Vila Nogueira de Azeitão, onde vinifica as uvas na adega instalada na Quinta da Bassaqueira.
Sob a sua responsabilidade enológica se produzem vinhos brancos, rosés, tintos e Moscatéis de Setúbal e Roxo comercializados com a chancela da Bacalhôa (empresa de Joe Berardo), tarefa de que se tem saído sucessivamente melhor vindima após vindima. Filipa Tomaz da Costa é uma das mulheres pioneiras a entrar neste mundo do vinho tão dominado por homens em Portugal... tal como sucede, valha a verdade, no resto do mundo. Provas de três novidades:
Serras de Azeitão Regional Península de Setúbal 2010 ****/*****
Uma boa surpresa esta "selecção do enólogo" (referência inscrita no rótulo) de um vinho branco, onde sobressai o papel da casta Verdelho, associada ao Fernão Pires e ao Arinto. O Fernão Pires surge no Serras de Azeitão de 2005 com o Moscatel e o Chardonnay e no de 2009 com Moscatel de Setúbal e Arinto. Na colheita de 2010 o Verdelho traz outra dimensão a este branco e confere-lhe uma maior harmonia e frescura. Pelo preço é excecional.
Serras de Azeitão Regional Península de Setúbal 2010 ****
Um tinto muito equilibrado e elegante feito a partir das castas Aragonez, Syrah, Merlot e Touriga Nacional. Em relação à colheita de 2005 o Castelão foi substituído para melhor pela Touriga Nacional. Talvez por isso seja também designado por "seleção do enólogo".
Bacalhôa Moscatel de Setúbal 2005 ****/*****
Com aromas intensos a tangerina e flor de laranjeira e sabores correspondentes é um excelente Moscatel de Setúbal, até pelo preço. Experimente-o com tortas de Azeitão.
Os vinhos da semana
BRANCO
Serras de Azeitão Regional Península de Setúbal 2010 - €2,69
TINTO
Serras de Azeitão Regional Península de Setúbal 2010 - €2,69
MOSCATEL DE SETÚBAL
Moscatel de Setúbal - €4,29
A crónica semanal do especialista da VISÃO, José António Salvador
quarta-feira, dezembro 07, 2011
A Cattacini Lança Seu Primeiro Vinho Branco
A Cattacini apresenta seu novo vinho, o branco Peverella Cattacini. Produzido a partir da variedade Peverella ostenta cor dourado claro, com nuance esverdeada, e teor alcoólico de 11,5% vol. É límpido e brilhante, sugerindo aromas de especiarias, principalmente as pimentas verde e branca. Possui acidez elevada, bom corpo e, na língua, se mostra levemente picante.
Trata-se de um vinho não aromático e, por sua característica quase neutra, se adapta perfeitamente à mesa, com alto poder gastronômico. Deve ser degustado entre 8 e 10ºC, acompanhando na perfeição frutos do mar, peixes, queijos leves, carnes brancas, risotos, massas e molhos brancos.
O Peverella Cattacini foi criado com exclusividade para a Cattacini pela Vinícola Salvati e Sirena, na localidade de Caminhos de Pedra, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. Fermentado em tanques de aço inox, com temperatura controlada, o vinho passou pela conversão malolática em toneis de madeira inerte e fez estágio de dois meses e meio em barris novos de carvalho francês, sendo, então, engarrafado e vedado com rolhas sintéticas. Permaneceu por mais dois meses estabilizando nas garrafas, em caves climatizadas, antes de ser comercializado.
Assim como o Merlot Cattacini e o espumante Extra-Brut Cattacini, o Peverella Cattacini ressalta a qualidade, versatilidade e originalidade dos vinhos brasileiros. Este é mais um produto concebido pela empresa para um publico sofisticado e exigente.
Saiba mais sobre a Peverella
Originária do Tirol do Sul, no Norte da Itália, a Peverella chegou ao Rio Grande do Sul no início do século XX, trazida pelo produtor João Dreher Filho. Sua difusão na Serra Gaúcha ocorreu a partir da década de 1920. Nos anos 40, era a principal variedade vinífera branca cultivada no estado, mantendo-se em posição de destaque nesse grupo até meados de 1970.
Também conhecida como Malvasia di Vicenza, a Peverella apresenta uma sensação tátil levemente picante, sentida na ponta da língua. Daí a origem de seu nome: no dialeto vêneto, pevero significa pimenta.
Algumas publicações levantam a hipótese de a Peverella ser um clone da variedade italiana Verdicchio, cuja designação é derivada de verde porque se refere ao tom amarelo esverdeado que apresenta. Outra curiosidade é que os antigos colonos gaúchos a chamavam de moscatella devido às pintas e manchas pretas existentes em sua casca, erradamente associadas às fezes de moscas.
A área cultivada com Peverella vem decrescendo há vários anos por causa do maior estímulo ao plantio de viníferas mais viáveis economicamente, sobretudo as castas internacionais. Sua tradição só não acabou devido à ação de uns poucos produtores que a cultivam em quantidades mínimas.
A todos vocês, um brinde com Peverella Cattacini!
Fonte: Canal Cattacini
Paulo Nicolay - Provei e gostei!!
Trata-se de um vinho não aromático e, por sua característica quase neutra, se adapta perfeitamente à mesa, com alto poder gastronômico. Deve ser degustado entre 8 e 10ºC, acompanhando na perfeição frutos do mar, peixes, queijos leves, carnes brancas, risotos, massas e molhos brancos.
O Peverella Cattacini foi criado com exclusividade para a Cattacini pela Vinícola Salvati e Sirena, na localidade de Caminhos de Pedra, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. Fermentado em tanques de aço inox, com temperatura controlada, o vinho passou pela conversão malolática em toneis de madeira inerte e fez estágio de dois meses e meio em barris novos de carvalho francês, sendo, então, engarrafado e vedado com rolhas sintéticas. Permaneceu por mais dois meses estabilizando nas garrafas, em caves climatizadas, antes de ser comercializado.
Assim como o Merlot Cattacini e o espumante Extra-Brut Cattacini, o Peverella Cattacini ressalta a qualidade, versatilidade e originalidade dos vinhos brasileiros. Este é mais um produto concebido pela empresa para um publico sofisticado e exigente.
Saiba mais sobre a Peverella
Originária do Tirol do Sul, no Norte da Itália, a Peverella chegou ao Rio Grande do Sul no início do século XX, trazida pelo produtor João Dreher Filho. Sua difusão na Serra Gaúcha ocorreu a partir da década de 1920. Nos anos 40, era a principal variedade vinífera branca cultivada no estado, mantendo-se em posição de destaque nesse grupo até meados de 1970.
Também conhecida como Malvasia di Vicenza, a Peverella apresenta uma sensação tátil levemente picante, sentida na ponta da língua. Daí a origem de seu nome: no dialeto vêneto, pevero significa pimenta.
Algumas publicações levantam a hipótese de a Peverella ser um clone da variedade italiana Verdicchio, cuja designação é derivada de verde porque se refere ao tom amarelo esverdeado que apresenta. Outra curiosidade é que os antigos colonos gaúchos a chamavam de moscatella devido às pintas e manchas pretas existentes em sua casca, erradamente associadas às fezes de moscas.
A área cultivada com Peverella vem decrescendo há vários anos por causa do maior estímulo ao plantio de viníferas mais viáveis economicamente, sobretudo as castas internacionais. Sua tradição só não acabou devido à ação de uns poucos produtores que a cultivam em quantidades mínimas.
A todos vocês, um brinde com Peverella Cattacini!
Fonte: Canal Cattacini
Paulo Nicolay - Provei e gostei!!
Lote com 55 vinhos raros pode atingir R$ 1,4 mi em leilão
Lote contempla safras de 1952 a 2007 do Romanée Conti
Foto: AP
Um lote com 55 garrafas de vinho Domaine Romanée Conti (RDC), das safras de 1952 a 2007 com exceção de 1968, pode alcançar valor de US$ 800 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) em leilão que será promovido pela Acker Merrall & Condit nesta semana em Hong Kong. Produzido na região francesa de Borgonha, o vinho é considerado por enólogos um dos melhores do mundo.
Portal Terra
Foto: AP
Um lote com 55 garrafas de vinho Domaine Romanée Conti (RDC), das safras de 1952 a 2007 com exceção de 1968, pode alcançar valor de US$ 800 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) em leilão que será promovido pela Acker Merrall & Condit nesta semana em Hong Kong. Produzido na região francesa de Borgonha, o vinho é considerado por enólogos um dos melhores do mundo.
Portal Terra
terça-feira, novembro 29, 2011
Como Trazer Vinhos na Mala
Hoje o Moda Gourmet vai lançar uma pergunta no ar. E você vai tentar adivinhar. Vamos lá? 3, 2, 1, já… Valendo! Olhando para a foto acima, você conseguiria dizer quantas garrafas de vinho tem em cada uma das malas? Hummm, uma pista. Em ordem decrescente o tamanho da mala é o segundo, ou seja, não é o tamanho gigantão não. Segunda pista: Cada garrafa pesa, aproximadamente, 1,5kg. E aí, já deu seu chute? No fim do post eu conto.
Decidi fazer esse post porque toda vez que eu digo quantos vinhos trago na mala, as pessoas sempre se surpreendem. E me perguntam como eu faço: Não quebra? Não estraga? Pode trazer?
Gente, lógico que pode trazer. E eu sou doida de arriscar? É permitido por lei trazer até 12 litros de bebida alcoólica por passageiro. Isso dá 16 garrafas de 750mL. E o porquê de trazer dentro da mala? Simples comodidade. Acho mais fácil na hora de transportar. E além disso já vi companhia aérea implicar em despachar caixa de vinho fechada. Isso varia de companhia para companhia. Para não correr o risco de ter que sair desesperadamente para comprar uma mala no aeroporto e ainda ter que arrumar as garrafas na nova mala, prefiro seguir o meu procedimento habitual. Já faço isso há alguns anos e tem dado super certo.
Mas vou dar uma dica. Faça isso para vinhos especiais. Não vale a pena o trabalho, o peso, nem a perda de tempo pra trazer um vinho de 5 Euros, né? Se você tem programada uma viagem àquela vinícola maravilhosa, ou se bebeu uma vinho magnífico que lhe traz boas lembranças, vale muito. Sabe aquele vinho que você aprecia e aqui no Brasil custa uma fortuna? Vale demais trazer. Aproveite para pesquisar lojas especializadas em vinho conhecidas nas cidades por onde você vai passar. Faça a compra on line, mande entregar no hotel e delicie-se com uma adega cheia de preciosidades para oferecer à família e amigos.
“Vista” a garrafa com meias grossas
Coloque uma proteção extra que normalmente você encontra nas lojas de vinho. É só pedir que eles fornecem sem custo algum
Depois desses dois passos eu ainda embrulho cada garrafa em duas sacolas plásticas para o caso de vazar ou quebrar (Isso nunca aconteceu). Na hora de arrumar na mala, faça o “dever de casa” bem direitinho. Vá arrumando a mala como de costume. Quando você notar que as primeiras camadas de roupa já tiverem formado um “colchão”, coloque as garrafas, sempre na mesma direção. Tome o cuidado de colocar meias, blusas dobradas entre as garrafas para não gerar atrito entre elas. Nas extremidades (rolha e fundo), coloque mais meias e pequenas roupas para que as garrafas não fiquem “sambando”.
O ideal é deixar a mala bem compactada. Por cima das garrafas coloque as roupas restantes e amarre com as tiras internas que vêm dentro de toda mala. Se a sua mala tiver um lado só, pode fazer uma outra camada. A minha é dividida (o fecho é no meio). Então eu coloco as garrafas em cada uma das bandas.
Olha aí cinco garrafas em uma das partes da mala.
Amarre bem apertado para deixar bem compacto
Curioso pra saber a quantidade? Acertou quem disse 18. Nove garrafas em cada mala. Não esqueça de verificar com a companhia aérea o peso da bagagem permitido por pessoa. E lembre que cada garrafa pesa aproximadamente 1,5kg.
Boa viagem e muitos brindes para todos!
Moda Gourmet - por Ana Flávia Dodl
Os Vinhos e as Sobremesas
Tão digestivo quanto os licores, porém, mais eclético e suscetível à harmonização com os pratos que encerram uma refeição, os vinhos de sobremesas ainda não conquistaram de todo seu lugar ao Sol na mesa, mesmo entre os enófilos. Incompreendidos, estes vinhos doces são geralmente interpretados como enjoativos quando bebidos solo, e taxados erroneamente de vinhos suaves em razão da doçura, que diverge dos vinhos suaves por ser natural. A espinha dorsal de um vinho doce de sobremesa é o seu equilíbrio, que se notabiliza pela equação acidez x maciez, onde a acidez é aportada pelos ácidos que derivam das uvas (cítrico, tartárico, málico e láctico) e a maciez é aportada pelos açúcares (glicose e frutose) residuais (não fermentados) e pela glicerina, derivado do álcool que lubrifica a mucosa bucal, dando ao palato esta sensação de maciez. Os vinhos de sobremesa podem ser Espumantes, a exemplo do Asti e Moscatel; Botrytizados, a exemplo do Sauternes francês; Fortificados, a exemplo do Porto e Madeira portugueses; Late Harvest, (colheita tardia), elaborados com uvas sobre-maduras e passificadas, elaborados com uvas postas a secar depois de colhidas, a exemplo do Passito e Recioto, da Sicília e Veneto respectivamente.
Como e Quando Apreciar
Qualquer que seja o tipo e o estilo, o teor de açúcar (variável) é sempre elevado e claramente perceptível na boca, e sua harmonização mais adequada se dará em razão da cor, estrutura, nível de açúcar e tipo (fortificado ou não fortificado). Para pratos de sobremesa de sabor mais intenso a base de chocolate, café, menta ou oleaginosas (noz, castanha, amêndoas), convém recorrer a vinhos de maior estrutura (fortificados) como Porto, Moscatel de Setúbal, Madeira e outros. Para pratos de sobremesas mais leves a base de frutas tropicais ácidas com sorvetes, bolos confeitados e massas, convêm recorrer a vinhos de sobremesas não fortificados. Mas em qualquer dos casos o vinho terá que ser sempre mais doce do que o alimento, do contrário será percebido como amargo na boca. Duas outras considerações importantes são a ordem de serviço, sempre ao final com a sobremesa para encerrar a refeição e a temperatura de serviço, que variará entre 8ºC e 14ºC, ficando as mais baixas para os espumantes e brancos não fortificados e as mais altas para os tintos fortificados. Outro dado importante é que estes vinhos contam com um fôlego extra na garrafa, aportado pelo açúcar e acidez elevados, que os conserva por mais tempo que um vinho normal depois de abertos.
Fonte: Tribuna do Norte - Meditando na Adega
Como e Quando Apreciar
Qualquer que seja o tipo e o estilo, o teor de açúcar (variável) é sempre elevado e claramente perceptível na boca, e sua harmonização mais adequada se dará em razão da cor, estrutura, nível de açúcar e tipo (fortificado ou não fortificado). Para pratos de sobremesa de sabor mais intenso a base de chocolate, café, menta ou oleaginosas (noz, castanha, amêndoas), convém recorrer a vinhos de maior estrutura (fortificados) como Porto, Moscatel de Setúbal, Madeira e outros. Para pratos de sobremesas mais leves a base de frutas tropicais ácidas com sorvetes, bolos confeitados e massas, convêm recorrer a vinhos de sobremesas não fortificados. Mas em qualquer dos casos o vinho terá que ser sempre mais doce do que o alimento, do contrário será percebido como amargo na boca. Duas outras considerações importantes são a ordem de serviço, sempre ao final com a sobremesa para encerrar a refeição e a temperatura de serviço, que variará entre 8ºC e 14ºC, ficando as mais baixas para os espumantes e brancos não fortificados e as mais altas para os tintos fortificados. Outro dado importante é que estes vinhos contam com um fôlego extra na garrafa, aportado pelo açúcar e acidez elevados, que os conserva por mais tempo que um vinho normal depois de abertos.
Fonte: Tribuna do Norte - Meditando na Adega
Rio Grande do Sul ganha nova rota de enoturismo
Lançada durante o Festival do Turismo de Gramado, a Rota dos Vinhos dos Altos Montes, a cerca de duas horas de Porto Alegre, é o mais novo destino de enoturismo do Estado do Rio Grande do Sul. Localizado na Serra Gaúcha, nas cidades de Flores da Cunha e Nova Pádua, o roteiro conta com 11 vinícolas: Casa Venturini, Fabian, Luiz Argenta, Mioranza, Nova Aliança, Oremus, Panizzon, Salvador, Terrasul, Valdemiz e Viapiana.
De acordo com o secretário de Turismo de Flores da Cunha, Floriano Molon, a cidade possui 4.500 hectares de vinhedos plantados e um total de 190 vinícolas: “Somos o maior produtor de vinho e uva do Brasil, com 100 milhões de litros de vinho produzidos por ano”, enfatiza. Segundo ele, Bento Gonçalves, um dos destinos de enoturismo mais conhecidos no estado, produz a metade. “Alcançamos essa produção por causa do vinho de mesa, mas eles lideram quando o assunto é vinho fino”, explica. De acordo com Molon, o município, no próximo ano, irá alcançar a liderança também na produção de uva.
Os Altos Montes, como a região é conhecida, possuem serras de 600 a 800 metros acima do nível do mar, sendo mais alta que o Vale dos Vinhedos, cuja altitude média é de 690 metros. Com alta amplitude térmica, o que significa baixas temperaturas no inverno, com incidência de neve nos picos mais altos e, no verão, altas temperaturas durante o dia e baixas temperaturas durante a noite, a área conta com excelentes características para a produção de vinhos: “Para os vinhedos, quanto maior a amplitude térmica, maior a coloração das uvas e, junto com a fertilidade do solo rico em nutrientes, temos como resultado vinhos de boa estrutura, aroma e acidez, de sabor inigualável”, afirma Paulo Tonet, presidente da Associação de Produtores dos Vinhos dos Altos Montes e sócio-proprietário da Terrasul Vinhos Finos.
As vinícolas pertencentes aos Altos Montes possuem alto padrão tecnológico para vinificação – como o processo por gravidade, por exemplo, da Luiz Argenta, com similar em apenas outras três vinícolas no país – originando vinhos e espumantes com diversas premiações nacionais e internacionais. Para completar o roteiro, Flores da Cunha oferece ainda enogastronomia de qualidade internacional.
Na cidade, fica localizada a Escola de Gastronomia UCS-ICIF, um centro de ensino em gastronomia italiana, enogastronomia e panificação que tem a chancela da Universidade de Caxias do Sul e do ICIF - Italian Culinary Institute for Foreigners, renomado órgão com sede no castelo medieval de Costiglione d'Asti, na região de Monferrato, no norte da Itália. A Escola possui um restaurante próprio, chamado Dolce Itália. Flores da Cunha possui 26 mil habitantes e cinco hotéis turísticos. Já a cidade de Nova Pádua, com 2.400 moradores, oferece apenas um hotel de categoria turística.
Folha do Turismo Por: Thais Hernandes
De acordo com o secretário de Turismo de Flores da Cunha, Floriano Molon, a cidade possui 4.500 hectares de vinhedos plantados e um total de 190 vinícolas: “Somos o maior produtor de vinho e uva do Brasil, com 100 milhões de litros de vinho produzidos por ano”, enfatiza. Segundo ele, Bento Gonçalves, um dos destinos de enoturismo mais conhecidos no estado, produz a metade. “Alcançamos essa produção por causa do vinho de mesa, mas eles lideram quando o assunto é vinho fino”, explica. De acordo com Molon, o município, no próximo ano, irá alcançar a liderança também na produção de uva.
Os Altos Montes, como a região é conhecida, possuem serras de 600 a 800 metros acima do nível do mar, sendo mais alta que o Vale dos Vinhedos, cuja altitude média é de 690 metros. Com alta amplitude térmica, o que significa baixas temperaturas no inverno, com incidência de neve nos picos mais altos e, no verão, altas temperaturas durante o dia e baixas temperaturas durante a noite, a área conta com excelentes características para a produção de vinhos: “Para os vinhedos, quanto maior a amplitude térmica, maior a coloração das uvas e, junto com a fertilidade do solo rico em nutrientes, temos como resultado vinhos de boa estrutura, aroma e acidez, de sabor inigualável”, afirma Paulo Tonet, presidente da Associação de Produtores dos Vinhos dos Altos Montes e sócio-proprietário da Terrasul Vinhos Finos.
As vinícolas pertencentes aos Altos Montes possuem alto padrão tecnológico para vinificação – como o processo por gravidade, por exemplo, da Luiz Argenta, com similar em apenas outras três vinícolas no país – originando vinhos e espumantes com diversas premiações nacionais e internacionais. Para completar o roteiro, Flores da Cunha oferece ainda enogastronomia de qualidade internacional.
Na cidade, fica localizada a Escola de Gastronomia UCS-ICIF, um centro de ensino em gastronomia italiana, enogastronomia e panificação que tem a chancela da Universidade de Caxias do Sul e do ICIF - Italian Culinary Institute for Foreigners, renomado órgão com sede no castelo medieval de Costiglione d'Asti, na região de Monferrato, no norte da Itália. A Escola possui um restaurante próprio, chamado Dolce Itália. Flores da Cunha possui 26 mil habitantes e cinco hotéis turísticos. Já a cidade de Nova Pádua, com 2.400 moradores, oferece apenas um hotel de categoria turística.
Folha do Turismo Por: Thais Hernandes
Estrela do basquete Yao Ming vira exportador de vinhos para a China
Yao Ming lembra que em sua infância em Xangai vinho era servido com cubos de gelo. Só depois que o astro chinês do basquete de 2,3 metros de altura passou algum tempo com o companheiro de equipe da NBA, a liga americana de basquete, Dikembe Mutombo, um jogador congolês de 2,1 metros, ele passou a apreciar vinho.
Yao Ming lança o primeiro vinho de sua vinícola em Xangai.
"Sempre ficava olhando para ele em nossos jantares e às vezes perguntava 'por que você está fazendo isso?'", conta Yao, girando um copo imaginário. "E eu só tentava copiá-lo."
Agora aposentado e de volta à sua cidade natal, o jogador se transformou em um inusitado perito e pioneiro do mercado chinês de vinho. Aos 31 anos, ele está lançando sua própria vinícola californiana, a Yao Family Wines, orientada exclusivamente para o mercado chinês.
Distribuídas pela gigante francesa de bebidas Pernod Ricard SA, as garrafas da primeira leva de 5000 caixas serão rotuladas apenas como Yao Ming e têm como meta o mercado de luxo.
O vinho, feito com uvas Cabernet Sauvignon colhidas em 2009 no Vale de Napa, na Califórnia, é vendido a 1775 yuans (US$ 289) por garrafa (o preço inclui uma taxa de importação de 27% e 17% de imposto sobre as vendas de varejo). Um Segundo vinho, chamado Yao Family Reserve, será lançado no final deste ano, e a pequena produção de 500 caixas será ainda mais cara.
"Eu realmente gosto do Vale de Napa", diz o ex-jogador. "A Califórnia representa férias, vida leve, sol — tudo relacionado a uma boa qualidade de vida."
A Califórnia não poderia ter melhor garoto-propaganda na China do que Yao. Ele é uma das maiores estrelas nacionais e é considerado responsável pelo aumento do interesse chinês pela NBA. Durante suas nove temporadas no Houston Rockets, as partidas eram transmitidas pela televisão nacional da China, e ele foi escolhido para carregar a bandeira chinesa durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim. Yao já foi estrelou comerciais de tudo, desde produtos da Apple até o restaurante chinês do seu pai em Houston.
A admiração de Yao por vinho cresceu em paralelo à aceitação da bebida em seu país — o consumo de vinho na China dobrou de 2005 a 2009. Porém, os vinhos importados pela China eram predominantemente da França, e ele viu uma oportunidade no mercado para os vinhos californianos.
Yao pediu à BDA Sports International, agência que o representa, para explorar a ideia de começar sua própria vinícola no Vale de Napa. Em 2009, com o apoio da BDA, ele encontrou um grupo de especialistas em vinho, entre eles o renomado produtor Tom Hinde, para ajudá-lo a realizar seu projeto. "Experimentamos diversos vinhos juntos e conseguimos conhecê-lo de uma maneira que pudemos expressar a personalidade dele no vinho", disse Hinde. "Ele é fisicamente imponente, mas também muito apresentável e gentil. Nós quisemos capturar isso no vinho."
Hinde afirma que a Yao Family Wines não é um negócio efêmero para tirar proveito da fase de crescimento da indústria chinesa de vinho e da fama da celebridade antes que qualquer uma das duas enfraqueça. Ele conta que o plano de negócios da empresa é baseado em um período de dez anos.
Hinde e outras quatro pessoas envolvidas com a vinícola são acionistas minoritários na empresa, enquanto Yao é o principal proprietário. Yao e sua equipe não informam quanto foi investido no negócio, mas especialistas no setor estimam que são necessários entre US$ 2 a US$ 5 milhões para colocar uma vinícola em produção total.
Enquanto quase todo vinho vendido na China provém de fontes domésticas, o mercado de importação cresceu substancialmente. As importações de vinhos engarrafados — ao contrário do vinho barato importado em grandes tanques para ser engarrafado na China — cresceu 240% de 2008 a 2010, de acordo com dados das autoridades alfandegárias da China.
Chad Ingraham for The Wall Street Journal
Yao Ming lança o primeiro vinho de sua vinícola em Xangai.
"Sempre ficava olhando para ele em nossos jantares e às vezes perguntava 'por que você está fazendo isso?'", conta Yao, girando um copo imaginário. "E eu só tentava copiá-lo."
Agora aposentado e de volta à sua cidade natal, o jogador se transformou em um inusitado perito e pioneiro do mercado chinês de vinho. Aos 31 anos, ele está lançando sua própria vinícola californiana, a Yao Family Wines, orientada exclusivamente para o mercado chinês.
Distribuídas pela gigante francesa de bebidas Pernod Ricard SA, as garrafas da primeira leva de 5000 caixas serão rotuladas apenas como Yao Ming e têm como meta o mercado de luxo.
O vinho, feito com uvas Cabernet Sauvignon colhidas em 2009 no Vale de Napa, na Califórnia, é vendido a 1775 yuans (US$ 289) por garrafa (o preço inclui uma taxa de importação de 27% e 17% de imposto sobre as vendas de varejo). Um Segundo vinho, chamado Yao Family Reserve, será lançado no final deste ano, e a pequena produção de 500 caixas será ainda mais cara.
"Eu realmente gosto do Vale de Napa", diz o ex-jogador. "A Califórnia representa férias, vida leve, sol — tudo relacionado a uma boa qualidade de vida."
A Califórnia não poderia ter melhor garoto-propaganda na China do que Yao. Ele é uma das maiores estrelas nacionais e é considerado responsável pelo aumento do interesse chinês pela NBA. Durante suas nove temporadas no Houston Rockets, as partidas eram transmitidas pela televisão nacional da China, e ele foi escolhido para carregar a bandeira chinesa durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim. Yao já foi estrelou comerciais de tudo, desde produtos da Apple até o restaurante chinês do seu pai em Houston.
A admiração de Yao por vinho cresceu em paralelo à aceitação da bebida em seu país — o consumo de vinho na China dobrou de 2005 a 2009. Porém, os vinhos importados pela China eram predominantemente da França, e ele viu uma oportunidade no mercado para os vinhos californianos.
Yao pediu à BDA Sports International, agência que o representa, para explorar a ideia de começar sua própria vinícola no Vale de Napa. Em 2009, com o apoio da BDA, ele encontrou um grupo de especialistas em vinho, entre eles o renomado produtor Tom Hinde, para ajudá-lo a realizar seu projeto. "Experimentamos diversos vinhos juntos e conseguimos conhecê-lo de uma maneira que pudemos expressar a personalidade dele no vinho", disse Hinde. "Ele é fisicamente imponente, mas também muito apresentável e gentil. Nós quisemos capturar isso no vinho."
Hinde afirma que a Yao Family Wines não é um negócio efêmero para tirar proveito da fase de crescimento da indústria chinesa de vinho e da fama da celebridade antes que qualquer uma das duas enfraqueça. Ele conta que o plano de negócios da empresa é baseado em um período de dez anos.
Hinde e outras quatro pessoas envolvidas com a vinícola são acionistas minoritários na empresa, enquanto Yao é o principal proprietário. Yao e sua equipe não informam quanto foi investido no negócio, mas especialistas no setor estimam que são necessários entre US$ 2 a US$ 5 milhões para colocar uma vinícola em produção total.
Enquanto quase todo vinho vendido na China provém de fontes domésticas, o mercado de importação cresceu substancialmente. As importações de vinhos engarrafados — ao contrário do vinho barato importado em grandes tanques para ser engarrafado na China — cresceu 240% de 2008 a 2010, de acordo com dados das autoridades alfandegárias da China.
Chad Ingraham for The Wall Street Journal
sexta-feira, novembro 25, 2011
Serra catarinense apresenta deliciosos vinhos com a Sauvignon Blanc
Os principais vinhos brancos do Brasil podem ser divididos em duas categorias bem distintas, quase opostas: são os Chardonnay com passagem em barrica, untuosos e, muitas vezes, pesados e demasiadamente amanteigados, e os Sauvignon Blanc, leves, frescos, minerais e cítricos, e que devem ser bebidos o mais jovem possível (evite, hoje, safras anteriores a 2010). Neste segundo time, com características perfeitas para serem apreciadas nos dias quentes do verão que vai chegando, os melhores exemplares brasileiros são produzidos na serra catarinense, nos chamados vinhedos de altitude. Nem todas as vinícolas da região, porém, perceberam o potencial desta uva. Mas as que apostaram nela estão colhendo ótimos frutos, caso da Villa Francioni, a mais famosa do pedaço, da Sanjo e da Santa Augusta.
Orgalindo Bettú, enólogo da Villa Francioni, diz que está satisfeito com os resultados já alcançados no município de São Joaquim.
— Acreditamos que variedades aromáticas como a Sauvignon Blanc apresentam um bom potencial acima dos 800 metros do nível do mar. Além de excelentes uvas, sãs e maduras, com acidez equilibrada, bom potencial alcoólico e aromas agradáveis e complexos, conseguimos colher da Sauvignon Blanc na safra de 2011 uvas botritizadas — diz ele, apresentando a novidade (uvas botritizadas, atacadas por um fungo, dão origem a vinhos doces, como os Sauternes). — Só as consideradas grandes regiões vinícolas ao redor do mundo conseguem este patamar qualitativo de uvas e seus consequentes vinhos secos e doces. Sem dúvidas, já temos resultados promissores.
A Sanjo é uma moderna cooperativa de descendentes de japoneses que se destaca na produção de maçãs, também na cidade de São Joaquim, capital nacional desta fruta, e que vem chamando a atenção também na elaboração de vinhos, como o Núbio. Nos últimos anos, para diversificar os negócios e percebendo o enorme potencial que as montanhas catarinenses apresentam para a produção de vinhos finos, resolveram investir na viticultura. Há bons tintos e rosados sendo feitos por eles, mas o grande destaque é mesmo o Sauvignon Blanc, com aromas de frutas como abacaxi, maracujá e limão, fresco e agradável.
O Sauvignon Blanc é um vinho que deve ser apreciado bem frio, de preferência colocado em baldes com bastante gelo. Ótimo para se fazer um brinde entre amigos numa tarde quente, e também para a comida: pode acompanhar as ostras de Santa Catarina, e pratos com peixes e frutos do mar com receitas simples, valorizando o frescor dos pescados, podendo, inclusive, entrar no preparo dos pratos, como camarões salteados no alho e azeite, vieiras ao forno na manteiga de limão ou mexilhões à provençal. Também são uma ótima escolha para pratos com peixes crus, como carpaccios, tartares, sushis e sashimis, bem como os peixes cozidos a frio, como os ceviches, tão na moda ultimamente.
Por Bruno Agostini: Esta reportagem foi escrita para a Revista do O Globo do dia 20/11.
Orgalindo Bettú, enólogo da Villa Francioni, diz que está satisfeito com os resultados já alcançados no município de São Joaquim.
— Acreditamos que variedades aromáticas como a Sauvignon Blanc apresentam um bom potencial acima dos 800 metros do nível do mar. Além de excelentes uvas, sãs e maduras, com acidez equilibrada, bom potencial alcoólico e aromas agradáveis e complexos, conseguimos colher da Sauvignon Blanc na safra de 2011 uvas botritizadas — diz ele, apresentando a novidade (uvas botritizadas, atacadas por um fungo, dão origem a vinhos doces, como os Sauternes). — Só as consideradas grandes regiões vinícolas ao redor do mundo conseguem este patamar qualitativo de uvas e seus consequentes vinhos secos e doces. Sem dúvidas, já temos resultados promissores.
A Sanjo é uma moderna cooperativa de descendentes de japoneses que se destaca na produção de maçãs, também na cidade de São Joaquim, capital nacional desta fruta, e que vem chamando a atenção também na elaboração de vinhos, como o Núbio. Nos últimos anos, para diversificar os negócios e percebendo o enorme potencial que as montanhas catarinenses apresentam para a produção de vinhos finos, resolveram investir na viticultura. Há bons tintos e rosados sendo feitos por eles, mas o grande destaque é mesmo o Sauvignon Blanc, com aromas de frutas como abacaxi, maracujá e limão, fresco e agradável.
O Sauvignon Blanc é um vinho que deve ser apreciado bem frio, de preferência colocado em baldes com bastante gelo. Ótimo para se fazer um brinde entre amigos numa tarde quente, e também para a comida: pode acompanhar as ostras de Santa Catarina, e pratos com peixes e frutos do mar com receitas simples, valorizando o frescor dos pescados, podendo, inclusive, entrar no preparo dos pratos, como camarões salteados no alho e azeite, vieiras ao forno na manteiga de limão ou mexilhões à provençal. Também são uma ótima escolha para pratos com peixes crus, como carpaccios, tartares, sushis e sashimis, bem como os peixes cozidos a frio, como os ceviches, tão na moda ultimamente.
Por Bruno Agostini: Esta reportagem foi escrita para a Revista do O Globo do dia 20/11.
terça-feira, novembro 22, 2011
Alentejo – Entre o Tradicional e o Moderno
Acabo de chegar de Portugal, onde a convite da CVRA – Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, passei quatro dias visitando vinícolas em companhia de jornalistas do Rio de Janeiro e de Angola.
Tendo como anfitriões a simpática e competente Maria Amélia Vaz da Silva e Tiago Caravana, do departamento de marketing, visitei oito vinícolas, provei quase uma centena de vinhos e desfrutei da maravilhosa culinária alentejana. Dentre vinhos de elaboração em talhas de terracota, como eram feitos os vinhos na época dos romanos, até elaborações modernas, com a ajuda de robôs, tive a oportunidade de conhecer dois Alentejos, o tradicional e o moderno.
A CVRA foi criada em 1989 e tem como objetivo certificar os vinhos da região em “DOC Alentejo” e “Vinho Regional Alentejano”. É responsável pela promoção dos Vinhos do Alentejo no mercado português e em mercados internacionais. A sua atividade é financiada por meio da venda dos selos de certificação que integram os contrarrótulos dos Vinhos do Alentejo.
• DOC - Denominação de Origem Controlada: Designação atribuída a vinhos de qualidade produzidos em regiões geograficamente limitadas, que cumprem um conjunto de regras que definem as características dos solos, castas autorizadas, práticas de vinificação, teor alcoólico, tempo de estágio, etc
• Vinho Regional: Classificação dada a vinhos de mesa com indicação da região de origem. São vinhos produzidos na região específica cujo nome adotam, elaborados com um mínimo de 85% de uvas provenientes da mesma região, de castas autorizadas
Região produtora de elevada qualidade de vinhos, o plantio da vinha nesta região remonta ao período romano, como atestam vestígios datados dessa época, nomeadamente grainhas de uvas descobertas nas ruínas de São Cucufate, perto da Vidigueira, e alguns lagares romanos.
A utilização de talhas de terracota, destinadas à fermentação do mosto e ao armazenamento do vinho, ainda é encontrada em algumas das suas adegas.
Situado na zona sul do país, o Alentejo é uma região essencialmente plana, evidenciando alguns acidentes de relevo, não muito elevados, mas que o influenciam de forma marcante.
Caracteriza-se por condições climáticas acentuadamente mediterrânicas, apresentando, no entanto, várias zonas de microclima continental. As temperaturas médias do ano variam de 15 a 17,5º, observando-se igualmente a existência de grandes amplitudes térmicas e a ocorrência de Verões excessivamente quentes e secos. A precipitação média varia de 500 a 800mm.
Os solos caracterizam-se pela sua diversidade, variando entre os graníticos de "Portalegre", os derivados de calcários cristalinos de "Borba", os mediterrânicos pardos e vermelhos de "Évora", "Granja/Amareleja" e "Moura", e os xistosos de "Redondo", "Reguengos" e "Vidigueira". A DOC "Alentejo" compreende as oito Sub-Regiões mencionadas.
Presidida atualmente por Dora Simões, a CVRA tem feito um excelente trabalho de promoção e divulgação dos Vinhos do Alentejo. Angola e Brasil são hoje os países que lideram as importações de seus vinhos.
HERDADE DO MOUCHÃO
Adquirida no final do século XIX pelo inglês John Reynolds, a propriedade de 900ha , denominada Herdade do Mouchão, dando seguimento à atividade corticeira iniciada pelo seu avô, adicionou a produção de vinhos. Plantaram-se várias vinhas e, em 1901, construiu-se uma adega tradicional, de grossas e brancas paredes de adobe e um elevado pé direito, coberto por um magnífico telhado de telhas portuguesas. Foi também por iniciativa de John que as primeiras plantas da casta Alicante Bouschet foram trazidas da França e introduzidas na região. Atualmente são 38ha de vinhas, sendo que as mais antigas são aquelas onde estão as Alicante Bouschet.
Atualmente tendo como enólogo o competente Paulo Laureano, produz os seguintes vinhos: Dom Rafael Tinto e Branco, Ponte das Canas Tinto, Mouchão, Mouchão Colheitas Antigas, Mouchão Tonel 3-4 e um licoroso. Produz também um excelente azeite de Oliva. São trazidos para o Brasil pela importadora Adega Alentejana.
O Mouchão é um clássico entre os clássicos, vinhos intemporais que, ano após ano, expressam de forma direta e transparente o terroir. O Mouchão Tonel 3-4, elaborado apenas em anos especiais, é, para mim, um dos melhores vinhos tintos de Portugal e do mundo.
Vinhos degustados:
• Dom Rafael Branco 2010 – Castas: Antão Vaz, Arinto e Perrum. Vinificação em inox, sem madeira. Verdeal, com notas de fruta tropical fresca, alguma mineralidade e ligero floral. Leve fresco e elegante.
• Dom Rafael Tinto 2009 – Castas: Alicante Bouschet, Trincadeira e Aragonez. Vinificação em Lagar, estágio de 12 meses em barricas de 225l e seis meses em garrafa. Cor granada com aromas de frutas silvestres, alguma menta e especiarias. Bom corpo, fresco e com taninos densos.
• Ponte Das Canas 2008 – Castas: Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Toriga Franca e Shiraz. Vinificação em Lagar, estágio de 18 meses em barricas novas de 225l de carvalho francês e americano e doze meses em garrafa. Cor granada intenso, com aromas florais e frutas silvestres, alguma menta, especiarias e tostados. Encorpado, elegante e persistente.
• Mouchão 2006 – Castas: Alicante Bouschet e Trincadeira. Vinificação em Lagar, estagio de 24 meses em tonéis grandes de carvalho português, macacauba e mogno e 24 meses em garrafa. Cor granada intenso, com aromas de eucalipto, menta, frutas silvestres em compota e especiarias. Encorpado, elegante complexo e persistente, tudo que se espera de um grande vinho.
• Mouchão Vinho Licoroso 2006 – Castas: Alicante Bouschet e Trincadeira. Vinificação em Lagar, estágio de 48 meses em tonéis de 1000l de carvalho português e dois meses em garrafas. Elaborado pelo mesmo processo dos vinhos do Porto, possui cor granada intenso, com aromas de ameixa e frutas silvestres maduras. Estilo Porto LBV, não me empolgou.
HERDADE DAS SERVAS
A família Serrano Mira zela por um património vinícola de 200 hectares em Estremoz, dividido em três vinhas: Azinhal , Judia e Servas . As idades das vinhas estão compreendidas entre os 20 e 60 anos, exceto a Vinha das Servas, plantada em Janeiro de 2007.
Plantam atualmente: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Merlot, Petit Verdot, Sangiovese, Syrah, Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira e Vinhão, nas tintas e Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Encruzado, Rabo de Ovelha, Roupeiro, Semillon, Verdelho e Viognier, nas brancas.
As vinhas são seguidas por uma equipe de viticultura, liderada por Carlos Mira e assessorado pelo Prof. Yvon Bugaret, especialista em doenças na vinha e professor na Universidade de Bordeaux, que faz um acompanhamento permanente através da estação meteorológica. A vinificação fica por conta dos enólogos Tiago Garcia e Luís Mira. Vinhos modernos, homogêneos, consistentes e fáceis de beber, mesmo jovens.
Elaboram três linhas de vinhos: Herdade das Servas, Monte das Servas e Vinha das Servas.
Vinhos degustados:
• Monte das Servas Escolha Branco 2010 – Castas: Roupeiro (70%), Antão Vaz (30%). Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, com notas de maracujá e limão. Toques de mel. Bom corpo, boa acidez, fácil de beber.
• Herdade das Servas Branco 2010 – Castas: Roupeiro (50%), Viognier (25%), Verdelho (25%). Vinificado em inox, com estágio parcial em madeira. Frutado. Toques de abacaxi. Boca fresca, untuoso e persistente. Muito Bom!
• Monte das Servas Escolha Tinto 2010 – Castas: Aragonez, Touriga Nacional, Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet. Vinificado em inox, sem madeira. Frutas vermelhas frescas. Macio, boa acidez, fácil de beber.
• Monte das Servas Colheita Selecionada Tinto 2009 - Castas: Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Trincadeira, Aragonez. Vinificado em inox, 50% do vinho passa em madeira. Frutas de bosque frescas, toques de ameixa. Madeira bem equilibrada, taninos macios, bom corpo e acidez.
• Herdade das Servas Tinto 2009 - Castas: Aragonez, Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Syrah. Vinificado em inox. Afinamento durante 8 meses em barricas usadas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 6 meses em garrafa. Cor ruby escuro, aroma de frutos vermelhos maduros, bem integrados com a madeira, na boca é redondo, concentrado, com um final agradável e persistente.
• Herdade das Servas Touriga Nacional 2008 - Castas: 100% Touriga Nacional. Vinificado em inox. Afinamento durante 8 meses em barricas usadas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 6 meses em garrafa. Cor violeta escuro, aromas florais sugerindo violetas e flor de laranjeira, integrados com frutos pretos bem maduros, madeira no ponto, sabor intenso, macio, bastante elegante, com taninos robustos que lhe garante uma boa longevidade.
• Herdade das Servas Syrah /Touriga Nacional 2008 - Castas: Syrah (70%), Touriga Nacional (30%). Após maceração pré-fermentativa a 8-10º, a fermentação alcoólica ocorre em lagares de inox à temperatura de 26-28º, com remontagens mecânicas do robot pisador/imersor. Afinamento durante 8 meses em barricas usadas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 6 meses em garrafa. Cor violeta escuro, aromas florais sugerindo violetas integrados com frutos vermelhos bem maduros e algumas notas de especiarias e menta. Complexo e aveludado, bastante elegante, com taninos robustos e redondos que lhe garante uma boa longevidade.
• Herdade das Servas Reserva 2008 - Castas: Alicante Bouschet (50%), Touriga Nacional (25%), Syrah (25%). Após maceração pré-fermentativa a 8-10º, a fermentação alcoólica ocorre em lagares de inox à temperatura de 26-28º, com remontagens mecânicas do robot pisador/imersor. Afinamento durante 14 meses em barricas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 16 meses em garrafa. Cor ruby escuro, aroma de frutos de bosque bem maduros, sugerindo compotas, integrados com algumas especiarias, complexo e aveludado, com taninos redondos e robustos.
• Herdade das Servas Reserva 2006 – Idêntico ao anterior. Mais complexo e evoluído que o 2008. Muito bom!..é este que encontra-se à venda no Brasil atualmente.
ADEGA COOPERATIVA DE REDONDO
No século XIX, devido ao aparecimento catastrófico do oído, míldio e filoxera, os viticultores viram-se obrigados a realizar consorciações para sobreviver. Mas no século XX, a criação de adegas cooperativas veio-lhes dar novo ânimo e fazer renascer a cultura da vinha e do vinho. É neste contexto que a AcR é fundada, em 1956, por um grupo de 14 viticultores.
O potencial vínico do Alentejo foi cabalmente confirmado na década de 80, época em que a AcR iniciou uma franca expansão, visível no aumento da produção e estruturas a ela associadas. De acordo com essa filosofia de mudança, foram investidos várias centenas de milhar de euros nos setores de recepção de uva, sua transformação e armazenamento, bem como enologia, que vieram dar novo alento à Adega.
Atualmente, a produção dos vinhos Real Lavrador, Terra d'Ossa, Porta da Ravessa, Anta da Serra, Monte Ferra, Chardonnay AcR e Reserva AcR é feita em modernas instalações, permitindo a produção de 12 mil garrafas por hora.
A concessão sem limite de licenças de plantio de vinha, que tem levado a uma expansão desmesurada da vinha no Alentejo, sem haver garantia de colocação da produção no mercado, preocupa a AcR. Teme-se que a enorme quantidade de vinhos produzidos afete a qualidade reconhecida dos vinhos do Alentejo.
Esta é apenas uma das razões que leva a direção da AcR a procurar novos desafios. Tendo já conquistado o mercado nacional, há que estudar novos horizontes no mercado internacional e embora o Brasil continue a ser o país que mais consome vinhos produzidos no Alentejo, a Adega quer explorar as possibilidades abertas pelo mercado comunitário do Velho Continente, diversificando assim a origem da clientela.
Além desta aposta, a AcR tem já na manga a reformulação do vinho topo de gama, a introdução no mercado de novos produtos, bem como o reforço das vendas da generalidade das marcas. Todas estas mudanças inserem-se já na filosofia de perpetuação do bom nome da AcR, com quase 50 anos de história.
Hoje, a Adega é um dos maiores produtores de vinho da Região do Alentejo, congregando cerca de duas centenas de viticultores, cerca de 98% da sub-região do Redondo. O enólogo responsável é o competente Pedro Hipólito.
Alguns de seus vinhos encontram-se no Brasil através da Importadora Barrinhas, do Rio de Janeiro.
Vinhos degustados:
• Real Lavrador Branco 2010 – Castas: Roupeiro e Rabo de Ovelha. Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, leve de corpo, boa acidez, fácil de beber.
• Porta da Ravessa Branco 2010 – Castas: Roupeiro, Arinto e Fernão Pires. Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, toques de mel, leve de corpo, boa acidez, cítrico na boca.
• Porta da Ravessa Reserva Branco 2010 – Castas: Roupeiro, Arinto e Fernão Pires. Vinificado em inox, sem madeira. Frutado, toques de mel, médio corpo, boa acidez, mais untuoso e elegante que o anterior.
• Porta da Ravessa Rosé 2011 – Castas: 100% Aragonez. Vinificado em inox, sem madeira. Cor Cereja. Bem aromático. Frutado, tutti-frutti, leve de corpo, boa acidez.
• Real Lavrador Tinto 2010 – Castas: Basicamente Castelão. Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, leve de corpo, boa acidez, fácil de beber.
• Porta da Ravessa Tinto 2010 – Castas: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet. Vinificado em inox, sem madeira. Frutado, bom corpo, boa acidez, taninos macios.
• Porta da Ravessa Reserva Tinto 2008 – Castas: Castas: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet. Vinificado em inox, pequena passagem por madeira. Nariz elegante, fruta boa, toques de madeira, bom corpo, boa acidez, taninos macios.
• Vinificado em inox, pequena passagem por madeira. Nariz elegante, fruta boa, toques de madeira, bom corpo, boa acidez, taninos macios.
• Reserva ACR 2009 - Castas: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet. Vinificado em inox. Estagia 12 meses em barricas de carvalho francês e americano e 6 meses em garrafa. Nariz elegante, fruta madura, toques de madeira, chocolate, bom corpo, boa acidez, taninos macios.
• 100% Touriga Nacional 2009 – Vai ser lançado em breve, ainda não tem nome. Estagio em barricas francesas. Elegante, floral, caixa de chá preto, mineral. Bom corpo e taninos finos. Bom vinho!
• Premium 2009 – Vai ser lançado em breve. Base de Touriga Nacional. Estagio em barricas francesas. Ruby profundo, bem concentrado. Elegante, floral, toques de ameixa e especiariasl. Bom corpo e taninos finos. Bom vinho!
HERDADE DA MINGORRA
Nas terras quentes do Baixo Alentejo, a poucos quilómetros da cidade de Beja, existe uma das mais antigas culturas vitícolas da região. São vinhas com décadas de história que Henrique Uva preserva e rentabiliza há anos e as quais sempre quis valorizar como produtor independente.
Em 2004 concretizou-se o sonho, com o projeto Henrique Uva / Herdade da Mingorra. A Adega está devidamente enquadrada nos 1.400 ha de uma paisagem que chega a ser exuberante, tal é a diversidade de culturas e fauna, com várias bacias hidrográficas que funcionam como autênticos oásis. Um espaço onde a modernidade e a funcionalidade convivem, de forma indelével, com as técnicas mais tradicionais.
O resultado só podia ser vinhos de grande qualidade, consistentes, alguns deles até inovadores e com uma excelente relação qualidade / preço.
Recentemente lançaram a nova linha "M" Mingorra Gourmet, que consite em um vinho branco doce, elaborado a partir de uvas sobreamaduras da casta Semillon - Talhão 5, vindimadas à mão, no final de outubro e afetadas pela Botrytis Cinérea. Produzem também um excelente azeite de oliva.
No total são 1.400 ha de área, referentes às três propriedades: Herdade da Mingorra, Sociedade Agrícola do Barrinho e Herdade dos Pelados. Além dos 135 ha relativos à vinha, 325 ha são de oliveiras e os restantes de cultura tradicional e floresta. A exploração cinegética é, também, uma atividade com grande dinâmica, a caça de salto às perdizes, e está sendo estudada a construção de uma unidade de turismo rural.
Exteriormente surpreende pela forma como se enquadra na imensa planície e interiormente pela modernidade e funcionalidade. Aliás, estes foram os princípios fundamentais que nortearam o desenvolvimento do projeto por parte do arquiteto Vítor Vaz, com a indispensável colaboração do enólogo Pedro Hipólito.
Situada em plena Herdade da Mingorra, a Adega tem uma área de 2.000 m2, apenas vinifica uvas próprias e trabalha com processos de vinificação de vários níveis. No total, o investimento foi superior a dois milhões e meio de euros, sendo estudado de modo a preservar as técnicas tradicionais, com perfeita consonância com a mais alta tecnologia.
Vinhos degustados:
• Espumante Bruto Método Clássico 2009 – Castas: Antão Vaz, Arinto , Verdelho. Pouco aromático, perlage fina, boa acidez, bom corpo, média persistência.
• Terras d’Uva Branco 2010 – Castas: Antão Vaz, Arinto , Verdelho. Vinificado em inox, sem madeira. Verdeal, frutado, , médio corpo, boa acidez e persistência. Bom!
• Alfaraz Colheita Selecionada Branco 2010 - Castas: Antão Vaz, Verdelho. Fermentação em barricas novas de carvalho francês, em câmara frigorifica, seguida de batonnage durante 3 meses. Frutado, toques de mel, untuoso bom corpo, boa acidez e persistência. Muito Bom!
• Terras d’Uva Rosé 2010 – Castas: Aragonez. Ligeira maceração pré-fermentativa, seguida de fermentação a baixa temperatura. Cor cereja, frutado, groselha, médio corpo, boa acidez e persistência, sem amargor. Bom!
• Alfaraz Reserva Branco 2010 - Castas: Antão Vaz. Ligeira fermentação em barricas novas de carvalho francês, em câmara frigorífica, seguida de batonnage durante 6 meses. Nariz muito elegante, frutas secas, toques de mel. Untuoso, bom corpo, mineral, boa acidez e persistência. Excelente!
• Terras d’Uva Tinto 2010 – Castas: Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet. Vinificado em inox, sem madeira. Ligeira maceração a frio; fermentação tradicional a 26ºC; maceração prolongada durante 15 a 20 dias. Frutas vermelhas maduras, médio corpo, fresco e macio, boa persistência. Bom!
• Alfaraz Reserva Tinto 2008 - Castas: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Syrah, Touriga Nacional. Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 12 meses em carvalho francês. Ruby profundo. Frutas maduras, chocolate, tabaco. Untuoso e macio. Muito bom!
• Alfaraz Touriga Nacional 2008 - Castas: 100% Touriga Nacional. Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 12 meses em carvalho francês. Ruby profundo. Frutas maduras, ameixa, ligeiro cedro, chocolate. Untuoso e macio. Muito bom!
• Uvas Castas Tinto 2005 - Castas: 50% Alentejo (Aragonez, Alfrocheiro, Alicante Bouschet), 50% Douro (Tinta Barroca, Tinta Roriz). Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 18 meses em carvalho francês. Ruby profundo. Nariz de After-eight e frutas pretas. Muito intenso e untuoso. Muito interessante!
• Vinhas da Ira 2006 - Castas: Talhão 25: (Alfrocheiro, Aragonez, Alicante Bouschet, Touriga Nacional). Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 18 meses em carvalho francês. Ruby profundo, frutas bem maduras. Muito intenso e untuoso, boa acidez e persistência. Muito Bom!
• Amostra de Casco Fortificado – Castas: Touriga Nacional e Souzão. 12 meses de barrica. Lembra um Vintage. O melhor fortificado do Alentejo que já bebi!
Continuação em Breve.
Paulo Nicolay
Tendo como anfitriões a simpática e competente Maria Amélia Vaz da Silva e Tiago Caravana, do departamento de marketing, visitei oito vinícolas, provei quase uma centena de vinhos e desfrutei da maravilhosa culinária alentejana. Dentre vinhos de elaboração em talhas de terracota, como eram feitos os vinhos na época dos romanos, até elaborações modernas, com a ajuda de robôs, tive a oportunidade de conhecer dois Alentejos, o tradicional e o moderno.
A CVRA foi criada em 1989 e tem como objetivo certificar os vinhos da região em “DOC Alentejo” e “Vinho Regional Alentejano”. É responsável pela promoção dos Vinhos do Alentejo no mercado português e em mercados internacionais. A sua atividade é financiada por meio da venda dos selos de certificação que integram os contrarrótulos dos Vinhos do Alentejo.
• DOC - Denominação de Origem Controlada: Designação atribuída a vinhos de qualidade produzidos em regiões geograficamente limitadas, que cumprem um conjunto de regras que definem as características dos solos, castas autorizadas, práticas de vinificação, teor alcoólico, tempo de estágio, etc
• Vinho Regional: Classificação dada a vinhos de mesa com indicação da região de origem. São vinhos produzidos na região específica cujo nome adotam, elaborados com um mínimo de 85% de uvas provenientes da mesma região, de castas autorizadas
Região produtora de elevada qualidade de vinhos, o plantio da vinha nesta região remonta ao período romano, como atestam vestígios datados dessa época, nomeadamente grainhas de uvas descobertas nas ruínas de São Cucufate, perto da Vidigueira, e alguns lagares romanos.
A utilização de talhas de terracota, destinadas à fermentação do mosto e ao armazenamento do vinho, ainda é encontrada em algumas das suas adegas.
Situado na zona sul do país, o Alentejo é uma região essencialmente plana, evidenciando alguns acidentes de relevo, não muito elevados, mas que o influenciam de forma marcante.
Caracteriza-se por condições climáticas acentuadamente mediterrânicas, apresentando, no entanto, várias zonas de microclima continental. As temperaturas médias do ano variam de 15 a 17,5º, observando-se igualmente a existência de grandes amplitudes térmicas e a ocorrência de Verões excessivamente quentes e secos. A precipitação média varia de 500 a 800mm.
Os solos caracterizam-se pela sua diversidade, variando entre os graníticos de "Portalegre", os derivados de calcários cristalinos de "Borba", os mediterrânicos pardos e vermelhos de "Évora", "Granja/Amareleja" e "Moura", e os xistosos de "Redondo", "Reguengos" e "Vidigueira". A DOC "Alentejo" compreende as oito Sub-Regiões mencionadas.
Presidida atualmente por Dora Simões, a CVRA tem feito um excelente trabalho de promoção e divulgação dos Vinhos do Alentejo. Angola e Brasil são hoje os países que lideram as importações de seus vinhos.
HERDADE DO MOUCHÃO
Adquirida no final do século XIX pelo inglês John Reynolds, a propriedade de 900ha , denominada Herdade do Mouchão, dando seguimento à atividade corticeira iniciada pelo seu avô, adicionou a produção de vinhos. Plantaram-se várias vinhas e, em 1901, construiu-se uma adega tradicional, de grossas e brancas paredes de adobe e um elevado pé direito, coberto por um magnífico telhado de telhas portuguesas. Foi também por iniciativa de John que as primeiras plantas da casta Alicante Bouschet foram trazidas da França e introduzidas na região. Atualmente são 38ha de vinhas, sendo que as mais antigas são aquelas onde estão as Alicante Bouschet.
Atualmente tendo como enólogo o competente Paulo Laureano, produz os seguintes vinhos: Dom Rafael Tinto e Branco, Ponte das Canas Tinto, Mouchão, Mouchão Colheitas Antigas, Mouchão Tonel 3-4 e um licoroso. Produz também um excelente azeite de Oliva. São trazidos para o Brasil pela importadora Adega Alentejana.
O Mouchão é um clássico entre os clássicos, vinhos intemporais que, ano após ano, expressam de forma direta e transparente o terroir. O Mouchão Tonel 3-4, elaborado apenas em anos especiais, é, para mim, um dos melhores vinhos tintos de Portugal e do mundo.
Vinhos degustados:
• Dom Rafael Branco 2010 – Castas: Antão Vaz, Arinto e Perrum. Vinificação em inox, sem madeira. Verdeal, com notas de fruta tropical fresca, alguma mineralidade e ligero floral. Leve fresco e elegante.
• Dom Rafael Tinto 2009 – Castas: Alicante Bouschet, Trincadeira e Aragonez. Vinificação em Lagar, estágio de 12 meses em barricas de 225l e seis meses em garrafa. Cor granada com aromas de frutas silvestres, alguma menta e especiarias. Bom corpo, fresco e com taninos densos.
• Ponte Das Canas 2008 – Castas: Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Toriga Franca e Shiraz. Vinificação em Lagar, estágio de 18 meses em barricas novas de 225l de carvalho francês e americano e doze meses em garrafa. Cor granada intenso, com aromas florais e frutas silvestres, alguma menta, especiarias e tostados. Encorpado, elegante e persistente.
• Mouchão 2006 – Castas: Alicante Bouschet e Trincadeira. Vinificação em Lagar, estagio de 24 meses em tonéis grandes de carvalho português, macacauba e mogno e 24 meses em garrafa. Cor granada intenso, com aromas de eucalipto, menta, frutas silvestres em compota e especiarias. Encorpado, elegante complexo e persistente, tudo que se espera de um grande vinho.
• Mouchão Vinho Licoroso 2006 – Castas: Alicante Bouschet e Trincadeira. Vinificação em Lagar, estágio de 48 meses em tonéis de 1000l de carvalho português e dois meses em garrafas. Elaborado pelo mesmo processo dos vinhos do Porto, possui cor granada intenso, com aromas de ameixa e frutas silvestres maduras. Estilo Porto LBV, não me empolgou.
HERDADE DAS SERVAS
A família Serrano Mira zela por um património vinícola de 200 hectares em Estremoz, dividido em três vinhas: Azinhal , Judia e Servas . As idades das vinhas estão compreendidas entre os 20 e 60 anos, exceto a Vinha das Servas, plantada em Janeiro de 2007.
Plantam atualmente: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Merlot, Petit Verdot, Sangiovese, Syrah, Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira e Vinhão, nas tintas e Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Encruzado, Rabo de Ovelha, Roupeiro, Semillon, Verdelho e Viognier, nas brancas.
As vinhas são seguidas por uma equipe de viticultura, liderada por Carlos Mira e assessorado pelo Prof. Yvon Bugaret, especialista em doenças na vinha e professor na Universidade de Bordeaux, que faz um acompanhamento permanente através da estação meteorológica. A vinificação fica por conta dos enólogos Tiago Garcia e Luís Mira. Vinhos modernos, homogêneos, consistentes e fáceis de beber, mesmo jovens.
Elaboram três linhas de vinhos: Herdade das Servas, Monte das Servas e Vinha das Servas.
Vinhos degustados:
• Monte das Servas Escolha Branco 2010 – Castas: Roupeiro (70%), Antão Vaz (30%). Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, com notas de maracujá e limão. Toques de mel. Bom corpo, boa acidez, fácil de beber.
• Herdade das Servas Branco 2010 – Castas: Roupeiro (50%), Viognier (25%), Verdelho (25%). Vinificado em inox, com estágio parcial em madeira. Frutado. Toques de abacaxi. Boca fresca, untuoso e persistente. Muito Bom!
• Monte das Servas Escolha Tinto 2010 – Castas: Aragonez, Touriga Nacional, Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet. Vinificado em inox, sem madeira. Frutas vermelhas frescas. Macio, boa acidez, fácil de beber.
• Monte das Servas Colheita Selecionada Tinto 2009 - Castas: Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Trincadeira, Aragonez. Vinificado em inox, 50% do vinho passa em madeira. Frutas de bosque frescas, toques de ameixa. Madeira bem equilibrada, taninos macios, bom corpo e acidez.
• Herdade das Servas Tinto 2009 - Castas: Aragonez, Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Syrah. Vinificado em inox. Afinamento durante 8 meses em barricas usadas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 6 meses em garrafa. Cor ruby escuro, aroma de frutos vermelhos maduros, bem integrados com a madeira, na boca é redondo, concentrado, com um final agradável e persistente.
• Herdade das Servas Touriga Nacional 2008 - Castas: 100% Touriga Nacional. Vinificado em inox. Afinamento durante 8 meses em barricas usadas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 6 meses em garrafa. Cor violeta escuro, aromas florais sugerindo violetas e flor de laranjeira, integrados com frutos pretos bem maduros, madeira no ponto, sabor intenso, macio, bastante elegante, com taninos robustos que lhe garante uma boa longevidade.
• Herdade das Servas Syrah /Touriga Nacional 2008 - Castas: Syrah (70%), Touriga Nacional (30%). Após maceração pré-fermentativa a 8-10º, a fermentação alcoólica ocorre em lagares de inox à temperatura de 26-28º, com remontagens mecânicas do robot pisador/imersor. Afinamento durante 8 meses em barricas usadas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 6 meses em garrafa. Cor violeta escuro, aromas florais sugerindo violetas integrados com frutos vermelhos bem maduros e algumas notas de especiarias e menta. Complexo e aveludado, bastante elegante, com taninos robustos e redondos que lhe garante uma boa longevidade.
• Herdade das Servas Reserva 2008 - Castas: Alicante Bouschet (50%), Touriga Nacional (25%), Syrah (25%). Após maceração pré-fermentativa a 8-10º, a fermentação alcoólica ocorre em lagares de inox à temperatura de 26-28º, com remontagens mecânicas do robot pisador/imersor. Afinamento durante 14 meses em barricas de carvalho francês (70%) e americano (30%). Estagia 16 meses em garrafa. Cor ruby escuro, aroma de frutos de bosque bem maduros, sugerindo compotas, integrados com algumas especiarias, complexo e aveludado, com taninos redondos e robustos.
• Herdade das Servas Reserva 2006 – Idêntico ao anterior. Mais complexo e evoluído que o 2008. Muito bom!..é este que encontra-se à venda no Brasil atualmente.
ADEGA COOPERATIVA DE REDONDO
No século XIX, devido ao aparecimento catastrófico do oído, míldio e filoxera, os viticultores viram-se obrigados a realizar consorciações para sobreviver. Mas no século XX, a criação de adegas cooperativas veio-lhes dar novo ânimo e fazer renascer a cultura da vinha e do vinho. É neste contexto que a AcR é fundada, em 1956, por um grupo de 14 viticultores.
O potencial vínico do Alentejo foi cabalmente confirmado na década de 80, época em que a AcR iniciou uma franca expansão, visível no aumento da produção e estruturas a ela associadas. De acordo com essa filosofia de mudança, foram investidos várias centenas de milhar de euros nos setores de recepção de uva, sua transformação e armazenamento, bem como enologia, que vieram dar novo alento à Adega.
Atualmente, a produção dos vinhos Real Lavrador, Terra d'Ossa, Porta da Ravessa, Anta da Serra, Monte Ferra, Chardonnay AcR e Reserva AcR é feita em modernas instalações, permitindo a produção de 12 mil garrafas por hora.
A concessão sem limite de licenças de plantio de vinha, que tem levado a uma expansão desmesurada da vinha no Alentejo, sem haver garantia de colocação da produção no mercado, preocupa a AcR. Teme-se que a enorme quantidade de vinhos produzidos afete a qualidade reconhecida dos vinhos do Alentejo.
Esta é apenas uma das razões que leva a direção da AcR a procurar novos desafios. Tendo já conquistado o mercado nacional, há que estudar novos horizontes no mercado internacional e embora o Brasil continue a ser o país que mais consome vinhos produzidos no Alentejo, a Adega quer explorar as possibilidades abertas pelo mercado comunitário do Velho Continente, diversificando assim a origem da clientela.
Além desta aposta, a AcR tem já na manga a reformulação do vinho topo de gama, a introdução no mercado de novos produtos, bem como o reforço das vendas da generalidade das marcas. Todas estas mudanças inserem-se já na filosofia de perpetuação do bom nome da AcR, com quase 50 anos de história.
Hoje, a Adega é um dos maiores produtores de vinho da Região do Alentejo, congregando cerca de duas centenas de viticultores, cerca de 98% da sub-região do Redondo. O enólogo responsável é o competente Pedro Hipólito.
Alguns de seus vinhos encontram-se no Brasil através da Importadora Barrinhas, do Rio de Janeiro.
Vinhos degustados:
• Real Lavrador Branco 2010 – Castas: Roupeiro e Rabo de Ovelha. Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, leve de corpo, boa acidez, fácil de beber.
• Porta da Ravessa Branco 2010 – Castas: Roupeiro, Arinto e Fernão Pires. Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, toques de mel, leve de corpo, boa acidez, cítrico na boca.
• Porta da Ravessa Reserva Branco 2010 – Castas: Roupeiro, Arinto e Fernão Pires. Vinificado em inox, sem madeira. Frutado, toques de mel, médio corpo, boa acidez, mais untuoso e elegante que o anterior.
• Porta da Ravessa Rosé 2011 – Castas: 100% Aragonez. Vinificado em inox, sem madeira. Cor Cereja. Bem aromático. Frutado, tutti-frutti, leve de corpo, boa acidez.
• Real Lavrador Tinto 2010 – Castas: Basicamente Castelão. Vinificado em inox, sem madeira. Bem aromático. Frutado, leve de corpo, boa acidez, fácil de beber.
• Porta da Ravessa Tinto 2010 – Castas: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet. Vinificado em inox, sem madeira. Frutado, bom corpo, boa acidez, taninos macios.
• Porta da Ravessa Reserva Tinto 2008 – Castas: Castas: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet. Vinificado em inox, pequena passagem por madeira. Nariz elegante, fruta boa, toques de madeira, bom corpo, boa acidez, taninos macios.
• Vinificado em inox, pequena passagem por madeira. Nariz elegante, fruta boa, toques de madeira, bom corpo, boa acidez, taninos macios.
• Reserva ACR 2009 - Castas: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet. Vinificado em inox. Estagia 12 meses em barricas de carvalho francês e americano e 6 meses em garrafa. Nariz elegante, fruta madura, toques de madeira, chocolate, bom corpo, boa acidez, taninos macios.
• 100% Touriga Nacional 2009 – Vai ser lançado em breve, ainda não tem nome. Estagio em barricas francesas. Elegante, floral, caixa de chá preto, mineral. Bom corpo e taninos finos. Bom vinho!
• Premium 2009 – Vai ser lançado em breve. Base de Touriga Nacional. Estagio em barricas francesas. Ruby profundo, bem concentrado. Elegante, floral, toques de ameixa e especiariasl. Bom corpo e taninos finos. Bom vinho!
HERDADE DA MINGORRA
Nas terras quentes do Baixo Alentejo, a poucos quilómetros da cidade de Beja, existe uma das mais antigas culturas vitícolas da região. São vinhas com décadas de história que Henrique Uva preserva e rentabiliza há anos e as quais sempre quis valorizar como produtor independente.
Em 2004 concretizou-se o sonho, com o projeto Henrique Uva / Herdade da Mingorra. A Adega está devidamente enquadrada nos 1.400 ha de uma paisagem que chega a ser exuberante, tal é a diversidade de culturas e fauna, com várias bacias hidrográficas que funcionam como autênticos oásis. Um espaço onde a modernidade e a funcionalidade convivem, de forma indelével, com as técnicas mais tradicionais.
O resultado só podia ser vinhos de grande qualidade, consistentes, alguns deles até inovadores e com uma excelente relação qualidade / preço.
Recentemente lançaram a nova linha "M" Mingorra Gourmet, que consite em um vinho branco doce, elaborado a partir de uvas sobreamaduras da casta Semillon - Talhão 5, vindimadas à mão, no final de outubro e afetadas pela Botrytis Cinérea. Produzem também um excelente azeite de oliva.
No total são 1.400 ha de área, referentes às três propriedades: Herdade da Mingorra, Sociedade Agrícola do Barrinho e Herdade dos Pelados. Além dos 135 ha relativos à vinha, 325 ha são de oliveiras e os restantes de cultura tradicional e floresta. A exploração cinegética é, também, uma atividade com grande dinâmica, a caça de salto às perdizes, e está sendo estudada a construção de uma unidade de turismo rural.
Exteriormente surpreende pela forma como se enquadra na imensa planície e interiormente pela modernidade e funcionalidade. Aliás, estes foram os princípios fundamentais que nortearam o desenvolvimento do projeto por parte do arquiteto Vítor Vaz, com a indispensável colaboração do enólogo Pedro Hipólito.
Situada em plena Herdade da Mingorra, a Adega tem uma área de 2.000 m2, apenas vinifica uvas próprias e trabalha com processos de vinificação de vários níveis. No total, o investimento foi superior a dois milhões e meio de euros, sendo estudado de modo a preservar as técnicas tradicionais, com perfeita consonância com a mais alta tecnologia.
Vinhos degustados:
• Espumante Bruto Método Clássico 2009 – Castas: Antão Vaz, Arinto , Verdelho. Pouco aromático, perlage fina, boa acidez, bom corpo, média persistência.
• Terras d’Uva Branco 2010 – Castas: Antão Vaz, Arinto , Verdelho. Vinificado em inox, sem madeira. Verdeal, frutado, , médio corpo, boa acidez e persistência. Bom!
• Alfaraz Colheita Selecionada Branco 2010 - Castas: Antão Vaz, Verdelho. Fermentação em barricas novas de carvalho francês, em câmara frigorifica, seguida de batonnage durante 3 meses. Frutado, toques de mel, untuoso bom corpo, boa acidez e persistência. Muito Bom!
• Terras d’Uva Rosé 2010 – Castas: Aragonez. Ligeira maceração pré-fermentativa, seguida de fermentação a baixa temperatura. Cor cereja, frutado, groselha, médio corpo, boa acidez e persistência, sem amargor. Bom!
• Alfaraz Reserva Branco 2010 - Castas: Antão Vaz. Ligeira fermentação em barricas novas de carvalho francês, em câmara frigorífica, seguida de batonnage durante 6 meses. Nariz muito elegante, frutas secas, toques de mel. Untuoso, bom corpo, mineral, boa acidez e persistência. Excelente!
• Terras d’Uva Tinto 2010 – Castas: Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet. Vinificado em inox, sem madeira. Ligeira maceração a frio; fermentação tradicional a 26ºC; maceração prolongada durante 15 a 20 dias. Frutas vermelhas maduras, médio corpo, fresco e macio, boa persistência. Bom!
• Alfaraz Reserva Tinto 2008 - Castas: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Syrah, Touriga Nacional. Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 12 meses em carvalho francês. Ruby profundo. Frutas maduras, chocolate, tabaco. Untuoso e macio. Muito bom!
• Alfaraz Touriga Nacional 2008 - Castas: 100% Touriga Nacional. Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 12 meses em carvalho francês. Ruby profundo. Frutas maduras, ameixa, ligeiro cedro, chocolate. Untuoso e macio. Muito bom!
• Uvas Castas Tinto 2005 - Castas: 50% Alentejo (Aragonez, Alfrocheiro, Alicante Bouschet), 50% Douro (Tinta Barroca, Tinta Roriz). Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 18 meses em carvalho francês. Ruby profundo. Nariz de After-eight e frutas pretas. Muito intenso e untuoso. Muito interessante!
• Vinhas da Ira 2006 - Castas: Talhão 25: (Alfrocheiro, Aragonez, Alicante Bouschet, Touriga Nacional). Ligeira maceração a frio, fermentação tradicional em lagares com temperatura controlada; 18 meses em carvalho francês. Ruby profundo, frutas bem maduras. Muito intenso e untuoso, boa acidez e persistência. Muito Bom!
• Amostra de Casco Fortificado – Castas: Touriga Nacional e Souzão. 12 meses de barrica. Lembra um Vintage. O melhor fortificado do Alentejo que já bebi!
Continuação em Breve.
Paulo Nicolay
Consumo de vinho branco supera tintos na Itália
No país do Barolo e Brunello, o consumo de Franciacorta, Pinot Grigio e DOCG Prosecco supera os grandes tintos de guarda
O consumo de vinhos brancos da Itália superou o de vinhos tintos e rosados: 55% versus 45% conforme dados divulgados pela Assoenologi. Os números foram mostrados durante conferência internacional "The Wine Advocate", em Gorizia. O crescimento de vinho branco também foi registrado em outros países, especialmente, nos Estados Unidos, um dos principais mercados importadores do setor do vinho do Friuli Venezia Giulia, onde o aumento do consumo de vinhos brancos é de 19,8%. Para o próximo ano Assoenologi preve um avanço de 10%.
Segundo o estudo, este ano a venda de espumantes italianos deve crescer 4,7%, enquanto o mercado do vinho tende a diminuir 11,6% na Itália. Neste contexto, digno de nota é o crescimento de garrafas vendidas da Franciacorta (16,7% em relação a 2010). A produção de Prosecco segue dominando com 200 milhões DOC.
Postado por Walter Schumacher
O consumo de vinhos brancos da Itália superou o de vinhos tintos e rosados: 55% versus 45% conforme dados divulgados pela Assoenologi. Os números foram mostrados durante conferência internacional "The Wine Advocate", em Gorizia. O crescimento de vinho branco também foi registrado em outros países, especialmente, nos Estados Unidos, um dos principais mercados importadores do setor do vinho do Friuli Venezia Giulia, onde o aumento do consumo de vinhos brancos é de 19,8%. Para o próximo ano Assoenologi preve um avanço de 10%.
Segundo o estudo, este ano a venda de espumantes italianos deve crescer 4,7%, enquanto o mercado do vinho tende a diminuir 11,6% na Itália. Neste contexto, digno de nota é o crescimento de garrafas vendidas da Franciacorta (16,7% em relação a 2010). A produção de Prosecco segue dominando com 200 milhões DOC.
Postado por Walter Schumacher
quinta-feira, novembro 17, 2011
Le Beaujolais Nouveau Est Arrivé!
Hoje é dia de festa! Mais de 150 países comemoram a chegada da nova safra do Beaujolais Nouveau. Um evento considerado o maior case de marketing de todos os tempos.
O Beaujolais Nouveau é um vinho leve, descontraído e frutado (sugere aromas de bananas e figos). Produzido na região da Borgonha (França) a partir da variedade Gammay, ele representa, na verdade, uma espécie de avant-première do que a última colheita poderá proporcionar. Suas uvas são colhidas e vinificadas através de um processo denominado maceração carbônica. O vinho deve ser degustado no mesmo ano de sua fabricação, a uma temperatura em torno de 14ºC.
Todos os anos, a terceira quinta-feira de novembro é reservada ao lançamento do Beaujolais Nouveau. E sempre que a data bate à minha porta me transformo em um cidadão do mundo, pois bebo este tinto, que apresenta nuances violáceas, ao mesmo tempo em que russos, chineses, americanos, japoneses, australianos e franceses.
Integrar esta grande “rede social” seria um bom motivo para brindar. Mas infelizmente, em terras brasileiras, a festa já teve melhores dias. Atualmente, por conta dos enochatos de plantão, perdeu seu glamour. Afirmam que o Beaujolais Nouveau é um “vinhozinho” sem grandes predicados. Penso que esta falta de “qualidade” é o que permite que a festa seja realizada em todos os cantos do planeta. Um vinho adequado, na medida, para ser bebido em pé nos bares das cidades, nas happy-hours, e sem os rigores que um grande vinho exigiria.
No Brasil, algumas vinícolas produzem boas versões, e a um custo bem mais em conta, do Beaujolais Nouveau. Mas se você não tiver nem o original nem seu similar brasileiro, não se faça de rogado. Abra uma garrafa de Merlot Cattacini e junte-se a rede mundial de enófilos que brinda a alegria de viver.
Saúde e paz!
Fonte: Canal Cattacini
O Beaujolais Nouveau é um vinho leve, descontraído e frutado (sugere aromas de bananas e figos). Produzido na região da Borgonha (França) a partir da variedade Gammay, ele representa, na verdade, uma espécie de avant-première do que a última colheita poderá proporcionar. Suas uvas são colhidas e vinificadas através de um processo denominado maceração carbônica. O vinho deve ser degustado no mesmo ano de sua fabricação, a uma temperatura em torno de 14ºC.
Todos os anos, a terceira quinta-feira de novembro é reservada ao lançamento do Beaujolais Nouveau. E sempre que a data bate à minha porta me transformo em um cidadão do mundo, pois bebo este tinto, que apresenta nuances violáceas, ao mesmo tempo em que russos, chineses, americanos, japoneses, australianos e franceses.
Integrar esta grande “rede social” seria um bom motivo para brindar. Mas infelizmente, em terras brasileiras, a festa já teve melhores dias. Atualmente, por conta dos enochatos de plantão, perdeu seu glamour. Afirmam que o Beaujolais Nouveau é um “vinhozinho” sem grandes predicados. Penso que esta falta de “qualidade” é o que permite que a festa seja realizada em todos os cantos do planeta. Um vinho adequado, na medida, para ser bebido em pé nos bares das cidades, nas happy-hours, e sem os rigores que um grande vinho exigiria.
No Brasil, algumas vinícolas produzem boas versões, e a um custo bem mais em conta, do Beaujolais Nouveau. Mas se você não tiver nem o original nem seu similar brasileiro, não se faça de rogado. Abra uma garrafa de Merlot Cattacini e junte-se a rede mundial de enófilos que brinda a alegria de viver.
Saúde e paz!
Fonte: Canal Cattacini
terça-feira, outubro 11, 2011
Viva o sonho
Os franceses estão comprando menos vinho - em quantidade - mas aumenta o consumo dos produtos mais caros. Elodie Le Dréan, responsável pelo Departamento de Vinho de Sud de France, concorda que os mais abastados perderam menos com a crise econômica. Mas vê uma razão mais psicológica pela preferência pelo produto de maior valor. Em um momento de crise, as pessoas desejam manter o status, ou pelo menos afagar o próprio ego e consumir um vinho mais caro. Na França, nos últimos dez anos, o consumo de vinhos caiu quase pela metade.
Terra do sol
A especialista francesa em vinhos está no Brasil para promover a região do Sul da França, especialmente a localidade de Languedoc. Ela revelou a esta coluna que está nos planos a abertura de um escritório de promoção em nosso país até 2013, provavelmente em São Paulo. A Sud de France Export tem instalações em Londres, Nova York e Xangai.
Na China, a venda de vinhos de Languedoc cresceu 60% de 2009 para 2010. Se mantiver este ritmo, empata ainda em 2011 com o Canadá como principal destino dos vinhos da localidade fora da Europa e se aproxima do líder no continente, a Alemanha.
O crescimento das vendas no Brasil é ainda mais impressionante em termos percentuais (143% de 2009 para 2010), mas o valor - 309 mil euros - representa cerca de 3% do consumo chinês. Na Europa, as exportações de vinho de Languedoc vêm caindo - ou desabando, como no caso da Suécia, queda de 34%.
O objetivo da comitiva do Sul da França é divulgar a qualidade de seus vinhos a partir dos predicados da região, como as paisagens, o patrimônio histórico e a variada cozinha, explica Elodie Le Dréan.
Fonte: Monitor Mercantil Digital
Terra do sol
A especialista francesa em vinhos está no Brasil para promover a região do Sul da França, especialmente a localidade de Languedoc. Ela revelou a esta coluna que está nos planos a abertura de um escritório de promoção em nosso país até 2013, provavelmente em São Paulo. A Sud de France Export tem instalações em Londres, Nova York e Xangai.
Na China, a venda de vinhos de Languedoc cresceu 60% de 2009 para 2010. Se mantiver este ritmo, empata ainda em 2011 com o Canadá como principal destino dos vinhos da localidade fora da Europa e se aproxima do líder no continente, a Alemanha.
O crescimento das vendas no Brasil é ainda mais impressionante em termos percentuais (143% de 2009 para 2010), mas o valor - 309 mil euros - representa cerca de 3% do consumo chinês. Na Europa, as exportações de vinho de Languedoc vêm caindo - ou desabando, como no caso da Suécia, queda de 34%.
O objetivo da comitiva do Sul da França é divulgar a qualidade de seus vinhos a partir dos predicados da região, como as paisagens, o patrimônio histórico e a variada cozinha, explica Elodie Le Dréan.
Fonte: Monitor Mercantil Digital
Safra de dólares irriga o vinho argentino
Região cercada por cadeias de montanhas cobertas de neve produz os melhores Malbecs do mundo
A crise global que estremece as relações comerciais de todo o mundo parece não ter chegado ao mundo do vinho argentino. O entusiasmo por lá é tanto, que os produtores pouco estão se importando com a redução do consumo interno, hoje em 30 litros per capita, quando há 20 anos alcançava a estratosférica marca de 90 litros per capita. A ordem é seguir exportando cada vez mais para mercados tradicionais como Estados Unidos e Brasil e, se possível, entrar em novos nichos.
A safra de dólares colhida com a exportação nos últimos anos é o néctar que alimenta a euforia. E não por acaso. Até julho de 2011, a exportação de vinhos em garrafa chegou a US$ 404 milhões, um crescimento de 11,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto o preço médio subiu 6%. Em volume físico, foram 107 milhões de litros. Para efeito de comparação, o Brasil faturou apenas US$ 2,3 milhões com a exportação de 1 milhão de litros em 2010. Em compensação, importou 75,3 milhões de litros, no período, sendo 26,5 milhões do Chile e 18 milhões da Argentina, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
Mendoza, uma província árida estacionada no meio-oeste do território argentino, responde por 80% da produção vitivinícola do país. Com altitudes e temperaturas ideais ao cultivo de videiras, a região é celebrada como uma das melhores do mundo à produção de vinhos. A baixa incidência de chuvas, de não mais do que 200 milímetros por ano, exige dos produtores um esforço extra de irrigação o ano inteiro. Mas é justamente esta característica que confere à uva condições excepcionais de desenvolvimento. O clima desértico evita o ataque de pragas e, consequentemente, a necessidade de pulverização com agroquímicos. Por essas condições favoráveis, cresce no território argentino também a produção de vinhos orgânicos certificados.
Falar de vinho argentino é falar de Malbec. Embora originária do Sudoeste da França, a variedade se adaptou melhor ao solo argentino do que a qualquer outro. Lá, encontrou as condições ecológicas ideais ao seu desenvolvimento, gerando vinhos excepcionais. O país é reconhecido como o produtor dos mais refinados Malbecs, e os de Mendoza são considerados os melhores do mundo. Caiu na preferência dos americanos, hoje o principal mercado, com importações totais - incluindo outras variedades - de US$ 154,8 milhões até julho deste ano. Embora a produção e a exportação se estendam aos tintos Cabernet Sauvignon e Bonarda, entre outros, e aos brancos Chardonnay, Sauvignon Blanc e Torrontés, o Malbec sintetiza a preferência do consumidor tanto nos EUA quanto no Brasil.
Brasil na mira de los hermanos
Terceiro destino dos vinhos argentinos, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá, o Brasil é visto pelos produtores e exportadores da Argentina como uma espécie de meca potencial de consumo. Afinal, o brasileiro consome menos de 2 litros de vinho per capita anualmente (só os argentinos consomem 30 litros), o que dá a ideia da possibilidade de ampliação do mercado não só para os vinhos produzidos na Argentina como também no Brasil. E os argentinos sabem disso. A Trapiche, uma das maiores vinícolas locais, encomendou recentemente a uma consultoria um estudo sobre os hábitos de consumo da nova classe média brasileira. Lá como aqui, quem produz e vende sabe que, nos últimos 10 anos, 40 milhões de brasileiros (o equivalente à população inteira da Argentina) foram alçados a uma condição de poder de compra que merece atenção especial. "Só nas categorias de vinhos entre R$ 20,00 e R$ 40,00 a garrafa estimamos crescimento de 5% no Brasil este ano", comemora o manager da Trapiche, Ramiro Barrios. "O Brasil desponta como um enorme mercado para vinhos", emenda o economista do Consejo Federal de Inversiones da Argentina Diego Javier Gomez.
Mendoza é quase um milagre no árido deserto do país
A cidade de Mendoza, capital da província de mesmo nome, é um dos tantos locais onde a capacidade de superação do homem se materializa plenamente. As mesmas mãos que fazem o vinho fizeram os imensos diques e canais que abastecem a cidade e os parreirais o ano todo. Mendoza é quase um milagre no meio do deserto. O índice pluviométrico de 200 milímetros anuais inviabilizaria a vida na cidade não fossem os projetos de irrigação que garantem reservas e distribuição de água por canais à população e aos vinhedos durante os 365 dias do ano. Toda a água consumida não só na cidade quanto no interior da província é originária do represamento no rio Mendoza e do derretimento das geleiras eternas do chamado Cordão do Prata, uma cadeia de montanhas rochosas que integra a Cordilheira dos Andes. É no verão que a água despenca de montanhas que podem atingir até 5 mil metros de altura para abastecer as barragens.
Torrontés faz a fama de Cafayate
Nem só de tinto Malbec vive a fama argentina de grande produtora de vinhos. Uma variedade de uva branca cultivada principalmente na província de Salta, a noroeste do território, é a nova mania dos apreciadores da bebida. Trata-se da variedade Torrontés. A Argentina é o único país do mundo que a produz. Seu reconhecimento veio dos vinhedos do Vale de Cafayate, em Salta. Graças ao microclima dessa região, a videira teve ali um desenvolvimento excepcional, dando como resultado vinhos frutados, saborosos e duradouros. O Torrontés é uma variedade adaptada ao solo argentino, que teria surgido do cruzamento natural entre as uvas Moscatel e Criolla Chica.
A cidade de Cafayate, um pequeno conglomerado urbano de não mais do que 15 mil habitantes, é a porta de entrada do vale coberto de videiras. A pequena cidade recebe milhares de turistas o ano todo em busca de sossego, clima de montanha, artesanato e, naturalmente, bons vinhos.
Luiz Guimarães, de Mendoza, Argentina
Jornal do Comércio
A crise global que estremece as relações comerciais de todo o mundo parece não ter chegado ao mundo do vinho argentino. O entusiasmo por lá é tanto, que os produtores pouco estão se importando com a redução do consumo interno, hoje em 30 litros per capita, quando há 20 anos alcançava a estratosférica marca de 90 litros per capita. A ordem é seguir exportando cada vez mais para mercados tradicionais como Estados Unidos e Brasil e, se possível, entrar em novos nichos.
A safra de dólares colhida com a exportação nos últimos anos é o néctar que alimenta a euforia. E não por acaso. Até julho de 2011, a exportação de vinhos em garrafa chegou a US$ 404 milhões, um crescimento de 11,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto o preço médio subiu 6%. Em volume físico, foram 107 milhões de litros. Para efeito de comparação, o Brasil faturou apenas US$ 2,3 milhões com a exportação de 1 milhão de litros em 2010. Em compensação, importou 75,3 milhões de litros, no período, sendo 26,5 milhões do Chile e 18 milhões da Argentina, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
Mendoza, uma província árida estacionada no meio-oeste do território argentino, responde por 80% da produção vitivinícola do país. Com altitudes e temperaturas ideais ao cultivo de videiras, a região é celebrada como uma das melhores do mundo à produção de vinhos. A baixa incidência de chuvas, de não mais do que 200 milímetros por ano, exige dos produtores um esforço extra de irrigação o ano inteiro. Mas é justamente esta característica que confere à uva condições excepcionais de desenvolvimento. O clima desértico evita o ataque de pragas e, consequentemente, a necessidade de pulverização com agroquímicos. Por essas condições favoráveis, cresce no território argentino também a produção de vinhos orgânicos certificados.
Falar de vinho argentino é falar de Malbec. Embora originária do Sudoeste da França, a variedade se adaptou melhor ao solo argentino do que a qualquer outro. Lá, encontrou as condições ecológicas ideais ao seu desenvolvimento, gerando vinhos excepcionais. O país é reconhecido como o produtor dos mais refinados Malbecs, e os de Mendoza são considerados os melhores do mundo. Caiu na preferência dos americanos, hoje o principal mercado, com importações totais - incluindo outras variedades - de US$ 154,8 milhões até julho deste ano. Embora a produção e a exportação se estendam aos tintos Cabernet Sauvignon e Bonarda, entre outros, e aos brancos Chardonnay, Sauvignon Blanc e Torrontés, o Malbec sintetiza a preferência do consumidor tanto nos EUA quanto no Brasil.
Brasil na mira de los hermanos
Terceiro destino dos vinhos argentinos, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá, o Brasil é visto pelos produtores e exportadores da Argentina como uma espécie de meca potencial de consumo. Afinal, o brasileiro consome menos de 2 litros de vinho per capita anualmente (só os argentinos consomem 30 litros), o que dá a ideia da possibilidade de ampliação do mercado não só para os vinhos produzidos na Argentina como também no Brasil. E os argentinos sabem disso. A Trapiche, uma das maiores vinícolas locais, encomendou recentemente a uma consultoria um estudo sobre os hábitos de consumo da nova classe média brasileira. Lá como aqui, quem produz e vende sabe que, nos últimos 10 anos, 40 milhões de brasileiros (o equivalente à população inteira da Argentina) foram alçados a uma condição de poder de compra que merece atenção especial. "Só nas categorias de vinhos entre R$ 20,00 e R$ 40,00 a garrafa estimamos crescimento de 5% no Brasil este ano", comemora o manager da Trapiche, Ramiro Barrios. "O Brasil desponta como um enorme mercado para vinhos", emenda o economista do Consejo Federal de Inversiones da Argentina Diego Javier Gomez.
Mendoza é quase um milagre no árido deserto do país
A cidade de Mendoza, capital da província de mesmo nome, é um dos tantos locais onde a capacidade de superação do homem se materializa plenamente. As mesmas mãos que fazem o vinho fizeram os imensos diques e canais que abastecem a cidade e os parreirais o ano todo. Mendoza é quase um milagre no meio do deserto. O índice pluviométrico de 200 milímetros anuais inviabilizaria a vida na cidade não fossem os projetos de irrigação que garantem reservas e distribuição de água por canais à população e aos vinhedos durante os 365 dias do ano. Toda a água consumida não só na cidade quanto no interior da província é originária do represamento no rio Mendoza e do derretimento das geleiras eternas do chamado Cordão do Prata, uma cadeia de montanhas rochosas que integra a Cordilheira dos Andes. É no verão que a água despenca de montanhas que podem atingir até 5 mil metros de altura para abastecer as barragens.
Torrontés faz a fama de Cafayate
Nem só de tinto Malbec vive a fama argentina de grande produtora de vinhos. Uma variedade de uva branca cultivada principalmente na província de Salta, a noroeste do território, é a nova mania dos apreciadores da bebida. Trata-se da variedade Torrontés. A Argentina é o único país do mundo que a produz. Seu reconhecimento veio dos vinhedos do Vale de Cafayate, em Salta. Graças ao microclima dessa região, a videira teve ali um desenvolvimento excepcional, dando como resultado vinhos frutados, saborosos e duradouros. O Torrontés é uma variedade adaptada ao solo argentino, que teria surgido do cruzamento natural entre as uvas Moscatel e Criolla Chica.
A cidade de Cafayate, um pequeno conglomerado urbano de não mais do que 15 mil habitantes, é a porta de entrada do vale coberto de videiras. A pequena cidade recebe milhares de turistas o ano todo em busca de sossego, clima de montanha, artesanato e, naturalmente, bons vinhos.
Luiz Guimarães, de Mendoza, Argentina
Jornal do Comércio
Vinhos: Um do Alentejo e outro do Tejo eleitos os melhores da Vinipax em Beja
O tinto Herdade do Peso Ícone 2007, um regional alentejano, e o branco Marquesa de Alorna Reserva 2009, de Denominação de Origem Controlada (DOC) do Tejo, foram eleitos os melhores vinhos da feira Vinipax deste ano.
Nas categorias tinto e branco, os dois vinhos foram considerados, por um júri internacional de jornalistas e especialistas, os melhores entre os presentes na Vinipax e receberam o prémio “FIJEV-Vinipax 2011”.
O certame decorreu nos últimos três dias em Beja e reuniu cerca de 300 vinhos de produtores de referência das regiões do Alentejo, Algarve, Península de Setúbal e Tejo e o prémio foi atribuído pela Vinipax em parceria com a Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores de Vinho (FIJEV).
O tinto Herdade do Peso Ícone 2007 é produzido na Vidigueira pela Sogrape e o branco Marquesa de Alorna Reserva 2009 é produzido em Almeirim pela Quinta da Alorna.
Fonte: DiariOnline - Algarve
Nas categorias tinto e branco, os dois vinhos foram considerados, por um júri internacional de jornalistas e especialistas, os melhores entre os presentes na Vinipax e receberam o prémio “FIJEV-Vinipax 2011”.
O certame decorreu nos últimos três dias em Beja e reuniu cerca de 300 vinhos de produtores de referência das regiões do Alentejo, Algarve, Península de Setúbal e Tejo e o prémio foi atribuído pela Vinipax em parceria com a Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores de Vinho (FIJEV).
O tinto Herdade do Peso Ícone 2007 é produzido na Vidigueira pela Sogrape e o branco Marquesa de Alorna Reserva 2009 é produzido em Almeirim pela Quinta da Alorna.
Fonte: DiariOnline - Algarve
domingo, outubro 09, 2011
Vinho brasileiro. Além da Serra Gaúcha
Uma das agradáveis surpresas do tour pela Serra Gaúcha a convite do Ibravin foi conhecer produtores de outras regiões do Rio Grande do Sul que não Bento Gonçalves e adjacências. Ao menos três painéis trataram do assunto de um modo ou de outro.
As principais apostas estão no sul do estado, na região da Campanha, fronteiriça com o Uruguai. Mas a Serra do Sudeste, um pouco mais ao sul da Serra Gaúcha, os Campos de Cima da Serra, região de altitude um pouco mais ao norte, quase na fronteira de Santa Catarina e a região do Alto Uruguai, mais a oeste, também trazem surpresas.
Assim como a Miolo investe na Campanha, a Valduga aposta na Serra do Sudeste ou, como preferem chamar, Encruzilhada da Serra. Mas destes gigantes teremos outras chances de falar. Quero focar nos produtores menores ou mais novos.
A primeira vinícola instalada na Encruzilhada da Serra é a Coppeti, de quem tomei um excelente espumante charmat feito com 70% de chardonnay e o restante de cabernet sauvignon e merlot, vinificados em branco. Passa três meses em contato com as leveduras, o que lhe dá aroma de miolo de pão sutil, frutas cítricas, ótima perlage, leveza, frescor, acidez delicada. Deve chegar ao consumidor por R$ 30.
A Lidio Carraro traz da mesma região o excelente Dádivas Chardonnay 2010. Com 13% de álcool, não passa por madeira. Tem aroma lácteo, floral, acidez delicada, muita untuosidade, mineralidade e belo corpo. Sua elegância é rara em se tratando de brancos do novo mundo. R$ 45 para o consumidor final é pechincha.
Da região dos Campos de Cima da Serra, mais especificamente do município de Muitos Capões, situado entre 800 e 1.000m de altitude, a simpática Aracuri, um projeto jovem, iniciado em 2005, traz um corte de cabernet sauvignon e merlot na proporção 60/40, safra 2009, com 13,4% de álcool, sem madeira, de cor vermelho-rubi translúcida, aroma de especiarias, frutas vermelhas, equilibrado, elegante, sem nenhum defeito. Um vinho direto e honesto por R$ 38.
Da vizinha Caxias do Sul, mas com vinhedos plantados no ano de 2000 em Santa Lúcia e São Francisco, a Quinta Don Bonifácio, única a produzir vinhos finos na cidade, e com uma gama enorme de produtos que inclui suco, vinhos brancos e tintos, em garrafas e em bag-in-box, apresentou um ótimo espumante charmat rosado brut, feito com um interessante corte de merlot, sangiovese e chardonnay, safra 2010, 12% de álcool, com perlage correta, cor rosa pálido, aroma de frutas vermelhas e banana, acidez agradável, sem traço de amargor, muito equilibrado.
Já citada nesta coluna, o Antonio Dias Tannat 2008, produzido na região de Alto Uruguai, Três Palmeiras, Rio Grande do Sul, vale ser lembrado. Com produtividade de apenas 1,33 garrafas de 750 ml por planta, 14% de álcool, amadurece por dez meses em barris de carvalho francês. De cor vermelho-rubi intenso, nariz ótimo, com aromas de frutas vermelhas maduras, chocolate e café. Na boca é bem estruturado, potente, com bom corpo, taninos macios, boa acidez e um retrogosto prolongado. R$ 48,90.
A Campanha parece ser, realmente, um novo Eldorado para o vinho brasileiro. O Quinta do Seival Castas Portuguesas já o demonstrava e sua versão na casta tannat foi uma das grandes estrelas da Avaliação Nacional de Vinhos 2011.
No painel sobre a região, encontramos nosso conhecido Cordilheira de Santana Chardonnay 2005 Reserva Especial, 14% de álcool. Com 30% de passagem em madeira, tem aroma delicioso, ótima acidez, na boca é potente, untuoso e de ótima persistência. Um branco brasileiro de seis anos ainda inteiro. Completamente íntegro. Para calar a boca dos descrentes. R$ 50 a R$ 60.
A jovem Dunamis, que aposta em vinhos diretos, descomplicados e, principalmente, no seu espumante charmat, trouxe da Campanha um ótimo corte de sauvignon blanc e chardonnay, batizado com o filosófico nome Ser. Safra 2010, leve e elegante, tem 11,5% de álcool, aromas tostados, cítrico delicado e final muito agradável. Ser simples neste caso é uma qualidade. R$ 29,90 em todo o Brasil.
E, por fim, a vinícola Província de São Pedro traz uma das histórias e um dos vinhos mais sui generis da região. Parceria da família Darricarrère, franco-argelina, com dez gerações de experiência no mundo do vinho e espalhada hoje entre França, Califórnia, Uruguai e agora Brasil, com o fruticultor canadense Michel Routhier, o projeto se iniciou em 2002.
Adeptos do slow food, apresentaram um interessante cabernet sauvignon cuveé feito com 20% da safra de 2008, 14% de álcool e 80% da safra de 2009, com 12% de álcool, que resultou num vinho de 12,5%. De cor vermelho rubi translúcido, aroma de frutas vermelhas, compota, café, na boca tem paladar macio e toques de especiarias.
Ninguém pode dizer que não seja a mais francesa das jovens vinícolas brasileiras. E isto, com certeza, é sua grande contribuição ao vinho brasileiro, tão embasado na cultura do imigrante italiano. Infelizmente, o consumidor de fora de Porto Alegre terá de se esforçar para encontrar uma das 5 mil garrafas produzidas deste ótimo tinto que custa, por lá, em torno de R$ 40. Nada é perfeito.
Fonte: Maurício Tagliari
As principais apostas estão no sul do estado, na região da Campanha, fronteiriça com o Uruguai. Mas a Serra do Sudeste, um pouco mais ao sul da Serra Gaúcha, os Campos de Cima da Serra, região de altitude um pouco mais ao norte, quase na fronteira de Santa Catarina e a região do Alto Uruguai, mais a oeste, também trazem surpresas.
Assim como a Miolo investe na Campanha, a Valduga aposta na Serra do Sudeste ou, como preferem chamar, Encruzilhada da Serra. Mas destes gigantes teremos outras chances de falar. Quero focar nos produtores menores ou mais novos.
A primeira vinícola instalada na Encruzilhada da Serra é a Coppeti, de quem tomei um excelente espumante charmat feito com 70% de chardonnay e o restante de cabernet sauvignon e merlot, vinificados em branco. Passa três meses em contato com as leveduras, o que lhe dá aroma de miolo de pão sutil, frutas cítricas, ótima perlage, leveza, frescor, acidez delicada. Deve chegar ao consumidor por R$ 30.
A Lidio Carraro traz da mesma região o excelente Dádivas Chardonnay 2010. Com 13% de álcool, não passa por madeira. Tem aroma lácteo, floral, acidez delicada, muita untuosidade, mineralidade e belo corpo. Sua elegância é rara em se tratando de brancos do novo mundo. R$ 45 para o consumidor final é pechincha.
Da região dos Campos de Cima da Serra, mais especificamente do município de Muitos Capões, situado entre 800 e 1.000m de altitude, a simpática Aracuri, um projeto jovem, iniciado em 2005, traz um corte de cabernet sauvignon e merlot na proporção 60/40, safra 2009, com 13,4% de álcool, sem madeira, de cor vermelho-rubi translúcida, aroma de especiarias, frutas vermelhas, equilibrado, elegante, sem nenhum defeito. Um vinho direto e honesto por R$ 38.
Da vizinha Caxias do Sul, mas com vinhedos plantados no ano de 2000 em Santa Lúcia e São Francisco, a Quinta Don Bonifácio, única a produzir vinhos finos na cidade, e com uma gama enorme de produtos que inclui suco, vinhos brancos e tintos, em garrafas e em bag-in-box, apresentou um ótimo espumante charmat rosado brut, feito com um interessante corte de merlot, sangiovese e chardonnay, safra 2010, 12% de álcool, com perlage correta, cor rosa pálido, aroma de frutas vermelhas e banana, acidez agradável, sem traço de amargor, muito equilibrado.
Já citada nesta coluna, o Antonio Dias Tannat 2008, produzido na região de Alto Uruguai, Três Palmeiras, Rio Grande do Sul, vale ser lembrado. Com produtividade de apenas 1,33 garrafas de 750 ml por planta, 14% de álcool, amadurece por dez meses em barris de carvalho francês. De cor vermelho-rubi intenso, nariz ótimo, com aromas de frutas vermelhas maduras, chocolate e café. Na boca é bem estruturado, potente, com bom corpo, taninos macios, boa acidez e um retrogosto prolongado. R$ 48,90.
A Campanha parece ser, realmente, um novo Eldorado para o vinho brasileiro. O Quinta do Seival Castas Portuguesas já o demonstrava e sua versão na casta tannat foi uma das grandes estrelas da Avaliação Nacional de Vinhos 2011.
No painel sobre a região, encontramos nosso conhecido Cordilheira de Santana Chardonnay 2005 Reserva Especial, 14% de álcool. Com 30% de passagem em madeira, tem aroma delicioso, ótima acidez, na boca é potente, untuoso e de ótima persistência. Um branco brasileiro de seis anos ainda inteiro. Completamente íntegro. Para calar a boca dos descrentes. R$ 50 a R$ 60.
A jovem Dunamis, que aposta em vinhos diretos, descomplicados e, principalmente, no seu espumante charmat, trouxe da Campanha um ótimo corte de sauvignon blanc e chardonnay, batizado com o filosófico nome Ser. Safra 2010, leve e elegante, tem 11,5% de álcool, aromas tostados, cítrico delicado e final muito agradável. Ser simples neste caso é uma qualidade. R$ 29,90 em todo o Brasil.
E, por fim, a vinícola Província de São Pedro traz uma das histórias e um dos vinhos mais sui generis da região. Parceria da família Darricarrère, franco-argelina, com dez gerações de experiência no mundo do vinho e espalhada hoje entre França, Califórnia, Uruguai e agora Brasil, com o fruticultor canadense Michel Routhier, o projeto se iniciou em 2002.
Adeptos do slow food, apresentaram um interessante cabernet sauvignon cuveé feito com 20% da safra de 2008, 14% de álcool e 80% da safra de 2009, com 12% de álcool, que resultou num vinho de 12,5%. De cor vermelho rubi translúcido, aroma de frutas vermelhas, compota, café, na boca tem paladar macio e toques de especiarias.
Ninguém pode dizer que não seja a mais francesa das jovens vinícolas brasileiras. E isto, com certeza, é sua grande contribuição ao vinho brasileiro, tão embasado na cultura do imigrante italiano. Infelizmente, o consumidor de fora de Porto Alegre terá de se esforçar para encontrar uma das 5 mil garrafas produzidas deste ótimo tinto que custa, por lá, em torno de R$ 40. Nada é perfeito.
Fonte: Maurício Tagliari
sexta-feira, outubro 07, 2011
Você sabia que existem catorze tamanhos oficiais de garrafas de vinho!
E quanto maior é a garrafa de vinho melhor é o produto!
Desde a invenção das garrafas de vidro para envasar o vinho, surgiram muitas formas e tamanhos adotados pelos produtores, até os moldes atuais nos padrões bordaleses e borgonheses. Existiu tempo em que na Inglaterra era proibida a venda em garrafas por proteção ao consumidor, vez que os fiscais duvidavam da real quantidade envasada. Naquela época (iníco séc.XX) o próprio cliente levava seu vasilhame para encher de vinho. Que doideira, hein... A garrafa na foto é do famoso champanhe Drappier, de 30 Lt (40 grfs.), medindo 1,21 metros, que é produzida apenas 20 por ano!
Mas hoje usamos as garrafas de vidro com os formatos abaixo, cuja lista me foi apresentada por Raquel Alves, da confraria Amigas do Vinho e minha professora da cadeira de Vinhos, da Faculdade. Vamos a elas - anotem aí no caderninho mais esta CURIOSIDADE:
•Standard – 750ml
•Magnum – 1,5 Lt (equivalente a 2 garrafas standard)
•Double Magnum – 3,0 Lt (equivalente a 4 garrafas, apenas Bordeaux)
•Jeroboam – 3,0 a 4,5 Lt (4 garrafas – Champagne e Burgundy, 6 garrafas – Bordeaux)
•Rehoboam – 4,5 Lt (6 garrafas – Champagne e Burgundy)
•Imperial – 6,0 Lt (8 garrafas, apenas Bordeaux)
•Methuselah – 6,0 Lt (8 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Salmanazar – 9,0 Lt (12 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Balthazar – 12,0 Lt (16 garrafas)
•Nebuchadnezzar – 12,0 a 15,0 Lt (16 a 20 garrafas, dependendo do país de origem)
•Melchior – 18,0 Lt (24 garrafas)
•Solomon – 20,0 Lt (28 garrafas, apenas Champagne)
•Sovereign – 25,0 Lt (33,3 garrafas, apenas Champagne)
•Maximus – 130,0 Lt (173,3 garrafas – apenas 1 foi fabricada - no formato Bordeaux)
Interessante notar que a maioria dos nomes são em alusão a personagens bíblicos.
Quão santos eram estes bebedores de vinho. Amém!!
Fonte: Decantando a Vida
Desde a invenção das garrafas de vidro para envasar o vinho, surgiram muitas formas e tamanhos adotados pelos produtores, até os moldes atuais nos padrões bordaleses e borgonheses. Existiu tempo em que na Inglaterra era proibida a venda em garrafas por proteção ao consumidor, vez que os fiscais duvidavam da real quantidade envasada. Naquela época (iníco séc.XX) o próprio cliente levava seu vasilhame para encher de vinho. Que doideira, hein... A garrafa na foto é do famoso champanhe Drappier, de 30 Lt (40 grfs.), medindo 1,21 metros, que é produzida apenas 20 por ano!
Mas hoje usamos as garrafas de vidro com os formatos abaixo, cuja lista me foi apresentada por Raquel Alves, da confraria Amigas do Vinho e minha professora da cadeira de Vinhos, da Faculdade. Vamos a elas - anotem aí no caderninho mais esta CURIOSIDADE:
•Standard – 750ml
•Magnum – 1,5 Lt (equivalente a 2 garrafas standard)
•Double Magnum – 3,0 Lt (equivalente a 4 garrafas, apenas Bordeaux)
•Jeroboam – 3,0 a 4,5 Lt (4 garrafas – Champagne e Burgundy, 6 garrafas – Bordeaux)
•Rehoboam – 4,5 Lt (6 garrafas – Champagne e Burgundy)
•Imperial – 6,0 Lt (8 garrafas, apenas Bordeaux)
•Methuselah – 6,0 Lt (8 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Salmanazar – 9,0 Lt (12 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Balthazar – 12,0 Lt (16 garrafas)
•Nebuchadnezzar – 12,0 a 15,0 Lt (16 a 20 garrafas, dependendo do país de origem)
•Melchior – 18,0 Lt (24 garrafas)
•Solomon – 20,0 Lt (28 garrafas, apenas Champagne)
•Sovereign – 25,0 Lt (33,3 garrafas, apenas Champagne)
•Maximus – 130,0 Lt (173,3 garrafas – apenas 1 foi fabricada - no formato Bordeaux)
Interessante notar que a maioria dos nomes são em alusão a personagens bíblicos.
Quão santos eram estes bebedores de vinho. Amém!!
Fonte: Decantando a Vida
Na Califórnia, Napa e Wine Country têm rico enoturismo
Saudando o renascimento da cidade de Napa, na região vitivinícola homônima, em NorCal, a edição de junho da revista "Wine Spectator'' (www.winespectator.com) atribui ao vale do Napa (www.legendarynapavalley.com) o título de primeiro destino nos EUA para beber vinhos finos e comer.
Entre as mais de 280 vinícolas desse vale, há produtores e métodos tradicionais e, também, vinhos que inovam.
Mas, embora a região do Napa se jacte de ter "mais restaurantes estrelados pelo guia 'Michelin' per capita do que qualquer outra", mais ao sul na Califórnia, o enoturismo também tem seu lugar.
Nos arredores de Paso Robles, a meio caminho entre San Francisco e Los Angeles, na Costa Central, o Wine Country (www.pasowine.com) tem 200 vinícolas e planta 40 tipos de varietal.
Perto de San Luis Obispo, degustações na L'Aventure Winery (www.aventurewine.com), em Live Oak Road, 2.815, revelam bons vinhos estagiados em barris franceses.
Nessa região vitivinícola, a gastronomia, menos esnobe que no Napa, tem em Paso Robles, San Luis Obispo e Santa Cruz bons fornecedores de hortaliças, frutas e frutos do mar.
VIDEIRA NA CALIFÓRNIA
Embora houvessem videiras nativas, na América do Norte, as uvas viníferas europeias foram introduzidas por padres católicos. Esses missionários espanhóis plantaram as primeiras parreiras em terras californianas em 1769.
Só após a Corrida do Ouro, em 1849, que viticultores se tornaram proprietários. Com a chegada de imigrantes alemães, italianos e suíços, a indústria do vinho cresceu.
Ao húngaro Agoston Haraszhy, que plantou videiras em Sonoma em 1857, se atribuiu melhoras na produção. Só que, até a Califórnia virar referência em vinhos finos, nos anos 1970, muita zurrapa saiu de vinícolas familiares.
VIRADA À CALIFORNIANA
A produção foi estagnada pela Lei Seca (1920-1933). E o reconhecimento não veio até 1973, quando, em prova cega realizada em Paris, um tinto cabernet sauvignon da Stag's Leap Wine Cellars (www.cask23.com), de Silverado Trail, venceu sinalizando que o seletivo mundo do vinho tinha na Califórnia um sócio de peso.
Entre Napa e Calistoga, o Silverado Trail (www.silveradotrail.com), há dezenas de vinícolas.
NAPA, CAMINHO 'SOAVE'
O vinhedo de Robert Mondavi (www.robertmondaviwinery.com), empresário de origem suíça, é referência.
Mondavi chegou ao Napa aos 23 anos, fundou sua vinícola, em Oakville, aos 53, em 1966, e produziu vinhos até morrer, aos 96. Sua empresa é uma gigante que tem rótulos excelentes (e caros), mas que produz ainda vinhos populares. Desde 1968, o Vineyard Room, no número 7.801 da St. Helena Highway, em Oakville, funciona como salão enogastronômico.
Outro produtor é o cineasta Francis Ford Coppola (www.franciscoppolawinery.com), que adquiriu a Rubicon Estate e também faz vinhos de qualidade variável que podem ser provados no seu Café Zoetrope (www.cafecoppola.com), em San Francisco.
Mais um, o produtor Cakebread Cellars, na St. Helena Highway, 8.300, em Rutherford, é conhecido pela qualidade.
DRIBLANDO O "SNAPA"
A uns 50 minutos de carro desde San Francisco pela rodovia I-80, o vale do Napa se extende por 56 km e é atravessado pelo rio homônimo.
Soma 45 mil acres de vinhedos, e atrai pelos chefs que são personalidades e dirigem restaurantes chiques.
Os vinhedos remontam à propriedade de George Yount, em Yountville e foram introduzidos em 1856.
Tem restaurantes como o festejado French Laundry (www.frenchlaudry.com), do chef Thomas Keller, cujas reservas são quase impossíveis, e o Hurley's (www.hurleysrestaurant.com), que prioriza ingredientes locais.
E, para evitar o "snapa'', a vontade de tirar uma soneca, e para não guiar e beber (que dá prisão nos EUA), convém reservar um dos 3.500 quartos de hotel na região. Outra hipótese é fazer o trajeto no Napa Valley Train (www.winetrain.com), um trem dos anos 1950 onde se aprecia a paisagem dos vinhedos num vagão com poltronas voltadas para a janela.
Se tiver tempo antes de embarcar na estação de McKinstry St., 1.275, vale passar, na cidade de Napa, no Oxbow Market, mercado gourmet onde, além de vinhos e apetrechos, é possível comer ou comprar queijos e comidinhas para levar.
Agência de Notícias Jornal Floripa
Entre as mais de 280 vinícolas desse vale, há produtores e métodos tradicionais e, também, vinhos que inovam.
Mas, embora a região do Napa se jacte de ter "mais restaurantes estrelados pelo guia 'Michelin' per capita do que qualquer outra", mais ao sul na Califórnia, o enoturismo também tem seu lugar.
Nos arredores de Paso Robles, a meio caminho entre San Francisco e Los Angeles, na Costa Central, o Wine Country (www.pasowine.com) tem 200 vinícolas e planta 40 tipos de varietal.
Perto de San Luis Obispo, degustações na L'Aventure Winery (www.aventurewine.com), em Live Oak Road, 2.815, revelam bons vinhos estagiados em barris franceses.
Nessa região vitivinícola, a gastronomia, menos esnobe que no Napa, tem em Paso Robles, San Luis Obispo e Santa Cruz bons fornecedores de hortaliças, frutas e frutos do mar.
VIDEIRA NA CALIFÓRNIA
Embora houvessem videiras nativas, na América do Norte, as uvas viníferas europeias foram introduzidas por padres católicos. Esses missionários espanhóis plantaram as primeiras parreiras em terras californianas em 1769.
Só após a Corrida do Ouro, em 1849, que viticultores se tornaram proprietários. Com a chegada de imigrantes alemães, italianos e suíços, a indústria do vinho cresceu.
Ao húngaro Agoston Haraszhy, que plantou videiras em Sonoma em 1857, se atribuiu melhoras na produção. Só que, até a Califórnia virar referência em vinhos finos, nos anos 1970, muita zurrapa saiu de vinícolas familiares.
VIRADA À CALIFORNIANA
A produção foi estagnada pela Lei Seca (1920-1933). E o reconhecimento não veio até 1973, quando, em prova cega realizada em Paris, um tinto cabernet sauvignon da Stag's Leap Wine Cellars (www.cask23.com), de Silverado Trail, venceu sinalizando que o seletivo mundo do vinho tinha na Califórnia um sócio de peso.
Entre Napa e Calistoga, o Silverado Trail (www.silveradotrail.com), há dezenas de vinícolas.
NAPA, CAMINHO 'SOAVE'
O vinhedo de Robert Mondavi (www.robertmondaviwinery.com), empresário de origem suíça, é referência.
Mondavi chegou ao Napa aos 23 anos, fundou sua vinícola, em Oakville, aos 53, em 1966, e produziu vinhos até morrer, aos 96. Sua empresa é uma gigante que tem rótulos excelentes (e caros), mas que produz ainda vinhos populares. Desde 1968, o Vineyard Room, no número 7.801 da St. Helena Highway, em Oakville, funciona como salão enogastronômico.
Outro produtor é o cineasta Francis Ford Coppola (www.franciscoppolawinery.com), que adquiriu a Rubicon Estate e também faz vinhos de qualidade variável que podem ser provados no seu Café Zoetrope (www.cafecoppola.com), em San Francisco.
Mais um, o produtor Cakebread Cellars, na St. Helena Highway, 8.300, em Rutherford, é conhecido pela qualidade.
DRIBLANDO O "SNAPA"
A uns 50 minutos de carro desde San Francisco pela rodovia I-80, o vale do Napa se extende por 56 km e é atravessado pelo rio homônimo.
Soma 45 mil acres de vinhedos, e atrai pelos chefs que são personalidades e dirigem restaurantes chiques.
Os vinhedos remontam à propriedade de George Yount, em Yountville e foram introduzidos em 1856.
Tem restaurantes como o festejado French Laundry (www.frenchlaudry.com), do chef Thomas Keller, cujas reservas são quase impossíveis, e o Hurley's (www.hurleysrestaurant.com), que prioriza ingredientes locais.
E, para evitar o "snapa'', a vontade de tirar uma soneca, e para não guiar e beber (que dá prisão nos EUA), convém reservar um dos 3.500 quartos de hotel na região. Outra hipótese é fazer o trajeto no Napa Valley Train (www.winetrain.com), um trem dos anos 1950 onde se aprecia a paisagem dos vinhedos num vagão com poltronas voltadas para a janela.
Se tiver tempo antes de embarcar na estação de McKinstry St., 1.275, vale passar, na cidade de Napa, no Oxbow Market, mercado gourmet onde, além de vinhos e apetrechos, é possível comer ou comprar queijos e comidinhas para levar.
Agência de Notícias Jornal Floripa
segunda-feira, outubro 03, 2011
Aprecie bebidas alcoolicas com moderação
O álcool pode acarretar dilatação dos vasos e aumentar o chamado colesterol "bom", o HDL, melhorando a função vascular, com vasos dilatados mais flexíveis e resistentes
Apesar de a bebida alcoólica, com moderação, proporcionar benefícios para a saúde, ela não é indicada para todas as pessoas
São Paulo - O consumo de álcool, ao longo da história, sempre foi associado à saúde. Embora o alcoolismo seja um problema gravíssimo de saúde pública, consumido moderadamente, o álcool pode ser um aliado no combate a diversas doenças. Nos últimos anos, várias pesquisas observaram os benefícios que um consumo moderado de bebida alcoólica pode trazer. A redução de risco de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, artrite e asma são alguns deles, junto com a melhora do quadro de diabetes e o aumento do nível de HDL, ou "colesterol bom", no sangue.
É importante ressaltar, porém, que nenhum estudo relacionou esses benefícios à ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica — pelo contrário, o consumo em excesso só oferece prejuízos à saúde. As vantagens vêm somente com uma ingestão moderada. Para o cardiologista e professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Protásio Lemos da Luz, essa quantidade corresponde a cerca de 30 gramas de álcool por dia, o mesmo que uma ou duas taças de vinho. Também é importante lembrar que muitas dessas pesquisas são de observação, ou seja, analisaram os benefícios em pessoas que consumiram determinada quantidade de álcool, mas não explicam os mecanismos do organismo que levaram a tal.
Existem, contudo, pistas de como o álcool atua no organismo. O que já se sabe é que ele acarreta dilatação dos vasos e aumento do chamado colesterol "bom", o HDL. Essas ações melhoram a função vascular, já que os vasos dilatados se tornam mais flexíveis e resistentes. Além disso, o HDL não deixa as plaquetas se acumularem no sangue, evitando infartos. Esses fatores podem explicar estudos que associam redução do risco de doenças cardiovasculares, melhora do colesterol e de problemas inflamatórios ao consumo de bebida alcoólica.
Curva em J — O vinho tinto é uma das bebidas mais associadas, se não a mais, a tais benefícios. Isso não acontece é à toa. Além do teor alcoólico, possui um componente químico chamado resveratrol, que vem da casca de determinados tipos de uva, mas também pode ser encontrado no mate, em chás, na cebola e na maçã. Além de, como o álcool, melhorar a função vascular, tem função antioxidante (combate o envelhecimento das células) e ajuda a manter o organismo mais saudável. “Com a idade, o metabolismo das pessoas se desacelera, se oxida. As substâncias antioxidantes atrasam esse processo”, explica o mastologista chefe do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, José Roberto Filassi.
O cardiologista Protásio Luz explica que os estudos sobre álcool obedecem a uma "curva em J": quem bebe muito morre mais; mas os abstêmios apresentam, geralmente, maior mortalidade do que aqueles que bebem pouco. Ele, junto a um grupo do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), realizou um estudo com ratos no começo do ano, dividindo os animais em três grupos. O primeiro grupo recebeu vinho tinto, o segundo recebeu uma baixa quantidade de resveratrol e o terceiro uma grande quantidade da substância.
Não é para você
Apesar de a bebida alcoólica, com moderação, proporcionar benefícios para a saúde, ela não é indicada para todos. Existem pessoas que não devem ingerir quantidade alguma de álcool, já que os prejuízos são muito maiores do que as vantagens. Sinal vermelho para quem tem os seguintes problemas:
Doença hepática alcoólica: é a inflamação no fígado causada pelo uso crônico do álcool. Principal metabolizador do álcool no organismo, o fígado é lesionado com a ingestão de bebidas alcoólicas.
Cirrose hepática: o álcool destrói as células do fígado e é o responsável por causar cirrose, quadro de destruição avançada do órgão. Pessoas com esse problema já têm o fígado prejudicado e a ingestão só induziria a piora dele.
Triglicérides aumentado: o triglicérides é uma gordura tão prejudicial quanto o colesterol, já que forma placas que entopem as artérias, podendo causar infarto e derrame cerebral. O álcool aumenta essa taxa. Portanto, quem já tiver a condição deve manter-se longe das bebidas alcoólicas.
Pancreatite: a doença é um processo inflamatório do pâncreas, que é o órgão responsável por produzir insulina e também enzimas necessárias para a digestão. O consumo exagerado de álcool é uma das causas dessa doença, e sua ingestão pode provocar muita dor, danificar o processo de digestão e os níveis de insulina, principal problema do diabetes.
Úlcera: é uma ferida no estômago. Portanto, qualquer irritante gástrico, como o álcool, irá piorar o problema e aumentar a dor.
Insuficiência cardíaca: por ser tóxico, o álcool piora a atividade do músculo cardíaco. Quem já sofre desse problema deve evitar bebidas alcoólicas para que a atividade de circulação do sangue não piore.
Arritmia cardíaca: de modo geral, ele afeta o ritmo dos batimentos cardíacos. A bebida alcoólica induz e piora a arritmia.
Redobre a atenção
Há também aqueles que devem ter muito cuidado ao beber, mesmo que pouco.Tudo depende do grau da doença, do tipo de remédio e do organismo de cada um.
Problemas psiquiátricos: o álcool muda o comportamento das pessoas e pode alterar o efeito da medicação. É arriscada, portanto, a ingestão de bebida alcoólica por aqueles que já têm esse tipo de problema.
Gastrite: é uma fase anterior à úlcera e quem sofre desse problema deve tomar cuidado com a quantidade de bebida alcoólica ingerida. Como pode ser curada e controlada, é permitido o consumo álcool moderado, mas sempre com autorização de um médico.
Diabetes: Todos os diabéticos devem ficar atentos ao consumo de álcool. A quantidade permitida dessa ingestão depende do grau do problema, dos remédios e do organismo da pessoa. Recomenda-se, se for beber, optar por fazê-lo antes ou durante as refeições para evitar a hipoglicemia.
Fonte: EXAME.com
Apesar de a bebida alcoólica, com moderação, proporcionar benefícios para a saúde, ela não é indicada para todas as pessoas
São Paulo - O consumo de álcool, ao longo da história, sempre foi associado à saúde. Embora o alcoolismo seja um problema gravíssimo de saúde pública, consumido moderadamente, o álcool pode ser um aliado no combate a diversas doenças. Nos últimos anos, várias pesquisas observaram os benefícios que um consumo moderado de bebida alcoólica pode trazer. A redução de risco de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, artrite e asma são alguns deles, junto com a melhora do quadro de diabetes e o aumento do nível de HDL, ou "colesterol bom", no sangue.
É importante ressaltar, porém, que nenhum estudo relacionou esses benefícios à ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica — pelo contrário, o consumo em excesso só oferece prejuízos à saúde. As vantagens vêm somente com uma ingestão moderada. Para o cardiologista e professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Protásio Lemos da Luz, essa quantidade corresponde a cerca de 30 gramas de álcool por dia, o mesmo que uma ou duas taças de vinho. Também é importante lembrar que muitas dessas pesquisas são de observação, ou seja, analisaram os benefícios em pessoas que consumiram determinada quantidade de álcool, mas não explicam os mecanismos do organismo que levaram a tal.
Existem, contudo, pistas de como o álcool atua no organismo. O que já se sabe é que ele acarreta dilatação dos vasos e aumento do chamado colesterol "bom", o HDL. Essas ações melhoram a função vascular, já que os vasos dilatados se tornam mais flexíveis e resistentes. Além disso, o HDL não deixa as plaquetas se acumularem no sangue, evitando infartos. Esses fatores podem explicar estudos que associam redução do risco de doenças cardiovasculares, melhora do colesterol e de problemas inflamatórios ao consumo de bebida alcoólica.
Curva em J — O vinho tinto é uma das bebidas mais associadas, se não a mais, a tais benefícios. Isso não acontece é à toa. Além do teor alcoólico, possui um componente químico chamado resveratrol, que vem da casca de determinados tipos de uva, mas também pode ser encontrado no mate, em chás, na cebola e na maçã. Além de, como o álcool, melhorar a função vascular, tem função antioxidante (combate o envelhecimento das células) e ajuda a manter o organismo mais saudável. “Com a idade, o metabolismo das pessoas se desacelera, se oxida. As substâncias antioxidantes atrasam esse processo”, explica o mastologista chefe do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, José Roberto Filassi.
O cardiologista Protásio Luz explica que os estudos sobre álcool obedecem a uma "curva em J": quem bebe muito morre mais; mas os abstêmios apresentam, geralmente, maior mortalidade do que aqueles que bebem pouco. Ele, junto a um grupo do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), realizou um estudo com ratos no começo do ano, dividindo os animais em três grupos. O primeiro grupo recebeu vinho tinto, o segundo recebeu uma baixa quantidade de resveratrol e o terceiro uma grande quantidade da substância.
Não é para você
Apesar de a bebida alcoólica, com moderação, proporcionar benefícios para a saúde, ela não é indicada para todos. Existem pessoas que não devem ingerir quantidade alguma de álcool, já que os prejuízos são muito maiores do que as vantagens. Sinal vermelho para quem tem os seguintes problemas:
Doença hepática alcoólica: é a inflamação no fígado causada pelo uso crônico do álcool. Principal metabolizador do álcool no organismo, o fígado é lesionado com a ingestão de bebidas alcoólicas.
Cirrose hepática: o álcool destrói as células do fígado e é o responsável por causar cirrose, quadro de destruição avançada do órgão. Pessoas com esse problema já têm o fígado prejudicado e a ingestão só induziria a piora dele.
Triglicérides aumentado: o triglicérides é uma gordura tão prejudicial quanto o colesterol, já que forma placas que entopem as artérias, podendo causar infarto e derrame cerebral. O álcool aumenta essa taxa. Portanto, quem já tiver a condição deve manter-se longe das bebidas alcoólicas.
Pancreatite: a doença é um processo inflamatório do pâncreas, que é o órgão responsável por produzir insulina e também enzimas necessárias para a digestão. O consumo exagerado de álcool é uma das causas dessa doença, e sua ingestão pode provocar muita dor, danificar o processo de digestão e os níveis de insulina, principal problema do diabetes.
Úlcera: é uma ferida no estômago. Portanto, qualquer irritante gástrico, como o álcool, irá piorar o problema e aumentar a dor.
Insuficiência cardíaca: por ser tóxico, o álcool piora a atividade do músculo cardíaco. Quem já sofre desse problema deve evitar bebidas alcoólicas para que a atividade de circulação do sangue não piore.
Arritmia cardíaca: de modo geral, ele afeta o ritmo dos batimentos cardíacos. A bebida alcoólica induz e piora a arritmia.
Redobre a atenção
Há também aqueles que devem ter muito cuidado ao beber, mesmo que pouco.Tudo depende do grau da doença, do tipo de remédio e do organismo de cada um.
Problemas psiquiátricos: o álcool muda o comportamento das pessoas e pode alterar o efeito da medicação. É arriscada, portanto, a ingestão de bebida alcoólica por aqueles que já têm esse tipo de problema.
Gastrite: é uma fase anterior à úlcera e quem sofre desse problema deve tomar cuidado com a quantidade de bebida alcoólica ingerida. Como pode ser curada e controlada, é permitido o consumo álcool moderado, mas sempre com autorização de um médico.
Diabetes: Todos os diabéticos devem ficar atentos ao consumo de álcool. A quantidade permitida dessa ingestão depende do grau do problema, dos remédios e do organismo da pessoa. Recomenda-se, se for beber, optar por fazê-lo antes ou durante as refeições para evitar a hipoglicemia.
Fonte: EXAME.com
Enfim, o que são vinhos naturais?
As noções de viticultura e vinicultura se confundem e às vezes conflitam, mas, na taça, não restam muitas dúvidas sobre a superioridade dos vinhos naturais. Há vinhos que podem agradar mais ou menos um conhecedor, sejam eles orgânicos ou convencionais. Mas só os vinhos industriais padronizados, adocicados e construídos artificialmente, ou de uvas supermaturadas, podem agradar quem não conhece vinho. Ter consciência disto é fundamental para compreender a atitude de quem afirma que os vinhos que são ícones na Europa e no Novo Mundo, sejam eles orgânicos ou não. Para quem desconhece ou não aprecia o perfil dos vinhos franceses clássicos , por exemplo, seria inútil comparar o melhor exemplar da vinicultura orgânica francesa ao melhor exemplar de sua vinicultura convencional. Ambos pareciam ruins. Ocorre que a maioria dos vinhos naturais do mercado provêm da França, berço dos vinhos orgânicos e referência mundial em vinicultura. Portanto, ninguém melhor para atestar a superioridade dos vinhos naturais que um especialista em vinhos. É o caso de Jean-Christophe Estève, antigo comerciante de vinhos parisiense que provou 1.200 vinhos naturais para redigir um dos primeiros guias de vinhos do gênero:
"Comparados aos melhores não-orgânicos, sinto nos orgânicos uma diferença que tende a uma pureza de aromas e a uma expressão do terroir mais fortes. Isto devido ao enraizamento mais profundo da vinha, que vai buscar seus nutrientes além dos limites que se tomaram hábito".
VINHOS DA VINICULTURA CONVENCIONAIS: SAO COMO REFRIGERANTES...
Salvo algumas restrições locais, vale quase tudo para vinicultura convencional. Não há regras fixas que limitem a quantidade de aditivos empregados nos vinhos. Partindo invariavelmente de uvas de agricultura convencional, em geral deficientes em vários aspectos devido à produtividade excessiva, mais de 40 produtos químicos ditos "enológicos" são usados correntemente para corrigir ou melhorar matérias-primas quase sempre defeituosas. Cabe lembrar que um vinho bom se faz no vinhedo, e não na cantina, mas para isto é necessária uma matéria-prima forte e saudável - o que nem sempre é o caso nas produções intensivas. Devido ao uso de pesticidas, a flora de leveduras selvagens do vinhedo é reduzida, exigindo o emprego sistemático de fermento enológico comercial. Nos casos extremos a colheita é mecanizada, gerando uma considerável agressão ao vinhedo.
Para regenerar as plantas após os ferimentos, aplicam-se mais defensivos. As uvas, por sua vez, têm as cascas parcialmente dilaceradas pelas colheitadeiras, iniciando a fermentação antes de chegar à cantina. Para evitar que isto ocorra, empresas mais mecanizadas usam tratores munidos de tanques iniciam a aplicação de SO2(anidrido sulfuroso) ao mosto ainda no vinhedo, evitando a degradação prematura das uvas. Para a vinicultura convencional, o princípio norteador são as leis de mercado. Vende mais o que é mais barato e agradável à maioria, e esta é a pricipal regra seguida. Neste sentido, a vinicultura convencional às vezes se assemelha à indústria de refrigerantes. Os vinhos tendem a ser anônimos e impessoais, todos muito parecidos. Características legítimas e autênticas dos vinhos naturais são suprimidas ou remodeladas, de forma a proporcionar à população uma bebida mais "redonda" e fácil de ser compreendida.
O que é a agricultura biológica ou orgânica?
Agricultura biológica e agricultura orgânica são sinônimos. É um método de cultivo que vê o solo como um ser vivo e cuja fertilidade se dá pelo ciclo de vida dos organismos e microorganismos da fauna que o compõe, preservada pela ausência de pesticidas. O homem ajuda neste processo pelo aporte de esterco e adubos orgânicos de compostação. As raízes da videira descem mais fundo em busca de nutrientes, seus frutos têm mais sabor, e a planta reforça suas defesas naturais contra os ataques do meio. A proteção ocorre por luta biológica. É proscrito o uso de adubos sintéticos e quaisquer defensivos químicos. A tração animal encontra um revival, e a colheita das uvas é feita manualmente para que os cachos chequem à cantina intactos.
O que é a agricultura biodinâmica?
Os fundamentos são os membros que regem a agricultura biológica, porém a escola segue os ensinamentos do filósofo Rudolf Steiner (1861-1925), pai da Antroposofia, doutrina filosófica metafísica que extende a compreensão do universo para além dos limites sensoriais. Sem adentrar muito na complexidade do tema, em termos práticos os métodos biodinâmicos complementam a agricultura orgânica sob a premissa de que cada planta tem defesas naturais contra doenças, sendo inúteis os tratamentos artificiais preventivos e curativos. Para tanto, a doutrina prescreve o estímulo aos ritmos naturais (cósmicos, lunares, biológicos, etc) através da aplicação de infusões e preparados específicos à base de elementos orgânicos ditos "dinamizantes", e segue um calendário estelar no objetivo de aproveitar as energias cósmicas. Muito antes de refletir sobre o fato de o vinho mais caro e mais famoso do mundo, o Romanée-Conti, ser proveniente de um vinhedo biodinâmico, os mais céticos costumam ater-se aos aspectos caricaturas e bizarros da biodinâmica, como o preceito de enterrar, em meio ao vinhedo, um chifre preenchido com esterco ou um úbere recheado com flores. Impossível compreender tais gestos sem considerar que a Antroposofia cultua o esoterismo ocidental como forma de livre manifestação de impulsos artísticos e poéticos definindo a realidade como ponto de convergência entre o físico e o espiritual. O significado mitológico da videira e do vinho encontram na abordagem cósmica desta escola a quintessência de sua simbologia.
O que é agricultura cósmica?
Também chamada de Cosmocultura é uma escola de cultivo natural que reúne os preceitos das agriculturas biodinâmica e biológica vislumbrando novos horizontes no resgate de "princípios ancestrais esquecidos". Para tanto vale-se de recursos da geobiologia, da radiônica, da balizagem planetária, da memória da água, etc. O Domaine Viret é um expoente em viticultura cósmica, com seu vinhedo cercado de formas piramidais energéticas e megálitos lembrando o Stonehenge e a Ilha de Páscoa. Mas o mais impressionante de tudo são seus deliciosos vinhos.
Fonte: http://saboresdovinho.blogspot.com/2009/01/enfim-o-que-so-vinhos-naturais.html
Jandir Passos(pelo repasse)
"Comparados aos melhores não-orgânicos, sinto nos orgânicos uma diferença que tende a uma pureza de aromas e a uma expressão do terroir mais fortes. Isto devido ao enraizamento mais profundo da vinha, que vai buscar seus nutrientes além dos limites que se tomaram hábito".
VINHOS DA VINICULTURA CONVENCIONAIS: SAO COMO REFRIGERANTES...
Salvo algumas restrições locais, vale quase tudo para vinicultura convencional. Não há regras fixas que limitem a quantidade de aditivos empregados nos vinhos. Partindo invariavelmente de uvas de agricultura convencional, em geral deficientes em vários aspectos devido à produtividade excessiva, mais de 40 produtos químicos ditos "enológicos" são usados correntemente para corrigir ou melhorar matérias-primas quase sempre defeituosas. Cabe lembrar que um vinho bom se faz no vinhedo, e não na cantina, mas para isto é necessária uma matéria-prima forte e saudável - o que nem sempre é o caso nas produções intensivas. Devido ao uso de pesticidas, a flora de leveduras selvagens do vinhedo é reduzida, exigindo o emprego sistemático de fermento enológico comercial. Nos casos extremos a colheita é mecanizada, gerando uma considerável agressão ao vinhedo.
Para regenerar as plantas após os ferimentos, aplicam-se mais defensivos. As uvas, por sua vez, têm as cascas parcialmente dilaceradas pelas colheitadeiras, iniciando a fermentação antes de chegar à cantina. Para evitar que isto ocorra, empresas mais mecanizadas usam tratores munidos de tanques iniciam a aplicação de SO2(anidrido sulfuroso) ao mosto ainda no vinhedo, evitando a degradação prematura das uvas. Para a vinicultura convencional, o princípio norteador são as leis de mercado. Vende mais o que é mais barato e agradável à maioria, e esta é a pricipal regra seguida. Neste sentido, a vinicultura convencional às vezes se assemelha à indústria de refrigerantes. Os vinhos tendem a ser anônimos e impessoais, todos muito parecidos. Características legítimas e autênticas dos vinhos naturais são suprimidas ou remodeladas, de forma a proporcionar à população uma bebida mais "redonda" e fácil de ser compreendida.
O que é a agricultura biológica ou orgânica?
Agricultura biológica e agricultura orgânica são sinônimos. É um método de cultivo que vê o solo como um ser vivo e cuja fertilidade se dá pelo ciclo de vida dos organismos e microorganismos da fauna que o compõe, preservada pela ausência de pesticidas. O homem ajuda neste processo pelo aporte de esterco e adubos orgânicos de compostação. As raízes da videira descem mais fundo em busca de nutrientes, seus frutos têm mais sabor, e a planta reforça suas defesas naturais contra os ataques do meio. A proteção ocorre por luta biológica. É proscrito o uso de adubos sintéticos e quaisquer defensivos químicos. A tração animal encontra um revival, e a colheita das uvas é feita manualmente para que os cachos chequem à cantina intactos.
O que é a agricultura biodinâmica?
Os fundamentos são os membros que regem a agricultura biológica, porém a escola segue os ensinamentos do filósofo Rudolf Steiner (1861-1925), pai da Antroposofia, doutrina filosófica metafísica que extende a compreensão do universo para além dos limites sensoriais. Sem adentrar muito na complexidade do tema, em termos práticos os métodos biodinâmicos complementam a agricultura orgânica sob a premissa de que cada planta tem defesas naturais contra doenças, sendo inúteis os tratamentos artificiais preventivos e curativos. Para tanto, a doutrina prescreve o estímulo aos ritmos naturais (cósmicos, lunares, biológicos, etc) através da aplicação de infusões e preparados específicos à base de elementos orgânicos ditos "dinamizantes", e segue um calendário estelar no objetivo de aproveitar as energias cósmicas. Muito antes de refletir sobre o fato de o vinho mais caro e mais famoso do mundo, o Romanée-Conti, ser proveniente de um vinhedo biodinâmico, os mais céticos costumam ater-se aos aspectos caricaturas e bizarros da biodinâmica, como o preceito de enterrar, em meio ao vinhedo, um chifre preenchido com esterco ou um úbere recheado com flores. Impossível compreender tais gestos sem considerar que a Antroposofia cultua o esoterismo ocidental como forma de livre manifestação de impulsos artísticos e poéticos definindo a realidade como ponto de convergência entre o físico e o espiritual. O significado mitológico da videira e do vinho encontram na abordagem cósmica desta escola a quintessência de sua simbologia.
O que é agricultura cósmica?
Também chamada de Cosmocultura é uma escola de cultivo natural que reúne os preceitos das agriculturas biodinâmica e biológica vislumbrando novos horizontes no resgate de "princípios ancestrais esquecidos". Para tanto vale-se de recursos da geobiologia, da radiônica, da balizagem planetária, da memória da água, etc. O Domaine Viret é um expoente em viticultura cósmica, com seu vinhedo cercado de formas piramidais energéticas e megálitos lembrando o Stonehenge e a Ilha de Páscoa. Mas o mais impressionante de tudo são seus deliciosos vinhos.
Fonte: http://saboresdovinho.blogspot.com/2009/01/enfim-o-que-so-vinhos-naturais.html
Jandir Passos(pelo repasse)
segunda-feira, setembro 26, 2011
Bodega Bouza lança vinho especial a partir de apenas "Sete Barricas"
Bouza lançou um vinho muito especial a partir de apenas "Sete Barricas" cuidadosamente selecionadasTodos os vinhos que elabora Bouza Bodega Boutique compartilham um comum denominador que é o alto grau de excelência que vai desde o tratamento da vinha, através de cada momento da elaboração, até o envelhecimento na garrafa à espera do melhor momento para ser consumido. É por isso que cada produto é uma estrela com brilho próprio que surpreende os paladares mais exigentes. O Bouza Tannat Parcela Única A7 7 Barricas 2009 é uma dessas jóias, um privilégio reservado para aqueles que cheguem a adquirir uma garrafa das exclusivas 2100 que acabam de sair à venda em dois lugares únicos.
O Bouza Tannat Parcela Única A7 7 Barricas 2009, como o próprio nome sugere, vem da seleção de apenas sete barris em que realizaram o amadurecimento os vinhos elaborados com uvas da casta Tannat da vinha A7 da safra 2009. Essa vinha pertence ao vinhedo localizado em Melilla, e tem como característica particular um solo de granito rosa com excelente drenagem e um sistema de condução que coloca a fruta perto do chão, tendo a luz refletida a partir da pedra.
Foram escolhidas para este vinho barricas novas de carvalho francês, das quais, pelas características sensoriais e qualidades únicas dos vinhos, o enologista escolheu sete que foram reservadas para enfatizar o tempo de amadurecimento até os desejados 17 meses. Este foi seguido por o engarrafado sem filtrar em novembro de 2010, e desde então envelhecido em garrafas por oito meses, esperando até este momento em que o vinho pode ser degustado e desfrutado.
O Bouza Tannat Parcela Única A7 já recebeu reconhecimento internacional, sendo premiado com a Medalha de Prata na 18ª edição da prestigiada concorrência Selections Mondial des Vins realizada em Quebec, Canadá entre 31 de maio e 06 de junho de 2011, com o aval da OIV, a VinoFed e a UIOE, que foi presidida por um júri composto por membros de mais de 25 países, o que for publicado por Bodegas del Uruguay.
As notas de degustação feitas no momento de seu lançamento pelos enólogos Eduardo Boido, o criador mesmo deste vinho, e Caterina Viña dizem que o Tannat Parcela Única A7 7 Barricas 2009 apresenta uma cor púrpura profunda. O nariz é dominado por aromas de pimenta de Jamaica e alcaçuz, com notas de marmelo e um final de tabaco. Na boca tem um começo doce e se apresenta equilibrado, volumoso e aveludado. O final lembra dos aromas iniciais de pimenta e tabaco.
Por enquanto, este vinho pode ser comprado apenas na butique de vinhos da adega, como os outros vinhos de edições especiais da Bouza, e nas lojas Duty Free dos aeroportos no Uruguai.
Fonte: Vinícolas do Uruguai - Newsletter #42
domingo, setembro 25, 2011
Produção de vinhos brasileiros bate recorde este ano
A vitivinicultura brasileira bate um novo recorde na safra deste ano. Segundo o Instituto Brasileiro do Vinho – Ibravin, os números de 2011 superam anos anteriores, com 707,2 milhões de quilos de uvas produzidas - das quais 82,3 milhões correspondem à produção de uvas viníferas e o maior montante de uvas de mesa.
O resultado qualitativo do trabalho dos vitivinicultores brasileiros pôde ser apreciado na taça, durante a manhã deste sábado, na 19ª Avaliação Nacional dos Vinhos, que reuniu cerca de mil apreciadores do produto nacional na cidade de Bento Gonçalves, no interior do Rio Grande do Sul.
Um total de 72 vinícolas de estados como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, onde a cultura de vinho é mais expressiva, e outros pequenos polos como São Paulo, Minas Gerais e Bahia participaram da avaliação que acontece anualmente. Das 380 amostras inscritas foram escolhidos apenas os 16 vinhos mais representativos deste ano, a partir de degustação às cegas realizada numa pré- seleção anterior que envolveu uma equipe de 116 especialistas no assunto e ainda um grupo de 16 jurados brasileiros e de outros países - entre enólogos, enófilos, jornalistas e convidados -, que degustaram ao vivo a amostragem.
Entre as categorias avaliadas estão vinho brancos não aromáticos, brancos aromáticos, rosés secos, tintos e tintos jovens. Entre os brancos não aromáticos, uma nova sub-categoria foi introduzida na avaliação recentemente, a de bases de espumante, um importante ponto de partida para a produção da bebida borbulhante. As vinícolas indicadas com a melhor base de espumante feitas a partir de uvas chardonnay foram a Domno e a Casa Valduga. Ainda entre os brancos não aromáticos, a cooperativa Aurora faturou com melhor riesling, a Nova Aliança, a Don Giovani e a a Góes e Venturini com a variedade chardonnay.
Dos brancos aromáticos, a Perini ficou com o melhor moscato r2 e a Don Guerino (moscato giallo) – que obteve a maior pontuação entre os demais vinhos de acordo com a avaliação global. Na variedade rosé, a vinícola Almadén teve melhor desempenho, junto com a vinícola Almaúnica indicada com o melhor syrah. Por sua vez, a Salton, Basso e a Luiz Argenta com as melhores variedades merlot e a Rasip Agroindustrial levou o melhor cabernet sauvignon, a Gheller e Seival Estate os melhores vinhos com a variedade tannat.
Por Mariana Lôbo
O resultado qualitativo do trabalho dos vitivinicultores brasileiros pôde ser apreciado na taça, durante a manhã deste sábado, na 19ª Avaliação Nacional dos Vinhos, que reuniu cerca de mil apreciadores do produto nacional na cidade de Bento Gonçalves, no interior do Rio Grande do Sul.
Um total de 72 vinícolas de estados como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, onde a cultura de vinho é mais expressiva, e outros pequenos polos como São Paulo, Minas Gerais e Bahia participaram da avaliação que acontece anualmente. Das 380 amostras inscritas foram escolhidos apenas os 16 vinhos mais representativos deste ano, a partir de degustação às cegas realizada numa pré- seleção anterior que envolveu uma equipe de 116 especialistas no assunto e ainda um grupo de 16 jurados brasileiros e de outros países - entre enólogos, enófilos, jornalistas e convidados -, que degustaram ao vivo a amostragem.
Entre as categorias avaliadas estão vinho brancos não aromáticos, brancos aromáticos, rosés secos, tintos e tintos jovens. Entre os brancos não aromáticos, uma nova sub-categoria foi introduzida na avaliação recentemente, a de bases de espumante, um importante ponto de partida para a produção da bebida borbulhante. As vinícolas indicadas com a melhor base de espumante feitas a partir de uvas chardonnay foram a Domno e a Casa Valduga. Ainda entre os brancos não aromáticos, a cooperativa Aurora faturou com melhor riesling, a Nova Aliança, a Don Giovani e a a Góes e Venturini com a variedade chardonnay.
Dos brancos aromáticos, a Perini ficou com o melhor moscato r2 e a Don Guerino (moscato giallo) – que obteve a maior pontuação entre os demais vinhos de acordo com a avaliação global. Na variedade rosé, a vinícola Almadén teve melhor desempenho, junto com a vinícola Almaúnica indicada com o melhor syrah. Por sua vez, a Salton, Basso e a Luiz Argenta com as melhores variedades merlot e a Rasip Agroindustrial levou o melhor cabernet sauvignon, a Gheller e Seival Estate os melhores vinhos com a variedade tannat.
Por Mariana Lôbo
Vinhos da Áustria
"O desconhecimento do enófilo brasileiro em relação aos vinhos
austríacos é enorme". Por Mauricio Tagliari
O apreciador de vinhos brasileiro, devo ter dito antes, é um animal sui generis. Pouco conhece dos vinhos feitos em seu próprio país. Bebe os tintos muito alcoólicos e potentes em dias de calor, sem reclamar. Ao contrário do que ocorre com o cidadão de um país tradicionalmente vinicultor, ele tem acesso a vinhos de praticamente todos os países e muito estilos, mas paga preços que assustam qualquer consumidor de primeiro mundo.
Por questões culturais, tarifárias, geográficas ou mesmo por marketing, depois do grande boom dos "vinhos alemães da garrafa azul", o mercado é, se não dominado, ao menos liderado amplamente pelos vinhos de Chile e Argentina. Os tradicionais gigantes europeus, França, Itália, Portugal e Espanha, buscam recuperar o espaço perdido. O novo mundo, com australianos, sul-africanos, americanos e neo-zelandeses, vem lá atrás na briga.
Mas com tantos rótulos inundando as prateleiras e os sites, até recentemente era raro encontrar vinhos de países com tradição, como Grécia, Hungria e mesmo Alemanha. Uma das lacunas mais sentidas era a dos bons vinhos austríacos. Era possível encontrar um ou outro depois de algum garimpo. Mas o desconhecimento do enófilo brasileiro em relação a esse país é enorme.
Mas eis que, ao que parece, nossos problemas acabaram! Há poucos meses, depois de pesquisas e viagens, Lucila Taninaga e seu sócio Mauricio Rodrigues começaram uma operação interessante: The Special Wineries é a única importadora especializada em vinhos austríacos da América latina. Apoiada pela OWM, organizacão governamental austríaca responsavel por divulgação e incremento de vendas de seus vinhos, traz uma seleção de 70 rótulos de 21 das principais vinícolas desse país que, a nós brasileiros, lembra valsa e torta de chocolate.
Descobrimos com alegria que a maior parte da vitivinicultura austríaca, milenar herdeira dos estabelecimentos romanos, é orgânica ou biodinâmica. Da Áustria, exportam reduzidas quantidades, pois consomem quase tudo que produzem e mais um pouco. A uva mais conhecida da região é a grüner veltiliner. Mas os austríacos produzem também ótimos riesling e uma variedade de cepas autóctones ou quase, como gelber muskateller, sankt laurent (um cruzamento de pinot noir com sabe-se lá), zweitgelt (por sua vez um híbrido de sankt laurent com blaufranckisch) e Samling (outro cruzamento misterioso). Usa as mesmas complicadas nomenclaturas dos vinhos alemães, mas os critérios de qualidade para exportação são ainda mais rígidos.
Os resultados são bons tanto em brancos, rosés e tintos quanto naqueles de sobremesa. Seus brancos de excelente acidez e muito secos fazem sucesso no Japão harmonizando com sushis e sashimis. A terra do sol nascente é o segundo importador (depois dos EUA, é claro) do vinho austríaco. Peguemos alguns exemplos.
O Terrassen Reserve 2009 Loimer (13% de álcool, R$ 109,50 mais IPI), da região de Kamptal, é um varietal de grüner veltiliner 100% biodinâmico, de vinhedo único. Untuoso, encorpado, fresco, com ótima acidez, notas de damasco e um elegante toque mineral, é a solução ideal para o grande desafio de harmonizar aspargos com creme.
O Wenzel Gelber Muskateller 2009 (1% de álcool, R$ 89,50 mais IPI) é outro biodinâmico da região de Burgenland. Seu aroma adocicado e com notas florais e certo herbáceo é surpreendentemente (no sentido positivo) enganador, pois o paladar é seco e ácido. Muito fresco, macio, elegante, com toque mineral bem claro.
O agradável e equilibrado Rosé 2009 da Juris, também da região de Burgenland, feito de Sankt Laurent, é leve, de ótima acidez e com personalidade festiva. Frutado e com alguma especiaria, tem persistência média. Acompanhamento ideal para um carpaccio ou um steak tartar.
Entre os tintos, todos com um caráter muito particular, diferentes das escolas mais tradicionalmente conhecidas por aqui, destaco o Kraxner de Heidi Schrock (13,5% de álcool, R$ 107,50). Biodinâmico de vinhedo antigo e único, com passagem por carvalho austríaco, tem aromas agradáveis de frutas vermelhas e algo de couro. Na boca, a acidez insistente, seu corpo leve, elegante, com especiarias mais fruta, traz um final que me lembrou o de um bom pinot noir. Como todos os vinhos provados, este cresceu muito na harmonização. Neste caso, com o prato mais tradicional da Áustria, um schnitzel de porco (de novo com o difícil aspargo).
É hora de explorar este novo/velho recanto enológico da Europa. Para saber mais, visite www.vinhosdaaustria.com.br
Mauricio Tagliari é compositor e produtor musical. Sócio da ybmusic, escreve sobre música e bebidas no blog www.maisumgole.wordpress.com e sobre música no http://ybmusica.blogspot.com. É co-autor do Dicionário do Vinho Tagliari e Campos.
austríacos é enorme". Por Mauricio Tagliari
O apreciador de vinhos brasileiro, devo ter dito antes, é um animal sui generis. Pouco conhece dos vinhos feitos em seu próprio país. Bebe os tintos muito alcoólicos e potentes em dias de calor, sem reclamar. Ao contrário do que ocorre com o cidadão de um país tradicionalmente vinicultor, ele tem acesso a vinhos de praticamente todos os países e muito estilos, mas paga preços que assustam qualquer consumidor de primeiro mundo.
Por questões culturais, tarifárias, geográficas ou mesmo por marketing, depois do grande boom dos "vinhos alemães da garrafa azul", o mercado é, se não dominado, ao menos liderado amplamente pelos vinhos de Chile e Argentina. Os tradicionais gigantes europeus, França, Itália, Portugal e Espanha, buscam recuperar o espaço perdido. O novo mundo, com australianos, sul-africanos, americanos e neo-zelandeses, vem lá atrás na briga.
Mas com tantos rótulos inundando as prateleiras e os sites, até recentemente era raro encontrar vinhos de países com tradição, como Grécia, Hungria e mesmo Alemanha. Uma das lacunas mais sentidas era a dos bons vinhos austríacos. Era possível encontrar um ou outro depois de algum garimpo. Mas o desconhecimento do enófilo brasileiro em relação a esse país é enorme.
Mas eis que, ao que parece, nossos problemas acabaram! Há poucos meses, depois de pesquisas e viagens, Lucila Taninaga e seu sócio Mauricio Rodrigues começaram uma operação interessante: The Special Wineries é a única importadora especializada em vinhos austríacos da América latina. Apoiada pela OWM, organizacão governamental austríaca responsavel por divulgação e incremento de vendas de seus vinhos, traz uma seleção de 70 rótulos de 21 das principais vinícolas desse país que, a nós brasileiros, lembra valsa e torta de chocolate.
Descobrimos com alegria que a maior parte da vitivinicultura austríaca, milenar herdeira dos estabelecimentos romanos, é orgânica ou biodinâmica. Da Áustria, exportam reduzidas quantidades, pois consomem quase tudo que produzem e mais um pouco. A uva mais conhecida da região é a grüner veltiliner. Mas os austríacos produzem também ótimos riesling e uma variedade de cepas autóctones ou quase, como gelber muskateller, sankt laurent (um cruzamento de pinot noir com sabe-se lá), zweitgelt (por sua vez um híbrido de sankt laurent com blaufranckisch) e Samling (outro cruzamento misterioso). Usa as mesmas complicadas nomenclaturas dos vinhos alemães, mas os critérios de qualidade para exportação são ainda mais rígidos.
Os resultados são bons tanto em brancos, rosés e tintos quanto naqueles de sobremesa. Seus brancos de excelente acidez e muito secos fazem sucesso no Japão harmonizando com sushis e sashimis. A terra do sol nascente é o segundo importador (depois dos EUA, é claro) do vinho austríaco. Peguemos alguns exemplos.
O Terrassen Reserve 2009 Loimer (13% de álcool, R$ 109,50 mais IPI), da região de Kamptal, é um varietal de grüner veltiliner 100% biodinâmico, de vinhedo único. Untuoso, encorpado, fresco, com ótima acidez, notas de damasco e um elegante toque mineral, é a solução ideal para o grande desafio de harmonizar aspargos com creme.
O Wenzel Gelber Muskateller 2009 (1% de álcool, R$ 89,50 mais IPI) é outro biodinâmico da região de Burgenland. Seu aroma adocicado e com notas florais e certo herbáceo é surpreendentemente (no sentido positivo) enganador, pois o paladar é seco e ácido. Muito fresco, macio, elegante, com toque mineral bem claro.
O agradável e equilibrado Rosé 2009 da Juris, também da região de Burgenland, feito de Sankt Laurent, é leve, de ótima acidez e com personalidade festiva. Frutado e com alguma especiaria, tem persistência média. Acompanhamento ideal para um carpaccio ou um steak tartar.
Entre os tintos, todos com um caráter muito particular, diferentes das escolas mais tradicionalmente conhecidas por aqui, destaco o Kraxner de Heidi Schrock (13,5% de álcool, R$ 107,50). Biodinâmico de vinhedo antigo e único, com passagem por carvalho austríaco, tem aromas agradáveis de frutas vermelhas e algo de couro. Na boca, a acidez insistente, seu corpo leve, elegante, com especiarias mais fruta, traz um final que me lembrou o de um bom pinot noir. Como todos os vinhos provados, este cresceu muito na harmonização. Neste caso, com o prato mais tradicional da Áustria, um schnitzel de porco (de novo com o difícil aspargo).
É hora de explorar este novo/velho recanto enológico da Europa. Para saber mais, visite www.vinhosdaaustria.com.br
Mauricio Tagliari é compositor e produtor musical. Sócio da ybmusic, escreve sobre música e bebidas no blog www.maisumgole.wordpress.com e sobre música no http://ybmusica.blogspot.com. É co-autor do Dicionário do Vinho Tagliari e Campos.
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